Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 58
A galinha gigante


Notas iniciais do capítulo

Olá. Estamos aqui de novo. Boa leitura! ;)



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Briana estava contente com o adubo que Luís arranjou para seu trabalho de escola. A garota precisava entregar um trabalho de ciências que consistia basicamente em plantar alguma coisa. Querendo algo mais original do plantar feijão no algodão, Briana escolhe plantar cenouras e Luís, ao encontrá-la na loja do centro, resolve entregar a ela um adubo especial que faria sua planta crescer mais rápido. E lá estava ela, plantando toda feliz suas cenouras no final do dia, usando um vaso que arranjou com sua mãe e um pouco de terra que pegou em um terreno próximo. Nisso, Anne se aproximou para saber o que sua irmã estava fazendo.

—O que você tá fazendo, baixinha? - perguntou Anne.

—Ah, terminei de plantar minhas cenouras - disse Briana, enquanto anotava tudo que fazia em um caderninho - É pra escola.

—Cenouras? - estranhou Anne - Deve dar trabalho, né?

—É, dá mais trabalho do que plantar feijão no algodão. Mas com esse adubo especial, elas vão crescer rapidinho.

—Adubo especial? - estranhou Anne.

—É. Aquele seu amigo que me deu.

—Quem?

—O mais baixinho, o Luís.

—Você aceitou uma invenção dele? Tem certeza de que isso é seguro! É capaz de nascer um monstro cenoura mutante desse negócio!

—Nossa, não exagera - disse Briana, rindo.

—Estou falando sério! - disse Anne - O Luís é doido! Não sei o que ele pode ter inventado!

—Bom, agora já era. Já usei o adubo. E se funcionar, vou tirar 10 nesse trabalho!

—É, espero que funcione - continuou Anne - Se funcionar, agradeço ao Luís por isso. Agora entra, vai. Vai tomar um banho que daqui a pouco a janta tá pronta.

—Tá - disse Briana, fofamente como sempre.

De fato, parece que o adubo funcionava mesmo. Apenas em uma noite, as sementes já começaram a germinar. Um pouco antes de ir para a escola, Briana chamou Anne radiante.

—Anne, Anne, chega aqui! - disse Briana, toda animada.

—O que foi?

—Olha! O adubo funcionou! As cenouras já estão crescendo!

Enquanto Briana tirava uma foto, Anne ficou admirada.

—É, o Luís acertou mesmo, heim? Vou ter que dar o braço a torcer.

—Que demais! Vou tirar 10 nesse trabalho, com certeza!

E Anne teve mesmo que dar o braço a torcer. E Luís, de certa forma, já esperava por algo assim quando a viu na sala de aula.

—Oi, Anne - disse Luís, se aproximando.

—Oi, Luís - cumprimentou ela.

—E então? Não sei se sua irmã te contou, mas eu dei uma ajudinha no trabalho dela e…

—Sim, contou - interrompeu Anne, sorrindo - Aliás, valeu. As sementes já começaram a germinar.

—Sério? Fico feliz em ter ajudado! - disse Luís, todo sorridente.

—Valeu mesmo, Luís - Anne agradeceu novamente - Agora, deixa eu ir para o meu lugar. A aula já vai começar.

“Na minha imaginação foi um pouco diferente”, pensou Luís. “Mas ela me agradeceu. Isso já me dá uns bons pontos.Hehehe!”

—Aí, Luís. Perdeu alguma coisa, cara? - perguntou Carioca, que acabara de chegar.

—Por que esse sorriso de idiota? - perguntou Luciano, outro que acabou de chegar.

—Ah, podem falar o que quiser - disse ele - Nada vai estragar meu dia hoje! 

—Que bom humor, heim? - comentou Carioca.

—Sim, estou de muito bom humor - falou Luís - A Anne acabou de me agradecer por ter ajudado a irmã dela.

—E tá feliz só por isso? - disse Luciano.

—A gratidão da Anne deixa tudo mais leve e colorido - falou Luís - Ah, é o amor com essas várias reações bioquímicas no cérebro que me deixam assim.

—Pô, essa música tinha uma outra letra, não tinha, não? - comentou Carioca.

—Falando nisso, acho que vou começar a investir no sertanejo - disse Luciano, como sempre, com seu violão nas costas - Já estou pensando em umas músicas.

“Nem a música horrível dele vai estragar meu dia”, pensou Luís.

Mas o dia ainda demoraria para acabar. Na hora da saída, quando Anne e Briana seguiam para o restaurante, o dono de uma quitanda estava tendo uma certa dificuldade.

—Sai, sai - falava o homem, tentando tirar alguma coisa dali.

—Eita, o que tá acontecendo? - perguntou Anne.

—Vamos lá ver? - disse Briana.

As duas se aproximaram e viram o dono da quitanda colocando uma enorme galinha para fora.

—É uma galinha - disse Anne.

—É o que parece - concordou Briana - Mas...é uma galinha meio diferente, né?

Briana tinha razão em comentar isso. A galinha em questão era bem maior do que uma galinha comum. Geralmente, as galinhas não costumam ser muito maiores do que um gato, mas aquela galinha ali já estava quase do tamanho de um cachorro grande.

—É uma galinha muito grande - continuou Anne.

—Não sabia que tinha galinhas assim - comentou Briana, logo em seguida gritando para o dono da quitanda - Ei, moço. Essa galinha é sua?

