Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 99
O sumiço do Afonso


Notas iniciais do capítulo

Até que estou conseguindo postar mais vezes na semana.

Boa leitura :)



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Beni nunca foi uma criança parecida com as outras. Isso transparecia mais em certos momentos, como naquele em especial, quando ele dava voltas e mais voltas na sala. Finalmente, a mãe dele adentra ao recinto.

—Mãe! - disse ele - Cadê o Afonso?

—Quem? Ah, seu elefante, é verdade.

—Ele não é só um elefante, ele é meu amigo! - disse Beni, contrariado.

—Calma, ele deve estar aqui com o resto das roupas - explicou a mãe, com toda a paciência que aprendeu a ter com os poucos anos de convívio com o garoto.

A mãe de Beni esteve ocupada demais nos últimos dias e decidiu mandar as roupas e outras coisas para lavar em uma lavanderia de uma cidade próxima à Vila Baunilha (você não esperava que Vila Baunilha tivesse esse tipo de serviço, esperava?).

—Que ideia...por que você teve que levar o pobre do Afonso para um lugar desses? - perguntou Beni.

—Aquele elefante não vê água desde que você ganhou quando era criancinha - disse a mãe dele - Já estava mais do que na hora de lavar o coitado!

—Mas por que tão longe de casa? - indagou o garoto.

—Você já não tá muito grandinho para brincar com animais de pelúcia, não? - perguntou a pobre mãe.

—O Afonso não é só um elefante de pelúcia, mãe. Ele é um mensageiro da paz.

—Estou até com medo de perguntar, mas...como assim?

—Tudo começou quando alguns dias atrás, quando eu estava me concentrando para ter algum contato telepático com os seres superiores que possuem a chave do fim do mundo…

“Lá vamos nós de novo”, pensou a heroína mãe dele.

*Flashback de Beni*

“Contato...contato..”, pensava Beni, enquanto estava sentado em posição de índio em sua cama de olhos fechados. “Caramba, só com aquele sonho não posso saber qual é a minha missão. Um sinal. Só quero um sinal!”

Nisso, um pôster de Minecraft que estava em seu quarto caiu, bem no instante em que ele abriu os olhos. 

—O sinal! Só pode ser um sinal! - disse Beni, correndo para pegar o seu pôster. Mas, ao levantá-lo, viu o baú sobre o qual ele tinha caído. Algo nele o fez abrir o baú e ver o elefante de pelúcia que não via há muito tempo. Ao mesmo tempo, Beni sentiu em sua mente que estava no caminho certo.

O garoto pegou o elefante e o colocou em cima da cama. Depois, olhou fixamente para os olhos dele e sentiu algo diferente. Algo como, “continue atento”. 

—Continuar...atento - repetiu ele - Claro. Só pode ser uma mensagem sobre o fim do mundo. É isso. Afonso, o meu elefante de pelúcia, era um mensageiro deles esse tempo todo!

*Fim do flashback*

—E é por isso - continuou Beni - É por isso que preciso estar perto do Afonso o tempo todo, viu?

A verdade é que “continue atento” foi uma frase dita em uma televisão vizinha que, por acaso, ocorreu na hora em que Beni estava olhando para o elefante. Ele apenas confundiu as coisas com sua imaginação um pouco...acima da média.

—Sério, filho. Estou começando a ficar preocupada com você.

—Comigo? Você tem que estar preocupada com o mundo, mãe! Não sabemos quando a grande desgraça vai acontecer. Preciso estar atento a todos os detalhes e o Afonso é um elemento importante nessa missão!

“Calma, calma, a psicóloga disse que é só coisa da idade. Calma”, pensava a mãe dele. Beni insistia.

—E aí, mãe? Cadê o Afonso?

—Não está aqui…

—Como?

—Não está - disse ela, mostrando o cesto de roupas - Achei que tinha vindo com a roupa.

—Oh, não! - exclamou Beni - Os inimigos da humanidade começaram a agir. Já raptaram o Afonso!

—Menos, filho - disse a mãe, após um suspiro - Vou ligar para a lavanderia. Amanhã eu passo lá de novo e pego o Afonso. Eles abrem aos sábados.

—Amanhã? Mas amanhã pode ser muito tarde, mãe!

—Deixa eu ligar primeiro, Beni - disse ela, pegando o celular e ligando para a lavanderia. Após alguns minutos de conversa consideravelmente longos ela desligou e suspirou mais uma vez.

—Não gostei desse suspiro…

—Então, eles falaram que não encontraram nenhum elefante de pelúcia por lá.

—O quê?! - Beni se desesperou - Sabia. Os inimigos da humanidade já estão agindo e pegaram meu pobre mensageiro. A situação é mais trágica do que eu esperava!

—Mas…

—Eu sabia, sabia que o perigo estava nos rondando.

A mãe apenas segurou o garoto pelo ombro para ele ficar quieto e continuou.

—Mas eles disseram que as levas de roupa para lavar são separadas por localidade. O rapaz da lavanderia disse que lembra de ter visto um elefante de pelúcia na sala separada para as roupa de Vila Baunilha depois da lavagem ser feita.

—E daí?

—Daí que eles só tiveram dois pedidos de Vila Baunilha hoje. O nosso e de alguma outra pessoa.

—Ótimo! Quem é essa outra pessoa? - disse o garoto, animado.

—Aí é que está o problema. O sistema deles acabou de dar problema e eles perderam os dados de hoje.

—Eu sabia. São os inimigos da humanidade hackeando! 

—Beni, se acalma, por favor - disse ela - Como eu falei, você já tá muito grandinho para ficar brincando com elefante de pelúcia. O que os seus amigos vão pensar? 

—Amigos...amigos, é isso, mãe! - falou Beni, sorridente, saindo correndo para o quarto logo depois disso.

—Esse garoto... - disse a mãe, balançando a cabeça negativamente - Realmente estou cada vez mais preocupada com ele.

Beni correu para o seu quarto, ligou o computador e enviou uma mensagem para Briana, sua colega de sala, pedindo para encontrá-la no dia seguinte (um sábado), na praça da cidade. Como combinado, os dois se encontram.

—Oi, Beni - disse Briana, sorrindo - O que você quer tanto falar comigo?

—Preciso da sua ajuda - falou ele, usando um chapéu estilo Sherlock Holmes - É uma investigação!

—Calma, calma. Para começo de conversa...que roupa é essa que você tá usando? - perguntou ela.

—Ah, teve uma vez que fui em uma festa à fantasia quando era menor com roupa de detetive. Achei que vestido a caráter poderia pensar melhor.

—E...isso é um cachimbo? - Briana reparou no que ele estava segurando.

—É de brinquedo. Mas coloquei água com sabão para fazer bolhas - explicou ele - Como eu falei, estar caracterizado pode me ajudar a pensar melhor.

—Tá bom, então - falou Briana, com estranhamento, mas achando graça.

—Mas deixa esses detalhes de lado! - reclamou o garoto - Preciso que você me ajude a encontrar...o Afonso.

Briana mudou para um olhar de seriedade. Bem, ela não sabia quem era o Afonso. E Beni, bem, ele leva tudo que faz bem a sério. Será que teremos uma investigação séria?


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Notas finais do capítulo

Beni é o personagem que mata minhas saudades das confusões que o pessoal de This Is My Gang!, uma outra fic minha, aprontava. Kkk.

Vamos ver como esses dois vão investigar. Até a próxima! :)



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