Protocolo - Bebê Desaparecido escrita por Pixel


Capítulo 17
Capítulo 17 - Feliz Ano Novo (Final)


Notas iniciais do capítulo

Eu sei tá. Eu me enrolei demais com esse capítulo, não me matem! Porem em minha defesa isso aconteceu porque eu queria que ele fosse perfeito, afinal ele é o último capítulo dessa primeira parte, mas isso também aconteceu porque é a primeira semana de aula e eu estou me sentindo morta! Agora tenho que acordar cedo e isso está me mantando!

Any ways!

Mais detalhes nas notas finais :D

~~ Boa Leitura



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 Peter estava se sentindo como uma criança malcriada que agora estava de castigo, era a única forma de descrever pelo o que ele estava passando. Apesar de que ele não estava se sentindo culpado e nem “pensando nos seus atos”; se ele tivesse uma segunda chance, certamente teria feito tudo de novo.

 Não importa se agora o sr. Stark pareça emburrado com ele, com uma carranca instalada em seu rosto, Peter simplesmente não consegue encarar o que ele fez como algo ruim.

 Ele decidiu ignorar essa tensão e apenas seguir o casal enquanto apertava o lenço contra a orelha ainda machucada. Particularmente, Peter nem ao menos estava sentindo a ardência e esse machucado logo, logo iria desaparecer por causa da sua cura aprimorada. Sendo assim não tinha nada com o que se preocupar, mas ele não podia virar para o sr. Stark e dizer isso.

 Por um momento Peter realmente pensou em contar a Tony sobre a sua cura aprimorada, mas então zombou disso e mudou de ideia no mesmo instante, jogando esse pensamento na parte mais escura da sua mente.

 Peter estava dentro do elevador, descendo para o estacionamento, com Pepper e Tony ao lado dele quase que defensivamente. Ele estava carregando apenas duas sacolas na mão livre.

 O jovem aranha desejou poder saber o que se passa na cabeça do bilionário, para assim poder entender o porquê de ele ter ficado tão furioso.

 Provavelmente não deveria ser algo bom.

  O silêncio no elevador era desconfortável, quase que tenso, com a apenas o tilintar da música genérica para preencher o vazio. Peter decidiu que era bom assim, já que Tony ainda parecia furioso com ele e a qualquer minuto poderia voltar a gritar.

 — A gente devia levar ele no hospital... — Tony murmurou ao seu lado quando as portas finalmente se abriram, revelando um estacionamento quase que sombrio, com apenas alguns feixes de luz para iluminar o caminho.

 Ainda era de dia, mesmo que parecesse que eles estavam lá dentro há séculos.

 Pepper — que estava a sua direita — soltou um pouco das sacolas no chão e se inclinou para a orelha de Peter, que entendeu o que ela iria fazer e afastou a mão. Por curiosidade, ele olhou para o lenço. Não estava encharcado de sangue nem nada do tipo, havia apenas uma enorme mancha vermelha.

 Peter franziu os lábios, nem entendendo o porquê de todo esse drama desnecessário; era apenas um pequeno corte, nada demais, a bala tinha apenas passado de raspão.

 — Já parou de sangrar. Acho que podemos continuar com os planos Tony — Ela disse e se afastou.

 Peter ouviu quando o sr. Stark soltou um suspiro ao seu lado, parecendo aborrecido e por um momento ele achou que o homem fosse discordar, mas em vez disso ele foi o primeiro a sair do elevador, sendo seguido por Pepper e por último Peter.

 O jovem aranha apenas os seguiu meio de longe, olhando para seus próprios pés como se isso fosse ajudá-lo a se sentir um pouco mais confortável. Ele estava um pouco envergonhado, mas certamente não arrependido.

 — Peter! — Alguém o chamou, uma voz tão familiar que fez seu coração acelerar em antecipação.

 Nada no mundo o preparou para o que ele viu quando levantou o olhar e encontrou com as figuras tão familiares que por um momento ele pensou que fossem uma miragem.

 Logo na sua frente estavam as duas pessoas que ele nunca imaginou que veria novamente, que já tinham sido esquecidas com o passar dos anos, guardados no fundo da sua mente a sete chaves. Aquelas que faziam parte das suas boas lembranças.

 Ele nunca pensou que um dia voltaria a ver seus tios tão queridos, aqueles que estiveram com ele antes mesmo de tudo daquilo acontecer, antes do seu mundo desmoronar.

 Foi como bisbilhotar o passado.

 Peter sentiu seu coração ficar preso na garganta, deixando-o ofegante por ar. Ele piscou, sentindo seus olhos se encherem de água e foi necessário um enorme esforço para não derrama-las logo ali, no meio do estacionamento e sem mais nem menos.

