Protocolo - Bebê Desaparecido escrita por Pixel


Capítulo 5
Capítulo 5 - Vivo?


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão! Eu tive alguns problemas aqui e precisei repostar a fic, mas vamos apenas voltar de onde paramos sim?

~~ Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774273/chapter/5

 Tony emergiu lentamente do mundo dos sonhos, se sentindo incrivelmente descansado pela primeira vez em eras. Ele se sentou na cama e as luzes se acenderam instantaneamente. Seu ombro protestou um pouco, apenas um lembrete que ele não era mais tão jovem quanto antes, mas ele simplesmente o ignorou. Olhando ao redor do quarto, Tony precisou piscar duas vezes até se acostumar com a luz.

 Com um bocejo alto, ele saiu da cama, estremecendo quando seus dedos dos pés tocaram no piso gelado, enviando um calafrio por todo seu corpo em resposta.

 — Bom dia, chefe — Sexta-Feira o cumprimentou amigavelmente, mas Tony nem ao menos prestou atenção.

 Ele ainda estava grogue, e como de costume só iria acordar depois de duas canecas de café quente — talvez três. Arrastando a pantufa, Tony andou até o banheiro, vagamente consciente da voz de Sexta-Feira ao fundo.

 — A previsão do tempo hoje é de máxima 4 graus e mínima de 3 graus negativos. Pode nevar o dia inteiro — Tony alcançou a escova de dentes enquanto fingia estar prestando atenção na I.A irritante. — Você tem duas novas mensagens

 — Pode rodar — Ele disse pouco antes de começar a escovar os dentes mecanicamente, ainda funcionando no piloto automático como na maioria das manhãs em que ele, de fato, dorme em seu quarto.

 — A srta. Potts disse que vai voltar de viagem no sábado ao meio dia. Ela me pediu para marcar uma reserva para vocês dois em um restaurante — Tony apenas concordou com um grunhido lento e desanimado, deixando as informações se arquivarem em algum lugar do seu cérebro. — O departamento de Polícia do Queens mandou uma mensagem

 Isso sim chamou a atenção de Tony, que parou de escovar os dentes apenas para ouvir o que Sexta-Feira tinha para dizer. Tony, geralmente, não tem muito contato com a polícia, principalmente o departamento de polícia do Queens. Talvez fosse algo dos Vingadores, mas eles nem estavam saindo em missões no momento.

 Por que diabos o departamento de polícia do Queens teria lhe mandado uma mensagem?

 — Eles disseram que o protocolo Bebê Desaparecido foi acionado

 Tony podia jurar que seu coração parou de vez de bater. Um peso caiu em seu estômago e ele se esqueceu como se respira.

 O mundo inteiro parou.

 O aperto dele na escova de dentes se tornou flácido, tanto que o pequeno objeto escorreu entre os dedos e caiu com um baque surdo na pia.

 Tony não se incomodou.

 Ele não podia se incomodar.

 — O que? — Sua voz saiu nada além de um sussurro baixo e trêmulo, tanto que foi um milagre Sexta-Feira ter ouvido. Como bônus, ele ainda cuspiu um monte de espuma do gel dental por todo o espelho na sua frente.

 Tony não se importou.

 — Essa manhã um adolescente de 14 anos chamado Peter Benjamin Parker foi preso — Sexta-Feira disse, jogando as informações em cima de Tony como se não fosse algo tão importante. Foi rápido demais e ele se sentiu confuso.

 Por que um garoto que ele nunca ouviu falar tinha sido preso? E por que diabos ele tinha as mesmas digitais de Jean?

 Tony já podia sentir ser coração martelando no peito, dolorosamente. Ele se inclinou sobre a pia e ligou a torneira, as mãos completamente trêmulas e instáveis. Ele enxaguou a boca, ainda se permitindo ouvir a I.A.

 — As digitais deles combinam com a do jovem Jean Stark, chefe

 Tony engoliu a bile de volta pela garganta, fazendo uma careta. Ele saiu do banheiro como se o lugar estivesse pagando fogo, tropeçando em seus próprios pés apenas para alcançar o celular. Ele pegou o aparelho ainda trêmulo, lutando para puxar a mensagem que Sexta-Feira disse.

