A Promessa escrita por _milenayamamoto


Capítulo 4
Memórias Apagadas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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— Querido, chegamos! – Samira gritou ao entrar em casa.

— Hanna! – Willian, pai de Hanna apareceu na porta e abraçou a filha. – Você está bem, querida?! O que houve?!

— Minha pressão caiu, papai. – Hanna respondeu. – Eu estou bem agora, não se preocupe. Mas acho melhor ir para o meu quarto e me deitar um pouco.

— Você se lembra onde é seu quarto, querida?! – Samira perguntou para Hanna.

— Eu me lembro, mamãe. – ela respondeu, deixando seu pai um pouco confuso com a pergunta.

Hanna subiu as escadas e entrou em seu quarto, enquanto seus pais conversavam no primeiro andar.

Colocando sua bolsa no chão, ela se jogou na cama e olhou para as paredes: todos os certificados de quando ainda estava na escola, todos seus pôsters de suas bandas favoritas e as fotos de seus amigos. Tudo parecia em completa ordem, assim como havia deixado antes de se mudar para seu apartamento.

Se levantou da cama e foi até seu mural de fotos na parede. Lembrava de todos aqueles rostos e seus nomes. Até que se deparou com uma foto um tanto antiga que fez seu coração bater mais forte que o normal, Hanna devia ter seis anos na época, ela estava de mãos dadas com um garoto que aparentava a mesma idade. Pegou a foto e reconheceu, no verso, a letra da sua mãe: Michael Sparks. No dia em que ele pegou a mão de Hanna pela primeira vez.

— Michael... Sparks... Oh, não. Mãe!! – Hanna gritou, fazendo Samira correr até o quarto, desesperada:

— Filha! Filha! O que houve?!

— Mãe... - Hanna mostrou a antiga foto. - Você escreveu essa frase no verso da foto... Eu não me lembro dele... Quem é Michael Sparks?

 

• • •

 

Samira trouxe um grande álbum de fotos e se sentou ao lado da filha. Folheou as páginas, até que chegou nas fotos da escola.

— Olha, filha. Você e Michael sempre estavam juntos. – Samira mostrou as várias fotos dos dois lado a lado, nas apresentações, gincanas e tudo mais. – Por vocês terem quase a mesma altura, vocês estavam sempre, mas sempre mesmo, juntos. E isso fez com que vocês se tornassem grandes amigos.

Hanna olhou atenta a cada foto, mas não conseguia se lembrar de nada. Nenhuma lembrança, nenhuma memória de ter conhecido Michael Sparks.

— Eu não te culpo por não lembrar dele. Ele se mudou quando vocês tinham oito anos, e desde então não se encontraram mais. Perderam contato e nunca mais se viram. No começo foi muito difícil para você. – Samira contava enquanto olhava o álbum com a filha.

— Você não conseguia dormir, não queria comer, não ia para a escola... e quando ia voltava mais cedo, na maior choradeira. Ficava todos os dias na janela da frente, esperando por ele. O tempo foi passando e você foi se acostumando... Até que todo aquele sofrimento acabou.

— Eu... Não me lembro. – Hanna sussurrou, triste.

— Você era muito pequena, acho que você não se lembra de muita coisa daquela época.

— É...

— E então, vamos jantar?! Se lembra do sabor da minha comida?!

— Claro que lembro, mãe. Você é a melhor cozinheira do mundo. Mas não tenho fome.

— É melhor você comer nem que seja um pouco, viu?!

— Tá. Vou tomar um banho antes de descer para o jantar, então.

— Tudo bem, filha. Vou estar esperando lá embaixo.

Enquanto Hanna se preparava para o banho, Samira desceu as escadas e foi até a sala, onde Willian estava sentado, lendo seu jornal.

— Como ela está?! – Willian perguntou, colocando seu jornal sob o colo.

— Está bem. – Samira respondeu, se sentando ao lado do marido.

— O que houve?!

— Ela não se lembra do Michael.

— Michael!?

— Sim, Michael Sparks. Lembra-se dele?

— Queria dizer que não... Aquele moleque!

— Não fale assim do menino.

— É bom que Hanna não se lembre dele... Depois de tanto sofrimento que minha filhinha passou por causa daquele...

— Willian! Os dois eram crianças, foram melhores amigos! É claro que Hanna ficaria triste com a separação.

— Mas é bom que ela tenha se esquecido completamente desse Michael. Afinal, agora ela tem o jovem Robert Cury. Aquele sim parece ser um bom rapaz. É estudioso e vai se tornar um grande médico. Terá um futuro brilhante e minha filha terá uma vida ótima.

— Eu não gosto daquele rapaz. Esse Bob... Robert Cury, que seja. Tem algo nele que não me agrada.

— O que não te agrada, mulher?

— Ele parece ser um bom rapaz... Mas tem algo errado com ele, Willian.

— Pois eu dei a mão da minha única filha para esse jovem, Samira. Tenho certeza que ele vai fazê-la muito feliz.

— Ela não aceitou se casar ainda.

— Como não?!

— Ela não se lembra do Bob. Não se lembra de ter aceitado se casar. E eu não vou deixar minha pequena se casar com um rapaz que ela nem conhece.

— Ela vai se casar com Robert Cury e ponto final!

Samira abaixou a cabeça, indignada. Seu coração se encheu de preocupação, queria falar poucas e boas para o marido, mas achou melhor não continuar com o assunto. Fechou os olhos e respirou fundo, se levantou e foi para a cozinha.

Terminou de preparar o jantar e arrumou a mesa, bem a tempo da filha sair do banho e descer as escadas. Os três se sentaram em silêncio e comeram o belo jantar.

Hanna notou a atmosfera tensa que se formava entre os pais, ela conhecia muito bem os pais que tinha e preferiu não dar motivos para mais nenhuma briga. Ela comeu seu jantar, sorrindo para a mãe de vez em quando, para elogiar o quão deliciosa estava a comida.

Se levantou da mesa, após terminar a refeição e foi se preparar para dormir, em pleno silêncio.

— Nossa filha é linda! – Samira exclamou para o marido.

Willian olhou a filha se afastar da mesa e sorriu concordando, orgulhoso.

Hanna subiu as escadas novamente e deitou em sua cama.

Após se deitar e adormecer, um sonho estranho começou:

— Hanna. – era Bob sorrindo para ela, do altar de uma grande igreja.

Ela caminhou devagar, de braços dados com seu pai. Estava vestida de noiva e com passos lentos, ela atravessou a igreja e segurou a mão de Bob, ao chegar no altar.

Os noivos se ajoelharam, e o padre começou a cerimônia.

E na hora do beijo dos recém-casados, alguém gritou entrando de repente na igreja:

— Não! Hanna! Parem esse casamento!

Hanna se virou para a pessoa escandalosa, mas antes de ver seu rosto...

O despertador tocou, eram oito horas.

Hanna bocejou preguiçosa, parecia não ter dormido nada:

— Que sonho mais estranho...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do capítulo ♡ Não esqueça de deixar um comentário com a sua opinião :D



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