Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 57
O adubo perfeito


Notas iniciais do capítulo

Mais um domingo, mais um capítulo. Boa leitura! ;)



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Se você ainda está na escola ou se lembra dos tempos de escola, deve lembrar de que precisa fazer alguns trabalhos fora do usual de vez em quando. Briana estava passando justamente por um desses momentos em sua vida estudantil.

—Ai, tô preocupada com aquele trabalho de ciências - comentou a garota com seu amigo Beni na hora da saída.

—O que tem? A professora só nos pediu para plantar algum vegetal, tirar fotos e anotar conforme ele vai se desenvolvendo - explicou Beni - É bem fácil.

—É que ainda não decidi o que vou plantar - disse ela.

—Eu vou no feijão no algodão mesmo - falou Beni.

—Feijão no algodão? Mas todo mundo faz isso! - reclamou Briana.

—Claro, é um clássico - insistiu Beni - Nunca falha!

—Ah, mas é sem graça - lamentou Briana.

—Que seja. Não tenho tempo para ficar pensando em plantinhas. Tenho uma missão para cumprir, lembra?

—Ah, sim, a sua missão.

—E ainda não sei direito quais são meus poderes.

—E se tiver algo a ver com plantas?

—Tipo, controlar plantas? - pensou Beni - É...talvez…

Briana sorriu em ver que seu amigo estava mais animado.

—Vou prestar atenção no meu feijão no algodão para ver se minha presença não causa alguma influência no crescimento dele - disse Beni - Quem sabe? Mas não acho que controlar plantas seja um poder tão bom assim para a minha missão de salvar o mundo!

—Bom, não custa tentar, né? - disse Briana, após um suspiro - E eu ainda preciso pensar no que plantar.

—Que tal banana?

—Como se planta banana? - perguntou Briana.

—Nunca parei pra pensar nisso. Banana não tem semente, né?

—Será que a gente planta a banana inteira na terra e espera ela germinar?

—Acho que não - disse Beni, também em dúvida - Nunca vi falar de gente que plantava banana. Acho que você precisa ficar de ponta cabeça.

—Ficar de ponta cabeça? Como assim? - estranhou Briana.

—É, ué? Quando você fica de ponta cabeça com as mãos no chão e os pés para cima não dizem que você tá plantando bananeira?

—Parece complicado. Melhor plantar algo que seja mais fácil - disse Briana - Tipo laranja ou mamão... 

—Lembra o que a professora falou - interrompeu Beni - Você pode pegar alguma semente que vendem no mercadinho.

—Verdade! Vou dar uma passadinha lá depois do almoço - disse Briana.

E foi isso que ela fez. Depois de almoçar no restaurante, a menina foi até um mercadinho no centro da cidade procurar sementes. Entre as disponíveis, acabou escolhendo cenoura.

—Isso! Cenoura! - exclamou a menina - Eu gosto de cenouras.

Nisso, uma outra pessoa bem conhecida também estava por ali fazendo compras.

—Hã? Briana?

—Ah, você é da sala da minha irmã, né? - disse Briana com um sorriso, ao ver Luís andando por ali.

—Sim! - confirmou ele - O que está fazendo por aqui? A Anne veio com você?

Luís olhava para os lados procurando por sua amada (pelo menos da parte dele), mas Briana explica que veio sozinha.

—Minha irmã está trabalhando agora - explicou ela - Eu só vim para comprar sementes.

—Sementes?

—É. É para um trabalho de escola. A professora pediu para plantarmos alguma coisa e anotarmos o que acontece.

—Ah, sim. O aprendizado do método científico. Muito bom - disse Luís - Lembro de ter feito uma atividade parecida uma vez.

—É? E o que você plantou?

—Uma planta carnívora - disse Luís, orgulhoso. Briana ficou admirada.

—Nossa! Que legal! - falou a menina - Como você conseguiu plantar uma?

—Tive meus contatos com amigos de amigos da minha família - falou o garoto - Meus pais sempre me incentivaram a seguir o caminho científico. Também pudera, meu pai é um excelente engenheiro agrônomo.

—Que demais! - os olhinhos de Briana brilhavam - Você deve ser muito inteligente!

—Nem tanto, nem tanto - disse Luís, enquanto ajeitava o cabelo e demonstrava um sinal claro de ego inflado - Mas admito que tenho uma certa...facilidade com o mundo científico. 

—Legal! Vou me esforçar para ser inteligente que nem você! - disse Briana, com um sorriso extremamente puro.

“Que encanto de menina!”, pensou Luís. “Só podia ser minha futura cunhada e…”

Nisso, uma ideia chegou à mente do garoto. Uma lâmpada teria acendido em cima da cabeça dele se isso fosse um desenho animado e não uma fic em que o autor é péssimo em narrar detalhes de cenas.

