Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 93
Reencontros




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—Seja muito bem-vinda, querida - disse a diretora Glória, enquanto terminava um iogurte - Seus pais já me adiantaram toda a papelada.

A diretora estava se dirigindo à mais nova moradora da cidade, Márcia. Não era uma moradora tão nova, considerando que ela visitou Vila Baunilha algumas vezes quando criança, mas agora havia se mudado definitivamente para lá, intencionando cuidar de sua bisavó Cleide, mas também desejosa de estudar em um lugar mais tranquilo. Ela chegou no sábado e, naquela segunda, já estava pronta para iniciar sua nova vida escolar.

—Então...já posso começar hoje? - perguntou a garota.

—Claro, pode sim - disse ela - Sua sala é a 10, no primeiro ano. Boa sorte.

—Obrigada - respondeu Márcia - Esse fim de semana até já conheci uma menina que estuda nessa sala. Ela trabalha no restaurante que abriu...só não perguntei o nome dela…

—Ah, a Anne - disse a diretora - É um amor de garota. Acho que vocês serão boas amigas.

—Também acho. Bem, vou indo para a sala. É a 10, né? Pode deixar que eu encontro.

—Até mais.

Márcia seguiu saltitante para a sala e chegou junto com o professor. Era mais uma aula do professor Otávio.

—Bom dia. O senhor é o professor? - perguntou Márcia.

—Infelizmente, sim - disse ele, sem um pingo de bom humor - Quer alguma coisa?

—Essa é a sala 10, não é? - perguntou a garota, sorrindo - Vou começar a estudar aqui a partir de hoje.

—Como? - indagou o professor - Mas não me avisam nada!

—Bem, eu me mudei esse fim de semana e meus pais adiantaram a papelada para a professora e...

—Tá, tá, que seja - disse Otávio, já impaciente - Entra logo. Um a mais, um a menos, que diferença faz?

—Tudo bem - disse ela.

O professor entrou e Márcia parou na frente da sala.

—Ei, quem é aquela menina, heim? - perguntou Carioca, antes de se preparar para seu bom cochilo na aula de humanas.

—Cara, não sei - comentou Luciano - Mas...parece que ela não me é estranha…

—Ela veio dar algum recado? - Kelly sussurrou para Anne.

—Não, acho que não - disse Anne - Vi essa menina no sábado. Ela se mudou faz pouco tempo.

—O que foi, menina? - perguntou o professor - Não vai se sentar, não?

—Err....acho que eu devia me apresentar, né? - perguntou ela.

—Ah, é claro - disse professor Otávio, revirando os olhos - Diga, quem é você. Isso me poupa o trabalho de perguntar o seu nome depois.

—Meu nome é Márcia - disse ela - Eu me mudei nesse sábado. Prazer.

—Aí, maneiro - disse Carioca - Agora tu não é mais a caloura da sala, Anne.

—Pois é - concordou Anne.

—É uma jovem adorável - disse Ian, se aproximando dela e beijando sua mão - Infelizmente, temo que não posso corresponder seus anseios, bela donzela. Meu coração já pertence à minha amada, Anne.

Márcia só conseguiu dar um sorriso de constrangimento.

—Não sei bem o que dizer, mas, se foi um elogio, obrigada - disse ela.

—Como você é incoveniente, Ian - reclamou Luís - Achei que já estivesse bem claro que Anne e eu já estamos em um lance.

—Que lance o quê?! - disse Anne, praticamente jogando Luís na parede da sala - Já falei que não quero pensar em nada de namoro agora! Mas o que adianta? Vocês esquecem disso assim que acordam de manhã!

—Bem, é uma sala animada, né? - disse Márcia, vendo Luciano ali no fundo. Por alguma razão, Márcia se sentiu impelida a sentar perto dele - Err...posso sentar ali?

—Senta em qualquer lugar. Só quero começar a aula logo - falou o professor - Hoje vamos falar...do quê mesmo? Ah, sim, vamos continuar falando do Brasil colônia. Detesto história do Brasil, mas fazer o quê? Tem que ensinar isso!

