Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 161
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Quando o dia da corrida de casais chega temos mais um grande evento na cidade. Claro que a família Montecarlo aproveitou a chance para fazer uma graninha extra vendendo algumas quentinhas (até o fim da corrida muita gente ficaria com fome).

—Sem a Anne e o Gustavo fica bem puxado aqui - disse Carla para Antenor, se virando como podia na barraquinha - Aliás, vai mesmo deixar aquela menina ir para a França se ela ganhar?

—Bem, a gente pode conversar sobre isso. Mas primeiro ela precisa ganhar - disse Antenor, sem tirar os olhos do preparo da comida.

—Puxa, França. Que legal - disse Briana, ajudando os pais na ausência da irmã - Também fiquei com vontade de participar da corrida.

—Ah, não. Nem inventa! - falou Carla - Nunca deixaria meu anjinho viajar com um marmanjo por aí!

—Mas a Anne não vai fazer isso se ganhar? - perguntou Briana.

—Se ela ganhar vou fazer de tudo para tirar isso da cabeça dela - falou Carla - Se bem que com o Gustavo participando, duvido que ela consiga.

E, de fato, Gustavo também tinha feito sua inscrição na corrida. A praça da cidade seria o ponto de largada e ele estava ali, com Kelly, pronto para enfrentar o desafio da tal corrida.

—Amor. Que demais! - falou Kelly - Se a gente vencer, vamos para a França.

—Sim - disse ele - Farei de tudo para vencer essa corrida e ganhar esse prêmio. Vai ser meu presente para você, amor.

Os dois seguraram as mãos e se beijaram. Pelo menos um casal de jovens nessa cidade tem que ser saudável, né?

—Oi, Anne - falou Kelly, vendo a amiga chegar com uma roupa esportiva branca - Vai participar com o Renan, heim?

—Ai, nem começa - disse ela - Eu só quero ser legal e ajudar o Renan a ganhar uma viagem para a França. Vai ser muito bom para ele.

—Vamos dar nosso melhor! - falou Gustavo.

—O importante é competir, né? - disse Anne - Pior que nem tive tempo de treinar nada. E cadê ele falando nisso?

—Cheguei! - falou Renan, chegando com um passo de corrida, também com uma roupa esportiva branca - E aí? Pronta?

—Acho que você está bem mais do que eu - falou Anne.

—Nossa. Vocês até vieram com a roupa combinando - reparou Kelly.

—Ah, é verdade - disse Renan - Juro que não combinamos.

—Então você o tal Renan que vai correr junto com a Anne? - perguntou Gustavo - Acho que não te vi muito por aí.

—Não costumo sair muito de casa - falou Renan.

—Vamos dar nosso melhor! - disse Gustavo.

—C-Claro - gaguejou Renan.

“Olha o físico desse cara”, pensou Renan. “Desse jeito não vou ter chance. Calma, calma. Vamos pensar positivo. Se eu ganhar...vou para a França e preciso dar um jeito da Anne ir comigo!”

Só que tinha muito mais gente interessada em participar dessa corrida e alguns interessados que outros participassem.

—Ei, garoto! - disse Abílio, pai de Luciano, acompanhando o filho até o local da corrida - Será que não dá tempo de trocar as duplas?

—De novo com isso, pai? - falou Luciano - Já falei que vou correr com a Márcia.

—Isso é um desperdício! - reclamou Abílio - Assim que ouvi a notícia de que um casal poderia ganhar uma viagem para a França já imaginei que seria uma ótima oportunidade de você convidar a Anne, mas não! Você vai lá e aceita correr com uma garota sem nenhuma perspectiva!

—Oi - disse Márcia, chegando perto do pai e do filho - Ah, o senhor é o pai do Luciano, né? Como vai?

—Ah, vou bem. Poderia estar melhor - disse Abílio, nem um pouco simpático.

—Não liga pra ele - disse Luciano - Vamos lá?

—Vamos. O pessoal já está se reunindo ali no centro da pracinha - falou Márcia.

“Esse garoto não me ouve. Não adianta”, pensou Abílio, ainda sonhando que poderia tirar o pé da lama se Luciano se casasse com Anne.

Na pracinha, Márcia e Luciano se aproximaram da turma. Luciano observou Anne junto com Renan.

—É, vocês parecem estar se dando bem - falou Luciano.

—Algum problema? - indagou Renan.

—Nada, não - disse Luciano - Só achei esquisito a Anne aceitar a amizade de alguém tão fácil…

—Cala a boca! - reclamou Anne - Sou legal com quem é legal comigo.

—Sei… - balbuciou Luciano.

—Vamos dar nosso melhor, né, Luciano? - falou Márcia, entrelaçando seu braço no braço de Luciano - Uma viagem para a França é um super prêmio.

—Hã? Ah, claro. Tocar na França vai ser ótimo para a minha carreira de cantor - disse Luciano, sonhando alto.

—Então vocês já estão juntos? - perguntou Anne.

—Somos só amigos - falou Márcia - Por enquanto…

—Por enquanto? - perguntou Anne.

—Ah, não importa - disse Márcia - O importante é que vamos correr para ganhar!

Enquanto isso, outros dois participantes também estavam chegando no local.

—Olha só para eles...todos confiantes - disse Luís, olhando a movimentação de longe - Vão sonhando…

—A gente vai mesmo fazer isso? - perguntou Samara, a parceira de corrida de Luís - Olha quanta gente assistindo. Tô começando a mudar de ideia e…

—Nem vem - disse Luís - Agora que você tá nessa, vai comigo até o fim.