 Mas ele sabia que não poderia lutar contra elas por muito tempo.

 O Jovem aranha não estava pensando com muita clareza, sua mente estava nublada pelas emoções e ele simplesmente agiu por instinto, largando as sacolas no chão e então correu na direção do casal.

 A primeira pessoa que ele alcançou foi a tia May, nem ao menos hesitando em envolveu os braços ao redor dela.

 — Querido! — Ela disse, sorrindo. Peter podia ouvir as batidas de seu coração e o quão eufórica ela estava.

 Peter riu, não contendo toda a sua alegria que de repente estava transbordando em seu coração. Ele não pode deixar de notar que sua tia ainda era a mesma, do jeitinho que ele se lembrava, apenas seus cabelos que estavam mais compridos e volumosos, mas seus olhos, suas feições, tudo nela continuava o mesmo.

 Peter se sentiu como se tivesse voltado no tempo, para a época em que ele ainda era uma criança pequena.

 Era a melhor sensação do mundo.

 — Tia May... — Ele sussurrou, apertando mais forte ainda os braços ao redor da mulher, provavelmente a machucando.

 Ele riu novamente, dessa vez sentindo o cheiro de morangos quando enfiou o rosto nos cabelos da mais velha, se sentindo como uma pequena criança em seus braços. Lembranças vieram na sua mente como uma enxurrado e Peter se sentiu fraco.

 Ele nem ao menos notou que as lagrimas já estavam escorrendo livremente pelo seu rosto sem o seu consentimento.

 — Como você cresceu! — Ela cantarolou, retribuindo o abraço na mesma intensidade. Ele fechou os olhos e resolveu simplesmente aproveitar o máximo aquela sensação calorosa.

 — O que você esperava May? — A voz divertida fez Peter abrir os olhos, buscando o dono freneticamente. Ele olhou por cima dos ombros de sua tia e foi quando finalmente encontrou com a figura.

 Tio Ben estava logo ali, também parecendo o mesmo. Ele estava sorrindo amplamente, algo que foi reconfortante para Peter que ele se sentiu em êxtase por um momento.

 Olha para o rosto do seu tio foi doloroso demais, Peter não se lembrava de que Ben era tão parecido com Richard. Eles tinham os mesmos olhos, a mesma cor de cabelo, o mesmo sorriso, isso tudo enviou uma onda dolorosa para o coração do jovem aranha, junto com lembranças muito antigas.

 Talvez ele fosse muito pequeno naquela época, mas agora a semelhança de Richard e Ben era a única coisa que Peter conseguia pensar.

 Peter soltou May, nem sequer percebendo que sua visão estava nublada pelas lágrimas, mesmo assim ele correu, agora de encontro ao seu tio.

 Ele se sentiu em casa novamente, se sentiu bem-vindo. Naquele momento, as lembranças de Skip estavam bem longe dos seus pensamentos e tudo que Peter sabia era que estava abraçando seu tio novamente.

 Era uma emoção forte demais, apertava seu coração dolorosamente e Peter simplesmente não soube lidar com isso. Ele fungou, só então notando que as lágrimas de felicidade desciam pelo seu rosto firmemente. Ele então se afastou, apenas para seca-las com a costa da mão direita, se permitindo encarar seu tio mais de perto agora.

 — Desde quando você ficou tão forte? — Ben perguntou, sem folego. Peter provavelmente tinha usando mais força do que o necessário, mas ele não conseguiu se sentir mal com isso já que Ben estava na sua frente depois de tantos anos.

 — Me desculpe por isso — Ele disse, ainda lutando para secar as lágrimas, mas em seu rosto estava estampado um sorriso cheio de dentes.

 — Oh querido! — Tia May exclamou ao seu lado, agora sendo a única a puxa-lo para um abraço desajeitado. Peter sorriu, satisfeito quando sua tia começou a afagar seus cabelos de um jeito amoroso.

 Era desse tipo de carinho que Peter se encontrou mais do que carente.

 — O-O que estão fazendo aqui...? — Ele perguntou, lutando por um momento para encontrar as palavras certas. Tia May quebrou o abraço e sorriu para ele, mas logo desviou o olhar, encarando alguém atrás de Peter.

 Ele se virou, encontrando novamente com o sr. Stark, parecendo agora bem mais calmo e menos bravo que antes, um enorme contraste quando Peter se lembra do quão furioso o homem estava a apenas alguns minutos atrás.

 Então a realização disso caiu sobre ele e Peter não pode fazer nada além de ofegar por ar, cheio de sentimentos mistos quando ele percebeu que o sr. Stark realmente se importava com ele a esse nível.

