Peter correu o mais rápido que pôde até o Quinjet. Ele sabia exatamente qual botão apertar para abrir e fechar a rampa, pois ele viu os adultos fazendo isso. Ele entrou no jato e se escondeu em um compartimento apertado e não utilizado, mas que comportava bem seu corpo.

Peter era bastante arqueável. Desde o experimento com a aranha, ele se achou mais flexível e ágil, então lugares apertados não era problema.

Os Vingadores só chegaram ao jato vinte minutos depois. Provavelmente estavam finalizando os planos antes de irem embora. Peter ouviu as vozes de todos os membros da equipe e do tal Nick Fury, que parecia ser alguém importante.

Durante as conversas, Peter percebeu que eles iriam para lugares diferentes: seu pai vai para um lugar chamado Nexus e depois para a Torre; Steve, Natasha e Barton vão para Seul; e Bruce e Nick vão direto para a Torre.

Ótimo, a Torre foi o primeiro lugar que eles pararam. Peter esperou todos descerem para descer em seguida. Ele entrou na Torre e se escondeu em uma sala desocupada. Através de uma janela, ele viu o jato partir novamente, levando a maioria dos Vingadores. Apenas Bruce ficou na Torre preparando o laboratório e à espera do retorno de Tony Stark.

Faltavam algumas horas para o nascer do Sol, então Peter se sentou ali mesmo e adormeceu enquanto esperava o retorno do jato.

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“Muito bem, Barton! Leve logo para o laboratório!”

“Já estou indo! Só me dá uma ajudinha aqui pra empurrar esse berço!”

Peter despertou do sono com vozes no andar de onde estava. Sua superaudição era muito eficiente e estava bem apurada no momento. Podia ser que ele estivesse sonhando, mas tinha certeza que ouviu as vozes de Tony e Clint. Peter olhou pela janela – ainda sonolento – e viu o jato pousado, no mesmo lugar de onde partiu. Ele se levantou e foi espiar o laboratório.

Peter conseguiu entrar silenciosamente e se escondeu atrás de um armário para ouvir a conversa deles.

“Eu vou encontrar Natasha.” A voz de Clint soou e Peter ouviu seus passos indo embora.

“Posso trabalhar com a degeneração tecidual se você destruir qualquer sistema operacional que a Cho implantou.” Disse Bruce.

“Falando nisso...”, Tony começou a falar, não terminou.

“Não.” Bruce adivinhou o pensamento de Tony e, seja qual fosse, não concordou com a ideia.

“Confia em mim.” Tony pediu.

“Não confio.”

“Nosso aliado, o cara protegendo os códigos nucleares militares... eu o encontrei.”

“Olá, Dr. Banner.”

Bruce ficou surpreso quando viu a interface do JARVIS bem na sua frente.

“Ultron não atacou JARVIS porque estava com raiva”, Tony ia explicando, “Ele atacou porque tinha medo do que o JARVIS podia fazer. Então JARVIS se escondeu. Ele nem sabia que estava até que o montei outra vez.”

“Espera aí, quer que eu ajude você a colocar o JARVIS dentro dessa coisa.”

“Não! É claro que não. Eu quero ajudar você a colocar o JARVIS nessa coisa.” Tony lançou um sorriso. “Não é minha área. Você entende de bio-orgânica mais do que qualquer um.”

“E você tá afirmando que a matriz operacional do JARVIS pode vencer a do Ultron?”

“JARVIS já vem vencendo ele sem nem perceber. É a nossa chance de criar o Ultron perfeito...”

Para Peter, ficou claro que os dois estavam concentrados em tentar resolver o problema do Ultron criando possivelmente um outro problema. Ele decidiu se revelar, mas hesitou, com o receio do que seu pai vai pensar ou fazer com ele. Definitivamente, Peter não pensou nas consequências de sua desobediência e com certeza não lhe passou pela cabeça de que realmente ele não conhecia Tony Stark. Será que os Maximoffs tinham razão em odiá-lo? Será que por trás da máscara do Homem de Ferro, ele era igual ao Ultron?

Peter saiu de lá tão silencioso quanto ele entrou e decidiu ficar em seu quarto, até que os outros chegassem, e ver o que vai acontecer.

