Equinócio escrita por Katherine


Capítulo 15
Capítulo 15




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Renesmee.

 

Depois de algumas semanas em minha nova rotina eu já conseguia sentir-me completamente adaptada. Pela manhã eu ia para a escola, onde ficava com meus novos amigos até certa parte da tarde, logo após eu encontrava com Jake na oficina ou então encontrava meus pais, tios ou avós e por fim, ia para o meu apartamento. Eu não havia ficado sozinha por nenhuma noite desde a mudança, aquela seria a primeira e não conseguia sentir-me confortável com aquilo. Jacob precisava fazer a ronda naquela noite fria, não queria incomodar minha família pedindo que viessem para cá, era totalmente o contrário de tudo o que eu havia lutado para ter. Se eu queria independência precisava lidar com os malefícios também. O fato de ser um desastre completo na cozinha não me ajudava em nada, mas eu não sentia fome, então decidi fazer uma pipoca de micro-ondas enquanto assistia qualquer programa de televisão.

Meu celular tocou sob a mesa de centro atraindo a minha atenção.

O nome de Edward brilhava na tela.

— Hey! – atendi a sua ligação largando o pote de pipoca.

Querida, onde você está?— perguntou-me ansiosamente.

— Em casa. Você parece nervoso, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa, pai?

Não, meu anjo. Nada aconteceu— disse – Venha passar essa noite conosco, sei que Jacob está em ronda.

— Tudo bem – concordei mesmo achando aquela conversa estranha – Vou me arrumar e estarei no chalé em uma hora.

Hum... não, Ness. No chalé não, iremos para a mansão.

— Ok, encontro você lá.

Posso buscá-la— sugeriu.

— Posso ir sozinha.

Te vejo em breve. Amo você!

Sem esperar uma resposta ele desligou.

Não pensei muito em quanto a sua ligação me pareceu estranha e simplesmente fui ao quarto para que pudesse me arrumar. Arrumei uma mochila pequena caso precisasse de roupas e outros pertences e pedi um taxi. Eu ainda estava convencendo Jacob a me ensinar a dirigir, mas ele negava dizendo que não confiava na falta do meu senso de preservação. Não demorou muito para que o veiculo chegasse e rumasse em direção a mansão dos Cullen. Eu podia correr, com certeza chegaria mais rápido, mas o frio naquela noite estava extremamente forte e eu tinha um lado humano, esse lado não queria morrer de hipotermia. Pontualmente, em uma hora após a ligação de Edward ele abria a porta da mansão pra mim, com um sorriso zombeteiro no rosto.

— Pontual – murmurou e eu rolei os olhos o abraçando – Senti sua falta.

— Senti sua falta também. A mamãe está?

Ele assentiu em concordância.

— Tenho uma surpresa pra você.

— Vai ser difícil superar a última – o alertei – O que é?

Edward começou a subir as escadas sem dizer nada e eu o segui, ansiando pela surpresa. Quando chegamos ao segundo andar ele caminhou em passos tranquilos até a minha mãe e eu permaneci parada na ponta da escada. Alice e Jasper sorriram sugestivamente pra mim, sentados em uma poltrona. Esme e Carlisle acenaram e retribui com um sorriso. Rosalie estava sozinha no sofá maior.

— A surpresa é a família reunida em uma sexta-feira anoite? – perguntei ao meu pai.

— Quase isso, monstrinha – Emmett disse subindo as escadas em sua velocidade vampiresca com um homem ao seu lado.

O sorriso do homem ao seu lado morreu no momento em que me viu, encarando-me dos pés a cabeça com surpresa estampada nos olhos vermelhos. Eu o reconhecia de lembranças do passado, de um momento não muito bom, onde estar com ele era uma das poucas horas que não sentia medo.

— Benjamin?

— Renesmee Cullen – cumprimentou-me – Você cresceu.

— O que faz aqui? – perguntei.

— Renesmee! – Vó Esme me repreendeu – Não seja rude.

— Desculpe... eu não quis soar... – ele me interrompeu com um sorriso divertido no rosto.

— Tudo bem, foi só uma pergunta – disse para Esme – Digamos que estou de férias pelo mundo. Estava por perto e resolvi fazer uma visita.

— Onde está Tia?

Sua expressão mudou e ele encarou os próprios pés na busca por palavras.

— Em algum lugar do Egito – deu de ombros voltando a me encarar – Nós não estamos mais juntos.

