As Criações de Stark escrita por Srta Poirot


Capítulo 6
Um Lar


Notas iniciais do capítulo

É isso! O capítulo final! Aproveitem! ;)

— Os Vingadores enfrentam o Ultron pela última vez e Peter e Tony têm uma conversa séria. Tony cumpre uma promessa que fez ao garoto.



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Encontrar os Vingadores em meio ao caos não era fácil.

Muita gente gritando, muita gente correndo e muita poeira no ar. Os sentidos de Peter estavam se sobrecarregando e causando-lhe dores de cabeça. Mas ele não iria parar.

Peter atacou mais alguns robôs e tomou cuidado para que os Vingadores não o vissem e se distraíssem com sua presença. Apenas o Homem de Ferro que lhe importava e Peter queria encontrá-lo. Provavelmente estava voando e atacando de cima.

Peter entrou em um beco para tomar fôlego. Ele nunca havia visto nada parecido e com certeza nunca fez nada tão emocionante. Nem as imagens que viu na TV do ataque à Nova York eram tão desesperadoras do que estava vendo agora.

Além do Capitão América, Peter avistou Pietro correndo por aí e destruindo tudo que fosse de metal. Ele também avistou uma criatura grande e verde saltando e destruindo muitos robôs com socos. Dr. Banner, Peter pensou.

Os outros devem estar espalhados em pontos estratégicos da cidade.

Foi quando Peter avistou o Homem de Ferro saindo de um prédio caindo. Ele carregava uma banheira com algumas pessoas dentro. Ao pousar, um casal e uma criança saíram da banheira sãos e salvos graças ao Homem de Ferro.

Ele não estava tão longe, agora era a hora perfeita.

“Pai!” Peter gritou com toda a força. Em meio ao caos, o Homem de Ferro pareceu ouvir, possivelmente por ter reconhecido a voz. Peter gritou outra vez.

O Homem de Ferro se virou para a direção de onde vinha essa voz tão familiar. Ele ficou chocado ao ver Peter saindo de um beco e acenando com os braços para vê-lo.

Alguns metros de distância não impediram de Tony ver a expressão de felicidade do garoto ao revê-lo. Tony não sabia o que sentir: Alívio por ele estar bem? Raiva por ele tê-lo desobedecido de novo? Surpresa pela coragem do garoto?

Nenhuma dessas emoções se igualou ao fato de ver a expressão do garoto mudar de repente. Mudou para uma expressão de choque seguida de frieza em milésimos de segundo. Peter se abaixou e pegou uma barra de aço de 1 metro de comprimento e o lançou em sua direção como se fosse uma lança.

Tony não teve tempo de pensar, apenas de usar seu instinto para desviar da barra que atingiu alguma coisa atrás dele. Quando Tony se virou, a barra havia perfurado o tronco de um robô, desativando-o. O robô em questão tinha um de seus braços em forma de lâmina afiada. Certamente tinha a intenção de transpassá-la pelas costas do Homem de Ferro e teria obtido sucesso se não fosse pelo Peter.

Tony caminhou em direção ao Peter, o capacete da sua armadura se desfez revelando seu rosto e uma cara de não feliz. E de das emoções anteriores, Tony escolheu a raiva.

“Eu sei o que você vai dizer”, Peter disse levantando o indicador durante sua explicação, “mas eu ouvi todas essas pessoas gritando e não pude evitar.”

“Você me desobedeceu pela segunda vez! Mandei ficar no jato!” Tony vociferou.

“Eu sei! Eu quis estar aqui, ajudando vocês.”

“Eu disse para ficar longe! Você deveria estar a caminho de casa agora! E se alguma coisa-“

“Que casa?!” Peter o interrompeu. “Você me diz para voltar pra casa, mas que casa? Não tenho um lar e nunca tive um lar.” As últimas palavras saíram cheias de emoção e Tony ficou calado vendo o garoto com lágrimas nos olhos. O garoto, no entanto, continuou falando. “Não importa se estou aqui ou no jato, ninguém vai sentir falta. Se eu morrer, serei apenas mais um na lista. Eu-eu não me sentiria bem se eu tivesse ficado sem fazer nada porque eu finalmente posso fazer alguma coisa. E quando você consegue fazer as coisas que eu consigo, mas não faz e coisas ruins acontecem, a culpa é sua.”

