Com Amor, Samantha Puckett escrita por JJAlbuquerque


Capítulo 5
Quatro - Samantha, a Última




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A sra. Benson tinha, como sempre, caprichado no jantar. Bolo de carne, arroz, feijão, bolinhos de peixe, e um gostoso suco de maçã. 

― Coma bastante, Sam. Teddy, você não pode deixar nada no prato, coma toda a salada e o nabo também ― dizia o sr. Benson, sempre cuidadoso.

Samantha estaca animada, a comida estava incrível, e logo ela teria sua primeira aula particular com o gênio Freddie Benson, que estava sentado em seu lugar de sempre na mesa, logo a frente de Sam. Ele nunca trocava olhares com ela, estava sempre disperso em seus próprios pensamentos.

― Sam, o que você quer comer mais tarde? Vou deixar em seu quarto à meia-noite, okay?

― Muito obrigada, sra. Benson! A senhora é a melhor.

Sorridente, nada preparava a sra. Benson para o que viria a seguir.

― Mãe, prepare dois lanches, por favor. E os leve no quarto da Samantha.

Todos na mesa, com exceção da ingênua Sam, olharam assombrados para Freddie, que comida tranquilamente. Não estavam acreditando no que acabaram de ouvir.

― Freddie, você vai estudar também? Com a Sam?

― Sim, vamos estudar juntos ― respondeu o garoto, sem pestanejar.

― Isso não é justo, Fred! Você nunca se sentou pra me ajudar assim ― reclamou Teddy, ainda incrédulo com a situação e completamente indignado.

― Você não precisa de ajuda, está indo muito bem sozinho.

― Mas...

― Vamos começar ― Fred cortou o irmão sem cerimonia alguma e se dirigiu a Sam, que rapidamente deu uma ultima colherada no delicioso jantar e se despediu de todos.

Seguindo seu crush, ela atravessou a sala, subiu as escadas e seguiu pelo corredor, completamente nervosa. Imaginava o que poderia acontecer naquela noite, quando estaria horas apenas os dois juntos em seu quarto... De porta fechada!

De forma natural e relaxada, ele parou na porta e se virou pra ela, esperando que a mesma pudesse autorizar sua entrada no quarto. Sam, desajeitada e completamente nervosa, entrou no quarto e sorriu convidativa; Freddie entrou e posteriormente fechou a porta. Ainda se assustava toda vez que via o numero de lacinhos que aquele quarto continha.

― Qual a matéria você mais tem dificuldade?

― Bem... ― Ela pensou ― Provavelmente matemática.

― Então vamos começar por matemática.

Sam procurava o livro, que logo foi encontrado por Freddie, que estava jogado debaixo de algumas almofadas cor de rosa.

― Então, o que estão estudando?

Sam estranhou completamente tal pergunta. Não estavam na mesma série, afinal?

― Como assim? Não estudamos a mesma coisa?

Freddie deu de ombros.

― Eu sei lá, nunca prestei atenção nas aulas. Geralmente leio alguma coisa pra distrair.

Exibicionista, pensou Sam, sem segurar um sorriso.

― As páginas estão marcadas com um adesivo, basta procurar.

Observando as páginas, ele rabiscava alguns pontos aleatórios, fazia pequenas estrelas e círculos em algumas formulas.

― Essas são as partes que você precisa entender. Entendendo isso, você vai acertar mais da metade das questões da prova.

― Sério? ― Perguntou Sam, incrédula com aquilo. Eram apenas algumas poucas formulas... ― Mas como sabe disso?

― São resumos. Sabendo o resumo, você consegue entender tudo.

― É assim que você estuda?

Freddie parecia não ter entendido tal pergunta.

― Se eu leio ou escuto uma vez, memorizo. Então quando aparece um problema, basta eu lembrar.

Freddie pegou o caderno em cima da mesa e começou a rabiscar.

― Do jeito que fala, faz parecer bem fácil.

― Mas é fácil. Aqui está, eu fiz esses problemas. Se acertar eles, consegue acertar metade da prova.

― Em que mundo eu poderia acertar isso?

Freddie respirou fundo. Ele sabia que a turma F era difícil, mas não imaginava que chegaria naquele nível, eles realmente eram estúpidos.

― Mas o que você faz durante a aula? Eu me garanto, mas e você?

― Bem...

― Vamos começar do início.