 Ele realmente se importava com ele ao ponto de chamar seus tios, pessoas que estavam tão distantes.

 — Eu chamei eles garoto — Tony disse, oferecendo um pequeno sorriso reconfortante, algo que fez o coração de Peter vacilar.

 Ele não pensou duas vezes antes de avançar, basicamente pulando ao encontro de Tony, abraçando o homem pela cintura com força. Peter estava perto o suficiente para ouvir as batidas acelerados do coração do sr. Stark, um som que ele nunca pensou que fosse reconfortável.

 — Obrigado! — Ele disse, sua voz sendo abafada pela camisa do homem.

 Peter fechou os olhos, esperando que aquilo fosse o bastante para transmitir tudo o que ele estava sentindo; o quão grato ele estava, mas mesmo assim não parecia ser o suficiente.

 Tony retribuiu o abraço com hesitação, mas Peter podia sentir o quão tenso ele estava com a aproximação — se as batidas de seu coração significassem alguma coisa. Peter ainda foi capaz de alargar ainda mais o seu sorriso quando sentiu que o homem estava brincando com alguns fios do seu cabelo, enrolando eles no dedo indicador.

 Ele decidiu que não existia uma sensação melhor.

 — Achamos que seria bom pra você passar o ano novo com algumas figuras conhecidas — Tony disse carinhosamente, algo que fez Peter se sentir bem-vindo e quente por dentro.

 Ele resolveu se afastar, sentindo agora que o sr. Stark estava relutante em deixa-lo ir, mas não o puxou de volta.

 — Obrigado, isso é incrível! — Peter exclamou, se voltando para seus tios mais uma vez.

 Novamente, ele sentiu seu coração gaguejar com a visão do casal, parecendo tão únicos quando estavam lado a lado desse jeito.

 Peter estava se sentindo energizado, com se não tivesse lutado contra um assaltante a apenas cinco minutos atrás. Ele estava feliz; talvez esse fosse o nome exato para dar a esse sentimento.

 Sim, ele estava Feliz.

 — Você não mudou em nada Pete — Ben foi o primeiro a falar, oferecendo um sorriso para o mais novo.

 Peter se sentiu como se tivesse oito anos, cercado pela sua família, algo que ele nunca imaginou que sentiria de novo.

  — É tão bom ver vocês de novo! — Ele disse e sentiu como se fosse pular para outro abraço, mas se conteve. Por outro lado, Peter não conseguiu conter seu entusiasmo e se viu falando alto e sem hesitar. — O que vão fazer agora?

 — Bem, o plano original era arrastar vocês para casa e comer lasanha no jantar. Ainda está de pé...? — May perguntou especificamente para o sr. Stark e para Pepper, apenas para confirmar.

 Peter não conteve um sorriso quando se lembrou da lasanha que May sempre fazia nos dias de Ação de Graças e no Natal, apenar de que geralmente deixava a cozinha virada de cabeça para baixo e ela tinha que pedir ajuda para Mary para mão queimar a lasanha. Era uma receita de família e sem dúvidas era o prato preferido de Peter quando criança.

 Por mais que comer lasanha em família novamente fosse uma ideia realmente atrativa, Peter não pode deixar de sentir uma pequena pontada de dúvida no fundo da sua mente: Quem ajudou May a prepara a lasanha dessa vez?

 O pensamento foi doloroso, já que Mary não estava mais por perto.

 — Eu acho que sim — Pepper disse, e céus! Peter nem ao menos notou que ela estava ao seu lado praticamente, talvez fosse apenas o resultado de tanta euforia.

 — Então vamos porque o shopping já está fechando — Ben brincou, contornando um carro prata para abrir a porta do motorista, Peter assumiu que era dele. — Não quer vir com a gente Peter? Podemos colocar o papo em dia

 Peter vibrou com essa ideia, que parecia simplesmente perfeita, mas antes de concordar ele se virou para o sr. Stark, olhos brilhando de emoção e tudo na sua postura já fazia a pergunta silenciosamente. Peter estava fazendo isso apenas para se certificar de que estava tudo bem, mas ele não precisou nem abrir a boca já que o bilionário pareceu entender o que ele queria.

 — Você pode ir, estaremos logo atrás — Ele disse e Peter não precisou de nem mais uma palavra. Ele agradeceu com um sorriso e um aceno apressado e seguiu seus tios para dentro do carro.

 Ele nunca imaginou que um banco traseiro de um carro velho fosse tão confortável.

 ...

