Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 46
Estamos contratando


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde e feliz ano novo! Estamos de volta...e vamos dar sequência!

E então? Sentiram falta da fic? Se sim, então agora seus domingos estarão mais alegres ainda. Hoje começamos a segunda temporada de Vila Baunilha!

Vamos lá! :)



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Alguns meses já se passaram desde que a família Montecarlo se mudou para uma pequena cidade do interior chamada Vila Baunilha. Quando falamos pequena, não estamos brincando: é realmente uma cidade minúscula. Apesar disso, Vila Baunilha é uma cidade pequena muito próxima de cidades maiores e a qualidade de vida lá não é tão diferente assim. Na verdade, boa parte da mão de obra da cidadezinha vinha das cidades vizinhas. Digamos que Vila Baunilha é o meio termo entre a cidade e o campo, alguns diriam o melhor de dois mundos. Enfim, uma cidade tranquila para se viver, quer dizer, talvez nem tão tranquila assim…

Vamos voltar para nossa família do começo: os Montecarlo. Estamos falando de um pai bom cozinheiro e boa praça chamado Antenor, uma mãe antenada e responsável chamada Carla, uma bela filha mais velha chamada Anne e uma linda caçulinha chamada Briana. Os quatro vieram para Vila Baunilha tocar seu próprio restaurante self-service e o negócio não poderia estar fluindo melhor. Sim, o empreendimento deu muito certo e não demorou muito para o restaurante dos Montecarlo conquistar o coração dos habitantes de Vila Baunilha e arredores. O pai cuidava da comida, a mãe das finanças e as filhas (especialmente a mais velha) ajudavam como podiam fora das aulas. Só que, conforme o negócio cresce, as necessidades também crescem.

—Ei, e a minha água? - reclamou um velho senhor diante de Anne, a pobre garçonete que tentava servir várias mesas.

—Já vou, professor. Espere só um pouco.

—Que lerdeza. Você é boa aluna, mas como garçonete é uma negação, heim? Não merece um centavo de gorjeta!

O cliente em questão era Otávio, o professor de humanidades de Anne na escola. Infelizmente, não era uma pessoa muito boa de lidar.

—Com licença, mocinha - disse uma senhorinha passando por ali - Onde fica o banheiro?

—É por ali - apontou Anne, já olhando para outra mesa que precisava atender.

—Ei, Anne - gritou um cliente conhecido - Mudei de ideia! Prefiro um suco de frutas vermelhas em vez de laranja!

—Tá! - gritou a garota.

—Ô, menina. E a minha água, heim? - gritou professor Otávio.

—Eu já trago, professor - falou a garota.

—Ei, mocinha - disse a mesma senhorinha - Onde fica o banheiro mesmo?

Anne suspirou.

—É por ali, senhora. É só seguir em linha reta - explicou a garota.

—Ei! E a minha água? - reclamou o professor Otávio de novo.

—Eu já vou pegar! - disse Anne.

Anne foi para a geladeira pegar a água do professor nervosa.

—Anne..

—O quêêê?! - exclamou a mocinha com um tom de exaustão claro.

—Isso é jeito de falar com a sua mãe, menina? - disse Carla, a mãe de Anne, já dando um tapa no braço da filha - Essa é a educação que eu te dei? Se eu fosse um cliente, nem voltava mais com essa sua má vontade!

—Ai, mãe - reclamou Anne, massageando o braço - Desculpa, tá. Desculpa! Mas eu estou estressada! Tô quase fazendo o urro do Shrek aqui! O movimento aumentou demais! Não tô dando conta sozinha!

—É...o nosso movimento subiu mesmo, isso é verdade - concordou Carla - Mas isso não é motivo pra fazer corpo mole.

—Corpo mole, mãe? - disse Anne pasma - Mãe, pelo amor de Deus! Eu sou A ÚNICA garçonete aqui!

—Ei! Essa água vem ou não vem?! - reclamou o professor.

—Ô, Anne! Não esquece o meu suco, heim? - disse o outro cliente.

