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 - Loving can hurt, loving can hurt sometimes.- canto junto da música que rodeia todo o ambiente. Ed Sheeran é definitivamente meu cantor favorito, e Photograph uma de minhas músicas favoritas. Hoje acordei com uma vontade de pintar, e é isso que estou fazendo neste instante. Olho para o meu quadro, quase terminando, depois de algumas horas.  

 Apesar de termos conseguido um acordo incrível ontem, o dia foi cansativo pra caramba. Primeiro que o fato de ter de aceitar aquela merda de contrato de casamento e dizer isso ao meu pai, e depois ainda ter que aguentar 5 reuniões com o babaca do Artur, que fica babando por mim. Will já havia ficado irritado por Edgar ter me dado seu número, e isso não ajudou muito Artur, já que no meio de uma reunião ele deu uma bronca no cara, senti um pouco de pena do cara, mas pelo menos ele acordou pra vida.

 - Acabei!- olho o resultado da minha obra e acabo dando uma risada, afinal eu só fui pintando para ver no que ia dar. E acabou que pintei um casal se casando num penhasco, a lua sorria marota pra eles, o noivo estava quase despencando, meio desequilibrado, o que mantinha ele lá em cima era noiva que o segurava pela gravata, mas ela estava acorrentada em uma bola de ferro que a mantinha lá em cima, nela lia-se: Contrato.

 Tiro uma foto e mando para William, que me responde quase de imediato.

  Miss Gostosura: KKKKKKKKK

  Miss Gostosura: Isso que eu chamo de obra de arte.

 Rio de sua resposta e começo a limpar o material de pintura e a guardar tudo, coloco a pintura para secar. Meu telefone toca antes que eu possa terminar de fazer o serviço.

 - Mar! - Louise fala do outro lado da linha.

 - Ei, aconteceu algum problema?- me preocupo.

 - Super aconteceu.- ela fala.- Olha, to na sua sala, porque se não algum enxerido vai ouvir o que eu to falando.

 - Ok, sem problemas, mas conta logo o que ouve.

 - Eu fui entregar uma papelada no andar 5 e enquanto eu espera o coisinha me entregar o comprovante eu ouvi a fofoca de umas garotas que estavam trabalhando ali perto.

 - O que você disse sobre enxeridos mesmo?- brinco.

 - Eu não taria nem aí pra fofoquinha delas se não tivesse ouvido o seu nome no meio.- ela diz.- Estavam falando sobre o noivado de vocês, afinal é só sobre isso que todo mundo fala.

 - Por que não estou nem um pouco impressionada?- pergunto sarcástica, esse povo sentia uma necessidade de cuidar da vida dos outros.

 - Só que umas das garotas percebeu que você não está usando nenhum anel, então elas começaram a desconfiar sobre a veracidade desse casamento.

 - Porra, que pessoal chato hein.- digo.- O pior é que está no contrato que precisamos mostrar as aparências.

 - É por isso que to te ligando, você tem que enfiar um anel aí nesse dedo amiga, antes que a coisa piore.- ela diz e eu bufo.

 - Vou providenciar isso, obrigada Lou.

 - Disponha fofa. Agora vou terminar meu trabalho, beijos.- e desliga, suspiro revirando um dos olhos. Eu não ia providenciar merda nenhuma, já tenho a pessoa perfeita pra isso.

 Você: Vc precisa comprar um anel de noivado pra mim.

 Miss Gostosura: Eu? Nem pensar, vá vc!

 Você: E o que as pessoas vão pensar se me virem comprando um anel de noivado.

 Miss Gostosura: Taaaa, semana que vem olho isso.

 Você: Uma óva, precisamos manter as aparências lembra? E nenhuma mulher acredita num casamento sem anel.

 Miss Gostosura: Mulheres...

 Miss Gostosura: Quando eu sair do trabalho eu resolvo.

 Você: Tenha bom gosto! 

 Miss gostosura: Tchau Jane!

 Você: Aff, tchau seu mala.

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 - Não acredito que estou fazendo isso.- bufo ao entrar numa Joalheria, assim que terminou a reunião, fui em casa e troquei de roupa, uma que não gritasse que eu era William Jeksforld, agora estou numa merda de Joalheria procurando um anel de noivado, decidi que é mais fácil comprar alianças mais pra frente.

