Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 85
A presilha da má sorte


Notas iniciais do capítulo

Olá. Mais um domingo, mais um capítulo. Boa leitura. :)



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—Só pode, amiga - insistiu Cíntia - Isso tudo que tá acontecendo com você só pode ser coisa dessa presilha.

Samanta estava tendo uma manhã péssima e as aulas nem haviam começado direito. A suspeita de Cíntia era a presilha que ela estava usando.

—Minha presilha? Minha presilha nova e linda? - falou Samanta em tom de indignação - O que ela tem a ver?

—Pensa - continuou Cíntia - No mesmo dia em que você vem com uma presilha nova você cai de cabeça no balde e fica com a cara cheia de giz. Não pode ser coincidência.

—Será que minha presilha veio com urucubaca? - falou Samanta, espantada - Não pode ser! Ela foi tão cara!

—Se eu fosse você, tirava ela - recomendou Cíntia - Melhor ficar um dia com o cabelo menos bonito do que arriscar a vida, não concorda?

—É, tem razão - disse Samata - Melhor prevenir do que remediar.

—Boa, amiga - disse Cíntia, feliz.

As duas voltaram para a sala e o dia correu normalmente. Na hora do intervalo, Samanta já estava com uma carinha bem mais animada.

—Você tinha razão, Cíntia - disse Samanta - Minha má sorte devia ser a presilha mesmo. Depois que deixei de usar, não sofri mais nada.

—Que bom, amiga - disse Cíntia - Agora você pode andar por aí em paz sem medo de sofrer nada.

—É, eu nem acredito que…

Mas Samanta mal terminou essas palavras e levou uma bolada na cara.

—Amiga! Você tá bem? - falou Cíntia, desesperada, com Samanta caída no chão.

—Puxa, foi mal - disse o garoto que jogou a bola - Meu amigo acabou errando o chute.

—Ai, ai - disse Samanta, se levantando - Alguém anotou a placa do caminhão?

—Não foi caminhão, amiga - respondeu Cíntia - Foi bola mesmo. 

Cíntia entregou a bola para o garoto, que se desculpou mais uma vez.

—Como assim? - reclamou Samanta, após ser ajudada por Cíntia a se levantar - Achei que meu azar tinha passado depois que tirei a presilha.

—Deve ser algo mais pesado, amiga - falou Cíntia - Acho que o problema não é usar a presilha. Deve ser ter a presilha.

—Ai, e agora? O que eu faço? - disse Samanta, apreensiva.

—Acho que o jeito é se livrar da presilha - falou Cíntia - Sinto muito.

—Se livrar dela? - Samanta estava indignada - Minha presilha! Minha presilha linda! Vou ter que dar um fim nela?

—Bem, você não ia poder usar mesmo - disse Cíntia.

—Se não tem jeito. Tudo bem, Cíntia. Pode ficar com ela - disse Samanta, entregando a presilha para Cíntia.

—Como assim?! - falou Cíntia, indignada - Não quero ter azar, não!

—M-Mas...ela é linda demais para jogar fora - disse Samanta - A menos que...ah, já sei!

—O que foi? - perguntou Cíntia.

—Vou me livrar do meu problema e ainda fazer meu papel de vilã - disse Samanta, confiante e com olhar de má - Sim, essa vai ser minha maior vigarice!

Cíntia só foi entender o plano de Samanta quando as duas já estavam na frente de Briana.

—Briana, anjo. Preciso falar com você - disse Samanta, toda doce.

—Oi, Samanta. O que é? - disse Briana, com um sorriso ainda mais doce.

“Fofa demais!”, pensou Samanta, com as mãos trêmulas. “Que vontade de apertar essas bochechas...mas, não, não, Samanta, se controla! Você é má! Má!”

—Aconteceu alguma coisa? - perguntou Briana.

—Não, não, é que...sabe, queria te dar um presente - disse Samanta.

—Um presente? Mas meu aniversário ainda tá longe - falou Briana.

—É só um mimo. Um presente é um presente, não precisa de motivo - explicou Samanta.

—Ah, se é assim - disse Briana, sorrindo - Qual é o presente?

—Esse - falou Samanta, mostrando a presilha - É uma presilha linda, não acha?

