Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 134
Início de festival


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos e boa leitura!



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E finalmente chegou o grande dia do festival da primavera. Era, de fato, o evento mais aguardado do ano. É verdade que a igreja da cidade promovia uma festa junina em junho, mas era algo bem simples. O diferencial de Vila Baunilha era mesmo o festival da primavera, a festa mais tradicional da região. A praça da cidade naquela noite havia se tornado uma enorme reunião de barraquinhas, luzes, cheiros e sabores. Venâncio, o prefeito da cidade, deu abertura ao evento com seu tradicional discurso.

—Amigos e amigas, cidadãos baunilhenses. É com muita honra que inicio este festival, o evento mais aguardado do ano por todos. Desde que me tornei prefeito, faço questão de financiar essa maravilhosa festa com meu próprio bolso. Essa festa que participo desde garoto, uma festa que tem se mantido de geração à geração. Uma festa que simboliza a importância da tradição…

Bem, vocês já devem saber que os discursos do prefeito costumam ser bem empolgados. Após longos quarenta minutos de fala, finalmente ele parecia estar próximo da conclusão.

—Não quero me alongar tanto, já que todos estão ansiosos para a festa - disse ele - Por isso, fiz uma versão resumida do meu discurso e passarei logo às festividades. Obrigado a todos!

Todos aplaudem.

—Sempre incrível, querido - disse Vera, a primeira-dama, com sua inseparável cachorrinha Fifi - Tenho certeza de que será um festival maravilhoso!

—Que bom que gostou, querida - falou o prefeito - E onde estão os meninos?

—Ah, sabe como são esses jovens. Mal terminaram de ouvir e já saíram para aproveitar a festa.

De fato, Samanta, a filha do prefeito, já estava perambulando pelo local com sua melhor amiga Cíntia.

—Seu pai sempre se empolga no discurso, né, amiga? - reparou Cíntia.

—Não liga para isso - falou Samanta - Mais importante que o discurso do meu pai é a árvore.

—Não sabia que você era tão ecológica - reparou Cíntia.

—Tô falando da árvore central! Você não conhece essa história?

—Acho que já ouvi falar…

—Se falarmos para a pessoa amada nossos sentimentos na noite do festival, ficaremos com ela para sempre - disse Samanta - É tão lindo.

—Que romântico - disse Cíntia - E você pretende se declarar, amiga?

—Claro - falou Samanta - Para o Enzo, mas...espera...precisa de mais alguma coisa…

—Que coisa?

—Claro. Não vai ter graça só me declarar. Também tenho que fazer a Briana ser rejeitada nesse festival!

—Precisa?

—Óbvio. Ser vilã é um trabalho de vinte e quatro horas. A gente precisar dar um jeito de atazanar com a vida dela.

—Até no dia do festival? Você é malvada mesmo, heim, amiga?

Samanta apenas jogou o cabelo para trás.

—Bem, garotas más ganham o mundo - falou nossa grande vilã.

De fato, Briana estava no festival, juntamente com Anne e o resto da família, trabalhando na barraquinha que servia alguns pratos especiais do restaurante. Carla deu liberdade para sua filha caçula curtir a festa.

—Já sabe. Estamos aqui nessa barraca - falou ela.

—Não quer mesmo que eu ajude, mãe? - perguntou Briana.

—Já tem bastante gente aqui - falou Carla, apontando para Antenor cozinhando enquanto Anne e Gustavo controlavam os pedidos.

—Não se preocupe, Anne - disse Gustavo - Daqui a pouco o movimento diminui e alternamos para curtir o festival.

—Ah, relaxa. Tô de boa - falou Anne - Você precisa curtir o festival mais do que eu, afinal, você é quem namora, né?

—O problema é que a Kelly vai me fazer experimentar o bolo que ela preparou para o concurso - disse ele - Meu coração bate mais forte só de pensar nisso…

—Imagino - disse Anne, empaticamente.

Lembramos que Kelly tinha péssimos dotes culinários e a tensão de Gustavo não era paixão, era terror mesmo…

—Beni! - disse Briana, ao ver seu amigo andando pelo festival.

—E aí? - falou ele.

—O que vamos fazer? Tem um monte de brincadeiras legais por aqui - falou ela.

—Você veio aqui brincar, mas eu estou em uma missão séria! - disse o garoto - Você conhece a lenda da árvore central?

