A Promessa escrita por _milenayamamoto


Capítulo 3
A Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Quando o dia amanheceu, Hanna rolou e rolou na cama até umas nove horas da manhã.

Ela se levantou e foi tomar um banho. Enquanto a água morna caía pelo seu rosto, flashes incompletos de uma lembrança distante começaram a surgir:

— Claro que eu sei o que é casamento! – o pequeno Michael sorriu, enquanto desenhava circulos na calçada com giz de cera. – É quando duas pessoas que se gostam põem um anelzinho de ouro no dedo e moram na mesma casa pro resto da vida.

— Aaah. – Hanna sorria ainda mais, impressionada com a inteligência do melhor amigo. – Então quer dizer que a gente vai casar?!

— É claro que sim!

O vapor da água quente embaçava o box de vidro e parecia que o tempo parava naquele momento.

— Olha, Na. Eu não tenho moedas para te comprar um anel de ouro... – Michael pegou um giz amarelo com uma mão e pegou a mão direita de Hanna com a outra. – Mas você quer casar comigo?

— Eu quero! – Hanna disse, animada com a idéia.

Michael então desenhou uma linha amarela em volta do dedo de Hanna, que seria substituida por um lindo anel de ouro quando ele conseguisse juntar moedas suficientes.

— E agora? – Hanna perguntou, após desenhar uma linha em volta do dedo de Michael.

— Agora, vamos tomar um sorvete? – ele sugeriu, sem saber o que realmente deveria fazer.

— Vamos!

Hanna desligou o chuveiro e após se secar, colocou suas roupas e resolveu ir para o centro da cidade comprar livros.

Saiu do prédio com os fones nos ouvidos e caminhou em silêncio até o ponto de ônibus, que como sempre chegou atrasado.

"Acho que eu realmente não tenho vida social...", Hanna pensou, suspirando no ônibus quase vazio, "Minha mãe sempre diz que seria melhor se eu conhecesse pessoas novas. Só percebo que ela está certa quando eu não tenho trabalho. É um tédio ter que sair sozinha para fazer compras."

O ônibus parou e Hanna desceu em frente à uma pequena livraria. A sua favorita.

Entrou pela porta e se encontrou num paraíso de literatura.

— Muito bem! Agora começa a diversão. – Hanna sorriu para si mesma.

Pegou uma pilha de seus romances favoritos, se sentou em uma poltrona e abriu o primeiro livro. Leu algumas páginas até que uma mão pousou sobre seu ombro:

— Oi, Hanna.

— Bob! – Hanna deu um pequeno pulo com o susto. – Comprando livros de medicina?!

— Na verdade não, vim dar um oi para uma pessoa especial.

— Ah, sim. Ela trabalha aqui?!

— Não... Ah, deixa pra lá. Mas enfim, aposto que você não comeu nada hoje. Que tal irmos comer alguma coisa?!

— É uma ótima idéia. Mas você não deveria estar na escola?!

Tsc. Uma falta não vai matar ninguém. Então, vamos!?

— Vamos! Só espera eu pagar os livros que eu vou levar.

Hanna comprou três livros e após pagá-los, caminhou ao lado de Bob até um pequeno restaurante.

Fizeram o pedido e enquanto comiam, falaram sobre diversos assuntos.

— Hanna. – Bob disse, colocando um pequeno pacote sobre a mesa onde comiam. – Feliz aniversário.

— Wow. – Hanna sorriu com a surpresa. – Obrigada.

Ela abriu o embrulho, o papel prateado e a fita cor de rosa escondiam a caixinha de uma joalheria. E quando Hanna abriu a caixa, se deparou com um anel de ouro.

— Hanna. – Bob sorriu para ela. – Quer casar comigo?

Hanna engasgou, tossiu, bebeu um pouco de água, engasgou novamente e tossiu ainda mais alto.

— O que você disse?! – ela perguntou, pensando que ela tinha entendido errado.

— Você sabe... – Bob começou a ficar sem palavras, e sentiu sua pele ficar vermelha com a situação. – Casar. Eu já conversei com os seus pais. Podemos ser noivos até eu me formar e virar um grande médico, assim farei uma linda festa para você, te darei tudo aquilo que você merece...