Márcia se sentou ao lado de Luciano e sorriu.

—E aí? - cumprimentou ela em voz baixa, enquanto o professor escrevia na lousa - Beleza?

—Beleza. Meu nome é Luciano e esse dormindo aqui do lado é o Carioca.

Carioca capotou no sono assim que o professor colocou o giz na lousa. Isso era quase automático.

—Luciano...será que… - Márcia deu um sorriso imenso - Será que é o mesmo?

—Como assim?

—É que eu conheci um Luciano quando vinha brincar aqui em Vila Baunilha nas férias - disse Márcia - Isso quando meus pais moravam em uma cidade aqui perto, nossa, faz muito tempo.

—Quanto tempo?

—Ah, uns seis anos, pelo menos - disse Márcia - Minha bisavó que morava aqui.

—Não, não acredito! - disse Luciano - Agora eu tô lembrando. Tinha uma menina que brincava com a gente, sim. Você lembra de mim, então?

—Claro. Lembro de você e mais um garoto baixinho…

—Era o Luís. Ele também brincava com a gente, mas sempre ficava para trás.

—Nossa. Lembrei. É ele mesmo. 

—Puxa, mas nem te reconheci - falou Luciano - Você tá muito diferente. Seu cabelo não era tão curto.

—Ah, gosto de deixar ele curto - explicou Márcia - Dá muito trabalho pra lavar!

—Caraca, que demais - disse Luciano, bem animado - Lembro que a gente se divertia bastante.

—Sim - falou Márcia - E como!

—Tá bom, chega de conversinha, vai - disse o professor - Você, aluna nova, fala bastante pra quem acabou de chegar, heim?

—D-Desculpa - falou Márcia.

Nas cadeiras da frente.

—Espera. Será que é a mesma pessoa? - indagou Kelly.

—O que foi? - perguntou Anne.

—É que, muito tempo atrás, tinha um menina chamada Márcia que costumava brincar com a gente nas férias - disse Kelly - Ela morava na cidade vizinha e tinha os olhos da cor dessa menina.

—Ah, é ela mesma - disse Anne - Ela foi no restaurante sábado e disse que vinha aqui durante as férias.

—Sim, é ela mesma - comentou Ema, que estava ali próxima, em um tom mais sério - O que ela veio fazer aqui?

—Você...não gosta dela? - perguntou Anne.

—Não é que eu não goste, mas...eu não esperava por isso! - reclamou ela. Anne nunca tinha visto Ema com uma expressão tão séria.

Na hora do intervalo, Márcia se aproximou das meninas.

—Kelly! Ema! São vocês? - disse ela.

—Você é mesmo a Márcia? Aquela Márcia? - falou Kelly sorrindo - Nossa, a gente se divertia muito naquela época.

—Verdade. Como era bom nadar no Lago do Coqueiro com vocês - disse Márcia, esbanjando nostalgia - Ema, você continua linda como era naquela época.

—E você...mudou bastante, né? - respondeu Ema.

—Cortei o cabelo, acho que fica melhor assim - disse Márcia, rindo.

“Ela fica à vontade bem rápido”, reparou Anne. “Tô até me sentindo meio excluída”

—Kelly, por que você não mostra a escola para a Márcia? - disse Ema - Vocês aproveitam e já colocam o papo em dia. 

—Claro - disse Kelly, toda prestativa - Vem, Márcia. Acho que você vai gostar daqui.

Depois que elas saíram, Anne olhou para Ema imediatamente.

—Tá bom, desembucha. Você não faz nada sem ter planejado algum coisa. O que você tem pra me falar? - perguntou Anne.

—Sim, preciso te falar algo - respondeu Ema, dessa vez, com um olhar bem sério. O que ela teria para dizer?


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Notas finais do capítulo

Vamos deixar a relação dessa turma mais interessante. kkk.

Espero que continue acompanhando. Até a próxima! :)



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