—Claro que não - disse o homem - Esse bicho agora está alcançando as prateleiras da minha quitanda e está querendo comer minhas verduras! De quem é essa galinha?

—É difícil identificar uma galinha, né? Elas costumam ser bem parecidas - comentou Briana, com toda a calma - Quem for dono dela vai ganhar vários prêmios!

Assim que ela terminou de falar isso, a galinha parece ter crescido mais ainda.

—É impressão minha ou...essa galinha cresceu ainda mais? - perguntou Anne.

—Ah, impressão sua - disse Briana.

—O que é isso? - o dono do açougue agora chegou ali espantado - De onde saiu essa galinha?

—É o que estamos querendo descobrir - disse Briana - Não é de ninguém da cidade?

—Se alguém tivesse uma galinha dessas já teria exposto pra todo mundo - comentou o açougueiro - Imagina o tanto de carne que isso aí deve ter.

—O senhor tá pensando em pegá-la? - perguntou Anne.

—Sim. Imagina o lucro que vou ter com tudo isso aí de carne - disse o açougueiro.

Mas a galinha encarou o açougueiro com uma cara não muito boa.

—Ai, ela olhou pra cá! - disse ele, quase se escondendo atrás de Anne - Err...claro, alguém precisa capturar a galinha primeiro, né? Eu só vendo a carne, ela já vem pronta pra mim. 

—Fala sério - falou Anne, depois de um suspiro.

—Minha nossa, o que é isso? - disse uma senhorinha que estava passando por ali, acompanhada de outra senhorinha que devia ter mais ou menos a mesma idade.

—É o fim do mundo - comentou a colega, fazendo o sinal da cruz - Os demônios já estão invadindo tudo.

Assim que elas disseram isso, a galinha perceptivelmente aumentou seu tamanho.

—Nossa, ela cresceu. Cresceu mesmo! - disse Briana, agora com uma expressão mais assustada.

—É, agora eu também vi - disse Anne, também arregalando os olhos espantada, deixando seu tom sarcástico de lado em um raro momento - Caraca, isso aí é sério.

—Não tem jeito - disse o dono da quitanda - Precisamos chamar a polícia.

“Por favor, não piore a situação”, pensou Anne, lembrando imediatamente de quem eram os dois policiais da cidade.

—Não temam! - disse o delegado da cidade, chegando naquele exato momento juntamente com seu companheiro soldado Caxias, como se soubesse que algo estava acontecendo - A polícia está aqui!

—Ah, graças a Deus o senhor chegou, delegado Fonseca -  falou uma das senhorinhas.

—Já estava indo chamar vocês - disse o dono da quitanda - Olhem isso.

—D-Delegado...isso é uma galinha mesmo? - perguntou Caxias.

—Claro que é uma galinha, soldado Caxias! - esbravejou o delegado - Não está ouvindo o “có-có” dela?

—Mas é uma galinha enorme - disse o soldado.

—Por favor, façam alguma coisa - disse o dono da quitanda - Ela vai querer entrar na quitanda de novo.

—Mas...isso é um trabalho da polícia mesmo? - disse o delegado - Talvez seja melhor chamar os bombeiros.

—O corpo de bombeiros mais próximos é da cidade vizinha - disse o soldado - Eles chegam rápido. É só chamar.

—Como assim? O senhor não pode atirar na galinha! - gritou o açougueiro.

—Atirar? Mas a galinha pode ser considerada uma criminosa? - perguntou o soldado.

—É verdade. Galinhas agem por instinto, não agem? - lembrou o delegado, com a mão no queixo e pensativo - Talvez seja mesmo um trabalho para bombeiros.

“Ele estão com medo da galinha. Tá na cara”, pensou Anne.

—Vocês não podem nem prendê-la? - perguntou Briana.

—Ah, menina Briana - cumprimentou o soldado, alegremente, chegando mais perto das meninas com o delegado.

“Droga. Eles viram a gente aqui”, pensou Anne, revirando os olhos.

—Oh, como vão? Podem nos dizer o que exatamente é essa galinha? - perguntou o delegado.

—Não sabemos - respondeu Anne - Quando chegamos, ela já estava aí. Se bem que era um pouquinho menor.

—Acho que ela cresceu de novo - apontou Briana para a galinha. A ave já estava do tamanho de uma mesa de sinuca.

—Como uma galinha pode crescer tanto assim? - perguntou o soldado.

—Com certeza isso não é natural - disse o delegado - Alguma coisa aconteceu com ela.

—Está crescendo rápido mesmo...parece até as minhas cenouras - disse Briana.

—É isso! - exclamou Anne - Briana. Você deixou aquele adubo cair no chão?

—Se eu deixei cair...ah.

— “Ah” o quê, Briana? - perguntou Anne.

—Sabe o que é?  - Briana lembrou do que aconteceu, com uma cara encabulada (mas muito fofa) - Eu deixei cair um pouco do adubo quando estava voltando para casa.

—Adubo? Que adubo? - perguntou o soldado.

—É que um amigo meu criou um adubo que consegue fazer as plantas crescerem mais rápido. A galinha deve ter comido - explicou Anne.

—Ah, então está resolvido - disse o delegado - A culpa é desse seu amigo. Vamos pegar o depoimento dele agora mesmo!

E enquanto a isso, a galinha continuava aterrorizando a cidade...onde será que isso vai parar?


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Notas finais do capítulo

É o que vamos descobrir no próximo capítulo. Até lá! :)



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