 Tony estava realmente tentando se acalmar e tirar a cena de Peter — pequeno, magrela e frágil — lutando contra um assaltando bem maior do que ele da sua mente, mas estava marcado e toda vez que ele piscava a lembrança parecia se repetir de novo e de novo.

 Ele nunca esteve tão assustado em sua vida, nem mesmo seus pesadelos eram tão horripilantes assim. Ele sentiu medo real, o verdadeiro medo de perder alguém precioso.

 Tony ainda estava irritado, principalmente por saber que Peter nem ao menos tinha o instinto de autopreservação e que estava tão facilmente inclinado a se jogar na frente de uma bala para salvar outra pessoa. Ele simplesmente não se importava se iria ou não levar um tiro e isso deixou Tony completamente louco.

 Ele sabia que era errado gritar com Peter, que isso iria assustá-lo e provavelmente tornar ele um pouco mais receoso, mas era impossível ele se controlar quando quase viu seu filho morrer, bem na sua frente. Foi simplesmente a única coisa que ele conseguiu pensar naquele momento.

 Por um momento Tony se sentiu como Howard e isso o deixou doente.

 Agora ele estava apenas tentando deixar esses pensamentos de lado.

 — Tony, você está apenas se estressando... — Pepper disse logo ao seu lado, quebrando o silêncio que estava reinando no carro.

 Sua voz foi como uma ancora, acalmou seu coração e seus pensamentos por um momento e Tony tentou apenas se concentrar em dirigir o carro sem bater num poste qualquer que aparecesse na sua frente, mas isso se demonstrou um trabalho difícil, principalmente quando ele estava borbulhando de emoções por dentro.

 — Não, não estou — Ele respirou fundo, apertando o volante do carro um pouco mais forte como se isso fosse ajuda-lo.

 — Sim, você está, posso ver daqui — Foi a vez de Pepper respirar fundo. — Ele está bem Tony, não foi algo sério...

 — Mas poderia... — Ele resmungou, franzido os lábios, seu humor caindo por terra mais uma vez quando a lembrança veio até ele novamente e isso fez seu estômago embrulhar. — Foi por pouco Pepper... muito pouco

 O silêncio reinou entre eles por quase um minuto inteiro até que Pepper resolveu quebra-lo gentilmente.

 — Ele tem bons reflexos... talvez você devesse pedir a Natasha para, você sabe... ensinar ele a se defender... — Pepper sugeriu.

 Tony realmente não queria, mas esse pensamento grudou na sua mente de uma maneira que ele não esperava. Ele tinha certeza de que Natasha seria mais do que capaz de ensinar Peter algumas coisas. Pelo menos ela se daria melhor com Peter do que Clint ou Scott.

 Ainda assim, apesar dos prós e contras, Tony decidiu que era melhor que Peter soubesse lutar do que algum dia ele chegar em casa todo machucado; esse pensamento fez seu coração doer e tirou completamente o ar de seus pulmões.

 Ele engoliu em seco antes de responder.

 — Talvez seja uma boa ideia...

 ...

 Quando eles chegaram na casa dos Parker o céu já estava escuro e a neve caia preguiçosamente nas ruas, o clima estava gélido e Tony estremeceu assim que desceu do carro. Não importa para onde ele olhasse, tinha neve em todos os lugares.

 Apesar de todo esse frio, Tony sabia que tinha feito uma boa escolha quando viu o sorriso enorme no rosto de Peter assim que ele desceu do carro ao lado, parecendo tão alegre e feliz que seu coração inchou apenas de olhar para ele.

 Tony sorriu em reflexo, mas logo morreu. Ele se sentiu aterrorizado quando a imagem piscou novamente na sua mente, a ideia de que Peter pudesse não estar aqui agora foi simplesmente horrenda.

 Ele podia sentir o pânico misturado com ansiedade se revirar no estômago, mas forçou seu corpo a se movimentar, a entrar dentro da casa logo depois de Pepper.

  — Eu vou pegar o kit de primeiros socorros, você fique sentado aí — May disse, ao mesmo tempo que repreendia Peter.

 Tony não pode deixar de notar o quão reconfortante a casa dos Parker era, parecendo mais brilhante e decorada agora do que na primeira vez que ele veio.

 — Eu estou bem tia May, não precisa se preocupar — Peter disse, mas foi praticamente empurrado para o sofá, se sentando contra a sua vontade. Tinha uma careta fofa em seu rosto, demonstrando o quão chateado ele estava.

 — Pode deixar que eu cuido disso, é só me dizer onde está — Pepper disse.

 May suspirou antes de afagar os cabelos de Peter uma última vez, deixando eles mais bagunçados do que antes.

