Os Vingadores - Entre Herois e Aliens escrita por Lia Araujo


Capítulo 21
Projeto Viúva Negra




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POV Natasha 

Já haviam se passado dois meses desde a minha missão, Victor encontrou no trabalho um consolo pela perda da família, se tornando um dos melhores agentes da KGB. Nesse período participei de outras missões, algumas com o Victor, matamos muita gente, não me orgulho disso, mas eu tinha que fazer.

Havia terminado o meu relatório da última missão e estava indo em direção ao escritório do diretor, estava prestes a bater quando ouvi a voz do diretor.

— Como estão indo os testes? - o diretor questionou sério

— Infelizmente, não obtivemos um resultado positivo, conseguimos criar o soro ideal - um técnico falou, será que devo interromper? - As nossas voluntárias, não estavam prontas física ou mentalmente para receber o soro

— O que sugere? - o diretor questionou

— Uma voluntária com forte mental e fisicamente, talvez assim obtenhamos um bom resultado - O técnico falou - Alguma das suas agentes tem essas características.

Já tinha escutado demais, se algum agente me pegasse aqui a minha punição seria horrível, estava dando as costas para voltar ao meu dormitório.

— Natasha Romanoff - O diretor falou e eu gelei, olhei para trás, mas a porta permanecia fechada - Ela se encaixa na descrição.

Não me contive e me aproximei novamente da porta.

— Pode preparar o laboratório, ela será a próxima voluntária do programa - O diretor falou simplesmente

— Se ela responder ao soro do forma que esperamos, o que faremos em seguida? - o técnico questionou

— Reiniciamos a mente dela - o diretor disse normalmente - Funcionou em outros agentes, não foi?

— Sim, senhor - o técnico respondeu

— Ela é a minha melhor agente, investi muito nela - o diretor falava firme - Ela é a peça que eu precisava para acabar de vez com a SHIELD. Certifique-se que o procedimento será bem sucedido.

Recuei alguns metros sem fazer barulho e seguir novamente em direção a sala do diretor, bati na porta e logo em seguida recebi a ordem para entrar.

— Perdoe-me, senhor, não sabia que estava ocupado - falei ao olhar brevemente para o técnico

— Ele já estava de saída - O diretor falou e olhou o técnico - Aguardo notícias de progresso.

— Sim, senhor - o técnico falou ficando de pé

— Pode se retirar - O diretor falou, o técnico saiu sem me olhar e fiz o mesmo - O que deseja, agente Romanoff?

— Entregar o relatório da missão, senhor - respondi me aproximando, ele estendeu a mão para pegar o relatório e entreguei

— Irei olha-lo mais tarde - ele disse colocando a pasta na mesa - Sente-se

Eu obedeci sentando na cadeira em frente a mesa, enquanto ele me observava.

— Você tem sido a melhor agente que a KGB já teve em anos - ele falou me olhando

— Obrigada, senhor - falei sem esboçar emoções

— Mas acredito que você pode ser ainda melhor - ele falou se encostando no encosto da cadeira - Gostaria que fosse voluntária em um experimento, onde suas habilidades físicas seriam aprimoradas e logicamente seu desempenho na KGB.

— Faço qualquer coisa para defender o meu país, senhor - respondi olhando-o firmemente e ele deu um pequeno sorriso

— Excelente, está dispensada das suas atividades de hoje, mandarei para o seu dormitório tudo que precisa fazer para estar preparada para o procedimento - ele falou e simplesmente assenti - Pode se retirar, agente.

Me levantei e seguir a passos firmes e ritmados até a saída, seguindo o caminho para o dormitório, mas uma parte da conversa do diretor com o técnico não saia da minha cabeça. "Reiniciamos a mente dela", ouvi alguns boatos que depois de um interrogatório com possíveis inimigos, após extrair as informações a KGB cuidava dos seus reféns e depois o colocava em uma máquina, onde era dado choques em uma determinada região do cérebro para que a pessoa perdesse a memória, com o tempo eles foram aprimorando isso e aprenderam a apagar apenas acontecimentos e reprogramar a mente para que vivesse outra situação com memórias falsas.

Se eles fizerem isso comigo, não lembrarei de quem eu realmente sou, não lembrarei do que descobrir sobre a minha família biológica, não lembrarei da verdade sobre os West, não lembrarei do Dimitri... é isso! Não posso impedir que apaguem minha memória, mas posso me certificar de que terei elas de volta. Cheguei ao meu dormitório, tranquei a porta assim que entrei, vasculhei cada canto em busca de alguma escuta e não encontrei nada, abri o guarda roupa e peguei o dispositivo que o Dimitri havia me dado e o acionei.

— Natália? - ele chamou assim que apertei o botão

— Dimitri, preciso de mais um favor seu - disse seriamente

— O que você precisa? - ele perguntou firme.

