Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 37
Um sábado agitado


Notas iniciais do capítulo

No fim, consegui postar (ainda estou em viagem até dia 21, então pode ser que domingo que vem eu não consiga).

Boa leitura!



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Aparentemente, os “poderes” de Beni levaram nosso trio de aventureiros em busca do pássaro raro que Gustavo procura para a escola. Como era sábado, claro que a escola estava fechada. Os três estavam ali, diante dos portões fechados da instituição, sem saber muito bem o que fazer.

—Tem certeza de que está aí dentro? - comentou Briana.

—Bem, é o que minha intuição diz - disse Beni.

—Vou confiar em seus poderes, garoto paranormal - disse Gustavo - De qualquer modo, estou procurando pelo passarinho em tudo que é canto.

—O que garante que o pássaro não voou até chegarmos até aqui? - perguntou Briana.

—É, é uma possibilidade - disse Gustavo - E aí, garoto dos poderes? Você pode dizer se o passarinho está aí mesmo.

Diante da pressão, Beni teve que, mais uma vez, apelar para sua intuição.

—Está sim - disse o garoto - É o que a minha intuição está dizendo

—Então, vamos confiar - falou Gustavo, animadamente - Agora...só precisamos entrar na escola.

—Como os portões estão fechados, não podemos entrar pela frente - observou Briana.

—Não tem problema - disse Gustavo - Basta pularmos o muro.

—Pular o muro? Como vamos fazer isso? - perguntou Briana.

—Vocês não precisam se arriscar - falou Gustavo - Podem deixar comigo que eu faço isso sozinho.

Gustavo abriu a mochila de viajante em treinamento que costumava carregar para cima e para baixo, tirando uma corda com um gancho lá de dentro.

—Já precisei escalar muita coisa nas minhas viagens - explicou ele.

—Tem certeza que é seguro? - Briana insistia.

—Claro que é - confirmou Gustavo - Relaxem. Eu tenho experiência com isso.

De fato, Gustavo girou a corda e conseguiu prender o gancho na parte de cima do outro lado do muro. Ele verificou se a corda estava firme e começou a escalar. Até aí, sem problema nenhum. Até que um policial fazendo sua ronda de bicicleta notou o acontecimento.

—Ei, ei, posso saber o que está acontecendo aqui? - perguntou a autoridade.

—Ah, soldado Caxias - cumprimentou Briana - Como vai?

—Ah, você é a mocinha do outro dia. Como vai? - disse ele, simpaticamente - Mas, espere, não tenho tempo para ficar batendo papo. Ei, garoto de bandana aí, o que você pensa que está fazendo?

—Só estou escalando o muro - disse Gustavo - Por favor, é urgente.

—Está invadindo a escola, isso sim! - reclamou o soldado - Invasão de propriedade privada é crime, não sabia?

—Mas é uma escola pública - corrigiu Beni.

—Exato - disse Gustavo - Também já fui aluno dessa escola por muitos anos. Não sou nenhum estranho.

—Mesmo assim - insistia Caxias - Fora do horário de aula não acha que é muito suspeito tentar entrar sem permissão escalando o muro com um equipamento desses?

—Quando você coloca dessa forma, parece mesmo suspeito - disse Gustavo - Mas juro que tenho a melhor das intenções.

—E que intenção seria essa? - perguntou o soldado.

—Quero pegar um pássaro - respondeu Gustavo.

—O quê?! Não sabia que é crime traficar animais silvestres? - repreendeu Caxias.

—Não vou traficar nada! - rebateu Gustavo - Só quero mostrá-lo para o meu sogro!

—Seu sogro? - indagou o soldado.

—Bem...quase sogro - foi a resposta de Gustavo - Não vou fazer nada de mal para o passarinho. 

—E não seria mais fácil pedir para algum funcionário da escola te levar até o pássaro? - perguntou o policial.

—Não está de posse da escola - falou Briana - É um passarinho raro e selvagem.

—Então está mesmo querendo traficar animais silvestres? - insistia Caxias.

—Já disse que não vou traficar nada! - retrucou Gustavo.

—E como você sabe que esse pássaro está dentro da escola? - perguntou o policial.

—Bem, sobre isso… - Beni entrou na conversa e contou tudo sobre seu sonho profético. Claro que, como um policial bem treinado e maduro, a reação do soldado Caxias não poderia ser diferente.

—Isso é incrível! - exclamou o soldado - Então você é mesmo a última esperança da humanidade?

—É como interpretei meu sonho. Estou treinando meus poderes para isso - respondeu Beni.

—Não posso arriscar o futuro da humanidade - disse Caxias - O mundo não pode acabar antes que eu me declare para a senhorita Ema.

—E não pode acabar antes que eu me case com a Kelly! - exclamou Gustavo.

—Nesse caso, podem contar comigo - disse o soldado - Vou ajudá-los! Conheço o porteiro da escola. Ele pode liberar o portão para vocês!

