A Promessa escrita por _milenayamamoto


Capítulo 2
Dez Anos Depois


Notas iniciais do capítulo

esse é o primeiro romance que eu escrevi na vida ♡ e voltar a escrevê-lo (corrigindo os erros, adicionando detalhes e etc) me fez lembrar de tantos momentos especiais que vivi na época em que criei essa história ♡ ai ai , que nostalgia . ahaha



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Hanna havia se tornado uma bela moça. As sardinhas sob a pele clara e macia de seu rosto a deixaram ainda mais graciosa. Os cabelos já iam até a altura da cintura e a cor lembrava nozes. Os olhos tinham uma tonalidade mais escura que os cabelos, um castanho encantador.

— Bom dia, Bob! – Hanna sorriu para seu vizinho, ao sair de seu minúsculo apartamento e trancar a porta.

— Bom dia, Hanna. – ele respondeu um tanto cabisbaixo, olhando para suas chaves.

— Noite difícil?

— Tenho que estudar para as provas da faculdade e isso está tomando todo o meu tempo... Não tenho dormido direito.

— Vamos até a cafeteria, você precisa de um café.

— Era isso que eu estava pensando em fazer agora. – Bob sorriu e acompanhou Hanna até o elevador.

Bob já havia comentado algumas vezes que estudava medicina e era bolsista. Magro e alto, tinha os cabelos loiros e repicados na altura das orelhas. Olhos verdes e, por estudar até tarde, olheiras bem visíveis.

Os dois desceram juntos até o primeiro andar, saíram do prédio e atravessaram a rua. O Hanna's Caffe se encontrava logo na frente do edifício de três andares onde moravam.

— Seus pais foram tão legais em dar o seu nome para a cafeteria. – Bob disse, ao entrar pelas portas de vidro da pequena cafeteria.

— Foram sim. – ela sorriu, pendurando a placa "Estamos Abertos" no lado de fora da porta e logo amarrou seu avental em volta da cintura. – O de sempre, Bob?

— Sim, por favor.

Hanna anotou o pedido em seu bloquinho de notas e foi para a cozinha, onde sua mãe já estava trabalhando.

— Bom dia, mãe. Torradas e café com leite para o Bob. – ela disse e foi para a bancada, preparar o café.

— Bom dia, filha. Como está ficando o seu novo apartamento? – Samira, mãe de Hanna, perguntou.

— Está ótimo.

— Você sabe que se quiser voltar para casa, seu pai e eu vamos estar esperando.

— Obrigada, mãe. Mas não se preocupe.

As torradas e o café com leite logo foram entregues e o movimento começou.

Normalmente o local lotava. O Caffe era muito popular pelas redondezas e como Hanna escolheu não ir para a faculdade, ela se dedicava totalmente ao trabalho.

As portas da cafeteria se fecharam às seis horas da tarde, como sempre.

— Hanna. – Samira chamou pela filha, que lavava os pratos.

— Sim, mãe. – ela respondeu.

— Amanhã quero que tire o dia de folga.

— Ãh?! Mas por quê?

— É o seu aniversário. Já arranjei uma substituta e quero que você saia amanhã para se divertir.

Hanna ficou pensativa por alguns minutos. Ela precisava mesmo ir ao centro da cidade para comprar alguns livros. Suspirou e sugeriu:

— Mas e se eu trabalhar pelo menos meio turno? Eu posso ajudar a substituta a se adaptar e depois posso dar uma passada no centro para fazer umas compras e...

— Não, não e não. Amanhã você está proibida de pisar na minha cafeteria! – Samira riu.

Após algum tempo discutindo sobre o assunto, Hanna acabou sendo realmente proibida de aparecer no Caffe no dia seguinte.

— Por que você não sai para passear com o Bob? – Samira perguntou, curiosa. – Ele me parece um bom rapaz.

— Ele é um bom rapaz. Mas anda ocupado com as provas na faculdade. – Hanna tentava se livrar do assunto, mas sabia que sua mãe não a deixaria escapar tão facilmente.