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Tony Stark passou o dia inteiro trabalhando com Bruce Banner para colocar uma consciência naquele corpo que a Dra. Cho fez. Sua Inteligência Artificial era a consciência perfeita para criar um novo ser que vai proteger o mundo.

“A torre de codificação genética está em 90%.” Bruce avisou. “Tem que fazer o upload da programação nos próximos 3 minutos.”

Steve Rogers adentrou o laboratório acompanhado dos gêmeos Maximoffs. Ele não estava nada feliz com o que faziam.

“Só vou dizer isso uma vez”, vociferou Steve.

“Que tal nenhuma?” Tony o interrompeu.

“Desligue agora!” Steve mandou.

“Não, não vai rolar.”

“Não sabe o que está fazendo!”

“E você sabe?” Perguntou Bruce. “Ela não tá na sua cabeça?”

“Eu sei que está com raiva.” Disse Wanda.

“Eu estou com muito mais do que raiva. Eu te estrangularia agora e nem preciso ficar verde.”

“Banner”, Steve falou enraivecido. “Depois de tudo o que aconteceu-”

“Não é nada comparado com o que está por vir.” Completou Tony.

“Não sabe o que tem aí dentro!” Gritou Wanda.

A discussão iria continuar e ficar mais acalorada se não fosse por Pietro desligando o berço com sua supervelocidade.

Pietro olhou para todos surpresos. “Não, não. Continuem. O que diziam?”

Uma bala atravessou o piso de vidro em que Pietro estava. O piso se desfez em cacos e Pietro caiu no andar de baixo. Clint estava lá com uma arma na mão. “O que foi? Não me viu chegando?”

Com o berço desligado, o corpo estava perdendo a conexão.

“Estou redirecionando o upload.” Tony agiu.

Steve perdeu a paciência e teve que impedir Tony. Ele jogou o escudo no berço que o repeliu e acertou outros equipamentos. Tony chamou uma manopla de ferro e atirou contra Steve. Parte da armadura também se juntou a ele.

A briga foi intensa até Thor aparecer. Thor subiu no berço e, inesperadamente, lançou uma descarga forte de eletricidade, carregando-o por completo.

Após alguns segundos, a tampa do berço se abriu em uma explosão e um corpo vermelho se levantou vividamente. Era muito estranho. Era um corpo vivo, totalmente vermelho e com uma joia amarela na testa.

O corpo se jogou para cima de Thor, mas este o lançou para longe até parar de frente a uma janela de vidro. O corpo ficou lá parado, vislumbrando seu próprio reflexo enquanto que Thor impedia que os outros se aproximassem.

Tecido em tom verde-escuro cobriu o corpo da criatura enquanto ele se movia, aliás, levitava em direção à equipe. Os Vingadores – exceto Natasha – e os Maximoffs se reuniram ali e olhavam o novo ser. Vendo que a situação estava sob controle, Thor apoiou seu martelo na mesa.

“Isso foi estranho.” O ser disse com a voz do JARVIS. Ele se virou para Thor. “Mas obrigado.” Observando Thor, o ser fez uma capa se formar em suas costas, como parte do uniforme.

“Thor”, Steve chamou. “Você ajudou a criar isso?”

“Eu tive uma visão.” Thor começou a explicar. “Um redemoinho que suga toda a esperança de vida e o centro é aquilo”, ele apontou para a joia brilhante na testa do ser. “É a joia da mente. Uma das seis joias do infinito. O maior poder do Universo com capacidade destrutiva e incomparável.”

“E por que você trouxe-”

“Porque Stark está certo.”

“Oooh, sem dúvida, esse é o fim dos tempos.” Bruce comentou.

“Os Vingadores não podem destruir Ultron.” Thor disse.

“Não sozinhos.” O ser caminhou entre eles.

“Por que sua visão fala como JARVIS?” Steve questionou.

“Reconfiguramos a matriz do JARVIS para criar uma coisa nova.” Tony explicou observando o ser vermelho que andava entre eles. A impressão era que esse ser também observava eles.

“Vocês acham que sou um filho do Ultron?!” O ser falou. “Não sou Ultron. Eu não sou JARVIS. Eu sou...”

“Eu olhei na sua mente”, Wanda deu um passo a ele. “E vi aniquilação.”