—Mas vamos ser sinceros, Luís - falou Samara - Nem você e nem eu somos lá muito bons com esporte, né?

—Não se preocupe - disse ele, apontando para seus pés - Estou usando um tênis super especial que inventei. Ele tem um mecanismo que me ajuda a saltar bem longe. Com ele ativado, corro mais rápido do que qualquer um deles.

—Se descobrirem isso vamos ser desclassificados! - reclamou Samara.

—Relaxe - disse Luís - Para quem vê de fora não passam de tênis comuns.

—Mas eu não tenho um tênis desse. Vou ter que correr com tênis normais mesmo - falou Samara.

—E daí? - falou Luís - O importante é que um de nós chegue na linha de chegada. Você não leu o folheto?

—Sim, mas…

—Chega de reclamação! - exclamou Luís - Vamos esperar a corrida começar para deixar todo mundo surpreso. Fiz segredo da minha participação até agora, mas quando todos me verem na largada. Ah, quero só ver a cara de surpresa do imbecil do Renan!

“Acho que o Renan está pouco se importando com isso, mas…”, pensou Samara.

Enquanto isso, outra dupla se uniu ao grupo principal na praça.

—Oi, oi, gente - falou Ema, chegando acompanhada de seu parceiro de corrida, soldado Caxias.

—O-olá - gaguejou o soldado.

—Ah, é. Vocês também vão participar - disse Kelly.

—Pois é - falou Ema - Quero ajudar o soldado Caxias com uma coisinha, então vou correr para vencer.

—É, vai ser difícil - comentou Anne.

—Por quê? - perguntou Renan.

—Não é só o Gustavo - falou ela - A Ema é a melhor atleta da nossa sala e o parceiro dela é policial na cidade. Não vai ser fácil ganhar deles na corrida.

Márcia se aproximou lentamente do soldado e falou baixinho.

—Olha só - disse ela, cutucando o policial com o cotovelo - Parabéns. Não imaginava que você fosse convidar a Ema, heim?

—Na verdade...ela só aceitou para vencer e dar a passagem para você vir comigo - disse o soldado - Ela ainda está insistindo nisso.

—Você ainda não esclareceu a situação? - disse Márcia, pasma.

—É difícil explicar - falou ele.

—Bem, seja como for, vou correr para ganhar - falou Márcia - Mas se você vencer, dá um jeito de convencer a Ema para viajar com você.

—Adoraria - falou o soldado - Mas não sei se o pai dela deixaria também…

—Caramba, você também não se ajuda, heim? - reclamou Márcia.

Algum tempo depois, os alto-falantes anunciaram para todos os participantes se aproximarem do centro da praça. No palanque organizado ali, o prefeito de Campo Encantado fez um discurso agradecendo a disponibilidade da cidade em parar tudo para organizar uma corrida como aquela. Todos aplaudiram e a filha dele, Tamires, tomou a palavra.

—Muito bem. Obrigada a todos os interessados por participarem da primeira corrida de casais de Vila Baunilha e Campo Encantado. Temos participantes das duas cidades aqui conosco hoje! - disse ela.

Todos aplaudiram.

—Eu, como co-auxiliadora do evento, também vou participar da corrida com meu amado, Ian - disse ela, mostrando o pobre filho do prefeito de Vila Baunilha no palanque, nada contente (acho que ninguém estaria com seguranças armados impedindo que ele fugisse dali) - Vocês podem achar que isso é injusto, mas não é. Juro que não tive nenhuma participação na montagem do percurso. Tudo isso foi feito pela nossa valiosa equipe. Palmas para eles.

De novo, todos aplaudem.

—Tudo que fiz foi ajudar a elaborar as regras - prosseguiu Tamires - E elas são muito simples. Qualquer um dos integrantes do casal que cruzar a linha de chegada vence pelo casal.

—Viu? - falou Luís, ouvindo tudo escondido - Só precisamos do meu tênis para ganhar.

—Tudo que vocês precisam fazer é seguir as setas espalhadas pela cidade a partir da linha de largada - continuou Tamires - A única regra é que vocês devem obedecer as setas, sempre. Além disso…

Ela fez uma pequena pausa.

—Todos os participantes devem vestir um colete que nossa equipe está distribuindo - continuou ela - Cada casal receberá um colete com o mesmo número. Esses números identificarão os casais. O participante que vencer cruzando a linha de chegada automaticamente faz seu parceiro usando o colete do mesmo número vencer, mesmo que o pareceiro esteja em último lugar na corrida.

—Ah, ótimo - falou Samara - Então mesmo se eu estiver em último lugar, ainda posso vencer.

—É o que estou querendo dizer o tempo todo - falou Luís - Ah, droga, precisamos pegar os coletes. Ei, amigo, aqui, aqui!

Luís chamou um dos membros do staff da corrida para pegar o colete dele e o de Samara sem que os outros percebessem. Quando todos estavam com seus coletes, Tamires encerrava seu discurso.

—E só para lembrar. O prêmio para o casal vencedor é uma passagem com todas as despesas pagas para Paris. Claro que os menores de idade precisam de autorização dos pais ou mesmo podem adiar o resgate do prêmio para quando forem maiores. Tudo isso é negociável - falou Tamires.

“Perfeito”, pensou o soldado Caxias. “Quando a senhorita Ema for maior de idade poderei viajar com ela. Agora estou mais motivado para vencer!”

—Então é isso, gente! - disse Tamires - Todos sigam para a linha de largada. Vamos começar nossa corrida!

Todos aplaudem e o evento tem início. Finalmente a competição dos casais está prestes a começar!


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