Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 130
A batalha final




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775280/chapter/130

 

Depois de passarem por diversas armadilhas na subida pelo prédio em que Tamires deixava Anne cativa, nossos três heróis finalmente chegam ao penúltimo andar. Aparentemente, o grande saguão daquele andar estava vazio e sem perigos.

—Beleza - falou Luciano - É só atravessar.

—Será que é só isso mesmo? - questionou Ian - Pode ter algo escondido…

—Vai ver ela não teve tempo de arranjar armadilhas para esse andar - disse Luciano.

—Duvido muito - falou Luís - Deve ter uma armadilha escondida. Melhor andarmos com cuidado…

—Tem razão - disse Ian - Vamos bem devagar…

Mas assim que Ian pisa levemente no chão, parte do solo se desmancha, revelando mais uma armadilha. Quase que Ian cai em mais um fosso cheio de espinhos.

—Ian. Você tá bem? - perguntou Luciano, segurando o colega pela mão.

—Estou - disse ele - Essa foi por pouco.

—Parece que ela fez um mecanismo que é ativado se a pessoa não pisar com força o suficiente - falou Luís.

—Então ela pensou que pensaríamos em andar com cuidado. Essa Tamires é tenebrosa mesmo - comentou Ian.

O caminho que restou após a queda de parte do chão formava um tipo de labirinto. Os meninos foram andando devagar até chegar do outro lado. Mais uma armadilha passada.

—Quanto será que ainda falta? - perguntou Luciano.

—Pelas minhas contas, parece que o próximo andar é o último - disse Luís - Vamos logo salvar a Anne!

De fato, os três subiram os últimos lances de escada e encontraram finalmente a sala de Tamires. Anne podia ser vista presa em um quarto no meio do saguão, sendo forçada a assistir vídeos de dancinha sem interrupção.

—Anne! - Ian correu até ela, mas dois enormes seguranças rapidamente ficaram no caminho dele e o empurraram para longe.

—Muito bom. Conseguiram chegar aqui inteiros. Muito bem! - cumprimentou Tamires.

—Sua louca! - gritou Ian, voltando-se para trás - Você quase matou a gente!

—Ah, ninguém ia morrer de verdade - falou ela.

—Como não? - perguntou Luciano - E o teto que quase esmagou a gente?

—Estava programado para parar em uma altura mínima. Ninguém seria esmagado - explicou ela.

—E os tubarões? - perguntou Luís.

—Eram robôs - explicou Tamires - Os dentes deles eram de borracha.

—E o fosse com espinhos? - indagou Ian.

—Era tudo falso - falou a garota - Mesmo se caíssem, não sofreriam nada. O chão lá embaixo era elástico. Foi tudo uma grande brincadeira.

Os meninos se entreolharam. Tamires deu uma boa gargalhada.

—Mas tem uma coisa que não é brincadeira - disse ela, com uma expressão séria - Só vou liberar a Anne se você ficar comigo, Ian. Decida agora.

—Ele aceita, sim - falou Luís - Pode soltar a Anne, vai.

—O quê? Ora, seu… - reclamou Ian.

—Você quer a Anne livre ou não? - retrucou Luís.

—Mas não posso arrasar com o coração da Anne sendo infiel - dramatizou Ian - É demais para mim!

—Ótimo. Então, ela continua comigo - falou Tamires.

—Temos mais uma opção - disse Luís - Vamos recuperá-la à força!

—Quero ver vocês tentarem - disse Tamires, estalando os dedos para seus capangas protegerem o quarto em que Anne estava.

—Acho que eles não vão facilitar muito as coisas - disse Luciano.

—É por isso que eu me preparei - falou Luís - Ativar armadura!

—O quê? - estranhou Luciano.

Luís ativou um botão em seu celular que liberou diversas nanopartículas que cobriram o seu corpo, formando um tipo de armadura de ferro. No entanto, era um armadura maleável que não só dava proteção ao garoto, como também fazia seu corpo lutar sozinho.

—Homem de Ferro tá diferente - comentou Luciano.

—Vamos aproveitar que eles estão distraídos e salvar a Anne - falou Ian.

—Beleza! - concordou Luciano.

—Não tão rápido! - disse Tamires, segurando Ian pelas pernas, fazendo-o cair no meio da ação.

—Por que você não me deixa em paz, mulher?! - reclamou Ian.

—O que você viu naquela sem sal? - reclamou Tamires - Eu sou a mulher certa para você!

—Agindo assim fica difícil acreditar! - falou Ian, tentando se livrar dela.

Enquanto isso, Luciano usou o extintor para quebrar o vidro do quarto e finalmente chegar até Anne.

—Finalmente. Você tá bem, Anne? - perguntou ele.

Anne não disse nada.

—O que aconteceu? Por que não fala nada?

Enfim, ele percebeu que esqueceu um detalhe.

—Ah, é. Preciso tirar a mordaça da sua boca, né?