“Olha outra vez.”

“O selo de aprovação dela não é nada para mim.” Clint disse com desprezo.

“Os poderes dos dois, os horrores da nossa cabeça, o próprio Ultron, tudo isso veio da joia da mente. E não há nada comparado ao que pode fazer.” Thor explicou. “Mas com ela do nosso lado.”

“Ela está?” Steve duvidou. “E você, está do nosso lado?”

“Acho que não é tão simples.” Disse o ser.

“É melhor se tornar simples rápido.” Avisou Clint.

“Eu estou do lado da vida. Ultron não está. Ele vai acabar com tudo.”

“O que ele está esperando?” Tony perguntou.

“Vocês.”

“Em Sokovia? Ele está mantendo a Nat lá.” Clint revelou.

Bruce encarou o ser ainda incerto. “E se estivermos errado sobre você? E se é um monstro que Ultron construiu?”

“O que farão?” O ser perguntou, mas ninguém respondeu. Não sabiam exatamente como responder. O ser continuou a falar, “Eu não quero matar Ultron. Ele é único e está sofrendo muito. Mas esse sofrimento vai tragar toda a Terra. Por isso ele deve ser destruído. Cada forma que ele construiu, cada traço da sua presença está na Internet. Temos que agir agora. E nenhum de nós fará isso sem os outros. Talvez eu seja um monstro. Acho que eu não sabia se eu fosse um. Não sou o que vocês são e nem o que planejaram. Talvez não haja como fazê-los confiar em mim, mas temos que ir logo.”

O ser inesperadamente levantou o martelo do Thor e o segurou para entregá-lo ao dono. Todos os Vingadores ficaram surpresos. O Mjölnir parecia leve na mão do ser vermelho. Thor não teve outra reação, a não ser receber o martelo da mão dele.

Thor se recuperou da surpresa depois algum tempo. “Tudo bem. Vamos lá!”

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A equipe concordou em chamar o ‘ser’ de Visão, pois ele era parte da visão de Thor. O próprio Visão achou adequado, embora soasse estranho para Tony. Não era JARVIS, mas ele poderia ser melhor.

A equipe se organizou e se arrumou para a batalha. Os Maximoffs também foram chamados para batalhar, afinal, os poderes deles eram fortes e tinham capacidades o suficiente para parar Ultron, ou, ao menos, ajudar os Vingadores. Os gêmeos se sentiam culpados por terem ajudado um vilão, mas eles queriam se redimir.

Tony Stark pensou no que está por vir. A batalha poderia demorar bastante tempo, afinal, Ultron é uma máquina e eles não sabiam o que ele estava construindo. Ultron odeia o Homem de Ferro, por isso, Tony decidiu que deveria ser ele quem deve encarar Ultron primeiro. E se não sobrevivesse?

Tony se lembrou de que prometeu ao Peter que voltaria logo para buscá-lo. Isso tornou a situação pior. E se não voltasse? Tony teve uma breve, mas importante conversa com Barton sobre isso. Ele pediu que o amigo pegasse o Peter e o levasse para Pepper, caso não sobrevivesse à luta. Pepper vai saber o que fazer e vai ajudar o Peter a se inserir na sociedade. Tony contava com isso. Ele sentiu uma urgência de ligar para a Torre e contar tudo a ela sobre o Peter, mas conteve a vontade porque não era uma hora certa e não queria se despedir. Também queria ligar para a Sra. Barton, mas não saberia como falar com Peter.

Tony Stark, você é inteligente o suficiente para criar um robô destrutivo, mas não sabe como expressar sentimentos!, Tony pensou, julgando a si mesmo. E que sentimentos tem pelo Peter? Apenas proteção é o suficiente? Como discernir sentimentos se ele está tão confuso? Deus, ele sentia falta dos falatórios do garoto!

Com todos prontos, o Quinjet partiu em direção a Sokovia para consertarem um erro. Steve Rogers decidiu fazer mais um de seus famosos discursos, tanto para motivar quanto para recapitular o plano.

