Uma história de Amor. escrita por Gabs


Capítulo 5
2017




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775555/chapter/5

JANEIRO DE 2017

Houve uma pequena conferência com os jogadores de quadribol londrinos, geralmente Scorpius fugia dessas reuniões, mas poderia ser uma oportunidade de ver Rose e tentar conversar come ela.

Rose não esperava encontrar Scorpius naquela conferência. Havia passados as últimas semanas tentando esquecê-lo, tentando colocar em sua cabeça que não importava o quanto os dois naquele momento se sentiam atraídos um pelo outro, os dois não dariam certo. Era um relacionamento fadado ao fracasso.

Ele sorriu quando a viu. Ela engoliu em seco e virou para o outro lado. Rose nunca desejou ir embora de uma conferência como naquele momento. Scorpius começou a ficar irritado.

Quase no fim da reunião. Scorpius encurralou Rose em uma sala vazia.

—Acho que nós temos que conversar.

Disse ele. Rose travou. Estava usando todas as suas forças para não olhar na direção de Scorpius durante toda aquela noite, mas ali estava, na frente dela, sozinho.

—Eu tenho que ir.

Disse ela indo para a porta. Scorpius se adiantou e a forçou a encará-lo.

—Não pode ficar fugindo para sempre Rose.

—Não faz isso, Scorpius.

Suplicou ela. Rose não gostava de ser uma pessoa realista, mas não conseguia parar de pensar os dois não tinham como ter uma relação duradoura. Eles eram diferentes demais. Mas encontra-lo ali, estar frente a frente com ele... ela vacilou de sua decisão. Ele era inebriante demais, e a fazia sempre querer mais.

—Se vai desistir da gente... eu quero que me olhe nos olhos e me diga. Quero que me diga... o porquê.

—Scorpius... você e eu, nós não temos futuro. Precisamos encarar isso o quanto antes.

Rose disse baixinho.

—Merda! Rose. Merda!

Exclamou Scorpius ficando furioso. Ele afastou-se.

—Sou estou sendo realista...

Tentou argumentar. Mas nem mesmo ela acreditava no que dizia.

—Lembra quando disse que meu defeito era pensar demais? Que eu devia aproveitar mais os momentos? Parar de ficar analisando as coisas? Eu dei uma chance para tudo isso que está acontecendo entre a gente. Por que não pode fazer o mesmo, Rose? Por que não pode simplesmente deixar acontecer? Não sabemos o que vai acontecer. Que droga! Nós gostamos um do outro. Então pra que ficar analisando o que pode ou não acontecer?

—Eu não consigo... Eu não sou esse tipo de pessoa, mas você tem a chance de encarar algo realmente duradoura e não quero atrapalhar sua vida...

Scorpius demorou um pouco para tentar compreender o que ela queria dizer.

—Maldita hora em que abri minha boca para falar de Cecile. Ela não é você Rose. Não estou apaixonado por ele. Nem mesmo interessado. Não deixa um comentário estúpido meu destruir o que a gente está construindo.

—Essa é a questão... não existe a gente. 

—Então é isso? Acabamos?

Scorpius questionou sem conseguir acreditar.

—Isso.

Os dois se encaram por alguns segundos enquanto absorviam aquela informação. Scorpius foi o primeiro a sair do “transe” e saiu da sala logo em seguida.

....

MAIO 2017.

Scorpius havia adquirido uma rotina rígida desde o término com Rose. Acordava cedo, se exercitava logo pela manhã, muitos abdominais, flexões e pulava corda a cada dois dias. Depois banhava, tomava café da manhã e ia para o treino. Passava a maior parte do dia no campo de quadribol, treinando novas técnicas e quando e não estava no campo discutia táticas com o treinador e os demais colegas de time. Ao fim do treino ficava um tempo conversando com os amigos de time e ia ao Beco Diagonal fazer uma visita para sua mãe, na Galeria dela. Os dois geralmente saiam para um pequeno lanche ou jantar. Fazia corrida 5 vezes por semana e sempre quando chegava em casa exercitava-se um pouco mais, lia sobre quadribol e ia dormir. Evitava sair para pubs após as partidas, mas nunca recusou as festas intimas com os colegas. A meta de Scorpius era manter seu corpo e sua mente o mais ocupado possível para não pensar nela.

Rose continuava o centro das atenções como sempre. Era figurinha carimbada na Flex todos os fins de semana, exceto quando tinha algum jogo. Nas revistas de fofocas sempre haviam comentários sobre possíveis namorados. Tudo parecia como sempre. Porém, quem a conhecia sabia que não era bem assim. A ruiva costumava emanar sempre energias positivas e carregava um sorriso verdadeiro no rosto.