 Seu aperto no celular era mortal, tanto que foi um milagre o aparelho não ter se despedaçado bem na sua frente.

 Um suspiro instável saiu de seus lábios quando ele viu a foto de um garoto, pequeno, de cabelos e olhos castanhos, exibindo uma contusão no olho direto. Ele parecia cansado, pálido, sem nenhuma cor real e saudável em seu rosto. Seus lábios estavam levemente roxos e as bochechas coradas de frio.

 Tony ignorou toda a sujeira que cobria cada canto do rosto do menino.

 Ele sentiu seu coração gaguejar enquanto encarava os olhos do garoto, não deixando o sentimento de déjà vu de lado. Suas mãos ainda estavam tremendo e junto delas o aparelho, dificultando que Tony conseguisse se concentrar.

 A realização bateu rápido demais, fazendo todo o ar sumir de seus pulmões, deixando-o ofegante. Tony engasgou quando reconheceu aqueles olhos.

 Os mesmos olhos que ele via todos os dias de manhã quando se olhava no espelho. Os mesmos olhos que ainda estavam gravados na sua memória, mesmo depois de tantos anos. Os mesmos olhos que ainda exibiam um certo brilho, mas não algo puro ou curioso como ele espera, e sim algo que se assemelhava a determinação e coragem, talvez um pouco de exaustão.

 Sua visão ficou embasada depois de alguns segundos, e diferente de tantas outras vezes, Tony não lutou contra isso. As lágrimas vieram como uma enchente, nublando sua visão e seus sentidos.

 Tony se sentiu entorpecido e um leve soluço escapou de seus lábios.

 Era seu filho.

 Seu filho estava vivo e bem.

 Ele estava em Nova York, de todos os lugares, ele estava em Nova York. Como? Tony não queria nem saber. A única coisa que sua mente gritava era:

 — Ele está vivo!

 Tony sorriu, arfando por ar quando se tornou necessário. Ele fungou, secando algumas lágrimas com a costa da mão livre, ainda tremendo um pouco com a notícia.

 Ele riu, um som trêmulo, mas cheio de uma mistura estranha de sentimentos.

 — Sexta-Feira, quando chegou essa mensagem? — Ele perguntou exasperado, sentindo seu corpo se mover involuntariamente. Tony não estava pensando, sua mente estava ocupada demais.

 — Ele está vivo!

 De repente o café não era tão necessário. Tony já estava mais do que acordado, se sentindo cheio de energia e uma estranha alegria — coisas que não o dominavam há anos.

 — Ás 9:06, chefe — Ela respondeu calmamente, não sendo afetada pelo desespero claro de Tony.

 O bilionário tropeçou até o closet, abrindo a porta num estrondo que ecoou pelo quarto. Ele cavou dentro das prateleiras por uma roupa minimamente apresentável e quente, enquanto amaldiçoava Sexta-Feira mentalmente.

 Seu filho estava vivo.

 Um rápido olhar no relógio confirmou ainda mais o seu desespero. Eram 11:28. Tony soltou um rosnado alto.

 — O quê? Por que não me avisou? — Tony praticamente gritou, raiva evidente em sua voz enquanto agarrava a camisa de lã e o casaco bege, lutando para tirar suas roupas e substitui-las.

 Ele ainda estava tremendo de euforia, a visão nublada e o corpo se movimento no automático enquanto se vestia.

— O senhor disse para acorda-lo apenas se houvesse uma invasão alienígena

 Céus! Tony realmente queria dar um tapa em si mesmo agora, mas já estava ocupado demais lutando para colocar as calças no lugar.

 — Merda! — Ele resmungou enquanto lutava para colocar os sapatos, simplesmente pegando o primeiro par que pareceu no seu campo de visão. — Sexta-Feira! Chame Happy!

  Tony não estava com tempo para sequer se importar com o que ele estava vestindo, algo raro quando se é um bilionário levemente narcisista como ele.

 Naquele momento, seu coração estava batendo tão rápido que nada importava além de chegar ao Queens o mais rápido possível. Era um sentimento eufórico, algo que dominou seus sentidos enquanto ele pensava repetidas vezes;

 — Encontraram ele. E ele está vivo!

