Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 163
Armadilhas por todos os lados




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A primeira corrida de casais de Vila Baunilha valendo uma viagem paga para a França teve início. As regras são simples: aquele que cruzar a linha de chegada ganha o prêmio juntamente com seu parceiro. Luís tentou se aproveitar de seus tênis propulsores, mas acabou caindo em uma armadilha. Enquanto isso, os demais participantes continuavam correndo. Ema, ao perceber que seu parceiro soldado Caxias estava se aproximando, diminuiu sua velocidade.

—Senhorita Ema...como consegue ser tão rápida? - disse o policial, se aproximando dela.

—Sério? Achei que estava indo em velocidade normal - falou a garota.

—Acho que eu devia treinar mais. Isso é uma vergonha para um policial! - reclamou ele.

—Seja como for, é melhor tomar cuidado - disse Ema - Se a Tamires organizou essa corrida, deve ter mais armadilhas espalhadas por aí.

—Isso não é trapaça? - perguntou o soldado.

—Claro que é - disse Ema - Mas quem disse que ela liga?

—Seria injusto se ela vencesse, não? - prosseguiu o soldado, tentando acompanhar a corrida com Ema.

—Ela vai dar um jeito de se safar e ficar por isso mesmo - disse Ema - Mas tem uma saída: só precisamos vencer a corrida. Um de nós vencendo já é suficiente. Você terá a sua viagem com a Márcia, soldado. Não precisa se preocupar.

“Mas eu não quero viaja com a Márcia”, pensou o pobre soldado, incapaz de comunicar seus verdadeiros sentimentos.

—Vamos correr com calma - prosseguiu Ema - Dizem que em uma maratona, você só deve dar o máximo de si perto do final, quando todo mundo já estiver cansado. Vai ser nossa arma secreta.

“Quer dizer que ela não está correndo com tudo? Ela é mesmo incrível!”, pensou o soldado.

Enquanto isso, outros casais prosseguiam na corrida. Gustavo estava bem na frente, embora Kelly fosse uma das últimas. Márcia também se esforçava, embora Luciano estivesse mais atrás.

“Aquele lerdo”, pensou Márcia. “Pelo jeito, quem vai ter que dar um jeito de ganhar sou eu”

Márcia mantinha o ritmo. Luciano ia atrás em seu próprio ritmo, quando foi alcançado por Anne.
—Olha só - Luciano não resistiu em provocar - Parece que corrida não é bem seu forte, né?

—Como se você estivesse muito na frente - rebateu Anne - É eu só dar mais um pique que você come poeira!

—E onde está o seu amiguinho? - perguntou Luciano, em tom provocativo.

—O Renan? Acho que ele ficou um pouco para trás… - comentou ela.

De fato, Renan estava bem atrás.

“Que droga”, pensou ele. “A Anne é bem rápida, mas desse jeito eu não vou alcançá-la nunca e…”

Seus pensamentos foram interrompidos por uma enorme poça de algum tipo de melado ou algo grudento que diminuiram bastante sua velocidade. Alguém, “por acaso”, tinha derramado aquilo no percurso para atrasar os competidores.

—O quê? O que é essa coisa que eu pisei?

—Um a menos… - comentou Tamires, passando por ele - Devia prestar mais atenção onde pisa, bobão!

—Uma armadilha? Eu não acredito...como pude cair nisso? - falou Renan, se esforçando para tentar andar no meio daquela coisa. Enquanto andava, via que outros casais também tinham seus problemas. Alguns foram impedidos por uma rede bem no meio do caminho, outros acabaram jogados para trás por um tipo de faixa elástica que não perceberam estar no meio da pista e outros simplesmente também ficaram com os pés grudados na poça melada. Tamires estava eliminando vários concorrentes.

Apesar dos pesares, alguns até conseguiram se livrar das armadilhas. Veja, por exemplo, o caso do nosso amigo Luís. Sua parceira, Samara, não era uma das pessoas mais rápidas e por isso estava em último lugar. Depois que Luís caiu na armadilha e todo mundo passou por ele, a única que ainda não tinha passado por ali era Samara. Isso até aquele momento.

—Ei, Samara! - disse Luís.

Samara estava ouvindo, mas não vendo Luís.

—Hã? Lu-Luís? É você? - disse ela, parando e tentando descobrir de onde vinha a voz.

—Aqui em cima! - falou ele.

Samara enfim olhou para cima e viu o pobre Luís pendurado na árvore pela perna.

—Luís? O que você tá fazendo aí em cima? - perguntou ela.

—Parei para admirar a paisagem - ironizou ele - Eu caí em uma armadilha, idiota! Tem como me tirar daqui?

—M-Mas como? - perguntou ela.

—Procura a outra ponta da corda. Deve ter algum nó ou algo assim - disse ele - É só desamarrar.

—Não sou muito boa em desatar nós - falou Samara - Mas posso buscar uma faca ou algo assim…

—Droga. Até você fazer isso, já perdemos a corrida - reclamou Luís.

Samara foi até o outro lado e viu a corda amarrada. Por sorte, ela conseguiu desamarrar. Pena que ela esqueceu de avisar Luís que estava fazendo isso e o garoto continuava falando.

—Vamos perder desse jeito, mas se pelo menos impedirmos a Anne ou o Renan de ganhar e… - a fala foi interrompida pela queda do garoto da árvore. Samara desatou o nó e Luís caiu.

—Consegui desatar! - falou Samara, toda feliz.

—Não diga! - reclamou Luís, com a cara no chão, mas vivo - O que importa? Agora tô de volta na pista. Vou ativar os tênis de novo e…

Só que as coisas não saíram bem como ele esperava.

—O que aconteceu? - perguntou Samara.

—Meus tênis...parece que pifaram - reparou Luís - Oh, droga. Isso que dá encomendar peças baratas. Já parou de funcionar.

—E agora?

—Não tem jeito. Vamos ter que correr do jeito normal - disse Luís.

—É o jeito, né? - disse Samara, meio encabulada - Vamos...correr juntos, então?

Mas Luís nem chegou a ouvir ela terminar essa frase, pois já estava correndo pela própria conta.

“Fui ignorada de novo!”, reclamou Samara.


Sem contar que ele nem agradeceu por ter sido tirado da armadilha. De qualquer modo, Luís estava de volta, Renan estava lutando para sair da outra armadilha e, mais à frente, Luciano e Anne seguiam lado a lado.

—O que foi? Você não disse que ia me ultrapassar? - provocava Luciano.

—Morre, diabo. Não me enche! - rebatia a garota.

Mas enquanto eles trocavam farpas, acabaram não prestando atenção na terra abaixo deles escondendo um buraco. Resultado: os dois caíram juntos ali, em um buraco fundo o bastante para ser difícil de sair. Ainda bem que havia bastante palha no fundo, amortecendo a queda dos dois..

—O que é isso? - falou Luciano, se recuperando da queda.

—Caímos em uma armadilha. Só pode ser coisa da doida de pedra da Tamires - falou Anne.

Exato. Parece que Anne e Luciano terão que passar algum tempo juntos.


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