— Antes de começar, você tem que saber que passei e fiz coisas horríveis - disse com um pouco de receio - Coisas que sei que não me apoiaria, coisas que meus pais não se orgulhariam e nem mesmo eu me orgulho.

— Tudo bem - ele disse com pesar - O que eu tenho que fazer?

Comecei a falar com ele, não demorou e não demorou para darmos início a tudo.

Dias Depois
POV Autora

Natasha estava na sala de preparação passando pelas ultimas avaliações físicas para dar início ao procedimento.

— Por aqui, agente Romanoff - um dos técnicos apareceu usando seus trajes brancos

Ela apenas se levantou e o seguiu pelo extenso corredor cinza branco com as luzes vermelhas, em direção a duas portas de ferro que ficavam no final dele. Ao se aproximarem as portas foram abertas.

A sala seguia o mesmo padrão do corredor, exceto pela cama hospitalar que tinha uma luz branca direcionada sobre ela. Todos pareciam estar fazendo os últimos ajustes nos equipamentos.

— Por favor, agente Romanoff, deite-se - O técnico falou e ela obedeceu em silêncio

Uma enfermeira se aproximou a ligando aos equipamentos que mediram sua frequência cardíaca, cerebrais e respiratória. O homem que parecia estar a frente do projeto se aproximou

— Irei aplicar a penicilina - ele informou recebendo apenas um aceno como resposta.

Ela respirou fundo quando sentiu a agulha entrando no braço, assim que o líquido foi injetado a agulha foi retirada.

— Há uma possibilidade de que sinta dores enquanto o soro se espalha pelo seu corpo - o cientista responsável pelo projeto falou seriamente - Para que não se machuque, iremos prende-la a maca.

Os enfermeiros se aproximaram novamente, dessa vez prendendo seus pulsos e tornozelos, assim como a cabeça, colocaram uma espécie de mordedor em sua boca, para que ela no corresse o risco de morder a própria língua durante o processo.

Depois de devidamente imobilizada, trouxeram duas bolsas de um líquido vermelho, os deixaram pendurados no suporte ao lado, com uma agulha em cada braço, que daria acesso direto as veias dela quando a válvula fosse aberta liberando o soro.

O cientista olhou para o lado, como se esperasse autorização, enquanto a Natasha olhava fixamente para o teto da sala. Em seguida sinalizou para os enfermeiros que liberaram o líquido e se afastaram. A medida que o líquido entrava ela sentia um incômodo, como se suas veias começassem a pegar fogo. De início apenas a respiração havia mudado, na tentativa de resistir aquela sensação. Mas quanto mais doses do líquido entrava foi forte ficava, ela passou a apertar os dentes no mordedor até que aquilo não foi mais suficiente, alguns gemidos escapavam de tempos em tempos e quando a dor chegou ao ponto de insuportável ela gritou, fechando as mãos em punhos, com tanta força que de longe era possível notar os nós brancos nos dedos. Involuntariamente fazia alguns movimentos bruscos, mas as amarras limitava seus movimentos, lágrimas escorriam pelos seus olhos, gotículas de suor começavam a surgir por todo seu corpo.

Os equipamentos começaram a disparar, o coração de Natasha estava muito acelerado, o cérebro dela parecia que iria entrar em pane, a respiração totalmente desregulada.

— Senhor, a pressão dela está caindo muito - uma enfermeira informou

— Apliquem 5mg de adrenalina - O cientista falou se aproximando - Aguente firme, agente Romanoff.

Devido a forte dor que sentia ela apagou e segundos depois os equipamentos mostraram a normalização dos sinais vitais.

— Aplicação do soro do Projeto Viúva Negra foi concluída com sucesso - o cientista falou e passou a analisa-lá - Vamos aguardar a agente Romanoff recobrar a consciência para fazermos os testes finais.

Os enfermeiros a soltaram as amarras, a colocaram em uma maca móvel, a transportaram para um quarto, a puseram confortavelmente sobre a cama e se retiraram.

— Como ela está? - o diretor falou olhando o médico que acompanharia a Natasha depois do procedimento.

— Nesse momento, ela está estável - o médico respondeu - Aparentemente o corpo aceitou bem o soro.

— Façam os testes laboratoriais imediatamente - o diretor ordenou e o médico assentiu - Mande os resultados para a minha sala.

O diretor saiu e logo em seguida um enfermeiro trouxe a uma seringa e vários tubos onde colocariam o sangue coletado para os testes. Eles fizeram a coleta e iniciaram os testes.

Quase uma hora depois a Natasha acorda, ao abrir os olhos os fecha novamente se arrependendo da sua ação, o quarto inteiramente branco refletia a luz que entrava pela janela, praticamente a cegando devido a claridade. Ela foi abrindo aos poucos para se adaptar a iluminação do local, olhou em volta lembrando do ocorrido durante o procedimento.

