Riddare Drakar escrita por BellatrixOrion, HeielBlueSky


Capítulo 6
Capítulo 5 - Traidores e Capas


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas! E aqui está mais um capítulo. A semana foi complicada para as duas, fiquei doente uns dias, mas o capítulo chegou! Esperamos muito que todos gostem ! E não deixem de comentar para sabermos o que estão achando!

Ps. Um pequeno sumário para algumas palavras que já usamos e talvez nem todos conheçam:
Ajumma: Um tipo de Empregada/ faxineira
Jormungand: A serpente que lutará contra Thor no Ragnarok. Filha de Loki.
Helheim: Mundo dos mortos. O inferno da mitologia nórdica.
Odin: Pai de todos, o deus principal de Asgard e dos nove reinos.
Thor: deus do Trovão, filho de Odin.
Hunters: Caçadores; Nome do treinamento especializado para se tornar um matador de dragões.
Kildene Winter: Fontes de Inverno.

Enfim, acho que por hora é isso! Qualquer coisa vamos atualizando!
Aproveitem!!

~Bellatrix ♡



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Capítulo 5 - Traidores e Capas

Sasuke

 

O sol estava mais alto no céu agora, mesmo que o verão tivesse acabado de começar, já conseguia sentir o calor dos raios alcançarem minha pele, mesmo por baixo de toda aquela roupa.

Enfim, tentei não me demorar e, assim que terminei de subir o caminho estreito da Kildene, logo encontrei Sakura na beira do caminho, sentada em um tronco de árvore, de costas para mim, encarando a floresta que se apontavam diante dela. Era uma visão muito bonita, pois ali, naquele momento, Sakura realmente parecia uma flor em toda a sua beleza e simplicidade no meio daquela imensidão verde sem fim.

Suspirei.

Eu preciso controlar os meus pensamentos... E, além de tudo isso, temos uma situação muito mais urgente agora. Alguém com a capa dos Uzumaki estava perambulando pela floresta nesse exato momento, alguém que entregou alguma coisa para os homens de Orochimaru e que, certamente, estava tramando contra Konoha.

Isso eu não posso permitir passar.

—Pronto, já podemos ir. – Sakura sobressaltou-se e virou rapidamente em minha direção. Ela me parecia profundamente perdida em seus pensamentos, mas se tranquilizou assim que seus olhos repousaram em mim.

—Você foi mais rápido do que eu imaginei – Respondeu já se levantando, pulando o tronco e vindo em minha direção – Não teve dificuldades por causa dos ferimentos?

—Não, não! Você fez um ótimo trabalho.

—Fico feliz – E sorriu, e aquele para mim foi o sorriso mais lindo que vi em toda a minha vida.

Sakura….

Como gostaria de saber o que se passa por sua mente. No que ela estaria realmente pensando? Uma dúvida sempre pairou sobre mim, mas nunca tive coragem de perguntar para ela ou mesmo para Itachi sobre.

Será que ela sabia que estava prometida ao meu irmão?

Nunca os vi conversar desde que Fugaku nos informou sobre. Ela também não comentou nada a respeito, se o tivesse, Naruto certamente seria o primeiro a vir correndo me avisar.

Há a possibilidade de os líderes Haruno ainda estarem negociando com o meu pai antes de anunciar para todo o império, mas, infelizmente, as fofocas pelas ruas da cidade principal já começaram.

“O filho mais velho do Líder irá se casar com a guerreira mais jovem e prestigiada de Konoha”, e é claro que todos sabem de quem se trata.

Não tardará até que chegue até ela também, e não faço ideia de como Sakura reagirá quando descobrir.

—Bem, vamos indo. Ainda podemos alcançar quem quer que seja – Respondi com o intuito de voltar à realidade e focar no que realmente importava naquele momento.

—Vamos.