“O Ultron não sabe que estamos indo. É provável que recebamos a artilharia pesada. E foi para isso que nós viemos. Mas as pessoas de Sokovia”, Steve olhou para todos, recebendo atenção deles, “não sabem. Nossa prioridade é tirar todos de lá. Só o que eles querem é poder viver em paz. Isso não vai acontecer hoje, mas faremos o melhor para protegê-los e cumpriremos a missão. Vamos descobrir o que Ultron está construindo, vamos achar Romanoff e tirar os civis de lá. Mantenham a luta entre nós.” Steve fez alguns segundos de silêncio antes de voltar a falar. “Ultron pensa que somos monstros, que somos o que há de errado com o mundo. Não tem a ver apenas com derrotá-lo, e sim mostrar se ele está certo.”

Houve um minuto de silêncio até Clint ficar inquieto. “Eu ouvi alguma coisa. Dentro desse armário ali.” Clint apontou para um armário próximo ao Thor. Todos ficaram em alerta, pois Clint era um espião experiente e ele não se intrigava à toa.

Houve um barulho mais audível vindo de dentro e Thor pôs as mãos nas portas do armário para abri-lo. Quando o abriu, outra surpresa surgiu: Peter tropeçou de dentro e foi parar no chão.

“Esses equipamentos estúpidos ocupam muito espaço”, Peter resmungou se levantando rapidamente.

Tony também se levantou de seu acento de piloto. Ele pôs no piloto automático e foi ao encontro de Peter.

“Garoto, o que está fazendo aqui? Eu mandei ficar na casa dos Barton.” Tony disse cerrando os dentes.

Peter ficou agitado e tentou se explicar. “Eu sei! Eu ia ficar lá, mas eu pensei-”

“Eu não quero ouvir.” Tony resmungou.

“-e se ele não voltar? É um caminho tão longo que eu imaginei que é melhor já estar por perto porque-”

“Agora eu vou ter que ouvir.”

“-pode ser eu possa ajudar de alguma forma. E o discurso do Capitão foi ridiculamente motivador. E já estamos a caminho de Sokovia.”

“Exatamente!” Tony falou. “Onde eu não queria que você fosse, por isso te deixei lá na fazenda.” Tony suspirou. “Como é que você fez? Pediu pra Sra. Barton de trazer pra Torre e aí se escondeu no jato?”

“Não, claro que não.” Peter soltou um suspiro. Ele estava tão ferrado. “Eu me escondi no jato antes de vocês saírem da fazenda, depois me escondi na Torre e depois no jato de novo.”

Tony ficou perplexo e sem reação com essa resposta.

“Estou vendo que a teimosia e o cinismo reina na família Stark!” Steve comentou com humor, o que garantiu um olhar julgador de Tony nele.

Peter notou pela primeira vez a presença dos Maximoffs no jato com os Vingadores. “O que eles estão fazendo aqui?”

“Eles disseram que querem ajudar”, Clint respondeu, “e que querem se redimir. Vão lutar contra Ultron, por isso que estão aqui.”

Peter encarou os gêmeos e cruzou os braços. “Ah, agora vocês do lado dos Vingadores.”

Wanda engoliu em seco enquanto olhava o Peter com o olhar de arrependida. “Desculpe se descontei toda a raiva em você e disse coisas horríveis sobre os Vingadores. É que eu e meu irmão estávamos sofrendo com a perda de nossos pais e culpei o seu por tudo. Quis acabar com suas esperanças. Desculpe-me.”

Pietro pôs uma mão no ombro de Wanda em conforto. Ele sempre tentou convencer sua irmã de que Peter não tinha culpa de nada e que o garoto era mais inocente do que eles mesmos.

“Eu culpo Strucker.” Peter disse e deixou Wanda aliviada, pois o garoto não tem raiva dela.

“Peter”, Tony o chamou e recebeu a atenção dele. “Em outras circunstâncias, eu estaria feliz em lhe ver, mas estamos a meio caminho de Sokovia. Não há volta, então...”

Peter acenou entendendo a situação. Uma vez que pousarem, haverá guerra contra Ultron e ele começou a sentir a pressão da batalha.

Vendo que a tensão voltou em Peter, Tony decidiu fazê-lo relaxar um pouco passando um tempo com ele. “Venha”, disse Tony. “Vou te mostrar a cabine do piloto. Deixo você ser meu copiloto.”