—Ah, sim. Ouvi falar - disse a menina - Quem se declarar debaixo dela hoje ficar junto com a pessoa, né?

—Dizem que isso funciona - comentou Beni - Se isso é mesmo verdade, então essa árvore tem mesmo algum poder especial.

—Magia, né?

—Ou algo maior - disse ele - Talvez seja uma pista para minha missão de salvar a humanidade!

—E você vai querer investigar, né?

—É claro!

—Não quer nem jogar argolas antes?

—Não tenho tempo para isso!

—Então, tá - disse Briana, já saindo de cena.

—Espera! - impediu Beni - Talvez...seja bom jogar e treinar minhas habilidades de mira. Nunca se sabe quando vamos precisar, né?

Briana apenas riu.

Em outro canto da festa, encontramos outros conhecidos nosso.

—Sério mesmo, pai? - reclamou Luciano - O senhor sabe que ninguém compra nada do nosso quiosque.

—É, eu sei! - falou Abílio, irritado - Mas a esperança é a última que morre. Além disso, estou colocando mais fé em você, filhão.

—Sério? O senhor finalmente decidiu apoiar minha carreira de cantor? - falou Luciano, alegre - Que bom! Estava meio chateado pela organização do festival não me querer em período integral lá no palco do centro, mas pelo menos vão me deixar tocar uma vez.

—Que carreira de cantor, moleque! - rebateu Abílio com um belo cascudo na cabeça de Luciano - Estou falando da árvore central!

—O que tem ela? - disse Luciano, massageando a cabeça após o cascudo.

—Reza a lenda que os casais que declaram seu amor embaixo dela na noite do festival ficam juntos para sempre. Trate de levar a Anne para lá e declare seu amor!

—Por que eu faria isso? - retrucou Luciano - Já cansei de falar que não quero nada com ela!

—Tenha dó de seu velho pai! A barraquinha dos Montecarlo está um sucesso só! Eles vão ganhar cada vez mais e mais lucro. Seu casamento é que vai me salvar, garoto!

—Dispenso - falou Luciano - E essa conversa já me cansou. Vou dar uma volta.

—Filho ingrato! - dramatizou Abílio - É só se declarar para a menina. Não pode ser tão difícil.

Luciano saiu praticamente deixando Abílio falando sozinho. No meio do caminho, acabou se encontrando com Márcia e a bisavó dela.

—E aí? - disse a garota.

—E aí? - falou Luciano - Beleza?

—Fala aí, garoto - disse dona Cleide - Gostando da festa?

—Estava ajudando meu pai no quiosque que ele arranjou. Ainda nem vi o que tem no festival.

—Seu pai? O Abílio da lanchonete? - retrucou dona Cleide - Como é que ele tem coragem de vender aquele lanche horroroso aqui? Vai pagar indenização para quem passar mal se comer lá?

“Pior que não posso negar”, pensou Luciano.

—Não liga pra ela. Vamos curtir o festival - disse Márcia.

—Sim, vamos lá - disse a velhinha.

—Err...bisa. A senhora não quer ficar à vontade na festa? - disse Márcia, tentando dar um perdido na própria bisavó - Ouvi dizer que vão fazer um bingo e…

—Bingo? Tá me chamando de velha?

—Um dos prêmios é uma pipoqueira nova - disse Márcia.

—Por que não falou logo? - disse dona Cleide - Tô há anos querendo uma pipoqueira nova!

Márcia e Luciano riram depois que Cleide saiu de cena.

—E aí? Tá pronto para o concurso de dança? - perguntou Márcia.

—Sou péssimo nisso - disse Luciano - Prefiro tocar e…

—Nem vem. Você prometeu - disse Márcia, meio brava, meio rindo.

—Tá, vamos ver no que isso vai dar - retrucou Luciano.

Enquanto os dois caminhavam, a quieta Samara observava a cena de longe.

“Acabei vindo para tentar conquistar o Luciano”, pensou Samara, escondida atrás de uma barraquinha próxima. “Mas será que eu consigo levar ele para baixo da árvore?”

É, a cidade inteira está aqui. Esse festival ainda vai longe...


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Notas finais do capítulo

Vai mesmo. Praticamente todo mundo na cidade está aí, então para dar a atenção devida a todos os personagens esse arco pode ser um pouco longo.

Espero que continue acompanhando.

Até a próxima! :)



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