 

}|*|{

 

Estávamos caminhando já fazia um bom tempo, seguíamos rentes a estrada principal, utilizando as arvores para camuflar nossa presença e com o cuidado de sermos silenciosos e discretos para que quem quer que fosse não pudesse nem sonhar que estávamos ali.

Transpassávamos a floresta atentos a qualquer vestígio com potencial de ser uma pista, e consequentemente, um passo mais próximo do suposto traidor. Mas era estranho, ainda não tínhamos conseguido nada.

—Será que o perdemos de vista? – Sakura questionou-me – Ele não poderia ir muito longe. Não demoramos nem vinte minutos para começar a segui-lo.

—Talvez ele tenha decidido correr, para voltar o quanto antes à Cidade Principal.

—Não... Tenho certeza que não. Se ele tivesse feito realmente isso a terra da estrada estaria marcada, veja – Apontou, saindo por um momento da proteção das árvores e se aproximando do caminho terroso – Quando corremos colocamos força nas pernas, o impacto com o chão causa marcas muito mais profundas do que um caminhar comum. A não ser que mais alguém tenha vindo atrás apagando os rastros, posso ter certeza de que aquela pessoa está caminhando.

—Bem, você tem um ótimo ponto – Reconheci enquanto analisava o chão do caminho e coçava institivamente minha nuca.

—A prodígio da nossa geração, lembra? – Piscou e sorriu minimamente, achando graça do seu próprio ego – Vamos continuar, tenho certeza que ainda podemos pega-lo!

Apertamos o passo e continuamos a seguir pela trilha por certo tempo, a está altura, já faltava pouco para chegarmos à Cidade Principal, mas como Sakura previu, pouco mais afrente, finalmente encontramos a pessoa misteriosa. Ela caminhava de um jeito estranho, seus pés praticamente não saiam do chão, arrastando-os apressadamente e fazendo uma pequena nuvem de poeira pairar sobre eles, o que logo me levou a conclusão do motivo de não termos encontrado rastros tão nítidos.

Essa pessoa realmente não queria ser seguida.

As chamas vermelhas balançavam e , agora mais de perto, eu podia ter certeza que era uma capa legítima do clã do Naruto, porém esse fato não aquietou minhas dúvidas e questionamentos. Os Uzumakis estiveram ao lado da nossa família desde as primeiras gerações, não consigo imaginar Naruto ou Minato, seu pai, como traidores, nem mesmo as outras pessoas que carregam esse nome, simplesmente não faz sentido!

E isso só me deixa ainda mais agoniado, porque nos trairiam? Ele não teme a ira e a fúria de Fugaku? Meu pai já fez coisas muito piores por casos mínimos, imagine se tratando de traição? Ele não teria piedade... Mas, Naruto e sua família não podem ser envolvidos nisso. Eu teria que encontrar a resposta.

—Definitivamente pertence a família do Naruto... Eles são os únicos a usarem capas assim – Sakura pontuou o fato – É a mais extravagante e chamativa dentre os clãs, é impossível confundi-la.

—Mas, não faz sentido – Retruquei – Eles são um dos clãs mais leais do Império, como um traidor poderia sair de lá?

—Pessoas... Podem ser assustadoras quando mostram suas verdadeiras faces, Sasuke.

Calei-me, pois sabia muito bem o quanto aquilo era verdade.

—Vamos continuar o seguindo, podemos obter mais pistas sobre sua verdadeira identidade. Talvez se chegarmos mais perto podemos até já descobrir algumas respostas, meu Senhor.

—Por favor, Sakura, nós temos a mesma idade.

—Oh desculpe, acho que é o costume de sempre ver a sua família e logo te associar a um tratamento de nobreza.

—Há tempos que já não me sinto parte da “nobreza”, então não acho que tenha necessidade de você me chamar assim – Tentei encerrar o assunto, pois já estava sentindo o que poderia vir por ai, mas ela continuou.