—Mesmo? - Gustavo, Beni e Briana comemoraram. Parece que, com a ajuda de um policial bem-intencionado, entrar na escola não seria um desafio tão grande. Não demorou muito para Caxias voltar com a chave do portão e eles entrarem no colégio.

—Nunca entrei na escola em um sábado - comentou Briana.

—É, é estranho ver a escola vazia - disse Beni.

—E então? Onde está o pássaro? - perguntou Caxias.

—Acho que é hora de usar seus poderes, Beni - disse Gustavo.

—Ah, sim, claro - Beni começou a se concentrar e fez uma revelação - Para lá! Está naquela direção!

—Entendido! - Gustavo e Caxias falaram juntos. Beni parecia cada vez mais confiante de sua intuição. Briana, por outro lado, ainda não estava tão confiante.

—Tem certeza, Beni? - perguntou a garota.

—Claro que não - disse o garoto - Mas sinto que estou melhorando.

De fato, a turma acabou encontrando alguma coisa invadindo a escola, mas não foi um aluno.

—Oi? - disse a diretora da escola, mastigando um sanduíche, diante dos olhares daqueles quatro.

—Diretora Glória? - estranhou Briana - O que está fazendo aqui?

—O-Ora...só estava revendo alguns documentos importantes - explicou a diretora.

—No sábado? - perguntou Beni.

—É que sou uma pessoa muito ocupada. Meu volume de trabalho é muito grande - disse ela - Não é que eu tenha falado para minha família que estava de dieta e vim aqui fugir disso e...ei, por que estou me explicando tanto? A pergunta é: por que vocês estão aqui? Principalmente, você, senhor Gustavo. O senhor já nem estuda mais aqui.

—Só estou em uma missão importante - disse ele - Não viu um pássaro como esse por aqui?

Gustavo mostrou a foto do pássaro, mas a diretora negou.

—Do que está falando? Nunca ouvi falar de um pássaro desses! - disse a diretora - Estão tentando me enganar?

—Só estamos ajudando o Gustavo com a missão dele e treinando os poderes do Beni - disse o soldado.

—Poderes? - disse a diretora.

Beni contou toda a sua história. A diretora apenas suspirou.

—Ai, Beni, Beni, bem que sua mãe me falou da sua imaginação fértil - disse ela - Estão mesmo acreditando nisso?

—Parece que a diretora não acreditou muito, né? - disse Briana, baixinho para Beni.

—Pelo visto… - foi tudo que Beni disse.

—Espera. Então você não tem poderes? - falou Gustavo.

—Eu disse que estou em treinamento, não disse? - Beni se defendeu.

—Não tem passarinho nenhum por aqui - disse a diretora - Se eu visse um pássaro diferente desses, certamente saberia. Além disso, ele poderia ter vindo aqui e já ter voado.

—O que você tem a dizer, Beni? - perguntou Gustavo.

Beni se concentrou e deu uma resposta boa o suficiente para se safar.

—Acabei de ter uma clarividência - disse Beni - O pássaro realmente saiu daqui e...foi para longe.

—Foi para longe?! - disse Gustavo, espantado - Longe quanto?

—Difícil dizer...ainda estou em treinamento...não está claro… - Beni falava isso com o olhos fechados, como se realmente estivesse se concentrando para obter clarividência.

—É, parece que voltamos à estaca zero - disse Gustavo.

—Mas não se preocupem - disse Beni - Pela profecia do meu sonho, o mundo não acabará enquanto meus poderes não despertarem por completo. Até lá, estamos salvos.

—Bom, parece que não temos mais nada a fazer aqui - disse o policial.

—Mas eu tenho - disse a diretora - Caiam todos fora! Vamos, vamos.

Depois de ter colocado todo mundo para circular, a diretora finalmente poderia voltar aos seus afazeres.

—Onde estava? Ah, sim, estava quase terminando esse sanduichão da lanchonete do seu Abílio.

Fora da escola, o grupo redefiniu seus planos.

—Bem, vou continuar minha missão - disse Gustavo - Você tem meu contato, Beni. Quando tiver mais informações, por favor, me avise.

—Também ficarei de olho - disse Caxias - É sempre uma honra ajudá-los.

—Obrigado a todos - foi o que Beni disse. E assim, mais uma jornada terminava.

—Você tem certeza mesmo desse sonho, Beni? - perguntou Briana -  Tipo, essa coisa do mundo acabar e tal…

—Sinto isso, Briana - disse o garoto - Mas, primeiro. Preciso descobrir quais são meus poderes ocultos.

“Acho que isso...vai demorar um pouquinho”, pensou Briana.

É, talvez demore muito. Vamos esperar que o mundo não acabe até que essa história termine, né?


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Notas finais do capítulo

A diretora era outra personagem que faz tempo que não aparecia...mas acho que o mais impressionante é ela gostar dos lanches do Abílio. Até o porco do Luciano já não está mais aguentando..XD

Bem, no próximo capítulo começamos um novo arco. Até lá!



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