Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 169
Linha de chegada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775280/chapter/169

Enquanto tentavam passar pelo famigerado labirinto do amor, nossos amigos acabam sendo presos por Tamires em uma armadilha. Agora, Tamires estava livre para chegar até a linha de chegada juntamente com Ian, enquanto a galera toda estava presa em uma jaula. A boa notícia é que eles sabiam como sair: Tamires avisou que era só apertar um interruptor que eles já sabiam onde estava. A má notícia é que eles não tinham como apertá-lo.

—Caramba - reclamou Ema - Pior que nem dá para atirar um sapato no interruptor. A grade não é feita de barras, parece uma rede que não dá nem para passar o braço pelos espaços.

—Sim - concordou Caxias - Talvez dê para abrir a fechadura usando um grampo de cabelo. Já ouvi falar sobre isso.

—Boa - disse Luís - Já li sobre isso uma vez. É so uma das meninas dar um grampo e…

—Tá. Alguém tem um grampo de cabelo? - perguntou Anne, olhando para Samara e Ema. Nenhuma das duas tinha.

—É, vou ter que pensar em outra coisa - falou Luís.

—Nossa, lembrei de uma coisa - falou Luciano.

—O quê?! - perguntaram todos.

—Sabe o que a caixinha falou para o fósforo? Cara, não esquenta a cabeça - disse Luciano, rindo logo em seguida.

—E o que isso tem a ver?! - falaram todos, furiosamente.

—Nada, ué - disse Luciano - Falei que lembrei de uma coisa, oras.

—Você devia ser o último a falar e o primeiro a apanhar, Luciano! - rebateu Anne, dando um belo cascudo na cabeça de Luciano - Agora, sério. Alguém tem alguma ideia de como sair daqui?

—Bem, acho que já podemos esquecer a corrida, né? - falou Ema - Na pior das hipóteses, vão ter que tirar o labirinto daqui quando o evento acabar, então vão nos tirar daqui de qualquer jeito.

—É uma pena - disse Samara - Depois de todo o trabalho que tivemos…

—Mas ainda tem uma esperança - falou Anne - Talvez a Márcia ou o Renan tenham saído, então eles ainda podem vencer.

—Ah, não! Isso não! - reclamou Luís - Se o Renan vencer, você também vence e vai para a França com ele! Tudo menos isso!

—Quantas vezes vou ter que dizer que não pretendo viajar com ele? Muda o disco - reclamou Anne.

—Você pode não ir, mas...se o Luciano vai viajar com a Márcia se ela ganhar, não vai? - perguntou Ema.

—Se ela ganhar, né? - falou ele.

—Não, isso não pode acontecer! - exclamou Ema - O certo era você e a Anne irem juntos para a França. Depois de se casarem, é claro.

Luciano e Anne apenas ficaram vermelhos, mas não demorou muito para Anne também ficar nervosa.

—Vocês tem alguma noção mínima nessa cabecinha de vocês? - reclamou ela - Estamos presos aqui, sem água, sem comida e sem banheiro! Dane-se a corrida, o importante é sair daqui o quanto antes, não?

“É verdade”, pensou Samara. “Estou super apertada...Por favor, alguém tire a gente daqui!”

Parece que as preces de Samara foram atendidas. No mesmo instante, Renan e Márcia apareceram.

—Gente? - perguntou ela - O que vocês estão fazendo aí?

—Ah, graças a Deus, apesar de não acreditar que ele existe! - falou Luís - Vocês não saíram do labirinto! Ah, a Anne não vai com a França com você, Renan, agora é que não vai mesmo!

Enquanto Luís gargalhava com ares de vilania, Anne apenas suspirou e falou com Renan.

—A doida da Tamires prendeu a gente aqui - disse ela - Pode tirar a gente daqui?

—Vocês tem a chave? - perguntou Renan.

—Não precisa - disse Caxias - É só apertar aquele interruptor ali.

Márcia apertou o interruptor que Caxias apontou e a jaula subiu. A turma estava toda livre.

—Finalmente - disse Samara - Agora eu preciso ir muito ao banheiro!

—Bom, primeiro precisamos sair daqui - disse Ema - Você pode aguentar mais um pouco?

—N-não. Não posso. Preciso muito sair daqui e… - Samara estava tão apertada que socava as paredes do labirinto com toda a força enquanto falava. Nisso, uma delas se soltou, revelando a saída.

—Olha só - disse Márcia - Essas paredes são todas fraquinhas, né?

Samara não podia se conter de felicidade. Ela saiu correndo para o matinho mais próximo. Já o resto da turma olhou para o lado e viu Tamires saindo do labirinto com Ian naquele instante.

—Puxa, demoramos mais do que pensamos, né? - falou ela, segurando o coitado do garoto pelo braço - Mas você também tinha que em três armadilhas no meio do caminho?

—Ora, ora - falou Ema - Parece que agora nossas chances se igualaram, né?

—Como? - disse Tamires, olhando para a turma - Vocês já saíram?

—Perfeito - disse Márcia - Ainda temos chance de vencer. A linha de chegada está logo ali!