Desde que terminara com Scorpius, tudo parecia superficial, o sorriso não era o mesmo, a animação não era verdadeira. Ela tentava fingir que estava tudo bem, mas não conseguia parar de pensar em Scorpius. Estava sempre cedo no treino e chegava tarde em casa, seu apartamento lembrava dele, as cobertas tinham o cheiro dele. Era a primeira a chegar no treino e a última a sair, não foram raras as vezes que fechou o campo de treinamento. Nos jogos ela estava melhor do que nunca. Ninguém a alcançava na vassoura, fazia gols, vencia jogos, mas não conseguia se sentir completa. Então treinava mais, fazia mais gols, saia para dançar, para comer..., mas alguma coisa ainda faltava.

Gina Weasley sempre foi uma boa observadora, por isso tinha sido uma ótima apanhadora, e ainda era uma boa treinadora. Rose estava treinando com um boneco de goleiro (enfeitiçado para defender as goles). Atirava as goles nos aros com toda força e parecia não se satisfazer com nada.

—Bela jogada.

Gina disse assustando Rose.

—Pensei que já tinha ido embora.

Comentou a Weasley mais nova.

—Acho que está na hora de termos uma conversa.

Gina falou usando um feitiço para guardar as goles e o boneco. Rose a encarou sem entender.

—Não estou chegando atrasada em nenhum treino.

Rose defendeu-se assim que posou.

—Eu sei. Percebi isso. Assim como percebi outras coisas. Vá trocar de roupa, vou te levar para jantar.

Rose estranhou. Sua madrinha estava agindo de um jeito estranho.

...

As duas passaram o jantar conversando sobre quadribol, jogadas, táticas, melhores times e jogadores da história. Quando a sobremesa finalmente chegou... Rose não suportando a curiosidade perguntou:

—Era isso que queria conversar comigo?

—Na verdade eu queria contar uma história... Já contei da vez que terminei com Harry?

—Você e o padrinho já terminaram?

—Sim. Há muito tempo. Eu estava no início da minha carreira, ele estava no treinamento de aurores... não tínhamos tempo. Começou os ciúmes, as brigas... então resolvemos terminar. Ficamos separados por três meses. Acho que em toda a minha carreira nunca treinei tanto quanto àqueles meses.

Rose remexeu incomodada na cadeira. Tinha uma pequena noção do rumo daquela conversa. Gina esperou que Rose falasse alguma coisa. Rose apenas se manteve calada, encarada sua madrinha. Gina sorriu internamente lembrando que estava lidando com o orgulho de Hermione e Ronald.

—Acho que na época odiava ficar em casa. Tudo me lembrava o Harry, mas eu não podia admitir que estava um trapo, então eu tentava não pensar em nada, porque se eu pensasse em alguma coisa seria nele e machucava pensar nele. O quadribol era meu método de fugir de tudo, sabe? Quando eu estava jogando... a única coisa que importava era o jogo, o pomo, as goles, nada maias importava. Mas o problema de usar o quadribol como meio de fugir de tudo aquilo -era que o jogo sempre acabava e então minha mente era livre para pensar nele.

Gina aguardou novamente algum comentário de Rose, mas novamente só conseguiu o silêncio.

—Eu achava que veria isso em você... quando terminou com o Gustav, mas você superou muito bem aquele término. Porém términos são engraçados, cada um é diferente, não lidamos com todos da mesma forma. Após três meses separados seu padrinho e eu nos reencontramos, na verdade ele veio atrás de mim, pediu desculpas por ter desistido da gente, nós voltamos, eu voltei a treinar normalmente;

—Nunca pensei que receberia lição de moral por chegar cedo nos treinos.

Rose comentou tentando fazer sua madrinha rir. Não queria falar sobre Scorpius, sobre como estragara tudo… Gina percebeu.

—Não estou dizendo que deve voltar com sei lá quem, ou que deve parar de treinar, não precisa conversar comigo sobre seus relacionamentos ou dúvidas, mas devia parar de fugir disso, aceitar o fim ou as circunstâncias do fim, ou lutar para recomeçar.

—Não é tão simples assim. Talvez eu tenha estragado tudo. Na verdade, eu estraguei tudo. Me apavorei com meus sentimentos...

Rose pegou-se confessando.

—Ele gosta de você?

Gina perguntou segurando as mãos de Rose delicadamente.

—Gosta. Gostava. Agora já sei de mais nada.

—Se ele gostar de você não é o fim é só o começo. E, se ele não gostar é preciso aceitar e seguir em frente. Muitos ouros virão.

...

