Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 97
Pesadelo na cozinha


Notas iniciais do capítulo

Estou conseguindo postar mais frequentemente (que bom!)

Boa leitura! :)



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—Então, Kelly. Vamos começar a preparar alguma coisa - disse Antenor para sua aluna de culinária naquele momento. Como costumava limpar a cozinha naquele horário, Anne também ficou por ali para acompanhar o progresso da amiga.

—O que vamos fazer primeiro? - perguntou Kelly, animada. 

—Bem, temos uns pedaços de carne sobrando que podemos usar - falou Antenor - Que tal um strogonoff?

—Amo strogonoff! - disse Kelly.

—Tá legal. Vamos pegar os ingredientes. Quais são? - perguntou Antenor.

—A carne é um deles - falou Kelly.

—E o que mais? - perguntou ele.

—Um...molho? - falou ela, um pouco insegura.

—Exato. Um bom strogonoff tem um bom molho. Vamos pegar os ingredientes que precisamos.

—Tá - concordou Kelly, pegando um garrafa de vinho. Anne arregalou os olhos na hora.

—Epa, epa, peraí! - disse Anne - Vai com calma aí, minha filha. Tem certeza que vai vinho em strogonoff?

—Já ouvi falar que vai conhaque - respondeu Kelly.

—Calma, calma. Vamos fazer um simples, tá bom? Vamos usar cogumelos, catchup, mostarda, creme de leite e algumas ervas de tempero - falou Antenor.

—Tudo bem - concordou Kelly.

Com os ingredientes na bancada da cozinha, Antenor explicou rapidamente a receita e já testou a garota.

—Tá. E agora? O que fazemos?

—Colocamos tudo na panela - disse ela. Não apenas disse, como colocou todos os cogumelos na panela direto.

—Calma, espera um pouco - disse Antenor - Tem uma ordem para fazer as coisas.

—Tem?

—Sim, tem - falou ele - Não é o cogumelo que vai primeiro.

—Ah, é claro - disse Kelly - A primeira coisa...é a batata palha, não é?

Kelly pegou uma porção de batata palha e jogou na panela.

—Kelly, lembra que normalmente a batalha palha é servida separada do strogonoff? - lembrou Anne, segurando na mão da amiga.

—Ah, é mesmo, né? - falou ela - Então...o que vem primeiro?

—Primeiro preparamos a carne - disse Antenor.

—Ah, claro. A carne - confirmou Kelly - É só colocar na panela?

—Sim - disse Antenor.

Kelly fez isso, mas, após alguns segundos, percebeu que alguma coisa estava errada.

—Tio, por que não tá acontecendo nada? - perguntou a garota.

—Você tem que ligar o fogo, amiga - falou Anne.

—Nossa, é mesmo - falou ela - Esse fogão é bem diferente do meu…

—É um fogão industrial, próprio para restaurante - falou Antenor - Eu ligo pra você, não se preocupa.

—Nossa, é mais difícil do que eu imaginava - comentou Kelly.

—Mas você nem começou a cozinhar ainda! - falou Anne.

—Acho que estar com um chef tão bom em um restaurante ainda por cima me deixa mais nervosa…

—Relaxa. O meu pai é super de boa - falou Anne.

—Bem, vou tentar. Pronto?

—Sim - respondeu Antenor - Agora é só deixar a carne no fogo por um tempo.

—Tá - disse Kelly. 

—Pode deixar que eu olho a carne. Agora você precisa cuidar dos outros ingredientes. Começa com o alho e a cebola.

—Pode deixar - falou Kelly, pegando uma das cebolas e começando a cortar. Não demorou muito para os olhos dela lacrimejarem - Puxa...

—O que foi, Kelly? - perguntou Anne.

—Estou feliz de estar aprendendo com o seu pai, mas não imaginei que fosse chorar por causa disso - comentou a garota.

—Amiga, você tá cortando cebola. Isso irrita os olhos que é uma beleza - explicou Anne.

—Nossa, é verdade - falou Kelly - Será que essa quantidade de cebola tá boa?

—Vou deixar o tempero por sua conta, Kelly - falou Antenor - Veja bem o quanto você quer colocar. Anne, sem soprar, tá? Aliás, pode usar outros temperos da cozinha se quiser.

—Tá legal - concordou a filha.

—É, não me fala - disse Kelly - Vou organizar direitinho aqui. Já peguei a ideia. Posso colocar as bebidas também, né?

—Só não exagera - falou Antenor.

“Por que estou com um mau pressentimento”, pensou Anne.

E assim Kelly foi progredindo e, na hora de concluir, colocou o que achou de mais interessante para temperar o strogonoff. Finalmente, chegou a hora de servir e experimentar.

—Que tal? - Kelly apresentou seu prato. Antenor e Anne não estavam muito dispostos a seguir em frente.

—Err...você não resistiu em colocar vinho, né? - lembrou Anne.

—Não só isso. Você viu que eu coloquei vinho com o conhaque? - falou Kelly - Além disso, coloquei orégano, pimenta, páprica e um pouco de cada tempero que achei ali.

—Eu sei que o tempero ficou por sua conta, mas não acha que fugiu muito do tradicional, não?

—Bem, é importante experimentar várias coisas, né?

Anne e Antenor tomaram coragem e experimentaram. Infelizmente, a reação não foi das melhores. Pai e filha correram para pegar água.

—Acho que você exagerou na pimenta - falou Antenor.

—Sério? - disse Kelly - Acho que só coloquei umas três colheres cheias.

—De chá, né? - perguntou Anne.

—Aquela maior - falou Kelly - Acho que é de sopa, né?

—Kelly, minha filha - disse Anne - Você chegou a experimentar seu próprio prato?

—Ah, sabia que tinha esquecido alguma coisa - disse ela.

Mas assim que colocou uma colherada na boca percebeu o quanto estava picante.

—Nossa, ardido demais - disse ela - Não achei que a pimenta fosse tão forte assim.

—Mesmo se a pimenta fosse fraca, três colheres é demais - falou Antenor.

—É, acho que preciso treinar mais - disse a garota.

Nisso, Gustavo entrou na cozinha para pegar o lixo e aproveitou para perguntar sobre o progresso da namorada.

—Terminei um prato - falou Kelly - Mas...

—Sério? - disse ele, empolgado - Pode deixar. Vou experimentar agora!

—Não, espera...

Mas Gustavo não deixou Kelly terminar de falar e colocou uma colherada cheia na boca. As lágrimas do pobre rapaz saíam sozinhas.

—Está horrível, né? - disse Kelly, com um olhar tristonho.

—Está delicioso! - falou Gustavo, apesar das lágrimas do seu rosto indicarem justamente o contrário - Só não continuo a comer porque preciso terminar meu trabalho!

—Sério? Puxa, acho que você é mais resistente à pimenta do que eu pensava!

“O que é pior? Ele tentando agradar ou ela acreditando?”, pensou Anne ao ver a cena.

—Acho que o importante é treinar sempre. Posso experimentar sua comida quando quiser - falou Gustavo.

—Mesmo? Já sei! Vamos marcar um jantar lá em casa? O que acha, amor?

—Se seus pais aprovarem, pode contar comigo - disse Gustavo, chorando (não só por causa da pimenta).

—O que o amor não faz, né? - comentou Antenor com Anne.

—Amar é sofrer - respondeu a filha.

Pobre Gustavo...


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Notas finais do capítulo

Pobre mesmo. Até o próximo capítulo! :)



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