Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 152
Babá de uma dupla




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775280/chapter/152

 

Naquela noite de sexta, a campainha da casa de Cíntia tocou e a garota foi imediatamente atender. Cíntia estava particularmente animada naquele dia, já que sua melhor amiga Samanta passaria a noite em sua casa.

—Oi, amiga! - disse Cíntia, já abraçando Samanta - Nossa, faz muito tempo que você não vem aqui!

—Oi - falou Samanta, não muito confortável com o excesso de abraços de Cíntia - O que eu podia fazer? Você insistiu tanto que acabei vindo, né?

—Fique à vontade - falou Cíntia.

—Vou tentar - disse Samanta - Mas se queríamos virar a noite juntas não seria melhor você dormir lá em casa? Tem bem mais espaço.

—Ah, amiga. A gente sempre fica na sua casa. É bom variar um pouco, não acha?

—Preciso fazer meu skincare antes de dormir - disse Samanta, mostrando o monte de itens de maquiagem que trouxe em sua mala (sim, mala) - Será que tem tanto espaço assim no seu quarto?

—A gente dá um jeito! - falou Cíntia, animada e abraçando Samanta de novo - O importante é que você está aqui!

—Sempre pensando pequeno, né, Cíntia? - reclamou Samanta, olhando para o lado e dando de cara com o gato dela - Ai, o que é isso?

—É o Pimpão, nosso gato - falou Cíntia - Não lembra dele?

—Ele era mais filhotinho da última vez que vim aqui, né? - respondeu Samanta - Por que ele tá me olhando com cara de bravo?

—Ah, já, já ele se acostuma com você - disse Cíntia - Vem, vou te levar para o quarto.

—Cíntia! - gritou uma mulher gordinha (mais conhecida como a mãe de Cíntia) - A Samanta já chegou?

—Sim - disse Cíntia - Já estamos nos ajeitando.

—Tá, logo mais a babá tá chegando - falou a mãe dela - Vê se não vai aprontar muito, heim?

—Espera, ela disse o quê? - estranhou Samanta.

—Ah, é que justamente hoje meus pais precisam viajar para o funeral de um tio da madrasta da irmã da prima do meu pai - explicou Cíntia - Como minha família é amiga deles, pelo menos meus pais precisam ir para lá e então minha mãe chamou uma babá para ficar com a gente.

—Babá, Cíntia? Nós já somos mulheres feitas com quase doze anos. Aprendemos a sobreviver na selva com as Abelhinhas Patrulheiras - disse Samanta - Por que precisamos de babá?

—Ah, mas é bom ter alguém para cuidar da comida, né?

—É só pedir por aplicativo - disse Samanta.

—Gasta muito e você sabe que à noite praticamente tudo aqui fecha, né? Quer dizer, tem aquela lanchonete perto da casa da Briana que…

—Tá, tá, já entendi - falou Samanta - Ai, que situação. Que grande vilã ficaria com uma babá?

Mas não tinha muito jeito. Naquela hora, a campainha tocou mais uma vez e nossa babá surgia na casa de Cíntia.

—Ah, boa noite, Márcia - falou a mãe dela - Chegou bem na hora!

—Boa noite - respondeu Márcia.

Samanta e Cíntia olharam para a pessoa que acabara de chegar. Sim, Márcia já havia trabalhado de babá na casa de Beni no passado e, por conta do bom trabalho, acabou sendo contratada pela mãe de Cíntia também.

—Mas essa menina é da nossa escola - disse Samanta - Ela nem é tão mais velha do que a gente assim.

—Bom, foi minha mãe que chamou ela - explicou Cíntia.

De qualquer modo, Márcia foi apresentada às meninas e a mãe deu as últimas instruções antes de sair. Não demorou muito para que Márcia e as duas amigas ficassem sós.

—E então, meninas? O que vocês querem fazer?

—Quando você diz “o que vocês querem fazer” está perguntando o que a Cíntia e eu vamos fazer, não é? - perguntou Samanta.