 - Boa tarde, o que o senhor deseja.- uma mulher vem me atender.

 - Um anel de noivado.- digo sem muito humor, ela me olha de cima a baixo e me leva até um balcão. - Temos essas daqui.- ela me mostra anéis simples, acho que caprichei demais no disfarce.

 - Não teria algo com alguma pedra?

 - É claro.- ela pega outra bandeja. Olho para os anéis ali, ainda me parecem meio sem graça.

 - Ainda não é o que eu quero.- digo e ela pega outra bandeja, sem paciência pra ficar olhando bandeja por bandeja digo:- Trás logo os mais caros.

 - Sim senhor.- a mulher revira os olhos, provavelmente pensando que eu só a estava enrolando, ela abre um armário e digita uma senha no cofre que há ali. - Temos esses daqui, não podemos deixar valores maiores na loja, valores mais altos é só por encomenda -Olho, definitivamente eram impressionantes, pego um na mão, pergunto o preço.- Esse daí é 45 mil.

 - Porra.- murmuro.- Eu devia dar pra ela um carro logo.- bufo e pego a carteira, nem acredito que ia dar 45 mil num anel para Margo.- Passa cartão?

 ......

 - Venha você aqui.- bufo, estava falando com Margo, ela disse que eu não poderia dar a ela o anel no trabalho, seria estranho, de acordo com ela. Mas nem pensar que eu iria até lá, já tinha comprado o anel pra ela.

 - Ta bom, eu vou aí.- ela diz.- Mas vou passar na pizzaria antes.

 - Quero de mussarela.

 - Quem disse que a pizza é pra você?

 - Por favor- reviro os olhos.

 - Ta.- e desliga, olho para o celular. Nada de despedidas? Só aí que percebo, ela nunca se despede de mim, é como se fosse voltar a falar a qualquer momento e não quer ter a necessidade de dizer novamente oi.

 Fico mexendo no celular, jogado um joguinho qualquer, não gosto muito de joguinhos de celular, me enjoam muito rápido, mas enquanto não enjoam eu até que gosto, principalmente quando estou esperando uma reunião ou estou com preguiça de ligar o video-game. A campainha toca quando já estou na fase 42. Vou até a porta e destranco, Margo está lá, vestindo uma camisa folgada e usando um short jeans curto, ela põe a pizza na minha mão e entra. 

 - Aff, lá fora tá um transito do cão, devo ter ficado uns 15 minutos só pra sair da rua da pizzaria.- ela diz e eu abro, o cheiro de pizza quentinha faz meu estomago revirar de fome. E ela trouxe de mussarela, mas só de birra pegou a outra metade de calabresa.

 - Seu anel está naquela caixinha ali.- aponto pra mesa e me sento no tapete da sala com a pizza. Ela pega a caixinha e se senta do meu lado, pego uma fatia e dou uma mordida. 

 - É lindo William!- exclama ao abrir a caixinha, pega com extremo cuidado e tira o anel. É prata, todo entrelaçado em volta de uma raso de diamante. Não consigo não sorrir ao ver seu rosto tão animado. - Você não exagerou, né?

 -  Não é claro que não.- digo, mas ela não acredita. Não sei porque, mas não quero que ela saiba o quanto gastei.- Olha, foi um presente, Meg, não precisa se preocupar com isso ok?

 - Meg?- ela sorri, só aí que percebo que a chamei pelo antigo apelido.- Eu não ouço alguém me chamar assim a muito tempo.- solta uma risada, mas ão me olha, continua com os olhos no anel.

 - Eu te chamava assim quando éramos menores.- concordo.- Por causa do Megan.

 - Por que parou?Eu era Meg e de repente virei  Jane ou Margo.

 - Elouisa, lembra-se dela?- falo.- Ela odiava que eu te chamasse de Meg, ela dizia que nos fazia mais íntimos que o necessário.- reviro os olhos, a mulher me olha agora com atenção.

 - E nós éramos mesmo.- ela ri e vejo que vai guardar o anel, mas o pego e coloco em seu dedo. 

 - Ficou bem em você.

 - Tudo fica esplendido em mim, Will!- brinca e pega um pedaço da pizza.

 - Você é uma convencida, Meg.