“Você quer fazer diferença no mundo?” Tony perguntou compreensivo e Peter acenou que sim com a cabeça baixa. “Você salvou minha vida e eu estou grato por isso. Acho que você já fez diferença no mundo. Muito bem, garoto.”

Tony Stark sempre pensou dessa forma. Ele fazia diferença no mundo sendo o dono da maior empresa tecnológica fabricante de armas, mas não da forma positiva que ele imaginava. Era da forma negativa. Foi por isso que ele construiu sua primeira armadura naquela caverna no Afeganistão, afinal, não tinha nada a perder caso fosse descoberto. Se ele tivesse morrido, seria apenas o fim do Mercador da Morte e nada mais. Mas ele mudou.

Peter levantou a cabeça, ainda tímido da conversa. “O que acontece agora?”

“Eu sei que você acha não fará falta e que se morrer o mundo continuará o mesmo. A verdade é: e daí? Talvez o mundo continue o mesmo, mas os mortos não fazem a diferença e sim os vivos. Você está certo em querer agir, mas precisa de autopreservação. Peter, você é muito jovem, precisa crescer primeiro. Então, por favor, deixe-me protegê-lo e prometo que lhe darei um lar. É o mínimo que posso fazer por você.”

Peter ficou pensativo por um tempo antes de concordar com o pedido. “E você estará comigo?”

“Claro. É o que eu espero.” Tony foi sincero. Ele realmente queria ajudar o garoto, vê-lo se adaptando a uma nova vida, realizando sonhos, fazendo faculdade e vivendo em paz. Também era hora de Tony parar e descansar. Quem sabe...

O breve momento emocional foi interrompido por um robô voando em direção a eles. Tony viu o robô apontando uma arma e atirando neles. Tony Stark foi rápido o bastante para puxar o garoto para si, envolvendo-o em um abraço protetor antes que o tiro o atingisse. Mal deu tempo de gritar “Cuidado!” quando o tiro passou por eles e acertou um carro próximo. O tiro atingiu o combustível e o carro explodiu instantaneamente. A força da explosão os lançou para longe. Felizmente, a maior parte do impacto da explosão e da queda atingiu a armadura de Tony.

“Peter?” Tony chamou, mas não teve resposta. “Peter?!” Tony se esforçou para ficar de joelhos ao lado do Peter aparentemente desmaiado. “Oh, não, não, não! Peter!” Tony levantou a cabeça na direção do robô de metal que ainda estava sobrevoando. Com raiva, Tony mirou sua manopla nele e atirou, deixando-o em pedaços. Sua atenção voltou para Peter. “Por favor, não morra! Ainda tem muito que viver.”

Peter despertou com uma expressão de alarme em seu rosto. Ele inspirou fundo e seus sentidos retornaram aos poucos ao normal.

“Peter, graças a Deus. Você está bem?” Tony perguntou preocupado.

“Parece que eu caí das escadas, mas estou bem.” Peter sentiu sua cabeça apoiada no braço direito de seu pai. Ele estava de joelhos ao seu lado, quase o abraçando.

“Você deu um susto em seu velho aqui. Parecia que estava desmaiado.”

“Eu sinto muito.”

“Tudo bem. Consegue levantar?” Peter fez um esforço e conseguiu ficar de pé. Ele ainda tinha forças para continuar. Tony continuou a falar, “Agora você vai ficar escondido em algum lugar. Use suas habilidades apenas para se defender. Lembra-se da autopreservação que falei?”

Peter acenou que sim. “E você vai fazer o quê?”

“Tenho que descer a cidade de volta ao chão. E devo confessar que isso não se faz todo dia.”

“Coisa de Vingadores. Mesmo assim, a cidade não pode cair, senão vai matar milhares lá embaixo.” Peter raciocinou.

“Se não descê-la, ela vai continuar subindo até Ultron resolver baixá-la e destruir o planeta.” Tony argumentou.