 — No banheiro, na prateleira de cima — May disse, apontando para uma porta no fim de um corredor logo ao lado da sala. — Vocês podem se sentar, eu vou arrumara mesa

  — Deixa que e- — Peter começou a falar, já se preparando para se levantar, mas foi necessário apenas um olhar turvo de May para ele se calar voltar para o sofá.

 Pepper sumiu no corredor e Tony se sentou ao lado do garoto, próximo o suficiente para notar uma mancha de sangue no casaco. Ele estendeu a mão e no mesmo instante Peter recuou um pouco, parecendo nervoso, mas tudo que Tony fez foi afastar algumas mechas de cabelo para poder ver sua orelha machucada.

 Peter entendeu o recado e inclinou a cabeça para a direita, dando o espaço necessário para Tony avaliar o dano de perto. O bilionário franziu os lábios e as sobrancelhas quando viu o sangue seco espalhado pela orelha do menor, o machucado estava rosado e Tony levantou uma sobrancelha em confusão quando ele notou que já estava cicatrizando.

 Se ele não tivesse visto esse machucado antes, ele teria dito que realmente não era nada sério, e ainda mais, ele diria que tinha sido causado a pelo menos um dia atrás, e não há uma hora. Ele tinha visto o sangue escorrendo, ele viu o lenço cheio de sangue.

 Não fez sentido.

 — Estou bem sr. Stark — Ele disse, com um aceno leve. Tony fez um esforço para acreditar nele — Nem está doendo

 Tony levou aquela mesma mão para o topo da cabeça de Peter, afagando os cabelos dele com carinho. Peter fechou os olhos e se inclinou um pouco mais para o toque e isso causou um sorriso no rosto do bilionário.

 — Vamos cuidar disso — Pepper exclamou, voltando para a sala com um uma caixa branca em mãos. Tony deu espaço para ela se sentar ao lado de Peter e fazer um curativo com mais facilidade.

 Ela desinfetou o machucado e assim que o algodão encostou na sua orelha Peter deu um solavanco para o lado, se afastando de Pepper quase que desesperado. Ela forçou um pouco mais e dessa vez Peter tentou ficar parado. Levou alguns minutos, mas logo Peter tinha um curativo na orelha esquerda e parecia infeliz com isso.

 — Eu posso sair agora? — Ele perguntou em um resmungo baixo e Tony conteve uma risada. Seu filho parecia emburrado e isso foi divertido de ver.

 — Sim — Pepper revirou os olhos, logo Peter estava de pé e indo na direção da cozinha sem nem mesmo hesitar.

 Somente quando ele estava fora de vista que Tony se permitiu abrir um pequeno sorriso.

 — Vamos? — Pepper perguntou, também se levantando do sofá.

 Tony se levantou logo depois dela.

...

 Peter estava mais do que feliz em estar comendo uma lasanha e ao mesmo tempo estar rodeado de pessoas que se importavam com ele e isso era simplesmente a coisa mais empolgante que ele já presenciou em muito tempo. Ele não podia estar se sentindo mais feliz.

 A conversa estava fluindo livremente ao redor da mesa, sem mais broncas e nenhum tipo de desconforto; e para a surpresa de Peter a lasanha estava realmente boa, ele se perguntou se May tinha feito sozinha ou recebeu a ajuda de alguém.

 Ele estava até mesmo planejando perguntar a ela mais tarde.

 Sinceramente, ele não fazia a mínima ideia do rumo que a conversa na mesa estava tomando, mas ele estava ouvindo tudo com um sorriso no rosto, observando de perto cada uma das pessoas ao seu redor.

 Ele se permitiu sorrir, se permitiu rir e se permitiu comentar. Tudo parecia tão natural, como se ele não tivesse sumido por quase 3 anos.

 Quando tudo acabou — depois de 40 minutos onde os adultos apenas jogaram conversa fora — Peter ajudou sua tia a tirar a mesa e a lavar a louça enquanto Ben procurava um jogo no porão para eles passarem o tempo. Ainda era cedo demais para a virada do ano.

 Peter e May estava trabalhando juntos para terminar de lavar a louça, basicamente, ele estava lavando e ela secando. Para Peter aquilo pareceu normal, tão normal como se ele fizesse isso depois de todos os jantares, e isso enviou um sentimento quente para o seu coração.

 Ele desejou que realmente fosse assim.

 — Tia May, posso te perguntar uma coisa? — Ele começou enquanto esfregava o último prato, se certificando de que estava bem limpo.

 — Sim? — Ela o incentivou a continuar distraidamente.

 — Você não fez a lasanha sozinha, ou fez? — Ele perguntou, surpreendentemente sem remorso. May em vez de se sentir ofendida soltou uma gargalhada alta e bem-humorada.