Por duas horas Rose ficou na frente do prédio de Scorpius. Questionando-se se deveria entrar e tentar mais uma vez. Porém suas inseguranças prendiam seus pés e a impendiam de entrar. E se ele já tiver seguido em frente? Pior, e se ele tiver seguido em frente com Cecile? Ou, se ele só não quiser mais saber dela?

Então ela o viu, e seu corpo por vontade própria foi até ele.

—Rose? O que faz aqui?

Scorpius perguntou com o tom de voz vacilante.

—Oi – disse ela sem jeito – podemos entrar? – perguntou apontando para o prédio.

—Acho melhor não.

Scorpius não a queria no seu apartamento. Não depois de todas as horas tentando apagar as imagens dela por ele, ou tentando encobrir o cheiro dela. Mas, no fundo, seu maior medo era não conseguir resistir a ela. Os dois nunca conseguiam se controlar quando estavam sozinhos.

—Por favor. Preciso falar com você.

Suplicou Rose.

—Está grávida?

—An? O quê? Não! É claro que não.

—Então não temos nada para conversar Rose.

—Scorpius, por favor.

Suplicou ela novamente.

—Não temos nada mais para conversar, Rose. Você deixou isso muito claro na última vez. Agora se me dá licença tenho um compromisso familiar.

E aparatou antes que ela pudesse falar alguma coisa.

Era preciso aceitar o fim.

...

Rose passou a segunda semana do mês de maio tentando aceitar o fim com Scorpius. Na verdade, ela fora forçada, afinal com o fim da temporada de quadribol não poderia mais usar os treinos ou os jogos para esquecê-lo.

Pela segunda vez na carreira ela ganhou o prêmio de melhor jogadora do campeonato, infelizmente as Harpias não haviam levado a taça naquele ano. Ela não viu Scorpius durante a premiação, sequer na festa dos jogadores. Talvez, daquela vez, ele estivesse evitando-a.

—Para alguém que acabou de levar o prêmio de melhor jogadora você não parece nada bem.

Hugo comentou percebendo o olhar tristonho da irmã.

—Estou ótima. Mas, acho que preciso beber.

Desconversou Rose indo em direção ao bar.

...

Houve muitas toses de tequila, muitas doses de uísque de fogo, cerveja amanteigada, vodca e hidromel. E, mesmo assim, enquanto dançava no meio da pista Rose ainda conseguia sentir a falta dele.

—O que você tem?

Hugo perguntou para Judith, os dois estavam sentados em uma mesa, não muito longe de onde Rose estava com suas amigas.

—Como assim?

Questionou Jud.

—Eu estou investindo pesado aqui, mas sua atenção está em Rose. Algo com que eu deva me preocupar?

—Viu o tanto de bebida que sua irmã ingeriu hoje?

—Qual é. Rose sempre bebe muito.

—Não como dessa vez. Estou preocupada que ela faça alguma besteira.

—Jud. Eu conheço a minha irmã. Ok. Sei que ela não está em uma fase muito boa, e que está triste por alguma coisa, mas ela não vai fazer nada demais. Acredite. Mesmo bêbada, a moralidade dela é melhor que a nossa.

Judith ainda continuava com a atenção em Rose.

—Jud, de todos os anos que você conhece Rose e de todas as vezes que já a viu muito, muito, bêbada, em quantas ela fez besteira?

Então Judith voltou sua atenção para Hugo, por breves minutos para explicar que aquela vez não era como as outras vezes. Quando olhou para a pista de dança... Rose já não estava mais lá. Os dois a procuraram por todos os cantos da boate, mas não a acharam.

...

Rose batia na porta do apartamento de Scorpius furiosamente. Ele ia ouvi-la. Nem que derrubasse aquela maldita porta.

Scorpius acordou com as batidas e correu assustado para a porta, pensando que algo tinha acontecido com sua mãe ou sua irmã.

—Ro..., mas que merda é essa?

Perguntou ainda sonolento.

—Quem você pensa que é? Quem você pensa que é?

Rose gritava no corredor. E, Scorpius a puxou para dentro do apartamento assim que escutou portas se abrindo pelo corredor. Rapidamente pegou a varinha e fez um feitiço para que não fossem ouvidos.

—Quanto você bebeu?

Perguntou ele para Rose.

A ruiva parecia estar mais estável.

—Isso importa?

—Acho que devia ir para casa.

Scorpius comentou indo para a cozinha, na esperança de encontrar alguma poção para diminuir o álcool no sangue de Rose. Ela seguiu.

—Você não entende. Não posso voltar lá. O cheiro dele está em todo lugar.

