Vila Baunilha escrita por Metal_Will
Notas iniciais do capítulo
Estou conseguindo postar mais frequentemente (que bom!)
Boa leitura! :)
—Então, Kelly. Vamos começar a preparar alguma coisa - disse Antenor para sua aluna de culinária naquele momento. Como costumava limpar a cozinha naquele horário, Anne também ficou por ali para acompanhar o progresso da amiga.
—O que vamos fazer primeiro? - perguntou Kelly, animada.
—Bem, temos uns pedaços de carne sobrando que podemos usar - falou Antenor - Que tal um strogonoff?
—Amo strogonoff! - disse Kelly.
—Tá legal. Vamos pegar os ingredientes. Quais são? - perguntou Antenor.
—A carne é um deles - falou Kelly.
—E o que mais? - perguntou ele.
—Um...molho? - falou ela, um pouco insegura.
—Exato. Um bom strogonoff tem um bom molho. Vamos pegar os ingredientes que precisamos.
—Tá - concordou Kelly, pegando um garrafa de vinho. Anne arregalou os olhos na hora.
—Epa, epa, peraí! - disse Anne - Vai com calma aí, minha filha. Tem certeza que vai vinho em strogonoff?
—Já ouvi falar que vai conhaque - respondeu Kelly.
—Calma, calma. Vamos fazer um simples, tá bom? Vamos usar cogumelos, catchup, mostarda, creme de leite e algumas ervas de tempero - falou Antenor.
—Tudo bem - concordou Kelly.
Com os ingredientes na bancada da cozinha, Antenor explicou rapidamente a receita e já testou a garota.
—Tá. E agora? O que fazemos?
—Colocamos tudo na panela - disse ela. Não apenas disse, como colocou todos os cogumelos na panela direto.
—Calma, espera um pouco - disse Antenor - Tem uma ordem para fazer as coisas.
—Tem?
—Sim, tem - falou ele - Não é o cogumelo que vai primeiro.
—Ah, é claro - disse Kelly - A primeira coisa...é a batata palha, não é?
Kelly pegou uma porção de batata palha e jogou na panela.
—Kelly, lembra que normalmente a batalha palha é servida separada do strogonoff? - lembrou Anne, segurando na mão da amiga.
—Ah, é mesmo, né? - falou ela - Então...o que vem primeiro?
—Primeiro preparamos a carne - disse Antenor.
—Ah, claro. A carne - confirmou Kelly - É só colocar na panela?
—Sim - disse Antenor.
Kelly fez isso, mas, após alguns segundos, percebeu que alguma coisa estava errada.
—Tio, por que não tá acontecendo nada? - perguntou a garota.
—Você tem que ligar o fogo, amiga - falou Anne.
—Nossa, é mesmo - falou ela - Esse fogão é bem diferente do meu…
—É um fogão industrial, próprio para restaurante - falou Antenor - Eu ligo pra você, não se preocupa.
—Nossa, é mais difícil do que eu imaginava - comentou Kelly.
—Mas você nem começou a cozinhar ainda! - falou Anne.
—Acho que estar com um chef tão bom em um restaurante ainda por cima me deixa mais nervosa…
—Relaxa. O meu pai é super de boa - falou Anne.
—Bem, vou tentar. Pronto?
—Sim - respondeu Antenor - Agora é só deixar a carne no fogo por um tempo.
—Tá - disse Kelly.
—Pode deixar que eu olho a carne. Agora você precisa cuidar dos outros ingredientes. Começa com o alho e a cebola.
—Pode deixar - falou Kelly, pegando uma das cebolas e começando a cortar. Não demorou muito para os olhos dela lacrimejarem - Puxa...
—O que foi, Kelly? - perguntou Anne.
—Estou feliz de estar aprendendo com o seu pai, mas não imaginei que fosse chorar por causa disso - comentou a garota.
—Amiga, você tá cortando cebola. Isso irrita os olhos que é uma beleza - explicou Anne.
—Nossa, é verdade - falou Kelly - Será que essa quantidade de cebola tá boa?
—Vou deixar o tempero por sua conta, Kelly - falou Antenor - Veja bem o quanto você quer colocar. Anne, sem soprar, tá? Aliás, pode usar outros temperos da cozinha se quiser.
—Tá legal - concordou a filha.
—É, não me fala - disse Kelly - Vou organizar direitinho aqui. Já peguei a ideia. Posso colocar as bebidas também, né?
—Só não exagera - falou Antenor.
“Por que estou com um mau pressentimento”, pensou Anne.
E assim Kelly foi progredindo e, na hora de concluir, colocou o que achou de mais interessante para temperar o strogonoff. Finalmente, chegou a hora de servir e experimentar.
—Que tal? - Kelly apresentou seu prato. Antenor e Anne não estavam muito dispostos a seguir em frente.
—Err...você não resistiu em colocar vinho, né? - lembrou Anne.
—Não só isso. Você viu que eu coloquei vinho com o conhaque? - falou Kelly - Além disso, coloquei orégano, pimenta, páprica e um pouco de cada tempero que achei ali.
—Eu sei que o tempero ficou por sua conta, mas não acha que fugiu muito do tradicional, não?
—Bem, é importante experimentar várias coisas, né?
Anne e Antenor tomaram coragem e experimentaram. Infelizmente, a reação não foi das melhores. Pai e filha correram para pegar água.
—Acho que você exagerou na pimenta - falou Antenor.
—Sério? - disse Kelly - Acho que só coloquei umas três colheres cheias.
—De chá, né? - perguntou Anne.
—Aquela maior - falou Kelly - Acho que é de sopa, né?
—Kelly, minha filha - disse Anne - Você chegou a experimentar seu próprio prato?
—Ah, sabia que tinha esquecido alguma coisa - disse ela.
Mas assim que colocou uma colherada na boca percebeu o quanto estava picante.
—Nossa, ardido demais - disse ela - Não achei que a pimenta fosse tão forte assim.
—Mesmo se a pimenta fosse fraca, três colheres é demais - falou Antenor.
—É, acho que preciso treinar mais - disse a garota.
Nisso, Gustavo entrou na cozinha para pegar o lixo e aproveitou para perguntar sobre o progresso da namorada.
—Terminei um prato - falou Kelly - Mas...
—Sério? - disse ele, empolgado - Pode deixar. Vou experimentar agora!
—Não, espera...
Mas Gustavo não deixou Kelly terminar de falar e colocou uma colherada cheia na boca. As lágrimas do pobre rapaz saíam sozinhas.
—Está horrível, né? - disse Kelly, com um olhar tristonho.
—Está delicioso! - falou Gustavo, apesar das lágrimas do seu rosto indicarem justamente o contrário - Só não continuo a comer porque preciso terminar meu trabalho!
—Sério? Puxa, acho que você é mais resistente à pimenta do que eu pensava!
“O que é pior? Ele tentando agradar ou ela acreditando?”, pensou Anne ao ver a cena.
—Acho que o importante é treinar sempre. Posso experimentar sua comida quando quiser - falou Gustavo.
—Mesmo? Já sei! Vamos marcar um jantar lá em casa? O que acha, amor?
—Se seus pais aprovarem, pode contar comigo - disse Gustavo, chorando (não só por causa da pimenta).
—O que o amor não faz, né? - comentou Antenor com Anne.
—Amar é sofrer - respondeu a filha.
Pobre Gustavo...
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Pobre mesmo. Até o próximo capítulo! :)