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 Não consigo parar de encarar esse anel, é fantástico, mas parece trazer o peso do casamento consigo. Tento entender o porque de William ter me dado um anel tão caro, tentei pagar ele, era isso que eu planejava fazer quando o mandei comprar, mas ele não aceitou de jeito nenhum. Fazer o que né.

 Desvio um pouco a atenção do anel para a revista em minha mão, a J&J tem uma imprensa também, que escreve artigos de moda. A edição desse mês é flores. Tem algumas entrevistas com modelos e estilistas, alguns artigos sobre novos lançamentos e tals. Olho a última página. Resolveram fazer uma propaganda para a próxima edição e nela dizia: CASAMENTO DO ANO!  E tinha uma imagem nossa numa festa beneficente que fomos. Bufo e fecho a revista.

 - Garota! Eu preciso ver! - Louise entra na minha sala, ainda não tinha vista ela hoje. Mostro minha mão e ela pega.- Minha nossa! Eu vi esse anel na revista que estava lendo! Incrível, estou impressionada com o William,  gastar 45 mil nm anel de noivado não é pra qualquer um não hein.

 - 45 mil?- olho chocada pro anel, era lindo, mas William tinha sido louco de gastar tudo isso comigo, principalmente quando se trata de um casamento de fachada.

 - É, da pra compra várias coisas com isso.- ela fala,- Ah, eu vim aqui porque seu irmão está lá fora, ele quer te ver.- aponta pro lado de fora.- Eu sei que é seu irmão, mas não sabia se você está afim de receber alguém hoje.

 - Obrigada Lou.- mando um beijo pra ela.-Diga para aquele bastardo que eu não quero ver ele.

 - Aconteceu alguma coisa?

 - Se ele não tivesse assinado o contrato ele não validaria.- explico e ela me olha chocada.

 - Quer dizer que seu irmão também tem culpa nisso tudo.

 - Sim.- eu estava brava de verdade com Frankie, se ele pelo menos tivesse ido falar comigo antes de assinar, isso tudo não teria acontecido.

 - Vou falar com ele.- e sai da sala. Me sento melhor na poltrona. 

 - Que merda é essa Megan?- Frank entra bravo na sala, o encaro, é muito raro ele me chamar de Megan.- De repente o pai chega com um contrato assinado por você e pelo William que concorda com um casamento e eu nem consigo falar com você!

 - Eu não concordei com essa porra!- grito com ele.

 - Não? Aquela assinatura é de quem? Eu não conheço outra Margo Megan Jane!

 -Por que está tão bravo? Isso não tem nada a ver com você!

 - É claro que tem! A minha irmãzinha vai se casar com o meu melhor amigo que é um canalha!- ele grita e eu começo a chorar. Que merda! Esses dias estou pior que uma criança! Quando me vê chorar o rosto do meu irmão se contorce em dor e a raiva some completamente, ele tenta me abraçar mas me afasto.- Me desculpa Mar, não queria gritar com você.

 Mas não digo nada, continuo encarando a cidade pelo vidro. Essa merda mal começou e já esta me dando nos nervos. Quem Frank pensa que é para ficar me julgando, está com uma vagabunda só interessada no dinheiro dele, e ele sabe, mas prefere fingir que não. Ele passa o braço por mim e me puxa para um abraço novamente, mas dessa vez me aperta forte contra o seu peito e acabo sedendo.

 - Desculpe.- ele murmura.- Eu estava com ciúmes, não estou preparado pra ver minha irmãzinha se casar.- diz como se fosse anos mais velho que eu e eu fosse apenas uma criança.

 - Não é um casamento de verdade, sabe disso.- digo no mesmo tom baixo.

 - Por que aceitou essa merda?

 - Eu não aceitei, nem William, foi um momento de distração.- explico ainda em seus braços.- Por que você assinou?

 - Por impulso, fiquei com raiva do William na hora e o pai conseguiu me convencer a assinar. Desculpa, devia  ter de perguntado antes.

 - Teria resolvido um grande problema.-concordo.- Mas a culpa não é sua, devia ter prestado mais atenção.

 - O que vai fazer agora.- ele pergunta.

 - Aceitar.-dou de ombros.

 - Não é justo, mar.

 - Não, não é. Mas tenho certeza que é melhor do que muita gente passa por aí.- suspiro.