 Ela parecia divertida com essa ideia, como se fosse a coisa mais hilária que ela já ouviu.

 — Não querido, eu recebi a ajuda da sra. Watson. Ela é a nossa vizinha — May explicou depois que sua risada morreu, tomando dois segundos para se acalmar, e logo depois deu um olhar estranho para Peter. — Como você se lembra de coisas assim?

 — É impossível esquecer tia May — Ele disse e lhe entregou o último prato, alcançando um pano para secar as mãos. — Principalmente depois que um prédio inteiro foi evacuado no meio da noite por causa de um bolo no forno

 Peter riu e May se juntou a ele mais uma vez, só que agora fez questão de lhe dar um pequeno empurrão de brincadeira, tão leve que Peter nem se mexeu.

 — Você ficou terrível sr. Parker! — Ela brigou, mas não estava magoada nem nada do tipo, já que sua risada ecoou pela cozinha por mais alguns segundos antes de desaparecer.

 Peter se afastou da pia ainda com um sorriso no rosto, seguindo seu caminho até a sala de estar novamente, apenas para encontrar Pepper, Tony e Ben conversando animadamente, até que o viram e seu tio pareceu se animar.

 Ele estava segurando uma pasta antiga.

 — Ei Peter! Eu queria te dar isso — Ele se aproximou e estendeu a pasta.

 Era de couro carmesim e cheirava a mofo, estava meio desgastadas nas bordas e o a fivela levemente enferrujada, mas o que realmente chamou a atenção de Peter foram as inicias “RP” logo na frente.

 Richard Parker.

 Peter engoliu em seco, estendendo as mãos para pegar a pasta ainda um pouco admirado. Era sentiu como se estivesse segurando uma relíquia e por isso tinha que tomar o maior cuidado possível.

 — Era de Richard, ele deixou isso aqui antes de ir embora. Achei que ficaria contente em ter algo dele — Ben disse gentilmente.

 Peter realmente não queria ser fraco, mas a lembrança de seu pai adotivo lhe enviou calafrios pela espinha e seus olhos se encheram de lágrimas no mesmo instante. Ele realmente sentiu saudades de seus pais, mas era difícil pensar sobre isso sem se derramar em lágrima. Ele lutou contra elas enquanto passava os dedos pela pasta.

 — Obrigado, tio Ben — Ele agradeceu, orgulhoso de si mesmo quando sua voz não falhou em nenhum momento e ele foi capaz de se manter firme.

 Peter passou por seu tio, indo até o sofá mais próximo. Ele abriu a pasta, encontrando apenas uma calculadora quebrada, um bloco de notas e algumas canetas, não parecia ter nada de interessante dentro e ele resolveu aceitar isso.

 Mas isso não o impediu de fuçar um pouco mais os bolsos do lado de fora, na esperança de encontrar alguma coisa. Peter estava vagamente consciente de May, que agora havia se juntado a eles na sala e da conversa que ela, Ben e Pepper estavam tendo.

 Mas ele mal notou quando o sr. Stark se sentou ao seu lado, uma aura tensa ao redor dele enquanto observava o menor de perto.

 Peter já tinha examinado praticamente os bolsos até que ele encontrou alguma coisa. Seus dedos roçaram em uma superfície plana, parecendo apenas um pedaço de papel frágil, ele puxou para fora e encontrou com um recorte de jornal antigo.

 Ele reconheceu Richard na mesma hora, mesmo que o rosto do seu pai adotivo parecesse bem mais jovem do que ele se lembrava. A imagem era em preto e branco, de má qualidade, mas ele pode identificar uma figura, um cientista talvez, ao lado de Richard.

 — Você conhece ele tio Ben? — Perguntou sem hesitar, virando o recorte para que seu tio pudesse ver com mais clareza.

 Ben levantou uma sobrancelha, primeiramente confuso com a pergunta. Ele pegou o recorte das mãos de Peter e olhou mais de perto; demorou um pouco, mas logo seu rosto mudou e ele franziu o cenho.

 — Esse é o dr. Connors — Disse, devolvendo o recorte para Peter que aceitou de bom grado. — Ele e seu pai eram amigos, eles fizeram faculdade juntos, mas faz anos que não temos noticias

 Ben explicou e Peter concordou com um aceno leve e voltou a guardar o recorte na pasta, exatamente no mesmo lugar de antes. Ele não pode evitar de se sentir levemente curioso e decidiu guardar o sobrenome do homem na foto no fundo da sua mente.

 Talvez ele pudesse descobrir mais coisas futuramente.

 ...