Decidido a ajuda-la, Freddie percebeu que precisaria ir mais afundo. Lado a lado, ambos planejaram um cronograma de estudos enquanto Freddie ensinava o básico para que Sam pudesse entender como funcionava todo o resto, independente da dificuldade. De forma impressionante, a única matéria que ela pareceu ter algum conhecimento era francês, apesar do fracasso que ela havia vivido por causa de Teddy.

― Agora vamos ver matemática de novo. Do início.

Assim, as duas semanas que seguiram foram de estudo intenso e fichas de anotações. Haviam montes dela, de todas as matérias: inglês, matemática, química... Sam estudava sempre que tinha algum tempo, atém mesmo durante o banho, durante o caminho da aula, em que respondia questões rápidas mandadas por Freddie, durante os intervalos entre as aulas e durante as refeições. Até mesmo durante as aulas ela estudava, chamando completamente a atenção de suas amigas, que estranharam totalmente seu comportamento. Todas as noites, Sam e Freddie tiravam algum tempo durante o lanche apenas pra ela respirar, e até chegavam a conversar um pouco. Samantha não viu, mas até existiu algum momento em que Freddie soltou um rápido sorriso entre uma mordida e outra no sanduíche.

Um dia antes das provas, todo o cronograma já havia sido seguido e Sam pode finalmente respirar algum tempo. Na noite anterior as provas, Freddie preparou um teste final, com todas as matérias, para que Sam pudesse responder.

― Isso é muito doido, todas as respostas estão claras na minha cabeça!

― Se apresse, ainda tem todas as outras matérias pra você fazer.

― Certo, certo...

Antes mesmo da meia noite, Sam já havia terminado todos os testes feitos por Freddie, que havia acabado caindo no sono, bem ao lado de Sam, com a cabeça encostada na cama da garota.

Ele estava tão lindo. Sereno e calmo, nem parecia o Freddie Seco e Ignorante Benson de sempre, era apenas... O Freddie, o garoto que Sam era apaixonada. A garota encostou a cabeça na cama, logo ao lado dele.

― Você é incrivelmente lindo... ― sussurrou ela. ― Gostar de você é uma coisa simplesmente natural....

E então, aos poucos, ela adormeceu ao lado de Freddie, observando=o e imaginando o quão louco seria se ela acordasse e ele fosse gentil com ela, ao menos uma vez.

x.x.x.x.x

Freddie estava se sentindo, de certa forma, vitorioso. Samantha Puckett havia errado apenas algumas poucas perguntas de seu teste. Quando ele acordou, minutos antes, quase se esqueceu o que estava fazendo ali, só então se deu conta de que havia adormecido ali mesmo. Um coberto estava em seus ombros, seus braços doloridos por causa do jeito que havia dormido, mas a satisfação ao ver aquele teste tão bem feito o fizera esquecer tudo aquilo.

― Eu devo ser mesmo um gênio.

Sam não estava no quarto, Freddie então levantou e saiu do recinto, descendo as escadas. Ainda estava bem cedo e a casa estava silenciosa, seu irmão e pais ainda deveriam estar dormindo, então onde estava Sam? Ou ela havia ficado envergonhada demais ao perceber que havia dormido ao lado dele?

Tal pensamento o fez soltar um rápido sorriso, enquanto sentia um cheiro forte de café vindo da cozinha. Atravessou a sala e se deparou com uma Sam coando o café.

― Eu fiz café... Quer um pouco?

Freddie apenas acenou positivamente com a cabeça e em poucos minutos, Sam o serviu uma xicara daquele café que tinha um cheiro delicioso.

― Eu não sei cozinhar ― ela disse sorrindo, tudo o que ela falava, era sempre sorrindo ―, mas eu acho que meu café é muito bom.

E era. O melhor que ele já havia provado. Mas é claro que ele jamais falaria isso, então eles apenas continuaram em silencio, até cada um subir as escadas novamente e começarem a se arrumar pra mais um dia intenso na escola.

― Sammy! Olha só isso que eu fiz pra você!

A sra. Benson parecia muito mais nervosa que a própria Sam, seria possível? Ela havia preparado um pequeno envelope decorado, entregando-o nas mãos de Sam.

― É um amuleto da sorte! ― Disse a sra. Benson, animadíssima. ― Mas você só pode abrir depois que fizer os testes, promete?

― Sim, senhora Benson!