Ela se sentou na cama que estava e automaticamente direcionou seu olhar para os braços, passou os dedos delicadamente sobre os locais que deveriam estar as marcas da agulha, mas não havia nada a ser visto.

— Olá, agente Romanoff - uma enfermeira falou entrando no quarto - Como a se sente?

— Bem - Natasha respondeu se encostando na cabeceira da cama

— Muito bem - a enfermeira falou anotando algo na prancheta - Irei solicitar que tragam algo para que se alimente.

— Está bem - Natasha respondeu simplesmente e a enfermeira se retirou.

Do outro lado da base, o médico levava os exames para a sala do diretor, ao chegar bateu na porta recebendo a ordem para entrar.

— Espero que seja os resultados - O diretor falou friamente

— Sim, senhor - o médico falou entregando os exames - E os resultados foram surpreendentes.

— Explique - falou duramente

— Nas demais voluntárias, foram necessários dias após as aplicações para que o soro fosse completamente absorvido pelo organismo - o médico falou e o diretor o olhou - Mas com a agente Romanoff, foi diferente, o soro foi automaticamente absorvido.

— Como estão as outras voluntárias? - o diretor questionou olhando-o

— As que sobreviveram estão na sala vermelha recebendo treinamento aprimorado - O médico respondeu

— Quando a agente Romanoff estará apta para treino físico? - o diretor questionou olhando-o

— Amanhã, ela estará pronta - o médico respondeu e o diretor assentiu em aprovação

— Irei preparar uma avaliação física para todas as agentes que passaram pelo procedimento - O diretor falou se encostando na cadeira - Quero ver o progresso de cada uma delas desde que começaram.

— Sim senhor - o médico disse

— E quero que esteja presente, precisarei que faça uma avaliação em todas após o teste - o diretor falou o olhando - Quero ver como o soro afetou o cérebro delas e como ficam depois treino.

— Irei preparar o equipamento, senhor - o médico falou

— Pode se retirar - o diretor falou e o médico saiu.

O diretor pegou o telefone e fez a solicitação da presença de um agente na sala dele, cerca de dez minutos depois o agente Armaturov bateu na porta recebendo a autorização para entrar.

— Preciso que faça uma coisa para mim - o diretor falou assim que ele entrou na sala - Prepare testes de força, resistência, velocidade, tiro, inteligência e luta.

— Para quando, senhor? - o agente Armaturov perguntou seriamente

— Para amanhã - o diretor respondeu

— Serão para todos os agentes? - Armaturov perguntou

— Apenas para as agentes do Sala Vermelha - o diretor respondeu

— Elas estão prontas para isso? - o agente Armaturov questionou intrigado

— Descobriremos quando fizerem o teste - o diretor disse simplesmente e o olhou

— Qual as consequências para as agentes que reprovarem? - Armaturov questionou

— Amanhã antes da prova, todas passarão por uma avaliação clínica - O diretor falou olhando-o - Dependendo do resultado, esse pode ser o primeiro teste definitivo para selecionar a primeira Viúva Negra.

— E quanto as outras? - Armaturov perguntou seriamente

— Porque estamos aprimorando agentes, Armaturov? - o diretor questionou olhando-o

— Criar agentes com habilidades únicas para cumprir as missões sem falhas - ele respondeu

— Exatamente - o diretor falou - Se os exames comprovarem o que acredito que irá. As que não se encaixarem na principal função do projeto serão removidas.

— Por quanto tempo? - Armaturov perguntou

— Definitivamente - o diretor falou se levantando da cadeira - Se não queremos que a Viúva Negra falhe, não podemos tolerar falhas.

— Sim senhor - Armaturov respondeu

— Quantas temos na Sala Vermelha? - o diretor questionou olhando para a janela

— 27 agentes - Armaturov respondeu

— A Natasha passou pelo procedimento hoje - o diretor falou - Irei acrescenta-la ao teste de amanhã.

— Ela estará pronta para participar amanhã? - Armaturov respondeu um pouco surpreso - Achei que levasse dias para o soro estabilizar no organismo.

— Ela não é como as outras, Armaturov  - O diretor falou se virando para ele - Ela é uma excelente agente, desde que vivia com os West mostrava potencial, mas amanhã veremos como ela se sai.

— Sim senhor - Armaturov falou simplesmente

— Ainda hoje quero saber como serão os testes e quem serão os avaliadores - o diretor falou olhando-o - Sigilo absoluto sobre a prova, entendeu?

— Sim senhor - Armaturov se levantou - Trarei pessoalmente o arquivo sobre a avaliação e tudo que as voluntárias saberão é que passarão por uma avaliação de rotina.

— Muito bem. Pode se retirar - O diretor falou e o Armaturov saiu.

O diretor se sentou novamente e olhou a ficha da Natasha.

— Investi muito em você - disse olhando a foto do arquivo - Vamos ver se valeu a pena.


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