 Tony simplesmente não podia evitar, ele estava se sentindo ciumento quando Ben se referiu a Richard como o pai de Peter, mas isso era algo que já era esperado desde o início. Ele tinha que lidar com isso, não importa o quão fundo isso doesse.

 Ele também tentou se convencer de que isso era apenas uma birra infantil e sem nexo.

 Tony resolveu deixar isso de lado e se concentrar no presente, optando apenas por fazer companhia a Peter e aos demais adultos na sala, as vezes soltando piadas e algumas brincadeiras que em sua maioria causava risadas em todos.

 O resto da noite se seguiu em paz. Eles jogaram uma partida de monopólio — Pepper ganhou — e depois May colocou um filme na pequena televisão. A sala foi mergulhada em um silêncio instantaneamente e todos estavam prestando atenção no filme, pelo menos essa era a ideia.

 Em algum momento depois da primeira meia-hora, Peter se apoiou em seu ombro, encolhido, quase como se estivesse com frio. Tony sorriu para isso e abraçou o garoto sem se importar se a posição era desconfortável ou não. Tudo que ele sabia era que podia ouvir seu filho respirando e só isso já estava ótimo.

 O filme se seguiu, chegando ao fim apenas alguns minutos antes da meia-noite. Os créditos ainda estavam rolando na tela quanto Tony sentiu seu celular vibrar no bolso, ele precisou se mudar um pouco para pega-lo e só então percebeu que Peter estava dormindo profundamente ao seu lado.

 Literalmente, o garoto estava roncando levemente, encolhido ao lado de Tony como se estivesse tentando roubar um pouco de calor para ele.

 Isso fez o bilionário sorrir e uma onda de felicidade foi enviada ao seu coração, ele puxou o garoto para mais perto e desbloqueou o celular. Seus olhos pousaram em um e-mail da escola de Midtown e no mesmo instante ele se animou, esperançoso com a resposta. Seus olhos vagaram pelo e-mail e ele não pode evitar um sorriso quando percebeu que tudo que ele precisava fazer era matricular Peter e daí tudo iria se resolver.

 O garoto pelo menos já tinha uma escola para estudar e isso era um problema a menos.

 ...

 Tony, Pepper e Peter sairam da casa dos Parker apenas alguns minutos depois da meia-noite, após eles distribuírem abraços e felicitações — isso inclui uma promessa de que Peter vai vir visita-los sempre que puder.

 O garoto estava sonolento, praticamente se arrastando até o Audi até finalmente se jogar no banco traseiro do carro como um saco de batatas pesado. Tony riu disso, lançando um olhar divertido ao garoto.

 Ele voltou a dirigir pela cidade, tomando cuidado agora que as ruas estavam cobertas de neve fresca. Tony e Pepper estava conversando distraidamente sobre assuntos das Industrias Star — reuniões que Tony seria obrigado a participar.

 A viagem de volta para a Torre foi longa demais e talvez um pouco cansativa. Pepper já estava quase pegando no sono no banco do passageiro e um rápido olhar pelo retrovisor confirmou que Peter tinha adormecido mais uma vez, enrolado no canto. Tony era o único que ainda estava desperto o suficiente para percebeu que a neve voltou a cair pela cidade de Nova York.

  Logo, eles estavam de volta na Torre e Tony estava tendo que lidar com um pequeno problema chamado Peter Parker. Nem ele e nem Pepper tiveram coragem para acorda-lo, já que Peter parecia tão calmo e sereno, provavelmente no sétimo sono. Acorda-lo seria como infligir uma lei.

 Por isso Tony teve que colocar sua força a prova e pegar o garoto no colo, ignorando a risada divertida que Pepper estava dando ao seu lado.

 Peter resmungou algumas vezes até que Tony finalmente conseguiu tira-lo de dentro do Audi. O bilionário se surpreendeu quando percebeu que o garoto era realmente bem mais leve do que ele imaginava e por isso não teve grandes desafios em carrega-lo.

 Em algum momento Peter chegou a abrir os olhos, turvos e nublados de sono. Tony apenas sussurrou algumas palavras e o garoto já tinha fechado os olhos mais uma vez, apoiando a cabeça no ombro do mais velho como se ele fosse um travesseiro.

 Eles chegaram ao centésimo andar logo depois e enquanto Pepper foi direto para a cama, Tony encarou o trabalho que seria colocar Peter na cama.

  Assim que ele entrou no quarto do garoto ele foi recebido por um breu enorme, mas ele resolveu deixar assim em vez de acender as luzes e provavelmente perturbar Peter. Com extremo cuidado, Tony deixou o garoto na cama, se certificando de que ele estava virando para a direita para não perturbar a sua orelha machucada. Depois, ele ajeitou o travesseiro embaixo da cabeça do garoto e jogou dois edredons por cima apenas para ter certeza de que o ele não iria passar frio durante a noite.