De fato, o labirinto era o último obstáculo até a chegada. Tamires apenas jogou Ian em um canto e começou a correr sozinha.

—Não pensem que vou me dar por vencida! - disse ela - Essa passagem vai ser minha de qualquer jeito!

—Não se eu puder impedir - falou Ema, correndo rapidamente e alcançando Tamires. Em termos de habilidades atléticas, Tamires não era páreo para Ema.

—Senhorita Ema...espera por mim - disse Caxias.

—Vamos nessa - falou Márcia para Luciano - Ainda temos uma chance.

—Vamos tentar? - disse Renan.

—Bem, pelo menos atravessar a linha de chegada dá para fazer, né? - respondeu Anne - Depois de tudo isso, vamos pelo menos terminar a corrida.

—Ah, podem ir - falou Luís, colocando as mãos atrás da cabeça - Duvido que vocês vençam e isso é tudo que importa.

—Ai, Luís - falou Anne, depois de um suspiro.

De qualquer modo, todos (menos Ian, Luís e Samara) seguiram correndo. Ema estava quase chegando na linha de chegada para desespero de Tamires. Porém, nos últimos momentos, Ema diminuiu a velocidade.

—O que foi? - falou Tamires - Desistiu?

—Sim. E você também deveria - disse Ema, apontando para uma aglomeração na linha de chegada. Gustavo e Kelly estavam ali, recebendo os cumprimentos de todos.

—O QUÊ?! - reclamou Tamires - O que significa isso?

—Ah, oi pessoal - falou Gustavo, conforme viu o resto da turma chegando.

—Oi, gente - Kelly também cumprimentou.

—Kelly? - perguntou Anne - Como vocês chegaram aqui?

—Ah, foi fácil - disse ela - Eu demorei, mas cheguei até onde o Gustavo estava. Ele disse que preferiu me esperar em vez de entrar no labirinto, mas eu reparei que podíamos simplesmente desviar do labirinto por fora e dar a volta. Fizemos isso e chegamos primeiro.

Todos caíram no chão com a obviedade da solução dela.

—Por que eu não pensei nisso? - falou Ema.

—Muito bem - disse Bóris, o prefeito de Campo Encantado e pai de Tamires - Vocês venceram a primeira corrida de casais promovida em Vila Baunilha. A viagem para Paris é toda de vocês.

Todos aplaudem.

—Não é justo - reclamou Tamires - Eles não atravessaram o labirinto. Foram contra as regras!

—Que eu me lembre não tinha nenhuma regra sobre isso - falou Bóris - Agora já entreguei o prêmio, não vou voltar atrás.

—Mas e a minha viagem…

—É só comprar uma você mesma e pagar a viagem com sua mesada, filha - disse Bóris.

—Ah, não tem a mesma graça de ter vencido aqui - lamentou Tamires.

“Não basta vencer, os outros precisam perder”, pensou Anne ao ouvir isso.

—Não acredito - falou Gustavo - Agora já temos um lugar para viajar e…

—Eu fico com isso - disse doutor Renato, tirando as passagens das mãos de Gustavo - Pelas regras, a viagem pode ser resgatada a qualquer momento, então vocês vão ter que esperar até se casarem.

—Ah, claro, claro - concordou Gustavo, voltando-se para Kelly e pegando nas mãos dela - Kelly. Vou trabalhar duro para nos casarmos assim que você terminar a escola. Nossa lua de mel será em Paris.

—Mal posso esperar! - disse ela, abraçando o namorado (eles poderiam ter se beijado, mas com o pai de Kelly por perto, preferiram não fazer isso).

—Ah, por mim tudo bem - disse Ema - Pelo menos um casal de verdade ganhou.

—Senhorita Ema! Eu...eu… - disse o soldado.

—O que foi? - perguntou ela.

—N-não. Nada não - falou ele - Só ia perguntar se quer companhia para voltar para casa e…

—Não precisa - respondeu ela - Chamo um motorista. Mas obrigada pela gentileza.

“Não foi dessa vez”, pensou o pobre soldado.

—É, perdemos - disse Márcia para Luciano.

—Verdade, mas não tem problema - disse ele - Vou ser um cantor famoso aqui no Brasil mesmo. Você vai ver.

“Prefiro só ver mesmo e não ouvir”, pensou Márcia.

Já Anne e Renan apenas riem um para o outro.

—Bom, não foi dessa vez - disse ele.

—É uma pena, né? - comentou ela - Seria uma ótima oportunidade para você.

—Você não iria mesmo comigo? - perguntou Renan.

—Ah, por que você está perguntando isso? - indagou Anne.

—É que...se você não fosse, acho que eu não iria - disse Renan - Por que...eu realmente gosto de você!

Foi tudo que Renan falou antes de sair correndo sem ouvir a resposta, deixando Anne apenas toda vermelha e com os olhos arregalados.

—Mais essa agora… - balbuciou ela.

Pois é, né?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, começamos um novo arco (bem mais light que esse. kkk)

Até! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vila Baunilha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.