Foi o que ele fez.

—Idiota - foi a primeira palavra dela, ofegante.

—Não te desamarrei ainda, você sabe, né?

—Vai, por favor, desamarra logo. Não aguento mais ver esses vídeos.

—Tá bom, tá bom. Não vai ficar chorando.

Enfim, Luciano desamarra a garota que, rapidamente, o abraça

—Obrigada - disse ela - Não aguentava mais.

—Ei, não precisa ser tão grudenta.

Rapidamente, Anne se soltou dele.

—N-Não vai pensar nenhuma bobagem, idiota! - falou Anne - Foi só meu desespero de sair logo daqui.

—Claro…

Tamires e Ian observaram a cena.

—Anne! Finalmente, ela se livrou! - gritou Ian.

“Interessante”, pensou Tamires, soltando Ian na mesma hora. O filho do prefeito de Vila Baunilha correu até Anne.

—Anne, meu amor! - foram as palavras de Ian, correndo para abraçar Anne e levando um soco dela bem no queixo assim que se aproximou.

—Já passei nervoso demais por hoje. Vê se larga do meu pé.

Nisso, Luís finalmente derrotou os capangas, desativou sua armadura e correu até Anne.

—Anne, não tema. Estou aqui para te salvar! - falou ele.

—Outro - reclamou ela, virando os olhos - Não precisa, já estou bem.

—Mesmo? Nem uma parte quebrada? Tudo inteirinho? É melhor conferir, não? - disse Luís.

Anne suspirou.

—De qualquer forma...obrigada a todos vocês - reconheceu ela - Fizeram tudo isso por mim. Valeu mesmo.

—Na verdade, eu só vim porque não tinha mais nada pra fazer - falou Luciano, colocando as mãos atrás da cabeça em tom folgado.

—Mesmo assim, obrigada - disse Anne, em tom sério.

—Ah, deixa disso e vamos embora logo - foi o que Luciano disse depois de seu rosto ter ficado vermelho.

—Senhorita Tamires - falou um dos capangas - Vai deixá-los ir mesmo.

—Sim, vou - disse ela, sorrindo - Acho que essa Anne não vai ser uma ameaça tão grande quanto eu pensei.

—Não entendi - o outro segurança coçou a cabeça.

—Está bem na cara que a pessoa que ela gosta não é o Ian - falou Tamires - Tudo bem. Vamos deixar as coisas desse jeito hoje. Ei, Anne.

—O que foi? Não vai pegar ela de novo, não! - falou Luis - Minha armadura precisa recarregar, mas ainda posso dar meus golpes de kung-fu que aprendi na Internet e..

—Então - Tamires simplesmente ignorou Luís e se dirigiu até Anne - Obrigada pela colaboração. Não vou mais precisar do seu trabalho de modelo.

—E você acha que ainda quero trabalhar para você depois de tudo isso?! - retrucou Anne.

—Tá, foi mal pelo lance do sequestro - falou Tamires - Mas vou pagar todo o combinado do contrato, mais alguns extras pelo susto. Tá bom, assim?

—Vocês acham que tudo se resolve por dinheiro, né? - retrucou Anne.

—Não vai querer?

—Claro que vou. Não sou trouxa! - respondeu Anne.

E assim, o sequestro termina. Os quatro amigos são deixados em Vila Baunilha pelo carro de Tamires que, por sua vez, deixa claro suas intenções para Ian.

—Ian. Não desisti de você ainda - falou ela - Tenho certeza que um dia você será meu.

—É uma pena que você chegou atrasada - disse Ian - Já fui um conquistador barato que vivia jogando meu charme para as garotas, mas hoje sou um homem de uma mulher só.

—Pode ir tirando a mão - falou Anne, tirando a mão que Ian colocava no ombro dela.

—Mantenho minhas palavras - prosseguiu Tamires - Não vou desistir.

—Bem, vamos deixar essa conversa para outro dia - falou Luís - Já tivemos ação demais por hoje.

—Tem razão - falou Luciano - Valeu pela carona. Vamos nessa.

Eles desceram do carro, mas Ian, infelizmente, foi o último e, antes que ele pudesse sair, Tamires usou um lenço com clorofórmio para adormecê-lo.

—Como eu disse. Não desisti de você ainda. Vem comigo, amor! - falou ela - Vai, motorista! Toca pra Campo Encantado!

Anne, Luciano e Luís ficaram perplexos.

—O que a gente faz? - perguntou Anne.

—Ah, o Ian dá um jeito - falou Luís - Vamos tomar um sorvete?

—Bora - disseram Anne e Luciano juntos.

Nada como ter amigos...

Bem, o pai de Tamires não deixou que ela ficasse com Ian em casa e logo ele foi mandado de volta, mas uma coisa é certa: Tamires realmente não é do tipo que desiste fácil.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, começamos um novo arco. Até lá! ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vila Baunilha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.