—Só porque é aprendiz de Kakashi, não quer dizer que perdeu seu direito – A garota rebateu, nós andávamos sorrateiramente e conversávamos aos sussurros – Todos os Lideres e seus herdeiros devem ser tratados como nobres. Nas gerações mais antigas vocês até possuíam o Titulo de “Kage”. Então não me venha dizer que você “não se sente parte”. Você também é um, sempre foi e sempre será, Sasuke.

— Ter direito é diferente de ser, Sakura – Respondi mais sombrio do que calculei e percebi as íris verdes me encararem com certa estranheza, parando abruptamente. Acho que ela nunca conheceu esse meu lado. Sempre tentei parecer o mais simpático e alegre que conseguia em todas as vezes que a encontrava com o outro pessoal. Em meu interior eu sabia que Eles não precisavam saber sobre como eram as coisas dentro da Casa Principal, entre mim e meu pai, e além do mais, me evitaria as perguntas desagradáveis e os olhares de pena. Já bastava o Helheim que eu tinha que viver diariamente – Nunca se esqueça disso.

Virei-me e, um passo por vez, continuei a ir em frente pela trilha. Sakura não demorou a me alcançar, e durante todo o caminho a partir dali, não trocamos mais nenhuma palavra. Não sei dizer se foi por constrangimento ou por simplesmente não fazermos ideia do que falar, mas assim ficamos. Tendo apenas os sons da floresta para preencher nosso infame silencio aterrador e o nosso objetivo a nos guiar cada vez mais para perto de Konoha.

Por um momento o ser encapuzado parou, e nós fizemos o mesmo. Ele olhou aos arredores como se tivesse ouvido algum movimento suspeito, o que logo fez o nosso sangue gelar, mas no mesmo instante também ouvimos passos se aproximaram. A pessoa virou-se e começou a correr em direção a cidade e aquilo só deixou ainda mais os nossos nervos a flor da pele, estávamos tão perto! Não iriamos perder todo o nosso esforço de chegar até aqui! Já estava pronto para começar a correr quando senti um peso enorme cair sobre as minhas costas, desequilibrando-me e me lançando brutamente de encontro ao chão terroso. Mesmo estando ligeiramente zonzo, logo pude reconhecer a risada de Naruto se propagando por toda floresta.

—Ora ora! Olha o que tenho aqui! Talvez um encontro romântico após o ataque dos dragões? – Não pude ver, no entanto o som do soco que Sakura deu nele me fez estremecer dos pés a cabeça. Com o impacto ele saiu de cima de mim e passou a rolar no chão de um lado para o outro com a mão no nariz ensanguentado.

—Você é um babaca, Naruto – Sakura disse secamente enquanto o encarava se contorcer no chão – Um escandaloso babaca.

—Sakura! Qual a necessidade? Caramba!

—Todas as necessidades, Naruto – Respondi já de pé massageando minhas costas, agora eu iria precisar ir atrás de Tsunade de qualquer jeito – Parece que o perdemos, Sakura – Constatei ao olhar novamente para a estrada principal e não encontrar nenhum sinal de que a alguns momentos uma pessoa estivera ali.

—Por culpa do Naruto, sim, o perdemos – Ela o fuzilou, e tenho certeza que se Sakura pudesse lançar fogo pelos olhos, o Uzumaki estaria incinerado naquele exato momento – Não há muito que possamos fazer agora, vamos manter isso entre nós por enquanto e permanecer atentos quando voltarmos para a Cidade Principal.

—Mas, afinal, do que vocês estão falando? - O loiro questionou finalmente conseguindo se colocar de pé. Eu e Sakura trocamos olhares disfarçadamente, ainda não tínhamos provas concretas sobre qualquer coisa, além do mais, se Naruto souber que alguém do seu Clã estava tramando com Orochimaru ele ficaria arrasado, e faria de tudo para descobrir na marra de quem se tratava, ou seja, seria um caos.

—Nada que seja da sua conta, raposa enxerida – A Haruno o agarrou pela orelha e o começou a puxar pelo caminho de terra – Vamos logo embora, já estou com fome.

