Os boatos maldosos de Sam foram completamente esquecidos e deram espaço para novos: Sam estava sendo chamada de Freddie Benson da turma F. Estava se sentindo tão bem com aquilo que simplesmente fazia questão de passar o tempo fora da sala apenas pra poder escutar todo mundo a chamando de gênia e a elogiando.

Robbie, por outro lado, estava desconfiando de tudo aquilo. Via Sam sair cedo da escola e ela sempre procurava tempo livre pra ficar estudando na escola, logo ele acreditava que existiam um motivo macabro por trás de tudo aquilo.

― É muito suspeito. Eu tenho certeza de que existe um segredo muito grande dentro daquela casa. E eu já sei o que devemos fazer ― dizia ele a Sinjin e Gibby.

― Que plano você tem em mente? ― Indagou Gibby?

― Nós vamos segui-la. Coloquem os disfarces, temos um longo trajeto pela frente.

Após o fim das aulas, Sam seguiu até o metro ao lado de Jade e Tori, que desciam duas estações depois, enquanto Sam continuava por mais três estações. Robbie, Sinjin e Gibby se esconderam entre algumas pessoas, longe da loirinha para que a mesma não os reconhecesse, mas distraída do jeito que era, dificilmente ela os notaria.

Sam desceu na estação e seguiu para a escada rolante, indo em direção a saída. Andou algumas quadras até chegar em uma casa enorme, com dois carros na garagem e era muito provável que tivesse uma piscina.

― Nossa, olhem só o tamanho desse lugar!

― Essas ruas são pra gente, tipo, super ricas!

― Quer dizer que o senhorio da minha querida Sam é muito rico, ele deve fazer ela limpar a casa toda. Devem fazer ela ficar a noite toda limpando cada degrau da escada gigante deles.

― Pobrezinha...

― Ei, olha aqui no correio. Família Benson ― avisou Sinjin. ― Freddie Benson.

Robbie Shapiro ficou branco como um fantasma. As pernas tremeram e seu cérebro, que já era vazio, ficou mais vazio ainda.

― Não pode ser... ― Gaguejava o garoto, que ajeitou os enormes óculos no rosto. ― Existem vários Bensons em Seattle, não dever ser esse Benson. É um nome comum tipo Smith ou Adams. Certeza que é outro...

Robbie não teve tempo de acalmar a si mesmo, pois novamente Sinjin avistou algo muito importante: Freddie Benson caminhava na direção deles, lendo um livro. Caminhava despreocupado.

― Freddie Benson! Ele tá vindo pra cá, vamos nos esconder!

Rapidamente eles correram e se esconderam atrás de um arbusto da casa vizinha, enquanto Robbie cruzava os dedos para que Fred passasse direto, mas o gênio apenas guardou o livro que lia na bolsa e seguiu em direção a enorme casa que Sam havia entrado minutos antes.

― O QUÊ?!

X.X.X.X.X

― Você tem certeza de que quer ver esse filme de novo? Já viu três vezes.

― Mas você e Tori ainda não viram, e eu super amei ele, tava procurando uma desculpa pra ver de novo.

Jogando conversa fora na sala de aula antes do inicio do horário, Sam, Jade e Tori sorriam. Sam estava completamente a toa e nem imaginava que um Robbie Shapiro desesperado se aproximava.

― SAM! SAM! SAMANTHA!

Ele gritava do lado de fora, pra todos os alunos do corredor ouvirem o quão desesperado ele estava ali. Gritou através da janela da sala e simplesmente a pulou, passando por cima das cadeiras de forma bruta e desesperada.

― Me diga que isso não é verdade ― ele segurava nos braços dela, a assustando.

― Do que você tá falando?

― Do Fred Benson! A casa que você mora é a do Fred Benson?

Todos dentro da sala de aula se aproximaram. Sam congelou completamente, parecia que seus olhos iriam saltar em algum momento, aquilo era uma afirmação e tanto, todos estavam ansiosos pela continuação daquela conversa.

― De onde você tirou isso? ― Ela sorriu, desesperada. ― Não tem a menor chance disso acontecer, você tá vendo muito filme.

Sam se esquivou dos braços de Robbie e tentou fazer com que ele esquecesse esse assunto saindo da turma, mas logo ele a seguiu e os alunos a impediram de sair da sala.

― Eu vi com meus próprios olhos! Você entrando em uma casa e ele entrando na mesma casa logo depois, Sinjin e Gibby estão de prova!

― Eu vi! ― Eles gritaram juntos.

Sam deu meia volta até sua carteira, onde todos a seguiram novamente. Ela segurou em sua bolsa como se procurasse algo, seu nervosismo era mais que visível.

― Vocês com certeza sonharam, viram errado, confundiram as coisas. Nunca em um milhão de anos isso poderia ter acontecido.

― Mas eu vi com esses olhos, por que está mentindo?

― Como eu disse, confundiram ― Sam deixou suas coisas caírem, e logo Tori e Jade começaram a juntar as coisas que caíram de dentro da bolsa. ― Esquece isso, isso com certeza não é verdade.