“A outra opção seria-” Peter se interrompeu como se fosse falar algo errado.

“Seria?”

“Não é uma boa ideia.”

“Mas diga.”

“Você não vai gostar.”

“Não ligo. Diga logo!”

Peter hesitou, mas resolveu falar. “Destruir a cidade... e todos que estão nela.”

Tony ficou pasmo. Há muita gente na cidade, inclusive Peter e seus amigos. Tony pensou por um tempo. “No centro da cidade há uma torre de vibranium que liga de cima pra baixo e mantém a cidade inteira magneticamente. Thor e eu podemos...” Tony suspirou. “Vai explodir tudo.”

“Tudo bem, parece um plano.”

“Peter, ninguém vai morrer hoje. Faça como eu disse.”

O comunicador de Tony chiou um pouco, mas a voz do Capitão soou alta e clara. “Stark, já tem alguma ideia?”

“Bom, nada de mais. Talvez uma forma de explodir a cidade. Vai impedi-la de chocar contra o solo se conseguirem sair.”

“Eu pedi uma solução e não um plano de fuga.”

“O raio de impacto está ficando cada vez maior a cada segundo. Vamos ter que fazer uma escolha.” Tony notou que ninguém estava feliz com a ideia, mas era a única coisa que tinham.

O Capitão América e a Viúva Negra discutiram sobre o assunto. Ela aceitou mais fácil o triste destino.

Tony levou Peter para uma construção em ruínas, mas aparentemente livre de robôs. Até que uma voz o surpreendeu.

“Que bom que gostou da vista, Romanoff. Ela está prestes a melhorar.”

“Agora as coisas estão melhorando!” Tony exclamou. “Mudança de plano, garoto. Parece que Fury vai dar carona.”

Nick Fury chegou em um aeroporta-aviões acompanhado da Maria Hill e os Agentes da SHIELD restantes. A intenção de ajudar na evacuação de civis era clara e era a ajuda que os Vingadores precisavam. Eles enviaram transportes salva-vidas.

“Tenho uma missão para você.” Tony disse ao Peter, que ficou atento ao que ele dizia. “Quero que você ajude na evacuação dos civis, levando todos aos transportes. Inclusive você mesmo, entendeu? Primeiro os civis, depois entre no transporte.”

“Entendi.”

“Agora vá, garoto! Ajude a guiar aquelas pessoas!”

Peter abriu um sorriso e correu em direção a um grupo refugiado. O grupo estava distante do local de pouso dos transportes e Peter os incentivou a segui-lo até o local.

Tony fechou o capacete da armadura e voou para proteger os transportes dos robôs aéreos. Ele só poderia pôr o plano em ação quando todos os civis estiverem salvos no aeroporta-aviões.

Um grupo de robôs foram ao ataque do aeroporta-aviões de Fury, mas o Máquina de Combate apareceu para salvá-los.

“Sim! Essa vai ser uma boa história!” Disse Rhodes.

“É, se viver pra contar.” Tony disse destruindo o último robô restante do grupo.

“Promete que não vai me zoar?”

“Se sobrevivermos, vou aplaudir.”

“Vou cobrar meus aplausos.” Rhodes disse quando apareceram mais robôs. Eles se separaram para enfrentá-los.

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Na cidade, centenas de pessoas estavam sendo resgatadas pelos transportes. Peter chegou com seu grupo e se encontrou com Clint.

Clint ficou meio surpreso ao ver Peter por ali. “Pensei que você tinha ficado no jato.”

“Oi, Sr. Barton. Eu saí do jato, é uma longa história.” Peter gesticulou para o grupo de pessoas que o seguiam. “Eu trouxe mais civis.”

“Ótimo! Eles já podem entrar no transporte.” Clint apontou para o transporte estacionado próximo.

Clint Barton observou como Peter guiava aquelas pessoas sem perder a calma. Algum tempo depois, Peter voltou para o lado de Clint.

“Você não vai com eles no transporte?” Clint perguntou.

“Vou no último, quando todas as pessoas estiverem a salvo.”

Clint ficou impressionado com o jovem rapaz. “Você está fazendo um ótimo trabalho.” Ele viu Peter sorrir com o elogio.