—Licença, minhas jovens - disse a mesma senhorinha - Err...alguma de vocês poderia dizer onde fica o banheiro?

—Viu só, mãe? É muita coisa ao mesmo tempo - disse a garota.

—Com licença - a senhorinha insistia.

—Tá bom, Anne. Tá bom. Vou conversar com seu pai sobre isso. Vem, dona Gilda, eu acompanho a senhora até o banheiro.

Anne, enfim, suspirou. Depois de levar a água para o professor, levar o suco para o outro cliente e atender outros clientes que chegavam, ela conseguiu chegar perto da cozinha e pegar sua própria água.

—Esse trabalho não é complicado, mas é muita coisa ao mesmo tempo para fazer - disse Anne, mais para si mesma do que para alguém próximo.

—Tem toda razão, filha - disse Antenor, enquanto lavava a louça e ouvia o desabafo de Anne - Reparei que está bem cansada.

—Muito! - disse ela - Pai, o senhor deve em entender, né? Não dá pra cuidar de tudo sozinha.

—É, eu já estava pensando nisso há um tempo - disse Antenor - O nosso movimento aumentou e estamos lucrando mais, então...já podemos contratar outro garçom.

—Sério? Ai, pai! Maravilha! O senhor é o melhor! - disse Anne, quase entrando na cozinha por aquela janelinha para abraçar o pai.

—Isso já era esperado - falou Antenor - Todo negócio tende a crescer. Vou colocar um anúncio hoje mesmo.

Dito e feito. Antenor colocou o anúncio de “Precisamos de garçom” e, logo no dia seguinte, os candidatos já começaram a aparecer. Assim que Anne trocou seu uniforme da escola pela roupa de trabalho do restaurante, deu de cara com os três primeiros candidatos à vaga de garçom.

—Anne! Por que não disse que estavam contratando aqui? - perguntou Luís, um dos colegas de sala de Anne e, além disso, um dos apaixonados por ela.

—Luís? Você quer ser garçom? - questionou Anne.

—Trabalhar ao seu lado seria um sonho! - respondeu ele.

—Não tão rápido - disse Ian, outro colega de sala, outro concorrente à vaga e, por sinal, outro apaixonado por Anne - Você não é o único querendo essa vaga. Também quero ter o direito de trabalhar ao lado da adorável senhorita Anne.

—Você? Trabalhar aqui? Você é rico e filho do prefeito, por que precisa trabalhar? - ralhou Anne.

—Não diga palavras tão duras, querida Anne - disse Ian - É como dizem, o trabalho mortifica o homem.

— “O trabalho edifica o homem!” - corrigiu Anne.

—Exatamente isso. Como eu disse - insistiu Ian.

—Esperem! Eu também quero a vaga! - disse Gustavo, um outro habitante da cidade sempre envolvido em missões estranhas - Estou morando fora de casa e preciso de um meio de me sustentar além do que caço.

—Você só está fora de casa porque quer - falou Anne.

—Você sabe que tenho uma missão para cumprir, não tenho? Preciso achar um pássaro raro e não tenho a menor ideia de onde encontrar, mas..e quando encontrar? Vou me casar com a Kelly, mas como sustentá-la? Preciso de um trabalho, então é bom começar a ganhar alguma experiência profissional desde já!

“Não entendi direito o raciocínio dele, mas...pelo menos é uma motivação melhor que a dos outros”, pensou Anne.

—Ah, excelente. Vejo que já conheceu nossos candidatos, não é? - disse Antenor - Temos uma vaga, então só um de vocês pode consegui-la. Estão prontos?

—Sim! - Ian, Luís e Gustavo gritaram em uníssono.

—Ótimo. Agora...preciso pensar em um processo seletivo. Putz, sabia que precisava pensar em alguma coisa… - comentou Antenor.

“Vai ser uma longa tarde”, pensou Anne.

Com certeza será...


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Notas finais do capítulo

Certamente, eles passarão por algumas provas. Vamos ver no que isso vai dar, né?

Até! :)



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