Os olhos do garoto brilharam em animação com o convite. Até o jato pousar, Peter ficou ao lado de Tony ouvindo tudo o que ele tinha pra dizer sobre navegação e pilotagem.

O jato pousou em Sokovia ao amanhecer. Eles só tinham que seguir o plano.

Pietro, Wanda e Capitão América ficaram responsáveis por evacuar a cidade. Pietro avisou as autoridades, Wanda usou seu poder de manipulação para retirar o povo pacificamente e Steve procurou manter a ordem guiando o povo para as rotas de fuga.

Thor foi atrás do dispositivo ou máquina que Ultron construiu. Ele invadiu a ex-base da HIDRA mais uma vez e encontrou o que procurava, mas não sabia dizer o que era. Bruce foi com ele para procurar por Natasha. Ele a encontrou em uma cela da base e a libertou.

Clint ficou de vigília e ajudou o povo a encontrar as rotas de fuga da cidade. Homem de Ferro e Visão ficaram de encarar Ultron e evitar que ele usasse a máquina que construiu.

Tony olhou para Peter e ficou relutante em sair do jato e deixar o garoto sozinho, mas tinha que confiar nele.

“Você entendeu tudo o que eu falei?” Tony perguntou a ele. “Sabe quais botões apertar, caso alguma coisa aconteça?” Peter timidamente acenou que sim. “Aperte os comandos e jato irá partir e levará você de volta à Torre no piloto automático, entendeu?”

“Entendi.”

“Repita tudo o que eu disse pra você fazer.”

“Devo ficar no jato o tempo todo e se alguma coisa acontecer com você ou com a equipe ou com a cidade, devo apertar os comandos para o jato me levar de volta à Torre.”

“Isso mesmo.” Tony disse e hesitou, incerto do que deveria fazer agora com Peter. Ele optou por fazer o óbvio: deixar o jato o mais rápido possível e encontrar o Ultron logo de uma vez. “Fique no jato!”, Tony o ordenou ao fechar a rampa da nave.

Tony sobrevoou a cidade em seu traje em busca do inimigo.

“Seu alvo está na igreja, chefe.” Disse a nova Inteligência Artificial chamada de Sexta-feira, substituta de JARVIS. “Acho que está esperando você.”

O Homem de Ferro pousou no centro da igreja e olhou ao redor.

“Veio confessar seus pecados?” Soou a voz marcante de Ultron.

“Não sei. Quanto tempo você tem?”

“Mais do que você.” Ultron surgiu por trás do Homem de Ferro.

“Andou tomando bomba? Tipo um coquetel de vibranium? Está meio, assim, ‘parrudo’.”

“Você está enrolando para proteger o povo.”

“Bem, essa é a missão. Você se esqueceu?”

“Eu já superei sua missão. Estou livre.”

Nesse momento, uma máquina rotatória surgiu do solo, cavando de baixo para cima e se prendendo ao piso da igreja.

“O que foi? Acha que é o único que está enrolando?”

“Ali está o resto do vibranium. Função: ainda incerta.” Sexta-feira informou.

“Isso vai ser o seu fim, Tony. Essa é a paz para o meu tempo.”

Tony ouviu um tumulto de gritos vindo da cidade ao redor. Ultron estava atacando a cidade com seu exército de robôs e Tony não podia mais esperar pelo Visão. O Homem de Ferro saiu para ajudar as pessoas na cidade quando Visão chegou e executou seu plano de desconectar Ultron.

“Visão desconectou Ultron da Internet. Não vai escapar por lá.”

“Ótimo!” O Homem de Ferro atirou rajadas de energia nos diversos robôs que apareceram. Ele lutou por um tempo antes de um tremor longo e forte começar. O tremor dividiu a cidade e não demorou muito para perceber que a cidade estava sendo elevada.

“Sexta-feira?”

“Sokovia vai dar um passeio.”

O Homem de Ferro levantou voo para analisar a situação de cima. Não era nada boa.

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Peter ouviu gritos. Eram gritos distantes vindos da cidade. O jato estava estacionado em uma clareira na floresta, afastado da civilização para não gerar curiosidade.

Com sua superaudição, Peter ouviu gritos de desespero e um barulho de marcha de metal, como se tivesse um exército de robôs. Ele mesmo viu alguns passando pela floresta e indo até a cidade.