Eu os acompanhei um pouco mais de longe, observando os dois discutindo e rindo um do outro. Às vezes sinto um pouco de inveja do Naruto, admito, mas se um dia eu conseguir faze-la sorrir dessa mesma forma, eu já seria muito feliz.

Enfim, a estrada terminou.

E lá estávamos nós diante dos portões de Konoha.

Ao mesmo tempo que estava feliz pelos estragos do ataque na noite anterior não terem sido tão severo quanto as outras vezes, o fato de ter que encontrar meu pai novamente fazia minha espinha gelar. Estava sem o meu grande troféu, que com todas essas coisas de traidor e perseguição tinha me esquecido por um tempo, e sem ânimo nenhum de voltar para casa. Entretanto, eu não teria mais como fugir.

Inspirei profundamente antes de atravessar os portões.

Sem medo.

Sem arrependimentos.

Sem olhar para trás.

}|*|{

Entrei na Casa Principal sem muitas dificuldades. Dei sorte de pegar a troca de guardiões, isso facilitou muito em não ser visto. Logo constatei que nem Itachi e nem Fugaku estavam ali e eu só conseguia agradecer a Odin por ser tão misericordioso e bondoso. Tirei todas as minhas roupas e as coloquei separadas para as ajummas recolherem quando viessem fazer a limpeza, vesti uma camisa azul escuro, minhas calças largas pretas, botas e sai tranquilamente pela porta da frente, como se nada tivesse acontecido.

No entanto, assim que pus meus pés do lado de fora, senti meu estomago reclamar.

—Provavelmente o Salão de refeições coletivas já está aberto, acho que vou ir para lá – Falei comigo mesmo. Até nos recuperarmos completamente dos ataques levam alguns dias, nesse meio tempo, Fugaku organiza as refeições para que todos aqueles que precisarem pudessem ir até lá e se alimentar tranquilamente, conversar com os conhecidos e fraternizar. Aquele lugar parecia uma Taberna gigantesca, mas não deixava de ser bom.

Caminhei sem pressa pelas ruas de Konoha. A besta aquática estava quase terminando que apagar os pontos de incêndio, vários guerreiros experientes estavam ao redor dela para mantê-la controlada, pessoas andavam para lá e para cá procurando ajudar uns aos outros para que tudo ficasse pronto o quanto antes, crianças corriam e sorriam divertidas, velhos alegravam-se por terem sobrevivido a mais uma longa noite e eu estava ali, como um telespectador observando todas essas coisas.

Estava pronto para entrar pelas grandes portas do Salão, mas estagnei assim que vi meu irmão de pé, com os braços cruzados, me olhando pacientemente. Agilmente pensei em uma maneira rápida para sair dali, mas não tive outra escolha quando ele veio em minha direção.

—Onde esteve Sasuke? – Ele imediatamente perguntou – Você não foi para casa na hora que eu te disse não é?

—Eu não sei do que você está falando Itachi, talvez só tenhamos nos desencontrado – Desviei os olhos.

—Eu fui ao seu quarto, as roupas que você usou ontem não estavam lá, e o lugar parecia completamente intocado – Encolhi minimamente os ombros, deveria saber que eu nunca conseguiria enganar Itachi – E acredito que você deve ter ido à Kildene, já que parece tão limpo, mas já está com os cabelos secos.

—Certo, certo. Você me pegou, feliz agora? – Estava prestes a entrar, mas meu irmão me segurou pelo braço.

—Você foi atrás dele? – Cochichou próximo do meu ouvido.

Hesitei, mas no fim não havia motivos para esconder se ele já sabia que eu não tinha voltado para casa – Sim...

—O encontrou? – A imagem da besta negra surgiu gradativamente no meu consciente, aqueles olhos vermelhos me encarando causavam-me calafrios... E a dúvida continuava ali, porque ele teve piedade de mim?