 Tony não pode deixar de se sentir exasperado com esse pensamento. Ontem mesmo ele estava falando de Jean para Scott, agora, seu filho aparece vivo depois de onze anos desaparecido. Ele ainda estava numa delegacia, e isso o fez se perguntar o que um garoto de 14 anos estava fazendo ali. Tony realmente esperava que não fosse algo grave, que não tivesse nada a ver com drogas ou álcool ou assassinato ou armas.

 Ele poderia ter tirado essa dúvida se tivesse olhado com mais atenção para a foto no celular, sem toda a tremedeira e o nervosismo que ainda dominavam o seu corpo.

 Ainda assim ele estava feliz. Jean estava vivo, não jogado em alguma vala em Malibu como Tony sempre pensara durante todos esses últimos, mas em Nova York, do outro lado do país.

 De repente um pensamento torturante veio a sua mente. E se o teste estivesse errado? E se foi tudo um engano? Ou pior, um trote?

 Ele tinha que confirmar isso, tinha que confirmar se aquele garoto na tela do seu celular não era uma visagem ou uma brincadeira de mal gosto. Tony sabia, bem no fundo, de que aquele garoto era seu filho, mas o medo fez com que ele quisesse confirmar isso o mais rápido possível.

 Tudo isso podia ser um sonho, certo? Tony ainda estava dormindo. Mas se isso for um sonho, então sem dúvidas é o melhor sonho que ele já teve.

 — O sr. Hogan não pode chefe. As ruas estão paradas por causa da neve — Tony sentiu vontade de gritar. Mesmo em um dia tão importante quanto esse, ainda tinha que ter empecilhos.

 É, sem dúvidas isso não é um sonho, mas isso não deixa Tony mais calmo, na verdade isso só piora o seu emocional. Ele ainda precisa chegar no Queens o mais rápido possível, alcançar o seu filho e enrola-lo em um grande abraço.

 Seu coração se apertou com o pensamento.

 — Chefe, gostaria de avisar que seus níveis de estresse estão altos e os seus batimentos cardíacos elevados — Sexta-Feira disse, mas Tony apenas a ignorou. — Gostaria de um calmante?

 — Eu tô bem — Tony resmungou entre os dentes.

 Ele precisa ter esse garoto em seus braços, analisar seu rosto de perto, pegar a mão direita dele e ver se tinha alguma marca de queimadura.

 Qualquer coisa que confirmasse, confirmasse que era realmente Jean ali, de volta para ele, depois de tantos anos!

 Ele enrolou um cachecol ao redor do pescoço e rosnou em pura frustação.

 — Prepare o Mark 47 — Ele disse e saiu do quarto, batendo a porta em toda a sua pressa. Tony nem ao menos ouviu a resposta de Sexta-Feira.

 Ele praticamente correu pelo corredor, indo direto na direção do elevador. Só então Tony notou que suas mãos ainda estavam tremendo e que havia um nó de insegurança pesado em seu estômago.

 E se esse garoto não fosse Jean? O que ele iria fazer? Depois de toda essa carga de esperança. Tony não tem um coração tão bom assim, ele não pode passar por isso de novo.

 Seja o que for, ele vai ter que confirmar antes de entrar em desespero mais uma vez.

 O elevador demorou uma eternidade para abrir, mas assim que o fez, Tony apertou o andar do seu laboratório pessoal, onde as armaduras do Homem de Ferro eram guardadas.

 Ele nem sequer ficou quieto enquanto o elevador descia, batendo o pé impacientemente no chão. O mesmo pensamento ecoando em sua mente.

 Tony chegou no laboratório, correndo diretamente para a armadura aberta, somente esperando por ele. Ele ignorou o cachecol ao redor do seu pescoço pinicando sua pele e entrou na armadura, se forçando a ficar parado quando ele se fechou.

 Nós próximos segundos, ele já estava voando a todo vapor nos céus de Nova York, em direção ao Queens.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curto eu sei, mas preferi assim do que atropelar o roteiro. Peço perdão novamente pelo problema que me fez excluir a fic, foi apena um erro de calculo kkkkkkkk Mas tudo bem. Bem, até amanhã.

~~ See Ya Later



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Protocolo - Bebê Desaparecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.