—Bom, achei que podíamos fazer algo juntas - disse Márcia - Afinal, preciso ficar de olho em vocês.

—Por favor, querida - falou Samanta - Não somos mais crianças. Na real, você nem precisava ter vindo.

—Mesmo?

—É - respondeu Samanta, confiante - Você é totalmente desnecessária aqui, meu amor.

—Ai, amiga. Isso não foi muito indelicado? - perguntou Cíntia.

—Fazer o quê? Eu sou má, você sabe - retrucou Samanta.

“Ai, que ótimo. Vou ter que usar a psicologia de novo…”, pensou Márcia. “Bem, elas não devem ser piores que o Beni”

—Então, tá, senhorita não-preciso-de-ninguém - falou Márcia - Estava pensando em preparar um jantar gostoso, mas já que não precisam de mim, então vocês mesmas podem se virar, estou certa?

—Está - disse Samanta - Cíntia e eu vamos pedir alguma coisa, na minha conta.

—Sério? Pena. Vou ter que preparar pipoca e cachorro-quente só para mim, então.

—Espera. Você falou pipoca? - perguntou Cíntia.

—Sim - respondeu Márcia.

—Pipoca...de que tipo? - insistiu Cíntia.

—Do tipo quente na manteiga - falou Márcia - E cachorro-quente com tudo que tem direito. Seus pais disseram que a janta de hoje podia ser um lanche, mas, se vocês querem gastar pedindo comida.

—Ai, amiga. Acho que não precisamos gastar, né?

—Já entregou o jogo, Cíntia? - reclamou Samanta.

—Mas é pipoca e cachorro-quente...e eu passei a semana toda seguindo a dieta direitinho - disse Cíntia - E eu já tô ficando com fome, aliás.

—Ai, tá bom - disse Samanta se voltando para Márcia - Pode preparar o lanche. Acho que você pode ser uma boa serviçal, garota.

—Serviçal? - estranhou Cíntia.

—Sim - disse Samanta, jogando o cabelo para trás - Pode fazer nossa comida e nos servir. Como uma diva é o mínimo que mereço.

“Que figura”, pensou Márcia. “Acho que não vai ser tão fácil assim, mas acho que dá para ensinar uma ou duas coisinhas para ela”

—Ouviu, mocinha? - Samanta voltou a perguntar - Pode ser nossa serviçal essa noite.

—E se eu não quiser? - perguntou Márcia - Afinal, eu sou a mais velha aqui.

—Como? - estranhou Samanta.

—Ela se recusou, amiga - falou Cíntia.

—É. Eu sei - disse Samanta - Nunca cheguei nessa parte…

—E então? - continuou Márcia - O que você vai fazer?

—Você não pode falar assim comigo - disse Samanta.

—Por quê? - perguntou Márcia sem tirar os olhos dela.

—Porque...porque eu sou rica! EU SOU RICA! - disse Samanta gargalhando.

—E se eu não me importar? - disse Márcia, sem se deixar abalar - Aliás, será que você é rica ou seus pais que são ricos?

—Agora ela te pegou, amiga - falou Cíntia.

—Mas não é assim que deve ser! - insistia Samanta, apontando para Márcia - Ela não está seguindo o roteiro! Todo mundo tem que respeitar a mais rica!

—Você ainda não falou o que vai fazer, queridinha - disse Márcia.

—Tá bom - Samanta acabou se conformando - Desculpa, não quis ser grossa.

—Oi? Eu não ouvi direito… - falou Márcia.

—Desculpa, tá? Desculpa, não quis ser grossa. Mas que isso está saindo muito do tradicional, com certeza está! - falou Samanta, contrariada.

“Não vai ser fácil, mas acho que vai ser divertido”, pensou Márcia. Como será a noite dessas três?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lembrando que Márcia já foi babá do Beni no capítulo 112.

Achei que seria legal ver uma interação da Márcia com nossa dupla de vilãs mirins preferida. Kkkkk.

Espero que continue acompanhando. Até a próxima! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vila Baunilha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.