Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 164
Encontros e desencontros




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775280/chapter/164

Anne e Luciano acabaram caindo em uma armadilha. Bem, caíram em um buraco que era uma armadilha deixada por Tamires para garantir a vitória. Infelizmente, sair dali não seria uma tarefa muito fácil.

—Que ótimo - reclamou Anne, tentando escalar a parede do buraco sem muito sucesso - Por que eu tinha que cair aqui justo com você?

—Eu é quem devia dizer isso! - rebateu Luciano - Ninguém merece ficar preso aqui com uma insuportável que nem você!

—Fica na sua, senão te dou umas bifas, heim? - retrucou Anne.

Os dois estavam praticamente rosnando um com o outro. Não seria um tempo de convivência muito fácil. Poderíamos explorar isso mais, mas por que fazer isso se podemos manter o suspense? Enquanto Anne e Luciano estão ali presos, vamos ver como está a pessoa na liderança da corrida, ninguém menos que nosso amigo Gustavo.

—Ótimo! - falou ele - Ninguém na minha frente. Acho que vou ganhar, heim?

Infelizmente, nem mesmo o físico invejável de Gustavo escapou da desonestidade de Tamires. Enquanto corria confiante, Gustavo acabou pisando em uma armadilha, ficando preso em uma rede. Assim como aconteceu com Luís, Gustavo ficou pendurado em uma árvore na rede.

—Mas...o que é isso? - estranhou ele, tentando se livrar da armadilha.

—Demorou, mas você finalmente caiu em uma - disse Tamires, chegando por ali.

—Espera, mas você...não é a organizadora da corrida? - perguntou ele.

—Eu sinto muito - disse Tamires - Mas essa é a minha chance de levar meu Ian para uma viagem dos sonhos. Ninguém vai tirar isso de mim!

E Tamires saiu em disparada, agora assumindo a liderança da corrida.

—Não acredito nisso - balbuciou Gustavo - E espera, se ela tem dinheiro para organizar tudo isso, não poderia bancar uma viagem com o Ian desde o início sem precisar armar toda essa coisa?

Só segue o roteiro, Gustavo. De qualquer maneira, Tamires estava disposta a vencer a qualquer custo e, aproveitando que estava na dianteira, olhou para uma das placas com setas que indicava o caminho bem na parte do percurso em que a pista se dividia e teve uma ideia.


“Bem”, pensou ela. “E se ninguém seguir a seta correta?”

Tamires simplesmente virou a placa, deixando a seta apontando para o outro caminho da bifurcação. É, parece que não tinha muito jeito.

Ou tinha?

Márcia ainda não tinha caído em armadilha alguma e estava indo bem na competição. Não demorou muito para ser alcançada por Ema e soldado Caxias.

—Ah, e aí, Márcia? - falou Ema.

—Você? - perguntou Márcia, sem diminuir o ritmo - Achei que estava na frente.

—Estou guardando minhas forças - disse ela - Não estou competindo por mim, você sabe.

—Ah, não. Nem vem! - reclamou Márcia - Sei bem no que você tá pensando! Já falei que só sinto amizade pelo soldado.

—Sim, eu digo o mesmo - falou o soldado Caxias, ouvindo tudo enquanto acompanhava as duas - Senhorita Ema, por favor, entenda, eu…

—Vocês realmente não conseguem ver o óbvio, não é? - disse Ema - Não precisam ser tímidos. Tenho certeza de que uma temporada na França juntos vai fazer muito bem para o relacionamento de vocês.

—É inútil mesmo falar com você - reclamou Márcia - De qualquer forma, você vai ter que vencer primeiro e não pense que eu vou facilitar as coisas!

Márcia aumentou seu ritmo e correu o máximo que conseguiu. Ema não se deixou abalar.

—Deixa ela ir na frente - falou Ema - No final, ela vai ficar cansada e daí é só ultrapassar. Vou vencer essa, soldado. Não se preocupe.

—Mas eu não quero…

—Tímido como sempre - interrompeu Ema - Não se preocupe. Tenho certeza que, no final, ela não vai resistir em viajar com você.