“Rhodey, ajude Peter a colocar as pessoas nos transportes. Vingadores, hora de pegar pesado!”

“Preciso ir, Peter. O Homem de Ferro está chamando. Rhodes vai te ajudar.”

Peter acenou e Clint foi ao encontro dos Vingadores.

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Todos os Vingadores e os gêmeos Maximoff se reuniram no prédio da igreja central. O dispositivo estava bem ativo no centro, só esperando ser acionado. Eles não podiam deixar. Ultron não poderia chegar perto.

“Qual é o lance?” Perguntou Natasha.

“Esse é o lance.” O Homem de Ferro apontou para o dispositivo central enquanto explicava. “Se o Ultron colocar as mãos no núcleo, nós perdemos.”

Como se esperasse a deixa, Ultron apareceu com um exército de mais robôs.

“É exatamente o que eu queria: todos vocês contra todos de mim. Como vocês ainda esperam me impedir?”

“Como o velhinho disse: juntos!” Tony respondeu.

Então a batalha começou.

Os Vingadores unidos contra todos os robôs-Ultron.

Durante alguns poucos minutos – que pareciam uma eternidade – os robôs foram sendo derrotados pelos heróis mais poderosos da Terra.

O Visão encurralou Ultron lançando um laser pela joia da mente em sua testa. Thor se juntou ao ataque com seu raio elétrico do martelo e o Homem de Ferro com lasers de suas manoplas. O ataque dos três juntos derreteu a carapaça de vibranium de Ultron.

Ultron caiu derrotado.

“Sabem, avaliando em retrospectiva-”

Antes que Ultron terminasse de falar, o Hulk deu um soco que o lançou para longe. Mas não era o fim de Ultron ainda.

Os poucos robôs restantes tentaram escapar voando, mas foram interceptados por Máquina de Combate e Visão.

“Temos que sair. O ar já está ficando rarefeito. Entrem nas naves.” Steve ordenou à equipe. “Vou procurar os perdidos. Depois eu sigo vocês.”

“Mas, e o núcleo?” Clint perguntou.

“Eu vou protegê-lo.” Clint olhou para Wanda após sua revelação. “É meu trabalho.”

Clint viu que Wanda estava decidida e acenou para ela. Ele acompanhou Natasha aos transportes dirigindo um carro que encontrou na rua.

Quando eles chegaram, eles viram que havia mais um transporte sendo ocupado pelo restante dos civis. Natasha correu atrás do Hulk para tranquilizá-lo e trazer Banner de volta.

Clint entrou no transporte de resgate e viu Peter.

Peter se alegrou ao ver Clint de volta. “Parece que é o último grupo de pessoas.” Ele informou Clint.

“É, muito bem! Bom trabalho!” Clint viu uma mulher gritar dizendo que seu filho ficou para trás. Clint olhou para os escombros da cidade e viu um garoto mais novo que Peter pedindo ajuda, preso nas ruínas de um prédio.

Clint foi cumprir seu dever de resgatar o garotinho.

Peter olhou para o céu e viu um jato se aproximando rápido. Ele não viu o piloto, mas logo soube que era um inimigo. O jato lançou tiros em direção aos Vingadores que estavam nas ruas da cidade. Capitão América se desviou dos tiros, Hulk foi atingido (mas ele é Hulk e não sentiu nenhuma dor, apenas ficou com mais raiva), e Clint...

Foi tudo muito rápido: em um momento, Clint estava com o garoto nos braços e em outro, uma nuvem de poeira cobriu a vista de Peter quando o jato passou atirando.

Espero que o Sr. Barton e o garoto estejam bem, pensou Peter. Ele só soube o que aconteceu quando, dois minutos depois, Clint Barton chegou ao transporte com o garoto são e salvo nos braços. O que chamou a atenção foi o Capitão América trazendo Pietro nos braços.

Steve pôs Pietro no chão e Peter viu os vários buracos de tiros que ele levou. Clint entregou o garoto para a mãe, que ficou agradecida.

