Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 128
Sem negociação




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—Chegamos - disse Ian, em tom sério, assim que saiu do carro chamado por aplicativo. Ele, juntamente com Luciano e Luís, estava no prédio onde Tamires mantinha Anne refém sob o pretexto de um trabalho de modelo. 

—Esse é o endereço que ela mandou? - perguntou Luciano - Que prédio enorme! Em qual andar ela está?

—Não sei - falou Ian, ainda sério - Ela não deu o número.

—Sério? Como nós vamos chegar até a Anne, então? - perguntou Luciano.

—Não se preocupe - falou Luís - Eu tenho um jet pack embutido na minha mochila.

Luís mostrou sua mochila com várias parafernálias eletrônicas ali no meio.

—Como? - indagou Luciano.

—Usando um motor elétrico posso ir voando a qualquer andar em que a Anne esteja! - falou Luís - Mas é claro que saber onde ela está ajudaria.

Nisso, o celular de Ian tocou mais uma vez. Era uma chamada de vídeo de Tamires.

—Ian, meu amor! - disse ela - Então você resolveu aceitar minha proposta?

—Já estou aqui na frente do prédio. Onde está a Anne? - perguntou ele.

—Calma, calma - disse ela - Primeiro, entre no prédio. A gente já conversa.

E a garota desligou.

—Ela disse para entrarmos no prédio - falou Ian.

—É, eu ouvi - falou Luciano.

—O que estamos esperando? Vamos logo! - disse Luís.

Enquanto isso, Anne estava em seu quarto aproveitando o conforto do lugar, quando Tamires entrou ali acompanhada de seus seguranças.

—Nossa, você é uma boa refém. Não reclamou, nem tentou fugir.

—Pois é - falou Anne - Prezo pela minha segurança, sabe?

—Se arruma e venha comigo - falou Tamires - O Ian veio resgatar você.

—Mas já? - disse Anne, não conseguindo disfarçar seu desapontamento.

—Já - confirmou Tamires - Se arrume logo. Preciso que você esteja nas condições adequadas.

Lá no térreo do prédio, os garoto estavam em um enorme saguão, extremamente espaçoso. Ao que tudo indicava, o prédio estava vazio.

—Que esquisito. É um prédio gigante, mas parece que não tem ninguém por aqui - comentou Luciano.

—O prédio todo deve ser dela - explicou Ian.

—Ela é tão rica assim? - perguntou Luciano.

—A família do prefeito de Campo Encantado é uma das mais ricas da região. Acho que só perde para a família Fontes, da Ema - prosseguiu Ian.

—É, ela é podre de rica mesmo - falou Luciano - Que inveja…

Mas antes que Luciano continuasse a falar, luzes se acenderam e Tamires apareceu no elevador acompanhada de Anne e seus seguranças. Anne estava amarrada e amordaçada.

—Finalmente chegou, meu querido - disse ela - Fico feliz que tenha aceitado ficar comigo em troca dessa menina.

—Eu nunca disse que vou ficar com você - disse Ian - Só vim buscar a Anne. Chega de brincadeira e entregue logo.

Anne tentava inutilmente falar alguma coisa amordaçada. Agora a refém estava mais com jeito de refém mesmo.

—Anne, minha querida! - falou Luís - Não se preocupe. Eu vou te tirar daí e…

Mas os seguranças só seguraram Luís pela cabeça enquanto ele dava socos no ar.

—Por que trouxe esses bobões, amor? - perguntou Tamires.

—Ei, olha lá como fala! - reclamou Luciano.

—Achei que fosse perigoso vir sozinho - falou Ian.

—Acho certo - falou Tamires - Mas acho que seus amigos não vão ser de muita ajuda. Minhas condições são simples. Ou você namora comigo, ou essa sonsa vai ficar comigo aqui para sempre.

Anne não podia falar por causa da mordaça, mas sua irritação com o comentário era evidente.

—Isso é crime, sabia? - reclamou Ian.

