Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 47
Processo seletivo


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde a todos. Seguimos com mais um capítulo, dando sequência à segunda temporada.

Boa leitura! :)



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Para dar conta do aumento do movimento no restaurante dos Montecarlo, Antenor, o dono do restaurante e pai de Anne, resolve abrir uma vaga para garçom (garçom e ajudante geral, para dizer a verdade). Os candidatos são Luís e Ian (colegas de sala de Anne e, claro, admiradores nada secretos dela) e Gustavo, namorado de Kelly, e disposto a conseguir uma nova fonte de renda.

—Estou pronto, senhor! - disse Gustavo para Antenor - O que o senhor precisa? Pode pedir qualquer coisa!

—Eu também estou. Às ordens - disse Ian.

—É...é isso aí - foi o que Luís disse. 

Anne apenas observava tudo em silêncio.

—Bom ver que estão animados - disse Antenor - Então...acho que o primeiro teste é ver se vocês conseguem servir os clientes. Logo, logo, eles começam a chegar, afinal, já estamos na hora do almoço.

Ele mal acabou de falar isso e professor Otávio, cliente costumeiro do restaurante, chegou. Assim que ele se sentou, os três correram para atendê-lo. Gustavo foi o mais rápido.

—B-Boa tarde, senhor. No que posso ajudá-lo? - perguntou Gustavo.

—Para começar, pode ficar um pouco mais longe. Detesto gente cuspindo na minha cara - reclamou o professor.

—Perdão, senhor.

—Não ligue para ele, professor - disse Luís - Estou aqui para servi-lo!

—Ignore esses selvagens, caro professor - disse Ian - Basta dizer o que deseja e irei servi-lo.

—Vocês estão trabalhando aqui também? - perguntou o professor - Mas será possível? Já não basta aguentar vocês a manhã inteira na escola?

—Já tem um pedido? - perguntou Gustavo.

—Eu gosto de comer primeiro e beber depois. Obrigado. Finalmente me acostumei com essa coisa de ter que servir meu próprio prato.

—Então... - disse Antenor, se aproximando do trio junto com Anne - Nosso restaurante é self-service, então o trabalho de garçom é mais servir as bebidas mesmo.

—Entendo, deixar o cliente escolher. Muito bom - comentou Gustavo.

—Mas vamos aguardar. Logo vocês terão clientes para servir bebidas - comentou Antenor.

E, de fato, não demorou muito para isso acontecer. Logo mais clientes chegaram e Gustavo foi prontamente o primeiro a atender os pedidos de bebidas.

—Ele é rápido - lamentou Ian.

—Pelo visto, terei que apelar - disse Luís.

—Do que está falando? - perguntou Ian.

—Sabia que um emprego de garçom exigiria agilidade. Mas não vou perder para músculos ou treinamento físico quando tenho a tecnologia do meu lado! - exclamou Luís.

—O que você está pensando em fazer? - perguntou Anne que não deixava de acompanhar toda a ação (e, claro, aproveitando o processo para descansar um pouco).

—Está na hora de testar meu tênis turbo. Sabia que isso serviria para alguma coisa em algum momento.

Luís apertou um pequeno botão em seus tênis, ativando algumas rodinhas e pequenos foguetes. Na mesma hora, Luís se tornou extremamente rápido, chegando na próxima mesa bem antes de Gustavo.

—Boa tarde. O que os senhores desejam? - disse ele, sem conseguir esconder seu sorriso de triunfo.

—C-Como ele ficou tão rápido? - estranhou Gustavo.

—Olha só. Não é que deu certo? - comentou Anne.

Luís realmente estava bem rápido e não demorou para pegar mais pedidos. O problema é que excesso de velocidade também tem seus perigos. Em um determinado instante, Ian colocou o pé na frente de Luís e o fez tropeçar.

—É, não deu tão certo - comentou Anne.

—O que você está fazendo?! - Luís se levantou furioso.

—Desculpe, acho que você precisa trabalhar melhor o controle da velocidade - disse Ian - Fiz apenas um teste de qualidade.

—Teste...ora, isso aqui tá ótimo. Minhas invenções são de excelente qualidade! - reclamou Luís, tentando reativar o turbo, mas...parece que realmente ele saiu do controle. Após ativar o botão, a velocidade aumentou mais do que devia e o pobre coitado acabou dando de cara na parede.

—UUh, isso deve doer - comentou Gustavo.

—Com certeza - concordou Anne.

—Há mais de um modo de fazer um bom serviço - disse Ian - Eu tenho o melhor método.

Ian preparou rapidamente, em uma das mesas do canto, uma nova toalha de mesa. Anne não pôde deixar de notar que ele estava vestindo roupa de gala (terno e gravata borboleta), enquanto fazia isso (e não conseguia se lembrar quando ele trocou de roupa tão rápido).

—Oh, meus parabéns - disse Ian, aproximando-se do casal que acabara de chegar no restaurante - Os senhores acabaram de receber nossa promoção de mesa VIP.

—Promoção do quê?! - estranhou Anne - Tá louco? A gente não tem tratamento VIP coisa nenhuma.

—Mas acabamos de implantar essa ideia, senhorita Anne. O primeiro casal de hoje ganha tratamento VIP totalmente por conta da casa.