Peter se ajoelhou ao lado de Pietro e algumas lágrimas desceram pelo seu rosto. Pietro era legal e só queria fazer o que era certo. Mesmo que tenha se juntado ao Ultron contra os Vingadores, era compreensível, pois Pietro ainda estava de luto pelos seus pais. Ele se redimiu no final.

“Ele se expôs na frente dos tiros para nos salvar.” Clint disse se juntando ao Peter em despedida. “Foi um herói.”

“Foi um Vingador.” Peter comentou.

“Sim, ele foi.”

As últimas pessoas subiram. Estava tudo acabado quando a cidade começou a tremer. Steve pulou rapidamente no transporte para se salvar e a cidade começou a cair de volta ao solo. O Homem de Ferro e Thor teriam que agir logo para não haver impacto.

Foi tudo muito rápido. Homem de Ferro agiu na ponta de baixo e Thor na ponta de cima. A combinação gerou em uma explosão que desintegrou a cidade. Tudo foi destruído e apenas as ruínas caíram no mar.

Peter ficou apreensivo, pois o Homem de Ferro estava no meio de toda a explosão e poeira. O Thor era um deus – foi o que contaram – e ele sobreviveria. O mesmo não vale para o Homem de Ferro.

Outro problema era a Wanda que não apareceu.

Em poucos segundos eles chegaram à aeronave gigantesca da SHIELD. Peter só sabia da existência da SHIELD porque Strucker fingia ser a SHIELD por um tempo, mas na verdade era HIDRA. A SHIELD resgatou essas pessoas, a SHIELD era do bem.

Peter foi um dos últimos a descer do transporte. Natasha Romanoff já estava no aeroporta-aviões esperando pelos amigos. Ela estava muito triste e sem o Banner. O Visão pousou com a Wanda nos braços. Wanda, muito chorosa, correu para o lado do irmão morto, sendo carregado pela equipe médica em uma maca. Infelizmente, não havia mais nada para se fazer por ele. O Visão deixou o local voando.

Peter viu Thor, Máquina de Combate e Capitão América, mas ele se alegrou mais quando viu algo vermelho voando e se aproximando. Era o Homem de Ferro.

Tony fez questão de retirar sua armadura danificada. Peter não perdeu tempo e correu até ele, abraçando-o forte.

A surpresa foi que Tony o abraçou de volta. Ele envolveu seus braços ao redor de Peter como Peter fez com ele. “Muito bem, garoto. Você sobreviveu.” Peter riu da piada. Para Tony, nem tudo saiu como planejado, mas eles iam ficar bem.

O mundo foi salvo mais uma vez.

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Três meses depois...

Tony Stark estava decidido. Ele não iria mais fazer parte da equipe a menos que fosse extremamente necessário. Claro que ele sempre fará de tudo para ajudá-los. Por exemplo, ele continuará financiando a equipe e mandou construir uma nova instalação para os Vingadores, agora situada ao norte de Nova York.

A antiga Torre dos Vingadores estava voltando a ser a Torre Stark. Ele moveu quase tudo o que era dos Vingadores para a nova instalação.

Tony estava atualmente dirigindo seu Audi R8 laranja com Peter sentado no banco do passageiro. Seria apenas uma visita deles e uma despedida de Thor. Thor decidiu que vai voltar para Asgard e assumir as responsabilidades que tem por lá.

Faltavam poucos quilômetros para chegarem. O trajeto foi tranquilo e com conversas leves.

“Está ansioso para começar a escola?” Tony perguntou ao Peter. “Ou talvez com medo? Não tem problema, porque você nunca esteve em uma sala de aula.”

“Não estou com medo. Estou ansioso, com certeza, mas não com medo. Acho que vai dar certo.” Disse Peter.

“É, o segredo é prestar atenção nos professores, fazer os deveres de casa e participar de clubes da escola. Eu sugiro o Clube de Robótica. A Escola Midtown de Ciência e Tecnologia tem o melhor clube de robótica de Nova York. Até porque sou eu quem patrocina.”

Peter acenou e pegou um cubo mágico não resolvido de dentro do porta-luvas. Tony mostrou para ele como se resolve o cubo mágico e o ensinou também outras coisas necessárias para o convívio com adolescentes da mesma idade de Peter, tipo, cultura pop como músicas, filmes e jogos. O garoto, como sempre, mostrou facilidade em aprender.