— Mas amanhã é sexta-feira! Aposto que deve haver alguma baladinha por ai. Por quê não vai lá só pra dar uma olhada?!

Hanna fingiu não ouvir e continuou lavando a louça, mas Samira continuou:

— Eu sei que você nunca entrou em uma balada, e diz que não há nada lá que te interesse. Mas você precisa conhecer gente nova, filha.

— Tudo bem, mãe. Eu prometo que vou fazer algo divertido amanhã, OK?! – Hanna deu um sorriso maroto. – Beeeem divertido!

— Tudo bem, então. Não quero saber de você trancada no seu apartamento!

 

• • •

 

Após mais um dia de trabalho, Hanna voltou para seu prédio e quando estava destrancando a porta de seu apartamento, Bob apareceu com um sorriso de orelha a orelha:

— Oi, Hanna. Será que podemos conversar?

— Claro, Bob. O que houve? – ela sorriu para o vizinho.

— Fiquei sabendo que amanhã é seu aniversário de dezoito anos... E gostaria de saber se...

Mas antes que o rapaz pudesse terminar a frase, o celular de Hanna começou a tocar.

— Desculpe, Bob. Eu tenho que atender. Amanhã nós conversamos, ok!? Boa noite! – ela disse, apressada, destrancando sua porta de vez e entrando em seu apartamento.

Pegou o celular e atendeu, um pouco assustada por não reconhecer o número que aparecia na tela do aparelho:

— Alô?!

— Alô!? — a voz do outro lado da linha era feminina.

— Quem fala?!

— Meu nome é Karen. Estou procurando por Hanna Meyer.

— Karen?! Sou eu, Hanna!

— Hanna! Quanto tempo. Estou te ligando para desejar feliz aniversário antecipado. E avisar que troquei de número.

— Obrigada, amiga.

— Você tem algo de especial para fazer amanhã?!

— Na verdade, não...

— Vem aqui em casa?!

— Na sua casa... Hrr...

— Aah! Qual é?! Vem! Tenho uma surpresa para você!

— Só uma passadinha, tá?!

— Claro, claro! Estarei te esperando. Seis horas, aqui em casa!

— Entendi. Até amanhã.

— Até!

"Nossa.", ela pensou ao desligar o telefone. "Surpresa para mim?!"

Hanna tentou arrumar um pouco a bagunça do apartamento, mas não houve grande diferença. Depois de desistir, foi tomar um banho e após a rápida ducha, ligou seu computador e foi verificar seus e-mails.

Deletou as inúmeras propagandas e spans. E começou a fazer o que sempre fazia, procurar por Michael Sparks em um site de buscas. Mas não havia ninguém que se encaixava nos padrões do seu antigo melhor amigo.

— Cadê você? – Hanna começou a pensar alto enquanto vasculhava as inúmeras páginas na internet. – Michael Sparks... Michael Sparks... Michael Sparks... Cadê você, Mike?!

Mas acabou por não encontrar nenhuma pista, como sempre. Talvez ele não gostasse de redes sociais, Hanna deduziu, e não as utilizasse, o que dificultava as coisas.

— Já fazem dez anos, Mike... Cadê você?! – ela falou, desligando o computador.

A lua estava já alta do lado de fora do apartamento. E uma brisa leve entrava pela pequena janela que estava aberta, fazendo as cortinas dançarem. Ela resolveu se deitar, mas não conseguia sequer fechar os olhos.

— São tantos pensamentos para pouca Hanna, Michael. – ela sorriu para o teto. – Será que você ainda lembra de mim? Será que você também tem procurado por mim?... Dez anos, Mike... Porque eu não te encontro em lugar algum?

Aos poucos, a fala foi perdendo o som e os olhos começaram a pesar. Até que ela adormeceu, mais uma vez pedindo para que tudo não passasse de um pesadelo e que ao acordar ela se encontrasse com oito anos e que Michael Sparks ainda fizesse parte de sua vida.

 


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Notas finais do capítulo

espero que tenha gostado do capítulo ♡ deixe um comentário com a sua opinião (:



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