—QUÊ?! Conta da casa? Se minha mãe escuta isso ela te mata! - falou Anne.

—Não se preocupe - disse Ian - Esse “conta da casa” é minha própria conta.

—Como assim? Você vai pagar para trabalhar aqui?

—Prefiro chamar de investimento para poder passar mais tempo ao seu lado, querida Anne - disse Ian, beijando a mão da mocinha. Depois disso, ele acompanha o casal, oferece um cardápio bem mais elaborado do que o padrão e anota os pedidos.

—Espera, isso aqui é um restaurante self-service - disse Anne.

—Não para nossos clientes VIP - continuou Ian - Olha só, as próximas regalias já estão chegando.

E eis que surge à porta um chef profissional oferecendo um prato caríssimo, acompanhado de um violinista, pronto para embalar o almoço do casal com música.

—Que droga você tá fazendo? - perguntou Anne.

—Apenas mostrando a qualidade de um almoço VIP - disse Ian.

—Você parece conhecer bem um tratamento de qualidade, rapaz - disse Antenor.

—Agradeço o elogio, senhor - disse Ian - Sempre fui um grande apreciador da boa culinária.

—Mas o restaurante é meu, então não posso permitir que sirva comida de outro lugar aqui - disse ele - Infelizmente, você acabou de perder pontos.

—O...quê?! - estranhou Ian - Mas é comida de excelente qualidade!

—Bom, aqui é assim - explicou Anne - Escreveu não leu, o pau comeu.

Luís apenas riu (claro, depois de ter se recuperado da última pancada).

—Como você é idiota, Ian - disse ele - Não acredito que não percebeu o óbvio!

—Prefiro confiar em meu bom gosto do que em geringonças esquisitas como as suas - retrucou Ian.

—Tecnologia é o futuro de toda profissão!

—Vamos, vamos, parem de brigar - disse Antenor - A etapa de serviço já teve seu vencedor e foi o Gustavo.

—O Gustavo?! - Ian e Luís repetem juntos.

—É - explicou Anne - Enquanto vocês brigavam ou enrolavam, ele atendeu as outras mesas.

—Calma, calma, o processo ainda não acabou - disse Antenor - Ainda teremos outras etapas. Talvez vocês se saiam melhor nelas.

—Sério? Qual é a próxima etapa? - disse Luís sorrindo, mas, depois que soube qual era, não sorriu tanto assim. Após o horário de pico do almoço, os três se encontraram diante de uma enorme pilha de louça suja.

—Faz parte do trabalho de ajudante geral lavar a louça - disse Antenor - Vamos ver como vocês se saem nessa.

—Nunca vi tanta louça junta assim - disse Gustavo.

—Isso faz parte mesmo do trabalho? - disse Luís.

—Pois é, né? - debochou Anne - Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer. Isso mesmo. Faz parte do nosso trabalho e muito. Podem começar.

—Err...como se começa a lavar louça? - perguntou Ian. 

—É, sabia que você perguntaria isso - falou Anne - Não se preocupa. Veja como o Gustavo faz e você aprende rapidinho.

—Gustavo?

Ian mal acabou de falar isso e Gustavo já estava lavando vários pratos.

—Tudo bem. Vou lavar todos esses pratos em tempo recorde. Isso também é um ótimo treinamento - dizia o empolgado Gustavo, já esfregando toda louça como se sua vida dependesse disso.

—Ora essa, nada que a tecnologia não resolva - falou Luís - É uma boa hora de testar minha máquina de lavar louça!

Luís mostrou ali mesmo na cozinha mais uma de suas máquinas malucas.

—Quando exatamente essa coisa chegou aí? - perguntou Anne.

—Mandei um dos meus robôs entregar enquanto vocês conversavam - explicou ele - Mas isso não importa. Com isso aqui, os pratos serão lavados em um instante. Observem.

Luís colocou um pouco de detergente e um dos pratos na máquina e, de fato, ele saiu limpinho.

—Agora é só colocar mais e acabou com a louça em um instante - disse o jovem garoto inventor.

—E o que faz esse botão? - perguntou Ian, na verdade, já apertando o botão de “potência máxima”. Só que a potência máxima de Luís é um pouco exagerada e não demorou muito para a máquina começar a liberar uma quantidade absurda de espuma.

—Desliga essa coisa! - bronqueou Anne.

—Espera, espera...já vou desligar - disse Luís. É, a máquina já havia pifado. Foi aí que Anne se aproximou dele segurando luvas e avental.

—Que tal...tentar do jeito clássico mesmo? Pelo menos por enquanto - disse a garota.

É, não teve jeito. Nessa, mais uma vez, Gustavo se deu bem.

—Olha só. Gustavo lavou uma quantidade considerável de louça. Meus parabéns - disse Antenor.

—Então...perdemos? - lamentou Ian.

—Calma, calma. Tenho mais um servicinho antes de escolher o vencedor. Esse valerá o dobro de pontos - falou Antenor.

Uma chama de esperança se acendeu no olhar de Luís e Ian. Qual será essa última tarefa?


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Notas finais do capítulo

Talvez você já tenha reparado, mas estou exagerando mais na comédia, né? Essa é a intenção, mas, dependendo da opinião da maioria dos leitores, posso viajar menos nas doidices.

Obrigado por ler desde já.

Abraços!



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