Tony olhou para Peter enquanto dirigia. “Como está seu italiano?”

Sta andando bene. Grazie per avermelo chiesto.” Peter respondeu. (Está indo bem. Obrigado por perguntar.)

“E como estão as aulas de francês?”

C'est plus compliqué, mais j'apprends.” (É mais complicado, mas eu estou aprendendo.)

Tony estava meio enferrujado pro francês, mas esboçou um sorriso satisfeito. Durante a infância, Tony teve que aprender francês e espanhol, e aprendeu italiano com sua mãe. Agora, ele está ensinando italiano para Peter e contratou um professor particular de francês.

Tony inspirou fundo para a próxima pergunta que queria fazer. “Peter, tenho uma pergunta mais séria e gostaria de saber de você, porque você pode opinar e dizer o que prefere. Tipo, eu estava dando entrada em seus documentos e preciso oficializar um nome completo. Peter é seu nome e Stark é seu sobrenome agora, mas precisa de um segundo nome. Se quiser, é claro. Não é obrigado.”

“Entendi.”

“Por exemplo, o meu é Edward. Eu sou Anthony Edward Stark. Nos arquivos de Strucker só tinha Peter. Neste caso, Peter Stark. Mas você pode ser Peter alguma-coisa Stark. Você decide.”

Peter acenou concordando e parou de mexer no seu cubo resolvido pela metade. Ele pensou por algum tempo antes de responder. “Benjamin.”

Tony ergueu uma sobrancelha surpreso. “Por que Benjamin? Tem alguma razão?”

“Não sei. Apenas lembrei-me de Benjamin Franklin.”

Tony sorriu. “Culpa do Thor, creio eu.”

Peter ficou realmente impressionado quando viu os raios de Thor. O deus nórdico fez Benjamin Franklin parecer um amador pra sua época.

“Está certo! Tudo resolvido!” Tony exclamou satisfeito.

“Falta menos de um quilômetro para chegar à nova instalação dos Vingadores, chefe.”

“Obrigado por informar, Sexta-feira.”

“Eu estava quase me acostumando com a voz do JARVIS.” Peter comentou.

“Mas Sexta-feira é uma ótima substituta. Vai se acostumar com ela.” Tony disse.

“Espero que sim, jovem Peter.”

Peter sorriu quando a Inteligência Artificial mencionou seu nome. Ele ia dizer algo, mas eles chegaram à Instalação. Os olhos de Peter se arregalaram e sua boca abriu em admiração.

“Uau!” Peter disse. “Isso é incrível!”

O campo ao redor do prédio era impecavelmente verde, o prédio era perfeitamente pintado de branco e o logotipo estava estampado bem grande na lateral.

As portas que davam para a garagem se abriram e Tony estacionou o carro dentro. “Que bom que gostou da parte de fora. Você vai gostar muito mais da parte de dentro.”

Peter saiu animado do carro. Ele viu através das grandes janelas de vidro um Quinjet pousando do lado de fora.

“Olha só quem chegou! O mini-Stark!” James Rhodes veio recebê-los com um enorme sorriso. “Gosta do que vê? É mais incrível por dentro.”

“Foi o que eu acabei de dizer pra ele.” Tony disse cumprimentando o amigo. “Como se sente sendo um Vingador?”

“Me sinto ótimo e pronto para a próxima missão!”

Tony sorriu e se virou para Peter. “Vamos, garoto. Faremos um tour e iremos à cozinha depois.” Tony se virou para Rhodes. “O metabolismo dele é uma coisa de louco. Ele come mais do que você.”

Rhodes e Peter protestaram ao mesmo tempo, fazendo Tony rir ainda mais.

“Em minha defesa, eu estou em fase de crescimento.” Peter argumentou.

Os três fizeram um tour para o Peter como Tony sugeriu. Tony aproveitou para fiscalizar os setores, os laboratórios e as salas de conferências.