—Não – Menti – Eu sei que o derrubei, mas quando cheguei lá o animal já tinha fugido. Só encontrei árvores caídas e o arpão quebrado.

Itachi me encarou profundamente, analisando-me de cima a baixo. Não sei dizer se ele realmente acreditou, mas sua atitude depois disso me surpreendeu.

—Parabéns, Sasuke. Estou orgulhoso de você – Sorriu e deu um poke na minha testa – Você abateu seu primeiro dragão! Isso é incrível irmãozinho – Bagunçou meus cabelos, os deixando mais rebeldes que o costumeiro.

—Você... Acredita em mim?

—É claro que sim. A forma como você parecia orgulhoso quando nos disse não poderia ser falso. Eu te conheço melhor do que ninguém, Sasuke, e sei que ontem você fez um grande feito, eu estou orgulhoso de você.

—O-obrigado, Itachi – Por incrível que pareça, naquele momento, receber o reconhecimento do meu irmão, fez uma chama aquecer meu peito, estava feliz.

—Enfim, tenho novidades. Conversei com nosso pai e ele te permitiu participar do treinamento Hunter desse ano. Será um teste de um mês, se você se adequar ele me prometeu que te daria uma chance de mostrar do que você realmente é capaz.

—Bem – A imagem do Fúria da Noite me encarando veio novamente a minha mente – Não acho que seja uma boa ideia. Não sei se eu seria capaz de... sabe, matar realmente um dragão.

—Nem ouse dar para trás agora! Por sua causa vou ter que ir em uma expedição ao ninho com Fugaku amanhã – Ele apontou seu dedo indicador para a ponta do meu nariz – Não faça o meu sacrifício ser em vão, ouviu? Eu sei que você é capaz. Eu acredito em você.

Eu sabia o quanto ele detestava essas viagens. Era uma grande perda de tempo no geral, ninguém nunca chegou a realmente encontrar o ninho dos dragões, mas Fugaku insistia que essa seria a única solução para exterminar a praga. Mesmo que não me sentisse preparado, principalmente depois do que houve com a besta negra, ao menos faria o treinamento com pessoas próximas, Naruto e Sakura estariam lá, isso me motivou a pelo menos me esforçar para que o que Itachi fez por mim não acabasse sendo em vão.

E além do mais, eu poderia tentar esquecer o que aconteceu com o Fúria da Noite.

—Você venceu – Suspirei e ele sorriu vitorioso – Vou me esforçar por você.

—Muito bem irmãozinho tolo – Deu outro poke na minha testa – Vou entrar agora. Sasori, Shisui e Kisame estão me esperando. Nos vemos em casa, Sasuke.

—Mande um oi para eles por mim.

Despediu-se e se foi pelo salão à dentro, estes homens faziam parte do batalhão do meu irmão, são os melhores guerreiros e consequentemente, os mais próximos de Itachi. Sasori pertence ao clã Haruno, mas em uma ramificação mais baixa, Shisui era um Uchiha, mas também de uma família menos importante e Kisame pertencia ao clã Momoshi. Todos muito experientes no campo de batalha e na luta contra os dragões. Acho que posso dizer que tenho uma relação melhor com eles do que com as pessoas da minha idade, provavelmente por estarem sempre com meu irmão, mas eu não reclamava, eles eram legais.

Fiz o mesmo que Itachi e entrei no refeitório, indo diretamente para a fila de espera.

—Bom dia, Senhor Sasuke – Anko me cumprimentou assim que chegou a minha vez.

—Bom dia, Sra. Anko. O mesmo das outras vezes.

—Para já, Senhor!

Peguei meu prato, me despedi da cozinheira e dei espaço para o próximo. O salão estava cheio, faltava pouca para eu desistir de encontrar um lugar para sentar, mas foi ai que vi Naruto acenando para mim. Ele estava mais afastado do aglomerado, numa mesinha que caberia apenas duas pessoas.

—Porque não está com Shikamaru e os outros? – Perguntei assim que o alcancei.