— Eu sinto muito – sussurrei.

Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Guardava lembranças de Tia e Benjamin durante a batalha, eles pareciam ser feitos um para o outro. O vampiro avançou em minha direção e delicadamente levou minha mão até a lateral de seu rosto.

— Mostre-me alguma coisa – pediu entusiasmado.

Lhe mostrei a primeira lembrança que tinha dele, anos atrás, no dia em que o conheci na floresta, onde ele mostrou-me o seu dom.

— Eu sempre achei o seu dom magnifico – disse quando seus olhos voltaram ao normal.

— Você tem os quatro elementos na palma da sua mão, Benjamin. O que é transmitir os pensamentos?!

Como o perfeito exibicionista que era, no mesmo momento seus dedos entraram em chamas e ele os apontou para a lareira, fazendo que a mesma fosse acendida.

— Deve estar com frio – disse sorrindo de lado.

— Obrigada – o agradeci.

— Benjamin está dizendo que partirá pela manhã, Renesmee – Esme comentou decepcionada – Faça-o mudar de ideia.

— Achei que estivesse de férias – Rose disse abraçando o marido – Por que ir embora tão rápido?

Ele deu de ombros sentando-se ao sofá.

Fiquei ao lado de meus pais.

— Eu estou de férias. Ainda tenho muitos lugares para conhecer.

— Faça de Forks sua estadia mais longa – mamãe sugeriu – Eu sei que parece uma cidade pequena e sufocante demais. Você se surpreenderia com o que pode encontrar aqui.

Seus olhos caíram sob mim e Ben assentiu em concordância.

— Talvez eu fique por mais tempo.

— Você é muito bem-vindo em nossa casa – Carlisle disse.

— Obrigada, Carlisle.

— Só pedimos que sua alimentação seja feita fora da cidade para evitarmos problemas.

— Ou... – interrompi o meu avô – Benjamin pode se alimentar como nós.

Ele franziu o cenho com uma carranca estampada na face.

— Animais? – perguntou.

— Você se surpreenderia.

— Não é tão ruim quanto realmente parece – Edward lhe disse – Deveria tentar.

— Talvez eu faça isso – murmurou pensativo.

— E você – o leitor de mentes olhou-me – Precisa caçar urgentemente. Achei que já fosse grandinha o suficiente para se cuidar sozinha.

— Eu sou. Ainda não sinto falta do sangue – dei de ombros.

— E nem de comida pelo visto – Esme disse levantando-se – Vou buscar algo para comer, você anda muito magra.

Busquei o olhar de minha mãe por ajuda mas ela simplesmente sorriu. Qualquer coisa era melhor do que comida humana naquele momento.

— Ben – o chamei – Venha caçar comigo e me livre dessa grande tortura.

Ele assentiu rindo.

— Vamos.

 

 

 

 

 

 

 

A floresta estava completamente escura, a visão de Benjamin era o dobro melhor do que a minha então ele caminhava na frente desviando-se com facilidade dos galhos. Depois de alguns minutos de corrida eu podia ouvir o barulho das aguas do riacho. Mostrei à ele onde deveríamos ir e foi a sua vez de seguir-me.

— Eu não queria fazer isso hoje – murmurei parando de correr – Às vezes eles são um tanto quanto superprotetores.

— Às vezes? – perguntou sarcasticamente – Você morde coelhinhos, Renesmee?

Rolei os olhos.

— Espere pra ver.

Senti meus instintos se apurarem em busca de algum som. Um leão da montanha se aproximava e nos mantemos em silencio, até que ele estivesse próximo o suficiente para que em um pulo eu o derrubasse, sugando parte suficiente de seu sangue até que eu estivesse satisfeita. Benjamin me encarava encostado em uma árvore, ele não parecia com nojo... seu olhar era diferente.

— Você pode provar – sugeri levantando-me do chão.

Benjamin caminhou em passos lentos até o animal e abaixou-se para que pudesse fazer o mesmo que eu estava fazendo. Quando terminou me lançou um sorriso.

— É muito ruim.

— Não deve ser tão ruim assim - falei.

— Você nunca provou sangue humano, não é?

— Nunca – lhe disse.

— Por isso não acha tão ruim.

— Acho que com o tempo nos acostumamos – murmurei.

— Talvez.

— Então... ficará por mais tempo conosco?

Ben sorriu.

— Eu ficarei.


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