Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 36
Ponto de intersecção


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o capítulo curto. Estou meio sem tempo essa semana (quando estou com tempo, aliás?). Mas pelo menos tem capítulo. Boa leitura!



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—Aaaaah! - expressão de um grito que poderia ser ouvido a alguns metros de distância.

—Mas já desistiu? - falou Gustavo.

—Isso é demais para mim! - reclamou Beni.

—Você só fez duas flexões - retrucou Gustavo.

—Sou só uma criança! - exclamou Beni.

—Achei que você não queria ser criança - comentou Briana, que acompanhava tudo.

—Mas minha mãe diz que eu sou uma, então acho melhor concordar com ela - respondeu Beni.

Vamos relembrar o que estava acontecendo. Beni tinha uma missão, ou pelo menos achava que tinha uma. De acordo com seus sonhos recorrentes, ele estava destinado a salvar o mundo de uma ameaça vindoura. Para isso, teve uma revelação de que teria poderes para isso. Para ajudar no treinamento de despertar seus poderes, ele conheceu Gustavo que, por sua vez, tinha o objetivo de encontrar um pássaro raro (e talvez inexistente) para ganhar a confiança de seu sogro e pedir a mão de sua amada Kelly em casamento. 

O que estava acontecendo era o seguinte: Gustavo queria que Beni despertasse seus poderes para ajudá-lo em sua missão. Como dizem por aí: uma mão lava a outra. Só que, pelo jeito, Beni não estava sendo uma mão muito prestativa. Gustavo iniciou o treinamento do garoto com um pouco de atividade física. Pena que Beni não era lá muito bom com essas coisas.

—Já ouviu falar em corpo são e mente sã? - falou Gustavo - Como quer desenvolver poderes mentais com um físico fraco desses?

—Duvido muito que fazer cinquenta flexões vai me dar algum poder paranormal! - retrucou Beni.

—Calma, gente. Sem briga - disse Briana - Você tem alguma sugestão melhor, Beni?

—Acho que treinar meu poder de adivinhação é um bom começo - falou ele.

—E como posso ajudar com isso? - perguntou Gustavo.

—Pode me falar coisas para adivinhar - disse Beni - Se eu desenvolver bem meus poderes de adivinhação, posso descobrir onde está o passarinho que você tanto quer.

—Ótimo! - Gustavo parecia mais animado - Vamos fazer isso. Tenta adivinhar que número estou pensando agora.

—É um número entre 0 e 100? - perguntou Beni.

Gustavo parecia impressionado.

—Caraca! Como você adivinhou? Parece que você está mesmo desenvolvendo seus poderes, heim?

“Mas a maioria das pessoas pensaria em um número entre 0 e 100. É o mais simples!”, pensou Beni.

—Mas você não falou qual é o número exato - reparou Briana.

—É, é verdade - falou Gustavo - Diz aí que número é esse.

Beni se concentrou, se concentrou, e acabou chutando.

—Sete? - perguntou ele.

—Incrível! Você acertou mesmo! - disse Gustavo - Você tem mesmo poderes paranormais!

—Como você sabia? - perguntou Briana.

—Eu não sabia - disse Beni, baixinho - Só chutei.

—Ah, então não valeu - reclamou Briana.

—Mas ele parece ter achado que sim - disse Beni.

—Sim, sete é o meu número preferido - falou Gustavo - Não poderia ter escolhido outro.

“Caraca, isso que é sorte”, pensou Beni.

—Tá legal, garoto - continuou Gustavo - Vamos testar esse seu poder de adivinhação para achar o meu pássaro.

—Mas já? - estranhou Beni.

—Você consegue adivinhar números que os outros pensam, então deve conseguir achar pássaros raros.

—Não custa tentar, né? - falou Briana.

—T-Tá...vou me concentrar - disse ele. 

Beni fechou os olhos, massageou suas têmporas com os dedos e começou a se concentrar. Ele não tinha a menor ideia de onde achar um pássaro, mas tentou dar uma direção aleatória.

—Acho que...é para lá - disse ele, apontando para uma direção qualquer.

—Mesmo? - perguntou Gustavo.

—É o que a minha intuição está dizendo - disse Beni.

—Então é para lá que eu vou! Seguindo em linha reta! - disse Gustavo. No meio do caminho que Beni apontou havia um muro. Ele escalou o muro apenas para receber um balde na cara. Parece que ele precisaria passar por uma propriedade privada para chegar até o local. 

—Não vem pular meu muro, não, seu ladrão! - reclamou uma senhorinha que morava na casa.

As crianças chegaram ao local e viram Gustavo caído no chão. 

—Você tá bem? - perguntou Beni.

—T-Tem certeza que é por aqui? - perguntou Gustavo.

Beni e Briana se entreolharam.

—C-Claro - gaguejou Beni - Mas talvez meus poderes ainda precisem amadurecer mais.

—Não, vou confiar em você - disse Gustavo - Mas acho que me precipitei. Só uma direção não é suficiente para dizer a localização exata do pássaro.

Gustavo levou as crianças para um outro ponto um pouco mais longe daquela casa e pediu para Beni se concentrar de novo.

—Tá legal, garoto - disse Gustavo - Se concentra e fala a direção novamente.

—Tá bom… - disse Beni, repetindo seu ato de concentração para adivinhar. Claro que, mais uma vez, ele apontou outra direção aleatória - É para lá!

—Legal - disse Gustavo - Vou pegar o mapa da região e ver onde as duas direções que você apontou se cruzam.

De fato, Gustavo tinha um mapa da região de Vila Baunilha, onde ele desenhou duas retas partindo dos pontos em que Beni fez a adivinhação e detectou uma intersecção.

—Aqui está! - disse Gustavo animado - Nosso pássaro está nesse ponto aqui.

—E você sabe onde é esse lugar? - perguntou Briana.

—Sei sim - respondeu Gustavo - É na escola municipal.

—Na escola? - Beni e Briana exclamaram juntos.

—Então é lá que vou encontrar meu pássaro - Gustavo parecia mesmo empolgado - Perfeito! Como hoje é sábado, vai ser bem mais fácil de entrar lá!

Beni e Briana se entreolham. Será que vale a pena seguir nesse caminho?


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Notas finais do capítulo

Vamos ver no que vai dar, né? (Estarei viajando essa semana, então pode ser que não tenha capítulo no próximo domingo. Já deixo avisado)

Até a próxima! :)



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