Jade, por coincidência, pegou nas mãos um envelope pequeno e decorado. Curiosa e totalmente cara de pau, ela abriu o envelope e tirou de dentro algo que obrigaria Sam Puckett a mudar seu discurso completamente.

― Espera aí! Se você não mora com ele, então como tirou essa foto?

Era o amuleto da sra. Benson que Sam havia esquecido completamente dentro da bolsa. Para sua surpresa, era uma foto da ultima noite de estudos de Sam e Freddie, em que ambos acabaram dormindo em cima da mesinha de centro. Jade segurava a foto e todos olharam incrédulos para ela, que começou a rodar de mão e mão, até que Sam finalmente a tivesse em suas mãos.

Robbie choramingava no chão, enquanto Samantha olhava envergonhada para os colegas de classe.

― Tá bem... Eu estou morando com ele! ― Ninguém conseguia acreditar naquilo. ― Nossos pais são amigos há muito tempo e se reencontraram depois que nossa casa caiu, então a família dele ofereceu a casa pra gente ficar enquanto a nossa é reconstruída.

Uma luz surgiu na cabeça de Tori.

― Então... Isso quer dizer que ele deu aulas pra você? Por isso entrou para os cem?

― Ah, parem de pensar nisso... ― Disse Jade aos demais, assim que eles começaram a indagar Sam sobre a falsa inteligência dela, dizendo que a mesma sozinha não poderia entrar no quadro dos cem. ― Vejam só como esse dois tem muita química!

E então o assunto de repente mudou para o quanto eles estavam fofos juntos na foto, o que deixou Robbie chorando ainda mais alto. Entretanto, aquilo de certa forma desanimou Sam.

― Sabe, não adianta eu morar na casa dele, ele ainda é frio e praticamente não nos falamos em casa. Nem mesmo realmente vamos juntos pra escola, ele sempre caminha na frente e eu preciso ficar uma distancia longe dele.

Robbie parou de chorar na mesma hora, quase sorrindo.

― Bem, não tem problema. Mas eu fui obrigada a guardar esse segredo, portanto, peço que não contem nada pra ninguém e me ajudem a guardar esse segredo também!

― Não se preocupe, Sam. Vamos guardar esse segredo!

Samantha respirou aliviada, em sua cabeça, sabia que poderia confiar, pelo menos, em seus colegas de classe, que ouviriam seu pedido e não comentariam nada com ninguém de fora da classe. Entretanto, o que ela não percebeu fora que Jade havia furtado sua foto especial por alguns minutos. Ao lado de Tori, elas digitalizaram a foto e salvaram em seus celulares porque Jade, em sua mente maligna, já havia planejado algo para aquela foto polêmica.

Sam passou o resto do dia lembrando daquela noite e do quanto ele estava sereno naquela noite, ela se pegou até mesmo olhando a foto em segredo durante as aulas, completamente apaixonada. No fim das aulas, arrumou as coisas e saiu saltitante. Jade e Tori havia sumido parte das aulas e também saíram bem rápido no fim delas, então Sam apenas seguiu sozinha, imaginando se deveria parar em alguma sorveteria.

― PUCKETT!

Um arrepio subiu pela espinha da garota, que encolheu os ombros no mesmo instante e virou lentamente para trás. Um Freddie Benson enfurecido vinha em sua direção e segurou em seu braço, a puxando novamente para dentro da escola.

― O que aconteceu? Pra onde tá me levando?

Freddie não falava nada, apenas andava com tamanha presa, segurando forte no pulso de Sam, ele a levou até o pátio do terceiro ano, onde Jade e Tori estavam a frente de um quadro de avisos, entregando panfletos para os alunos, que gritava, eufóricos.

Samantha Puckett não acreditou no que viu. Jade e Tori estavam a frente do quadro, onde haviam inúmeros posters que mostravam a foto intima dela com Freddie, da ultima noite de estudos. Haviam pelo menos dez posters espalhados pelo quadro de avisos e as duas amigas ainda distribuíram folhetos diversos com os dizeres “SAM E FREDDIE: FINALMENTE JUNTOS”.

Freddie apenas a jogou no meio da multidão e gritou:

― Você não cansa de invadir minha vida?

― Eu não fiz isso! ― Ela gritou de volta, fechando a cara.

― Você morar na minha casa já é um incomodo enorme! Agora eu tenho que aguentar as fofocas insuportáveis sobre isso, você me escreveu uma carta, então deve estar acostumada com esse tipo de coisa, mas eu não gosto.

― Veja como você tá falando, eu já disse que não fiz isso!

― Eu não to nem aí pra quem fez isso, apenas fique longe de mim e não se intrometa na minha vida mais.

Dizendo tais palavras, ele apenas deu meia volta e seguiu seu rumo, Sam ali foi deixada, enquanto todos ainda olhavam incrédulos para aquela cena: eram a primeira vez que viam Freddie gritar ou falar tantas palavras assim.

Sam, por sua vez, sentia uma lágrima involuntária descer pela bochecha e quase não poderia acreditar naquilo. Ela estava mesmo chorando?