Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 166
Reunião




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Enquanto o tempo da corrida passava, Luís tentava a todo custo sair da armadilha em que havia caído junto com Renan. Claro que Renan não era a melhor companhia para Luís e o jovem pintor parecia compartilhar do mesmo pensamento.

—Acho que estou quase saindo - falou Renan. Com um pouco mais de força, finalmente ele conseguiu tirar os pés do melado em que estava preso. Ainda que seus tênis ainda ficassem grudando um pouco no chão, pelo menos ele conseguia se mexer.

—Como você conseguiu? - reclamou Luís.

—É só fazer um pouco mais de força - explicou Renan - Adoraria ficar e conversar mais, mas tenho que continuar a correr. Falou.

—Ora, seu… - desnecessário dizer que Luís estava furioso. A parte boa é que, instantes após Renan se soltar, Samara finalmente alcançou Luís.

—L-Luís? - gaguejou ela.

—Finalmente, onde você estava? - perguntou ele.

—Bem, estava correndo esse tempo todo - explicou ela.

—Por que demorou tanto para chegar?! - reclamou ele.

—N-não posso evitar - falou Samara, toda ansiosa - Correr não é meu forte e…

—Tá, tudo bem. Não importa - disse Luís - Pode...me ajudar a sair daqui?

—Por quê? - perguntou ela.

—Cuidado onde pisa! - falou Luís, apontando para o chão cheio de melado grudento.

—Q-Que troço nojento é esse? - indagou Samara.

—É um tipo de melado que cola os seus sapatos no chão. Estou preso aqui há um tempão. Se você não fosse tão lerda…

—D-D-Des…

—Desculpa?

—Isso. Desculpa. Realmente sou péssima em corrida!

—Percebi - falou Luís - Mas não importa. Vai, me tira daqui.

—É a segunda vez que eu te salvo hoje - falou Samara, puxando Luís com força. Finalmente, o garoto se soltou do melado.

—Valeu - disse ele.

“Pelo menos dessa vez ele me agradeceu”, pensou Samara.

—Agora não dá para perder tempo - falou Luís - Com o Renan na corrida de novo, as chances dele ou da Anne vencerem aumentaram. Droga.

—Será que a Anne está muito na frente? - perguntou Samara.

—Não é parado aqui conversando com você que vou descobrir isso - ralhou Luís - Vamos embora. Não dá para perder mais tempo. Oh, droga, agora meus tênis vão ficar grudando por um tempão. Como um gênio como eu foi cair em uma armadilha idiota dessas?

Anne, por sua vez, não estava tão na frente, mas conseguiu avançar um pouco mais. O máximo que podia para esquecer do que aconteceu entre ela e Luciano (de novo).

“Por que fui deixar aquilo acontecer de novo?”, pensou ela. “Por que tinha que ser justo com o grosso do Luciano?”

Enquanto pensava nisso, ela viu Ema e soldado Caxias parados próximos a uma árvore.

“Justo a pessoa que não pode sonhar com o que aconteceu”, pensou Anne ao ver Ema. “Melhor agir naturalmente”

—Oi, gente - disse Anne - O que aconteceu?

—Ah, oi, Anne - falou Ema - Estamos vendo isso.

Ema apontou para cima e Anne viu o pobre Gustavo preso na rede em cima da árvore

—Gustavo - exclamou Anne - Até você caiu em uma armadilha?

—Acabei me distraindo - falou ele - Já tentei me soltar sozinho, mas tá difícil.

—Isso vai nos atrasar, mas como policial não posso deixar de ajudar um cidadão em apuros - falou o soldado - Mesmo hoje sendo a minha folga. Só estou pensando em como tirar ele de lá sem machucá-lo.

—Ah, já sei - Ema olhou para o lado da árvore, viu alguns galhos e conseguiu subir até onde Gustavo estava. Tudo isso com uma agilidade impressionante.

“Como ela consegue fazer tudo isso?”, pensou Anne. “Se isso aqui fosse uma ficção, diria que o autor beneficia ela de propósito!”

Seja como for, Ema chegou até lá e pediu para Anne e Caxias segurarem Gustavo.

—Vou rasgar a rede e eles te pegam - falou Ema.

—Tudo bem - disse ele - Não é muito alto. Aguento fácil uma queda dessas.

E foi o que aconteceu. Ema usou toda a sua força para rasgar a rede e Gustavo caiu livremente. Anne e Caxias conseguiram apoiar a queda e ninguém se machucou.

—Todos bem? - perguntou Ema, descendo da árvore.

—Sim - falou Gustavo - Ainda bem que vocês me ouviram. A Márcia passou por aqui tão distraída que nem me viu.

