Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 35
Uma mão lava a outra


Notas iniciais do capítulo

Estamos aqui de novo. Boa leitura! :)



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Tem muita coisa difícil nessa vida e criar filhos certamente é uma delas. Especialmente quando seu filho está em uma fase de pré-adolescência e procurando desenvolver sua identidade. Bem, algumas pessoas usam a adolescência para encontrar uma identidade. Outras, como o autor desta história, chegam até à idade adulta sem saber direito o que ou quem são. Mas, no caso, tínhamos um garoto em idade do início do segundo ciclo do fundamental realmente problemático já com crises e, claro, dando dor de cabeça para a mãe.

—Beni, Beni, eu sei que você tá aí - disse a mãe de Beni, aquele colega de sala de Briana.

—Então...você me viu mesmo? - disse o garoto, saindo debaixo de suas cobertas naquela manhã ensolarada de sábado.

—Claro. Eu sempre te vejo - disse a mãe.

—Mas como? Não é possível! Achei que já tivesse aperfeiçoado meu poder de ficar invisível! - reclamou ele.

A mãe apenas suspirou.

—Filho, você não pode ficar invisível - disse ela - Você é um garoto normal!

—Você diz isso, mas eu sei que tenho uma missão a cumprir - retrucou Beni - Só preciso aprender a controlar meus poderes!

—Olha, eu até gosto que você tenha imaginação, ao contrário dessas crianças de hoje que não possuem personalidade nenhuma, mas…

—Não sou criança! Sou a esperança da humanidade para uma ameaça que virá! - falou Beni, confiante - Já te contei sobre o meu sonho, não contei?

—Sobre o fim do mundo? Já, pelo menos umas 400 vezes - falou a mãe.

—Preciso desenvolver logo minhas habilidades mentais ou o mundo estará em perigo! - exclamava o garoto, realmente com palavras convincentes.

Quando se fala isso na adolescência, as mães costumam mandar o marmanjo para um psicólogo, mas, como Beni ainda estava entrando na adolescência, ela resolveu dar uma colher de chá.

—Se você é mesmo um herói, não deveria ficar no seu quarto em dias ensolarados - disse a mãe - Vai pro mundo, garoto. Ninguém salva o mundo jogando videogame o dia inteiro.

—Faz parte do treinamento - protestou Beni - Além disso, já salvei o mundo várias vezes no mundo do jogo. 

—Está na hora de fazer a parte real do seu treino - disse a mãe, praticamente desligando o game do garoto - Vai, pode sair. 

—É...acho que você pode ter razão…

Beni era um garoto sem muitos amigos (por algum motivo) e não sabia direito o que fazer quando estava fora de casa. Geralmente, ele só fazia o caminho casa-escola-casa todos os dias. Porém, podia ser uma oportunidade de testar seus poderes mentais. 

—Já sei! Meu erro é insistir em treinar a invisibilidade logo de cara - disse ele, falando sozinho - Preciso começar com poderes paranormais simples.

Ele sentou em um banco da pracinha do centro da cidade (um local próximo à sua casa, por sinal) e tentou adivinhar a roupa da próxima pessoa que sairia do mercado próximo. Ele imaginou verde, mas era amarela. É, parece que ele precisava se concentrar mais.

—Tá bom...vamos fechar os olhos e tentar de novo - disse ele, enquanto se concentrava, mas, assim que abriu os olhos, deu de cara com Briana.

—Oi! - disse ela.

—Ai, que susto! - reclamou ele - Não aparece assim do nada. De onde você veio?

—Eu estava dando uma volta pela pracinha, quando vi você sentado aí de olhos fechados e resolvi dar um oi - explicou ela.

—Dar uma voltinha? É, suspeitei desde o início - falou ele, sério.

—Sempre sério, heim? - disse Briana sorrindo - E aí? O que está fazendo?

—Estava tentando adivinhar a cor da próxima pessoa que vai sair do mercado - disse ele.

—Ah, legal! Posso tentar também?

—Bom, não posso impedir. Só quero aceitar e digo que será...azul!

—Pois eu digo que será vermelha! - disse Briana.

—Sinto que será azul. Dessa vez meus poderes não vão me decepcionar!

Mas, de fato, a próxima pessoa que saiu estava usando uma camisa vermelha.

—Não disse? - falou Briana.

—C-como assim? - gaguejou Beni - Você também tem poderes?

“Também?”

—Não - respondeu Briana, rindo - É que quando estava passando pelo mercado essa mulher já estava passando no caixa. Deduzi que ela seria a próxima a sair.

—Claro, claro. Tem um truque - disse Beni - Mas não estou interessado em truques, preciso desenvolver logo meus poderes mentais, antes que seja tarde demais.

—Essa história de novo? Tem certeza de que não é só coisa da sua imaginação mesmo? - perguntou Briana.

—Claro que não - Beni falou com firmeza - É uma ameaça real! E preciso despertar logo meus poderes sobrenaturais para impedir a catástrofe!

Nisso, os dois ouvem um barulho, como se alguém tivesse caído de uma árvore. E, de fato, foi justamente isso que aconteceu. Os dois amigos correram para ver o que é e dão de cara com um pobre rapaz meio que desacordado.

—Ele morreu? - perguntou Beni.

—Que horror! - disse Briana - Ah, esse é o Gustavo. Já vi ele uma vez, quando estava ajudando uma menina a encontrar um gatinho perdido.

—Gustavo? - indagou o garoto.

—É namorado da amiga da minha irmã - explicou Briana.

—Ai, ai - Gustavo começou a recobrar a consciência - Droga. Perdi o equilíbrio de novo.

—Oi - disse Briana, sorrindo.

—Você...acho que já te vi em algum lugar, não? - perguntou Gustavo.

—É. A gente se viu uns dias atrás - falou Briana - Continua procurando aquele pássaro raro?

—Sim - disse ele - Estou tentando colocar alpiste nas árvores agora. Mas nenhum é da espécie que estou procurando.

Gustavo mostrou a foto para as crianças.

—Nunca vi um pássaro desses - falou Beni.

—Preciso encontrá-lo! É o teste que preciso passar para ganhar a aprovação do meu sogro - explicou Gustavo - Não serei digno da mão da Kelly sem isso.

—Tudo isso por causa de uma garota? Fala sério - comentou Beni.

—Você é só uma criança e por isso não vou levar a sério o que você disse - respondeu Gustavo - Um dia você vai se apaixonar e vai entender o que é lutar por um amor!

—Não tenho tempo para isso - explicou Beni - Tenho que desenvolver meus poderes para evitar o fim do mundo.

—Como é que é? - perguntou Gustavo. Beni explicou o seu sonho e como estava destinado a proteger o mundo de uma desgraça. Gustavo, sendo um jovem adulto com toda a maturidade de alguém que aprendeu a se virar na vida desde cedo, teve a seguinte reação.

—Isso é incrível! - exclamou Gustavo - Então, o mundo está ameaçado e você é a última esperança?

Sim, ele levou a sério.

—Exato - confirmou Beni - Mas o fim não virá até eu desenvolver mais meus poderes.

—Talvez...nós possamos nos ajudar - falou Gustavo - Eu vou te ajudar a desenvolver seus poderes! Quando você estiver mais treinado, então você me ajuda na minha missão de encontrar o pássaro!

—Você faria isso mesmo? - disse Beni, animado.

—Sim! - exclamou Gustavo, com toda a empolgação.

“Por que...estou com a impressão de que esses dois não deviam ter se conhecido?”, pensou Briana.

Talvez isso dê certo, né? É, você sabe que não.


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Notas finais do capítulo

Vamos ver, né?

Até a próxima! :)



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