Scorpius parou um instante... tentando entender o que ela quis dizer.

—O cheiro de quem?

Perguntou não contendo a curiosidade e bem no fundo um pouco de ciúmes.

—O cheiro dele! Do Scorpius. Maldito Malfoy.

—O quanto você bebeu?

—Não o suficiente, se quer saber.

—Rose, você sabe onde está?

A ruiva sentou na bancada da cozinha e olhou de um lado para o outro.

—Acho que não estou em casa.

Comentou ela rindo.

—Rose, sabe quem eu sou?

—Como se eu conseguisse esquecer você. Há meses eu tento te esquecer, sem conseguir. Devia dar meu prêmio de melhor jogadora para você, só ganhei ele porque me joguei no quadribol para te tirar da minha cabeça.

—Quem eu sou?

—Cala a boca, Scorpius.

O loiro relaxou um pouco, mas ainda estava preocupado com o estado de Rose. Então, ela correu em direção a pia. Ele demorou um pouco pra perceber que ela estava vomitando, e foi segurar o cabelo dela.

—Não tenho nenhuma poção para diminuir o efeito do álcool. Mas acho que deveria pelo menos beber água.

Comentou ele depois de limpar com a varinha o vômito da pia e os restos que tinha no corpo dela.

—Desculpa.

Rose pediu em um breve momento de lucidez.

—Pelo quê?

—Por ter estragado as coisas.

Antes que Scorpius pudesse falar alguma coisa... Rose caiu da bancada.

—Merda.

Disse ele correndo para ajudá-la. Rose começou a ter uma crise de risos, de repente ela parou.

—Estou muito cansada. Muito sono.

E o Scorpius ficou olhando estarrecido enquanto a ruiva se dirigiu ao quarto dele.

—Eu odeio você, sabia?

Rose disse enquanto tirava os sapatos para deitar na cama.

Scorpius não disse, tinha acabado de acordar, mas para ele tudo aquilo parecia um estranho sonho.

—Malfoy...

Ela o chamou.

—Estou aqui.

Respondeu ele encostado na porta do quarto.

—Não odeio você.

...

Rose acordou na manhã seguinte com uma grande dor de cabeça, e afundou a cabeça ainda mais no travesseiro, que tinha o cheiro dele. Merlim! Será que ela nunca mais ia conseguir esquecê-lo? Jurava que tinha trocado os lençóis, talvez ela devesse comprar outros, pensou ela. Mas quando ela buscou a varinha na mesinha ao lado da cama para conjurar uma poção para ressaca e não encontrou mesinha alguma ela se deu conta de que não estava em casa.

Subitamente abriu os olhos e a dor de cabeça com a claridade que vinha da janela. Assim que a cabeça dela parou de latejar um pouco olhou o quarto em que estava... era o quarto dele. Ela estava no apartamento de Scorpius. Como diabos ela foi parar? E o que aconteceu entre eles?

Forçou a memória em busca de lembranças que pudesse responder todas as suas dúvidas, mas tudo que conseguiu foram alguns flashes. O prêmio de melhor jogadora, a festa da premiação e muitos drinks, muito drinks, mas nada de Scorpius, nada sobre como foi parar ali.

Lentamente levantou-se da cama, ainda estava vestida, notou ela. Quando saiu do quarto sentiu o cheiro de café e se dirigiu à cozinha. Scorpius estava lá, preparando o café, diferentemente do que havia acontecido há algumas semanas ele não parecia ressentido ou com ódio de Rose. Será que eles haviam se acertado? Ou talvez, ele só estivesse assim tão pleno porque ainda não havia notado a presença dela. E, com medo de que ao perceber sua presença Scorpius voltasse a adotar o tom ríspido, ela ficou parada, admirando-o à distância.

—Fiz café, imaginei que acordaria com uma grande ressaca.

Scorpius comentou educadamente quando a viu parada perto da cozinha. Rose demorou alguns segundos para entender que ele estava falando com ela.

—Obrigada. Não lembro de muita coisa sobre ontem.... aconteceu, bom aconteceu alguma coisa... digo, entre a gente.

—O que você lembra?

Desconversou Scorpius.

—De ir a cerimônia de premiação e depois de vários copos de drinks, e é basicamente só isso. Como vim parar aqui?

—Isso explica seu estado ontem.

—Como vim parar aqui?

Repetiu Rose.

—Não sei. Você apareceu aqui super bêbada, não dizia nada com nada, vomitou na cozinha e praticamente desmaiou no meu quarto.

Rose o encarava sem acreditar no que ele dizia. Quando acordou na cama de Scorpius, no fundo, ela pensou, desejou que os dois tivessem se acertado, mas não... ela só tinha sido uma bêbada.