“É isso”, Luís continuava a pensar. “Se eu ajudar a Briana, posso ganhar uns pontos com a irmã dela. Já posso até imaginar…”

*Imaginação do Luís*

—Puxa, Luís - dizia Anne - Você é incrível! Graças a você, minha irmã foi a melhor aluna da sala em ciência e agora quer se dedicar à carreira científica para encontrar a cura do câncer!

—Não foi nada - disse Luís - Eu seria uma vergonha como um homem de ciência se desanimasse uma criança em sua sede pelo conhecimento.

—Você é incrível, Luís - Anne continuava - Não sei como não percebi isso antes, mas...você é o homem da minha vida.

—Eu sei - disse Luís, em tom dramático - Eu sabia que um dia você enxergaria isso!

—Me beija! - falou Anne (se abaixando um pouco para ficar à altura de Luís).

—Só se for agora, gata! - disse Luís, agarrando Anne pela cintura e lascando um beijo de cinema.

*Fim da imaginação do Luís*

—Luís? - disse Briana, balançando as mãos na frente dele que apenas estava devaneando enquanto babava pensando no beijo -  Você tá aí?

—Hã? Ah, sim, sim, claro - disse ele - Escuta, Briana. Você quer tirar 10 nesse trabalho?

—Claro - disse a menina, super animada - Você tem alguma dica?

—Melhor do que isso. Tenho algo que deixará sua plantação perfeita!

—O quê?

—Só me acompanha!

Depois que terminaram as compras, Luís pediu para Briana o acompanhar até sua casa, mais precisamente próximo à garagem. Do lado da garagem de Luís, havia uma pequena porta que levava para uma salinha repleta de geringonças estranhas.

—Nossa, não imaginava que tivesse tanta coisa dentro de uma salinha dessas - disse Briana, admirada.

—É meu laboratório - disse Luís - É aqui que eu trabalho nas minha invenções.

—Nossa, que demais - Briana nunca tinha visto tantas coisas tecnológicas juntas - O que essa coisa faz?

—Não, não aperta o...

Tarde demais. Briana apertou o botão vermelho de uma máquina de fazer espuma que começa a jogar espuma por todos os cantos.

—Espera, espera. Desliguei - disse Luís, embora boa parte do laboratório já estivesse toda suja com aquilo.

—Ai, foi mal - desculpou-se a garota.

—Tudo bem. É uma máquina que costumam usar em festas. Só aumentei a potência dela mais do que devia. Ainda preciso arrumar. Mas, tudo bem, dá para tirar fácil essa espuma.

Sorte da Briana não ter tocado em coisas como o robô de guerra em fases de testes que estava por ali...

—Prometo que não toco em mais nada - disse Briana.

—Aqui! - disse Luís, achando um saquinho pequeno.

—O que é isso?

—É um super adubo! - explicou o garoto - Com ele, você consegue fazer qualquer planta crescer com o dobro da velocidade normal.

—Nossa! Se for verdade, então posso ter cenouras bem mais rápido - disse Briana - A professora só quer que a gente anote o crescimento, mas se crescer mais rápido posso ter bem mais resultados para anotar.

—Mais do que isso. Esse adubo deixa os vegetais bem maiores. Com certeza você tirará uma nota excelente com ele! - completou Luís.

—Posso ficar mesmo com isso? - perguntou Briana.

—Claro. É seu - disse Luís - Quando tirar um 10 e mostrar para a sua irmã, só diga que eu dei uma ajudinha.

—Ah, pode deixar - falou Briana, sorrindo - Minha irmã tem amigos bem legais mesmo!

—Não é?

—Obrigada mesmo, Luís - Briana agradeceu novamente e foi embora, toda contente. Luís ficou acenando até ela virar a esquina.

—Ai, ai, nada como uma boa ação - disse Luís - E, de quebra, ganhar a simpatia da Anne ajudando a irmãzinha dela. Ah, as coisas não podiam estar melhores.

Enquanto isso, Briana saltitava indo para casa, quando acabou tropeçando e deixando cair um pouco do adubo no chão.

—Ai, que descuidada - disse ela - Deixa eu recolher logo isso!

A garota consegue pegar a maior parte do adubo e colocar no saquinho. Aquele adubo lembrava um pouco algumas sementes pequenas e alguns animais poderiam confundi-lo com alimento. De fato, foi o que aconteceu com uma galinha que passava ali por perto e simplesmente comeu o resto de adubo que sobrou no chão. Só isso. Até aí, parece que não tem nada para dar errado.

Ou será que tem? Parece que aquela galinha ficou um milímetro maior...


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Notas finais do capítulo

Bem, veremos o que acontece no próximo capítulo. Até lá! :)



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