Depois do tour, Rhodes se retirou para se preparar para o treinamento. Tony e Peter ficaram um tempo na cozinha fazendo um lanche quando Wanda e Visão entraram. Ainda era estranho para os dois verem o Visão e ouvirem a voz de JARVIS, mas iria ficar menos estranho com o tempo.

Eventualmente, a visita teve um fim e eles tinham que ir embora. Tony estava ansioso para saber se a Pepper estaria na Torre quando voltassem para lá. O encontro de Pepper e Peter foi meio estranho e foi difícil explicar que ele tinha um filho prisioneiro da HIDRA sem ninguém saber. Faz dias que ela não apareceu na Torre com a desculpa que tinha uma viagem de negócios. Pepper alegou que voltaria hoje, mas Tony estava preocupado.

Tony foi conversar com Steve e Thor enquanto que Peter ficou mais tempo com Wanda e Visão, prometendo encontrá-lo na saída.

Steve, Thor e Tony andavam lado a lado no corredor lateral do prédio.

“As regras mudaram.” Comentou Steve.

“É uma coisa nova.” Disse Tony.

“É, o Visão é uma inteligência artificial.”

“Uma máquina.”

“Então, não conta.”

Thor esboçou um sorriso com o assunto da conversa deles. Steve e Tony estavam tentando convencê-lo de que o Visão não se aplicava às regras de ser digno para levantar o Mjölnir.

“Não é uma pessoa levantando o martelo.” Tony alegou.

“Isso! Regras diferentes pra nós.” Steve concordou.

“Um cara legal, mas artificial.”

“Se ergueu o martelo”, Thor decidiu falar, “ele pode ficar com a joia da mente. Está segura com o Visão. E sabemos que todo cuidado é pouco.”

“Mas se colocar o martelo no elevador-” Steve começou.

“Ainda subiria.” Tony completou.

“O elevador não é digno.” Steve refletiu.

“Sentirei falta dessas conversas.” Thor disse.

“Não, se não partir.” Tony pediu.

“Eu não tenho escolha. A joia da mente é a quarta joia do infinito a aparecer nos últimos anos. Não é coincidência.”

Nesse momento, Peter apareceu e se juntou a eles.

“Pronto para ir?” Perguntou Tony a ele.

“Sim, foi legal conhecer o lugar.”

Eles deixaram a instalação e ficaram em pé no gramado para se despedirem. Tony pôs seus óculos escuros.

“Thor, você acha que pode descobrir o que vem por aí?” Steve perguntou tentando não parecer tão preocupado com uma possível nova ameaça.

“Acho. Além deste homem”, Thor deu uma batidinha no peito de Tony, “não há nada que não possa ser explicado. Adeus, meus amigos. Adeus, homem das aranhas.” Ele deu alguns passos à frente, acenou para os companheiros e levou seu martelo. Um portal Bifröst com as cores do arco-íris transportou Thor instantaneamente, deixando símbolos marcados no gramado.

Peter arregalou os olhos em surpresa, mas as expressões de Steve e Tony permaneceram inalteradas.

“Esse cara não tá nem aí para o serviço de jardinagem.” Tony comentou. “Mas vou sentir falta dele.” Ele chamou seu carro pelo controle, que andou automaticamente até parar na frente dele.

Tony gesticulou para que Peter entrasse no carro.

Peter deu a volta pela frente e abriu a porta do passageiro. Antes de entrar, ele perguntou: “Pai, podemos comer pizza no jantar?”

“Não, já comemos pizza ontem. Você não vai comer pizza todo dia.” Tony viu Peter ficar chateado. “Mas podemos ter lasanha no jantar.” Peter voltou a ficar animado. “Ora, sali in macchina.” (Agora, entre no carro.) Tony ordenou e o garoto obedeceu.

Steve ficou impressionado. Era a primeira vez que ouviu o garoto chamar Tony de pai. Foi uma grande evolução de Tony. “Olha, estou surpreso! Vai ficar mesmo com o garoto?” Steve perguntou.

Tony franziu o cenho. “Ele não é um animalzinho que algumas pessoas descartam. Ou um bebê que dão pra adoção. Ele já tem noção das coisas e nunca teve uma família. Posso consertar isso enquanto há tempo.”