—Muito linda! - falou Briana, com os olhinhos brilhando - Mas...essa não era a presilha que você estava usando hoje de manhã?

—Ah, é que eu pensei, pensei e cheguei na conclusão de que ela fica bem melhor em você do que em mim, Briana - disse Samanta.

—Sério? Puxa, nem sei o que falar. Obrigada. Obrigada mesmo. Você é mesmo uma fofa! - disse Briana, toda contente.

“Você que é muito fofa e...aaah, não, não, se concentre na vilania, Samanta”, pensou Samanta, chacoalhando a cabeça.

—O que foi? Aconteceu alguma coisa? - perguntou Briana.

—Nada, nada não - falou Samanta - Mas, vamos ver como fica em você.

Samanta colocou a presilha em Briana e, de fato, ficou ótimo nela.

—Que linda - disse Cíntia.

—Menos, Cíntia - falou Samanta em voz baixa - Ela é nossa rival, lembra? Deixa que eu faço os elogios!

—Ah, é - falou Cíntia.

—Como eu ia dizendo, que linda! - exclamou Samanta.

—Obrigada. Tudo bem mesmo eu ficar com ela? - perguntou Briana.

—Claro - garantiu Samanta - É sua.

—Obrigada mesmo - falou Briana - Bom, licença, ainda preciso ir ao banheiro antes do intervalo acabar.

—Vai lá - disse Samanta, dando tchauzinho.

—Amiga - falou Cíntia assim que Briana se distanciou um pouco - E se ela morrer?

—Não exagera - disse Samanta - Logo ela também vai perceber que a presilha dá azar e vai se livrar dela. Antes disso, vamos ver ela sofrer um pouquinho.

—Tem certeza, amiga? Sua consciência não pesa? Pensa no que pode acontecer com ela...e se ela não perceber?

Samanta pensou mais um pouco e percebeu que, realmente, isso poderia ser demais.

—T-Tem razão - gaguejou Samanta - Não quero me sentir culpada se alguma coisa acontecer com aquela coisinha fofa, digo, com a bobona da Briana. 

—Então é melhor se apressar. Ela vai passar bem na frente dos garotos jogando bola - disse Cíntia, apontando para Samanta.

—Briana, espera! - gritou Samanta, enquanto saía correndo para mudar o que fez. Briana olhou para trás e, assim que Samanta se aproximou, mais uma vez, foi atingida pela bola dos garotos.

—Samanta! Você tá bem? - perguntou Briana.

—Caraca. De novo? - falou o mesmo garoto, indo pegar sua bola - Puxa, menina, acho que hoje não é seu dia de sorte, né?

—Ai, ai, ai… - reclamou Samanta - Ai, minha cabecinha.

—Amiga, você tá bem? - perguntou Cíntia.

—Acho que sim - falou Samanta - Pelo menos não perdi a memória.

—Você tá bem mesmo? - perguntou Briana - Essas coisas acontecem. Não fica brava com os meninos.

—É...eu só ia dizer pra você tomar cuidado ao andar com essa presilha por aí. Ela é muito cara - disse Samanta.

—Tudo bem. Essa cidade é bem mais sossegada do que a cidade onde eu morava. Mas obrigada pela preocupação - falou Briana, dando mais um sorriso e saindo de cena.

—É, amiga. Acho que o problema era só com você mesmo - falou Cíntia.

—Como é que é? Então eu é que sou azarada?

—Talvez não seja a presilha...talvez seja só um inferno astral - Cíntia tentava se explicar - Mas olha pelo lado bom, agora já sabemos que seu problema de azar NÃO ERA a presilha.

—E agora eu fiquei sem a presilha e continuo com azar! - reclamou Samanta - Isso é tudo culpa sua!

—Mas, amiga, eu tive a melhor das intenções… - falou Cíntia.

—Ai, quando esse inferno astral vai passar? - Samanta lamentou e um cocô de passarinho caiu na cabeça dela bem naquela hora.

—Acho que...é melhor a gente ir até o banheiro limpar isso.

É, parece que o inferno astral vai demorar mais um pouquinho para passar.


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Notas finais do capítulo

Calma, Samanta. Tem outros habitantes em Vila Baunilha até mais azarados do que você. Kkk.

No próximo capítulo, iniciamos o último arco da temporada. Até lá! :)



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