Mais uma vez, Caxias só desistiu de tentar convencer Ema. Márcia, por sua vez, estava tão entretida na corrida que nem mesmo viu o pobre Gustavo tentando se soltar da rede em cima da árvore. Ela passou por ele e logo chegou na bifurcação onde Tamires virou a placa para o lado oposto.

“Tá legal. É só ir por lá!”, pensou Márcia, correndo com tudo na direção da seta. Infelizmente, ela acabou indo parar em um local deserto sem qualquer saída. Foi aí que ela percebeu o golpe.

—Ah, não! - gritou Márcia - Aqui só tem mato! Não é possível que a corrida seja por aqui. Droga. Alguém inverteu a placa. Vou ter que voltar!

Mais para trás, Luís finalmente estava avançando no percurso apesar de seus tênis propulsores não funcionarem mais, quando encontrou Renan, tentando a todo custo escapar do melado em que seus pés estavam presos.

—Olha só quem está aqui - disse Luís, chegando ao lado dele - O que aconteceu? Já desistiu da corrida?

—Claro que não! - retrucou Renan - Mas eu fui descuidado.

—O que foi? Ah, ficou grudado no chão? - reparou Luís - Que idiota. Como conseguiu cair em uma armadilha tão óbvia?

—Do mesmo jeito que você caiu! - falou Renan, percebendo que Luís estava pisando no melado grudento tanto quanto ele. Rapidamente, as risadas de Luís se transformaram em lamentação.

—O QUÊ?! - gritou Luís - Não pode ser. Acabei de escapar de uma armadilha e…

—Ah, então essa é a segunda armadilha que você cai? Pelo visto você não e tão esperto quanto diz ser - provocou Renan.

—Pode rir - falou Luís, voltando a expressar um sorriso confiante - Só preciso que a minha parceira me alcance. Ela vai me tirar daqui rapidinho. Agora, no seu caso, acho que é a Anne quem está na frente, não é?

—Talvez - Renan tentou não cair na provocação - E se ela ganhar? Ter caído aqui não vai importar em nada.

—Duvido! - Luís exclamou - Se minha Anne viajar com um paspalho que nem você, eu vou me matar! Eu juro que me mato!

—E desde quando ela é sua? - rebateu Renan - Que eu saiba, ela está bem solteira e livre.

—Isso é só uma questão de tempo! - falou Luís - No fim, todos sabemos com quem ela vai ficar.

—Você é mesmo um egocêntrico - censurou Renan.

—Claro que não. Sou Annecêntrico. É bem diferente - respondeu Luís.

De qualquer forma, aqueles dois ainda ficariam grudados ali por um tempo. Não muito longe dali, parece que outras duas pessoas também demorariam para sair do lugar.

—Ei, tem alguém aí em cima? Alguém? - gritou Anne.

—Acho que não - falou Luciano, simplesmente sentando no chão.

—Como você consegue ficar tão calmo? - falou Anne.

—Quando a corrida acabar vão tirar a gente daqui. Relaxa - disse Luciano - Além disso, a Márcia é mais rápida do que eu. Acho que ela tem chances de vencer.

—Então, você quer ir mesmo viajar com ela, é?

—Bom, uma viagem internacional é um prêmio e tanto - disse Luciano, todo tranquilo.

—Sei - falou Anne, também sentando no chão, já que não sairia dali tão cedo (pelo menos a palha que amorteceu a queda dos dois era limpinha - É só pela viagem, então?

—Claro. Quero fazer carreira internacional. Você sabe. O que foi? Não vá me dizer que...está com ciúmes.

—Ciúmes? Eu? - retrucou Anne com o rosto vermelho - Você ganha quanto para falar besteira? Claro que não!

—Será? - rebateu Luciano.

Anne não falou nada, apenas desviou o olhar. Talvez esse tempo seja bom para esses dois colocarem sua conversa em dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Prometo que no próximo capítulo vai ser focado em Luciano e Anne. Kkkk

Até lá! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vila Baunilha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.