—Ah, então a Márcia está na frente? - falou Ema - Será que ela alcançou a Tamires?

—Acho melhor corrermos juntos, não? - sugeriu Caxias - Se alguém cair em outra armadilha, poderemos ajudá-lo.

—Por mim tudo bem - disse Anne - Acho que a essa altura nem adianta correr muito mesmo. A Tamires já deve ter vencido.

—Não tenho certeza - falou Ema.

—Por quê? - perguntou Gustavo.

—Intuição - respondeu a garota.

Os quatro seguiram juntos e, enfim, encontraram a placa que havia sido invertida por Tamires.

—Essa placa - comentou o soldado - Está apontando na direção do lago. Isso vai no sentido totalmente oposto à linha de chegada.

—Verdade - concordou Ema - A Tamires deve ter invertido a placa para confundir os participantes.

—Só pode ter sido ela - complementou o soldado - Alguém que mora na cidade nunca cairia nesse truque.

—Ei! - era o grito de Márcia, chegando da direção em que a placa erroneamente apontava.

—É a Márcia? - perguntou Anne.

—Ah, claro - falou Ema - Ela é muito nova na cidade. Não devia conhecer as redondezas e acabou sendo enganada. É, parece que a Tamires está na frente mesmo.

A turma toda esperou Márcia chegar. Ela se aproximou ofegante.

—Alguém inverteu a placa - disse Márcia.

—Foi a Tamires, é claro - explicou Ema - É mesmo uma trapaceira.

Nisso, Luciano também acabou se aproximando do grupo, para tensão de Anne. Mesmo assim, ela tentou agir como se nada tivesse acontecido.

—Ei, pessoal - falou Luciano - Vai todo mundo se reunir aqui mesmo?

—Estamos considerando isso - explicou Gustavo - Juntos, podemos escapar das armadilhas mais facilmente.

—Faz sentido. A trapaceira da Tamires deve ter enchido o resto da pista de armadilhas mesmo - lembrou Luciano.

O grupo planejava voltar à corrida, quando ouviram outros três chegando. Eram Renan, seguido por Luís e Samara. Os dois não estavam muito longe dele, mas também não conseguiam alcançá-lo.

—Quem diria? - falou Luís - Até que estamos bem na cola desse cara.

—Droga - reclamou Renan - Infelizmente, não sou bom em corrida.

O trio se aproximou do grupo. Eles estranharam ver todo mundo reunido ali.

—Ué? Está todo mundo aqui? - estranhou Renan.

—Já alcançamos geral? - falou Luís - Boa. Agora podemos tomar a dianteira e…

Luís foi puxado na hora pelo colete por Ema.

—O que foi? - reclamou ele.

—Nós estávamos reunidos e pensamos em colaborar - disse ela - A Tamires pode ter colocado armadilhas no resto do trajeto.

—Se bem que… - balbuciou Luciano - Nessa altura do campeonato, a Tamires já deve estar quase ganhando.

—Será? Bem, não sendo a Anne ou o Renan ganhando, por mim tá ótimo - falou Luís.

—Ora, seu… - disse Renan, nervoso.

—Vai, vamos juntos - disse o soldado - Se vamos perder mesmo, pelo menos vamos perder sem cair em armadilha nenhuma.

Porém, conforme eles foram andando na direção correta da seta, encontraram uma enorme estrutura colocada no meio pista. Parecia um galpão ou algo do tipo colocado ali apenas para a corrida. Para espanto de todos, Tamires ainda estava ali, bem na entrada do local.

—Tamires? - estranhou Luciano - Achamos que você estava na frente.

—Pois é, mas eu havia esquecido dessa parte - explicou ela - Aqui, não dá para entrar sozinho.

—Como assim? - perguntou Anne.

—Essa é uma das atrações mais interessantes da minha corrida - falou Tamires - O labirinto!

—Labirinto? - perguntou Gustavo - Como assim?

—Vocês já vão entender. Só preciso esperar mais um pouquinho - disse Tamires, olhando para o seu relógio. Eis que, no horizonte, um motoqueiro chegou, carregando Ian na garupa.

—Entrega, senhorita - falou o entregador.

—Muito obrigada - disse Tamires, agarrando o pobre Ian, ainda cochilando do sonífero que recebeu para ser carregado à força para a corrida.

—É verdade, o Ian está na corrida, né? - lembrou Anne.

—Mesmo que vocês chegassem aqui separados, não poderiam avançar - explicou Tamires - Porque à sua frente está…o labirinto do amor!

—Labirinto do amor? - todos exclamaram juntos, alguns mais vermelhos do que outros. O que poderia ser isso?


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Notas finais do capítulo

É o que vamos descobrir no próximo capítulo.

Até lá! :)



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