—Merlim. Mil desculpas, Scorpius. Eu não... Céus.! Estou absurdamente envergonhada. Eu nunca fiz esse tipo de coisa quando estou bêbada. Merlim. Eu sinto muito por todos os aborrecimentos que eu provavelmente te fiz passar ontem.

—Poderia ter sido pior. Zabine já fez pior comigo quando estava bêbado. E, justamente por isso eu não tenho nenhuma poção para te ajudar agora. Exceto, o café.

—Eu devia ir. Já te incomodei demais.

Scorpius apenas assentiu. Os dois se encararam. Scorpius ainda tentava entender todas as coisas que ela havia dito na noite anterior.

Ao chegar na porta Rose retornou. Novamente os dois se encararam durante alguns segundos.

—Sei que já deixou bem claro antes, mas.... mas acho que... Sei que errei e que estraguei tudo, mas há alguma chance de você me perdoar? Da gente tentar outra vez?

Rose perguntou...

—Acho que o tempo de discutir já passou. Inclusive me lembro que você mesmo deixou claro que tínhamos acabado, que erámos diferentes demais.

—Eu estava magoada...

—Magoada? Comigo? Foi você que partiu meu coração Rose, não o contrário.

Scorpius a cortou começando a perder o controle. Ela que havia desisto dos dois. Ela que havia terminado. E agora ela vem com o papo de que ele a magoou?

—Sim! Eu estava magoada. Meu coração também foi partido nessa história Scorpius. Depois que brigamos fui atrás de você no ano novo. Fiquei lá naquela maldita festa esperando que você se separasse um instante da “Mulher Perfeita” para que a gente pudesse se acertar, mas sabe o que aconteceu? Você não desgrudou dela, pelo contrário foram embora juntinhos. O que acha que eu senti? Não é porque no meio de uma briga eu digo para você ir atrás de uma qualquer que você em que me obedecer. Então sim, você me magoou, me magoou quando foi para casa com aquela mulherzinha. Partiu meu coração vê vocês durante toda a festa juntinhos, e em como pareciam bem juntos, em como tinham assunto...

Retrucou Rose furiosa.

Scorpius a olhava surpreso. Ela havia ido atrás dele?

—Eu passei a noite inteira falando de você. – respondeu o loiro com raiva – falando sobre a garota que eu estava apaixonado e que não queria saber de mim. Não dormir com ela naquela noite. Saímos juntos para que nossos amigos nos deixassem em paz. A deixei em casa e fui para casa, liguei para você o resto da noite, e dormir abraçado em uma garrada de uísque de fogo.

—Dormiu com ela depois?

—O quê?

O loiro perguntou sem entender.

—Você disse que não dormiu com ela naquela noite e estou perguntando se dormiu com ela depois.

—E o que isso tem a ver?

—Para mim diz muita coisa. É por isso que não quer nos dar uma segunda chance? Está namorando com ela não está? É claro que sim, afinal ela é a mulher perfeita.

—Não te interessa o que aconteceu na minha vida depois de você. O momento para segunda chances passou, Rose. Se você tivesse me escutado quando corri atrás de você teríamos resolvido todo o mal entendido do ano novo e quem sabe estaríamos juntos agora. Mas você preferiu seu orgulho, preferiu acreditar que eu estava te enganando, preferiu não conversar comigo, e agora, agora já é tarde demais.

Rose estava com lágrimas nos olhos.

—Estou conversando com você agora. Sei que errei, que estraguei tudo, reconheço isso. Se eu tivesse um vira-temp... mas eu não tenho. Por isso eu estou aqui. Porque por mais que eu tenha tentado não consigo te esquecer, e eu preciso que você me olhe nos olhos e diga que não sente nada mais por mim e que não temos nenhuma chance de voltar, pois se fizer isso meu coração me deixe virar essa página.

—Você devia ir, Rose. Não temos nada para conversar, nada a acertar, nada a tentar.

Scorpius disse sem conseguir encará-la nos olhos. Sabia que se fizesse isso não resistiria a dizer que ainda a amava e que também não havia conseguido esquecê-la, mas no fundo sabia que seu coração não suportaria se todo desse errado novamente.

—Tudo bem. Sinto muito, Scorpius. Por ter estragado as coisas, por fazer você me odiar.

—Não odeio você. Esse é o problema. Não posso tentar de novo, Rose. Porque se não der certo... não vou conseguir me recuperar.

—Entendo. Mas e se?

Rose arriscou.

—Não estou disposto a arriscar. Já fiz e olha onde estamos.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma história de Amor." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.