― Por que estão fazendo um alvoroço por causa disso? É só uma prova.

― Boa sorte, Sam!

Nenhuma das duas deu qualquer atenção pra Freddie, que apenas saiu de casa, se despedindo da mãe. Sam saiu logo atrás dele, enquanto revia suas anotações. Andando logo atrás dele, Freddie fez perguntas aleatórias de Francês e Inglês, enquanto Sam dava as respostas.

Sam não pode se despedir de Freddie, seguindo suas exigências, afinal, ela não poderia falar com ele na escola. Mas mesmo assim, desejava agradecer a ele de forma correta, portanto, andou o mais rápido que pode e, de forma discreta e sem olhar pra trás, disse:

― Obrigada por me ajudar.

― Boa sorte.

Algo havia disparado dentro dela, ele havia mesmo respondido? E ainda olhou pra trás! E lançou a ela um rápido sorriso de encorajamento, seguindo seu caminho. Sorrindo, Sam quase não acreditou no que havia acabado de acontecer, seria algum avanço na relação deles dois? Com certeza ela faria uma ótima prova e quando finalmente recebeu os papéis do teste, nem acreditava na facilidade com que havia respondido as questões, grande parte dos problemas eram praticamente idênticos aos problemas feitos por Freddie, ele era realmente um gênio!

Os quatro dias seguintes foram completamente tomados pelos testes do ensino médio, deixando os alunos da turma F completamente desesperados, pois geralmente eram os únicos que de fato se saíram sempre mal nos testes; entretanto, daquela vez, Samantha estava confiante. Por mais que não entrasse na lista dos cem, sabia que seu resultado seria extraordinário pra ela.

Assim que os resultados saíram, na sexta seguinte, os alunos se amontoaram na frente do tão aclamado quadro que mostrava, em letras grandes e bonitas, os nomes dos cem melhores alunos, com suas maravilhosas notas, impecáveis.

Samantha correu até o quadro gigante, pensando se Freddie seria o numero um novamente, e quando viu seu nome estampado com uma pontuação perfeita, não ficou surpresa.

― Sinceramente, o Freddie não erra nenhuma, né? Gabaritou a prova de novo...

Sam adorava ouvir outras pessoas falando sobre o quão incrível ele era, e ela era a garota sortuda que tomava café da manhã e desfrutava um jantar maravilhoso ao seu lado. Satisfeita com o resultado, ela apenas começou a andar para longe do quadro, quando viu seu amado andando em sua direção, apesar da regra, ela não perdeu tempo em parabenizá-lo.

― Parabéns pela pontuação perfeita, você é realmente um gênio ― envergonhada e com o coração palpitando, parecia como se estivesse prestes a se declarar, como seu coração ainda poderia bater tão forte daquele jeito, mesmo após ser rejeitada?

― Você também. Parabéns pelo seu esforço.

― O que? Do que você tá falando?

Freddie Benson sorriu.

― Você ainda não viu?

― Sério?

Sem conter a empolgação, Samantha apenas correu até o fim do quadro, para onde Freddie havia apontado. Era mesmo real? Seu nome realmente estava no quadro? No mesmo quadro que o Freddie? Eles estavam juntos no mesmo quadro?

― É verdade! Eu consegui! É o meu nome, Samantha Puckett! Sou eu, veja Freddie, é o meu nome!

Sam começou a pular de alegria simplesmente não conseguiu se manter. Correu até Freddie e pulou em seus braços, o apertando com toda a sua força. O garoto congelou completamente, Sam o abraçava com força e ele simplesmente a segurou para que não caísse, suas mãos ainda a seguravam com força. Ela estava louca? Havia esquecido a regra que ele havia emposto?

― Você é o melhor, sem você eu não conseguiria.

E, por conta própria, Sam se soltou dos braços de Freddie sorrindo; ele ainda estava incrédulo com tamanho contato, porque simplesmente nunca havia tocado nenhuma garota daquele jeito antes. Quem ela pensava que era?

E então, sem mais delongas, ela tirou do bolso um pequeno envelope, tão qual parecido com o que a sra. Benson havia dado pra ela anteriormente, e o entregou em suas mãos.

― Aqui está, como prometido ― ela havia gritado tanto nos últimos minutos que quase não dava pra acreditar que estava praticamente sussurrando naquele momento.

Aquela era a mesma garota descuidada de sempre?


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