“Eu realmente estou impressionado. Quando te conheci, podia jurar que você jamais aceitaria tal responsabilidade.”

“Talvez. Vi um vídeo do meu pai alguns anos atrás contando que eu era sua maior criação. Talvez Peter seja a minha maior criação.” Tony suspirou. “Ele tem um lar agora. Como eu prometi a ele.” Tony olhou para o Peter no carro e depois de volta ao Steve. “Ele vai frequentar a escola assim que o ano letivo começar.”

“Qual escola?”

“A Escola Midtown de Ciência e Tecnologia. É uma ótima escola. Fica no Queens, mas não tem problema.”

“No Queens? Deixa-me adivinhar: você patrocina a escola?”

“Eu investi nela. Em troca, eles vão manter discrição com a mídia. Já falei com os diretores e está tudo resolvido.”

“Tudo resolvido?! Como vai explicar a todo mundo a existência dele?”

“É só eu dizer que o mantive escondido de todo mundo, que não queria que a mídia soubesse e que ele teve educação em casa. Tenho uma história pronta, escuta só: vou dizer que ele morava com uma tia porque a mãe morreu e eu não estava pronto para assumir a responsabilidade, mas o provi de tudo que fosse necessário. Então aconteceu um incêndio não divulgado e a tal tia morreu. E também todos os documentos dele foram destruídos no tal incêndio, por isso que mandei fazer documentos novos pra ele. E Peter Benjamin Stark agora vive com o pai. O que acha?”

“É, tudo resolvido, então.”

“Eu sou Tony Stark. Esqueceu quem eu sou?”

Steve sorriu. “Vida normal, uma família... Um dia eu quis isso. Mas foi há 75 anos. Alguém diferente retornou.”

“Vai ficar bem?” Tony perguntou.

“Sim. Eu estou em casa.”

E com isso, eles acenaram um adeus temporário, pois sabiam que iriam se encontrar de novo. Tony entrou no carro e dirigiu de volta à Torre Stark, seu lar, com Peter.

Steve retornou ao interior da instalação dos Vingadores.

“Vai continuar olhando para a parede ou vai trabalhar?” Steve perguntou para Natasha com humor. “Mas reconheço que é uma parede bonita.”

Ela se virou para ele. “Pensei que você e Tony ainda estivessem se paquerando.”

Eles foram até a sala de treinamento onde os novos recrutas estavam esperando.

O Visão foi o responsável por eliminar de vez o Ultron. Ele destruiu o último robô que sobrou, a última chance de Ultron escapar. Não há mais Ultron, foi o que todos souberam. Agora o Visão era dos Vingadores, a favor da humanidade.

O Gavião Arqueiro declarou que iria sair da equipe e se aposentar. Ninguém reclamou, pois ele tem família e um novo bebê a caminho para curtir. Ele fez muito pela equipe e levou o crédito por isso.

Wanda lamentou muito a morte do irmão Pietro, mas aceitou o convite para continuar nos Vingadores. Há muito ainda para ser feito e ela seria uma boa contribuição para a equipe. Provou ser leal e tudo mais, se arrependendo dos erros do passado e se nomeando de Feiticeira Escarlate.

Sam Wilson, o Falcão, e James Rhodes, o Máquina de Combate, também aceitaram o convite para a equipe mais poderosa do mundo.

Natasha e Steve continuaram firmes. Sentiram falta do Banner, mas decidiram seguir em frente. Além do mais, a nova equipe precisava de treinamento.

Os Novos Vingadores. Era como eles se chamavam.

Feiticeira Escarlate, Visão, Falcão, Máquina de Combate, Viúva Negra e Capitão América formavam a nova equipe.

Capitão América olhou para os quatro recrutas e inspirou fundo, se preparando para um discurso.

“Vingadores...”


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Notas finais do capítulo

O que acharam do final? Gostaram? Deixe suas opiniões! ;)

PS.: Eu estou escrevendo uma nova fic com Tony e Peter como pai e filho em um universo totalmente alternativo. Vai ter Tony adolescente e baby Peter. Ative as notificações e aguardem! ;)



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