Hanna engasgou mais uma vez, e após a tosse passar ela tomou fôlego e disse:

— Bob, Bob, Bob! Você não vai querer se casar comigo! Eu tenho dezoito anos, você tem vinte e dois... Eu trabalho em um Caffee, acabei de sair de casa e...

— E você é inteligênte, esforçada, corajosa. – Bob a interrompeu. – Tem o sorriso mais lindo que eu já vi. E eu quero te fazer feliz, Hanna. Eu quero te dar uma vida melhor. Eu te amo.

Hanna engoliu a seco aquelas últimas três palavras e sem perceber, desmaiou.

Bob ligou rapidamente para o pronto socorro e quando os paramédicos chegaram, ele foi dentro da ambulância, não acreditando no que estava acontecendo.

— A pressão dela caiu. – um dos paramédicos disse para ele, quando chegaram no hospital.

A levaram para um quarto e Bob ficou esperando até ela recuperar a consciência e acordar, o que não demorou muito.

— Hanna, – ele disse se acomodando na cadeira ao lado da cama onde a jovem estava deitada. Ele afagou seus cabelos com uma mão e segurou seu rosto com a outra. – você está bem, querida?!

— Sim. Eu... Meus livros!! Onde estão meus livros?! – ela perguntou, afoita.

— Estão aqui comigo. – Bob tirou a mão do rosto de Hanna e mostrou a sacola da livraria. – E eu estou aqui com você. Não se preocupe, foi só sua pressão que caiu.

— Obrigada... Mas... Quem é você?!

A porta do quarto se abriu num estrondo e Samira correu até a filha:

— Hanna! Hanna! Filha! Como você está?!

— Eu estou bem, mamãe... Mas quem é esse moço? – Hanna perguntou, apontando para Bob.

— Filha, querida... É o Bob, seu vizinho.

Bob se levantou da cadeira e andou até a janela do aposento, abaixou a cabeça e tirou do bolso da calça a aliança dourada que Hanna ainda não havia aceitado. Ele segurou as lágrimas que pareciam estar prestes a cair, não acreditando no que estava acontecendo.

 

• • •

 

— Sua filha está bem, senhora Meyer. – O médico disse para Samira após checar os raios-x que tiraram de Hanna e todos os outros exames. – Ela parece se lembrar de tudo e todos... Menos daquele rapaz que a amparou na hora do desmaio.

— Mas... doutor. O senhor acha que minha filha se lembra realmente de tudo?! Será que ela não se esqueceu de algo mais?! – Samira perguntou, preocupada.

— Isso só o tempo nos dirá. A amnésia que ela tem é temporária, logo ela se lembrará de seu amigo. A faça tomar os remédios e tudo ficará bem. Ela já pode ir embora, mas o melhor que a senhora pode fazer é ficar ao lado da sua filha e ver se não há mais nada que foi apagado de sua mente. Se algo acontecer, me contate. – O médico disse e entregou seu cartão para Samira.

— Sim... Obrigada, doutor.

Samira saiu da pequena sala onde estavam conversando e foi para o quarto onde Hanna estava, quase pronta para ir embora.

— Como eu estou, mamãe?! Eu estou bem!? – Hanna perguntou, ao ver a mãe entrando no quarto.

— Sim, querida. É só você tomar seus remédios corretamente e sua amnésia vai passar. – Samira respondeu, um tanto preocupada com a filha. – E acho melhor você voltar para casa por um tempo. O doutor disse que seria melhor se ficássemos juntas.

— Tudo bem, mamãe. Mas é melhor eu ligar para a Karen, ela me chamou para ir até sua casa por causa do meu aniversário, mas é melhor eu ficar com você e o papai hoje, não é?!

— Você... Se lembra da Karen, querida?

— Claro, mamãe... E onde está o Bob?!

— Ele foi embora enquanto você fazia seus exames, coitado. Ele estava tão abalado.

— Mas a culpa não é minha...

— Eu sei, filha... Mas foi um choque muito grande para ele, seria um choque para qualquer um. Afinal, ele estava planejando te pedir em casamento hoje. Talvez já tenha te pedido.

— E eu... aceitei, mamãe?!

— Eu não sei, filha... Eu não sei...


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Notas finais do capítulo

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