—Tenho autorização dos pais dela para ficar aqui o tempo que for necessário até que o trabalho de modelo termine - disse Tamires - Mas isso pode durar dias, meses, até mesmo anos. Tudo vai depender de você.

—Não se preocupe, Anne - disse Ian - Eu vou te tirar dessa.

“Por que isso não me passa a menor confiança?”, pensou Anne.

—Escuta, não podemos negociar isso de outro jeito? - disse Ian - Você acha que será feliz se eu namorar você desse modo forçado?

—Sim, serei - disse Tamires, secamente.

—Acho que não dá para conversar com ela - falou Luciano - A menina tá totalmente pirada na batatinha.

—Qual é a sua resposta final, Ian? - perguntou Tamires - Vai ficar comigo ou não?

—Não posso - disse Ian - Meu coração é todo da Anne.

Tamires mudou para uma expressão furiosa.

—Pelo jeito, só vou ter o seu coração se a Anne não existir mais, não é? - falou Tamires, para desespero de Anne.

“Epa, que conversa é essa?”, pensou Anne.

—Espere...o que você tá pensando em fazer? - perguntou Ian.

—Tive uma ideia - disse Tamires, animada - Venham comigo!

Tamires puxou os seguranças para dentro do elevador, levando Anne junto com ela. Os meninos correram até lá, mas foi tarde demais.

—Tamires! Tamires! Abra essa porta! - gritou Ian.

—Não adianta - disse Luís - Ela levou a Anne embora.

No entanto, pouco tempo depois, um vídeo começou a ser transmitido em um telão do saguão.

—Ian - era Tamires na tela.

—Tamires! - exclamou Ian - O que você pensa que está fazendo?

—Acho que descobri o melhor jeito de resolver essa situação - falou ela - Vamos ver se você realmente gosta dessa garota.

—O que você tá fazendo? - perguntou Ian.

A tela mudou para um cenário estranho e escuro. Luís também começou a ficar desesperado.

—Por Einstein! Ela está planejando colocar a Anne em perigo! - exclamou o jovem inventor - Será que ela planeja serrá-la ao meio? Ou colocar em um compartimento para encher de água até ela se afogar? Ou algo pior…

—Meu plano é simples - falou Tamires - Deixarei Anne nessa pequena sala, com uma televisão ligada…

—Ufa, não parece tão ruim - Luís suspirou aliviada.

—Uma televisão ligada transmitindo vídeos de dancinhas do TikTok sem interrupção! - exclamou Tamires, seguida de uma gargalhada maléfica.

Isso foi o suficiente para Anne, ouvindo todo o plano de Tamires, ficar desesperada. Mesmo amordaçada, seu desagrado com a ideia era visível.

“Não, não, tudo menos isso!”, pensou ela.

—Não! Isso já é demais! - falou Ian.

—Vamos ver sua coragem. Venha buscá-la aqui no último andar, mas você terá que passar pelos outros andares do prédio para chegar até aqui - explicou Tamires - Os monitores mostrarão como Anne estão o tempo todo. Boa sorte.

—Que mina psicopata - comentou Luciano - Nem a Anne merece isso.

—Tamires… - Ian parecia furioso - Não vou deixar seguir com essa perversidade. Amigos, estão comigo?

—E precisa falar duas vezes? - disse Luís - Não vou perdoar ninguém que maltrate minha namorada.

—Sua o quê? - reclamou Ian - Já falei que a Anne é minha e…

—Quanto mais vocês discutem, mais a Anne sofre - falou Luciano - Deixem disso e vamos lá buscá-la.

—Não vai ser fácil - falou Ian - Se a Tamires é tão louca assim, o prédio todo deve estar cheio de armadilhas.

—Vamos ter que encarar - disse Luís - Tudo pela Anne.

—Sim, pela Anne! - falou Ian.

“Sim, pela Anne”, pensou Luciano, sem falar. 

Será que eles vão conseguir?


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