Peter lutou entre ficar e obedecer ou se render à sua curiosidade e espiar o que estava acontecendo.

Enfim, a curiosidade falou mais alto e ele desceu do jato por uns instantes. Mas era só uma espiadinha, depois iria voltar e aguardar os Vingadores.

Peter correu rápido da floresta até a civilização. Casas estavam vazias, prédios foram evacuados e carros foram abandonados nas ruas. Aquele local que ele chegou estava quase deserto, exceto por um casal e duas crianças.

“Vamos, temos que nos apressar! Ficamos para trás”, disse a mulher para o homem repleta de medo.

“Estou tentando o melhor que eu posso”, disse o homem tentando fazer uma ligação direta em um carro.

“Aquelas coisas podem aparecer a qualquer momento.”

“Ei!”, Peter chamou se aproximando deles. “O que estão fazendo aqui? A cidade está sendo evacuada.”

“Pensa que não sabemos disso?” O homem respondeu bruscamente ainda sem sucesso com a ligação direta.

“Perdoe o meu marido, criança”, disse a mulher. “Mas é que nós ficamos para trás tentando proteger nossas crianças. Não sabíamos o que estava acontecendo.”

O homem fez algumas mais algumas tentativas e, finalmente, o motor do carro roncou e passou a funcionar. O homem comemorou rapidamente antes de ajudar suas duas crianças a entrar no carro. A mulher ocupou o banco do passageiro.

“Vamos, garoto! Vai morrer se ficar aqui!” O homem o convidou a entrar no carro também.

 Peter abriu a boca para recusar quando o tremor começou. O terremoto chacoalhou tudo ao redor e Peter temeu que fosse tarde demais. Não enquanto os Vingadores estiverem lutando, pensou Peter.

Peter tomou uma decisão e entrou no carro. “Dirija até os Vingadores. Eles poderão ajudar vocês.”

O homem acenou e começou a dirigir um longo percurso. Enquanto estavam no carro, mais sentiam a terra se mover abaixo, como se estivessem subindo. Foi quando chegaram próximo ao centro da cidade que eles viram muitas pessoas e robôs no meio das ruas.

Um dos robôs pousou sobre o capô do carro, assustando as crianças e quase causando um acidente. O motorista conseguiu manter a rota sem colidir enquanto que o robô subiu no teto do carro. Peter abaixo a janela de vidro e começou a sair por ela.

“Continue dirigindo!” Peter avisou para o motorista enquanto subia ao teto do veículo em movimento. Mais uma vez, Peter encarou um robô.

Equilíbrio era fácil para ele. A sola do tênis que usava não era muito grossa, então era possível se prender ao veículo sem cair. O robô deu um soco e Peter se desviou dele. Essa ação se repetiu por mais duas vezes até segurar o braço do robô e entortá-lo. Peter puxou o robô para mais perto e, com a mão livre, agarrou o pescoço dele, apertando e quase o separando da cabeça. Peter jogou o robô inativo para o lado, mas outro passou sobrevoando por cima dele. O sensor-aranha o alertou para se abaixar e o robô passou direto. Mais outro veio, porém, Peter deu uma braçada nele que o jogou na calçada, despedaçando-o.

Peter sentiu o carro parar e logo soube por quê. A ponte estava destruída e ela era uma rota de fuga. Peter desceu do carro.

“Fiquem com as outras pessoas! Os Vingadores vão dar um jeito!” Peter falou para o homem.

“Que jeito?” O homem duvidou. Ele olhou para a esposa aflita e depois para Peter de volta. “A ponte foi destruída e a cidade está subindo Deus-sabe-pra-onde.”

“Apenas confiem.”

O homem acenou e ajudou sua família a sair do carro. Eles se juntaram a um grupo de pessoas aguardando resgate.

Peter olhou em volta e avistou o Capitão América lutando contra alguns robôs.

“Vocês se erguem apenas para cair. Vocês Vingadores são meu meteoro. Quando a poeira abaixar, a única coisa viva nesse mundo será de metal.”

A voz do Ultron soou dos robôs como se fossem autofalantes.

Então Peter entendeu. Ultron estava elevando a cidade para depois soltá-la e causar destruição com o impacto.

Ele tinha que encontrar o Homem de Ferro.