—Porque os idiotas guardaram um lugar para Sakura, mas para mim não – Reclamou enquanto fuzilava os companheiros sentados à algumas mesas de distância – Eles que me aguardem – Mordeu brutalmente a coxa de galinha que tinha em mãos enquanto os encarava com uma cara nada agradável.

Eu apenas me limitei a dar um sorriso de canto e me concentrar na minha comida.

—Sasuke-Teme – O apelido me fez revirar os olhos automaticamente – Você não teria visto uma das minhas capas perdidas por ai? Tenho certeza que ninguém do clã pegou, já que todos têm a sua própria, mas não acho a minha reserva em lugar nenhum – Ele continuava falando mesmo com a boca cheia – Se Kushina descobrir que eu a perdi... Ela vai me degolar, urgh.

Essa nova informação fez um estalo surgir na minha mente. Então, existia a possibilidade do traidor não ser um Uzumaki, mas estar usando a capa para realmente parecer que alguém do clã está envolvido. Isso me trouxe certo alivio, eles não precisariam se preocupar com acusações nesse caso.

—Enfim, Teme, eu preciso ir – Pegou uma das coxas de galinha do meu prato e a enfiou de uma vez na boca – Eu proneti a Kalin q...

—Naruto, engole isso e fala direito.

—Como você é chato Sasuke. Eu disse que tenho que ir ajudar a Karin a treinar. Teme, esse dia vai ser um saco – Ele revirou os olhos já se levantando e indo para a saída do salão.

Karin era prima de Naruto, mas ela perdeu seus pais quando criança, por isso foi criada com o loiro como se fossem irmãos. Kushina tinha um carinho muito grande por ela, e por memória de sua irmã que morreu em um ataque de dragões anos atrás, ela prometeu a si mesma que daria de tudo por aquela menina. Sorrio de canto, eles eram muito unidos mesmo com aqueles que não partilhavam o seu próprio sangue. Gostaria que Fugaku fizesse o mesmo comigo.

Bloqueei meus pensamentos ai. Tinha uma nova pista para estudar e precisaria contar para Sakura assim que conseguisse. Olhei novamente para a mesa em que todos estavam e a fitei. Não nos falamos mais depois da floresta por causa do que eu disse para ela, não sei se a garota estava brava comigo ou não, mas de repente a ideia de ela estar irritada me amedrontou.

Por fim, depois de tanto mediar, decidi dizer a ela somente amanhã, antes de começarmos o treinamento.

Terminei minha comida e levei o meu prato e o de Naruto para o pessoal da cozinha. Depois, sai do salão, precisaria estar preparado para amanhã. Senti minhas costas dar uma fisgada, lembrando dos cortes que Sakura tinha cuidado mais cedo, a ideia de ir até Tsunade parecia tentadora, mas ela certamente perguntaria onde eu tinha conseguido aquilo e quem tinha cuidado tão bem de mim.

Senti minhas bochechas se avermelharem ao lembrar da cena. Era melhor não. Eu poderia aguentar.

Mas, agora, precisava correr, o dia na ferraria seria longo.

Durante todo o caminho matutei em uma maneira de como fazer uma armadura bem resistente para aguentar o que viria pela frente.

Eu teria muito trabalho.


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Notas finais do capítulo

E ai valeu a pena a demora?
Comentem, não sejam tímidos!!!

Esse capítulo manteve o nosso mistério, vimos mais da relação de SasuSaku

Vocês também sentiram dor pelo jeito que o Sasuke se sente?

Eu simplesmente amei a participação do Naruto, apareceu pouco, mas já foi perfeito ♥

Curiosos com os pensamentos da Sakura?

Perdão mais uma vez pelo o atraso, vida anda corrida, mas fiquem tranquilos que prometemos só uma coisa, não vamos desistir da fic (só temos o problema do atraso *rindo de nervoso*) ~Bellatrix riu aqui também.

Até o próximo capítulo ;P
~Heiel ✩