 Ele tomou um momento para respirar fundo, analisando as feições de Peter enquanto o garoto dormia. Ele chegou à conclusão de que isso logo se tornaria seu passa tempo favorito, por mais bizarro que fosse. Tony tomou um minuto para afagar os cabelos do mais novo antes de sair do quarto e encostar a porta.

 Em vez de se juntar a Pepper na cama, Tony voltou para o elevador e foi para o seu laboratório pessoal, já que ele estava trabalhando em um Starkphone feito especialmente para Peter — obviamente tinha um rastreador embutido, mas o garoto não precisava saber disso —, Tony já estava finalizando ele então provavelmente seria apenas essa noite de trabalho.

 — Chefe, tenho novidades — Sexta-Feira disse assim que o elevador se abriu e ele adentou no laboratório com passos largos, contornando a bagunça que o seu cantinho pessoal estava se tornando.

 Ele suspirou, esperando que não fosse nenhum problema o qual ele teria que lidar futuramente.

 — O que foi Sexta-Feira? — Perguntou, se aproximando da sua mesa de trabalho que estava cercado com objetos e ferramentas, praticamente soterrando o pobre monitor no meio de tudo.

 — Os resultados do teste de DNA estão prontos — Tony quase engasgou, caindo na cadeira antes mesmo que a sua mente pudesse processar o que a I.A disse.

 Seu coração começou a martelar fortemente em seu peito, mesmo que ele soubesse que não tinha absolutamente nada a temer. Foi apenas como um efeito colateral de tanta pressão que ele sofreu nesse longo dia.

 — Já? — Perguntou um pouco incrédulo, em parte confuso pela rapidez que o teste tinha sido feito.

 Testes de DNA geralmente demoram semanas, e não dois dias.

 — O senhor pediu apenas os dados básicos necessário para confirmar a paternidade, e não os dados completos — Sexta-Feira explicou mecanicamente e Tony sentiu vontade de revirar os olhos, mas o nervosismo que, de repente, dominava o seu corpo o impediu.

 Ele podia sentir as mãos começando a ficarem úmidas e uma sensação de enjoo se instalou em seu estômago — e não tinha nada a ver com a lasanha.

 — Puxe os resultados — Ele disse apressadamente, se ajeitando na cadeira com um imenso peso sobre o peito, algo que chegou a ser doloroso.

 Tony se sentiu ansioso quando o monitor do computador se iluminou e um arquivo com pelo menos 5 folhas apareceu. Ele se sentiu perdido por um momento, mas logo começou a ler o documento apressadamente, pulando algumas palavras.

 Ele se concentrou principalmente na primeira folha, ignorando praticamente tudo que estava escrito e buscando pelo resultado real, algo que finalmente confirmasse tudo o que estava acontecendo e que provavelmente mudaria sua vida definitivamente daqui pra frente. Ele arfou quando finalmente encontrou.

 99,99%

 Tony não aguentou. Ele deu um grunhido de alivio, empurrando a cadeira para trás em todo o seu eufemismo e soltou um grito de felicidade mais alto que eu originalmente pretendia. Dum-E e U que estavam a pouco metros de distância dele se assustaram, mas Tony os ignorou.

 Jean estava de volta, ele realmente tinha retornado para a sua vida e ninguém podia dizer que era mentira, não havia mais dúvidas.

 Isso o encheu de felicidade, tanto que nem ao menos coube em seu peito.

 ...

 O resto da noite se passou lentamente, tão lentamente que foi torturante. Tony queria apenas que amanhecesse para ele poder, em fim, dar a notícia a Peter, mas os minutos pareciam horas.

 E o pior de tudo foi que ele não conseguiu dormir, nem mesmo um cochilo, sua mente estava trabalhando a mil, pensando nas responsabilidades que agora ele tinha e no quão feliz ele estava em ter seu filho de volta.

 Tony simplesmente não conseguiu se concentrar em mais nada, ele apenas andou pelo laboratório até cansar, indo de um lado para o outro enquanto seus robôs assistentes o seguiam. Em algum momento depois das três ele começou a conversar com Sexta-Feira, citando em voz alta uma lista de tarefa, coisas que envolviam a escola de Peter, as consultas que ele provavelmente teria que fazer, o bendito encontro com a assistente social.

 Ele tirou todas as possíveis dúvidas e quando o relógio na parede marcou oito horas ele saiu — finalmente — do laboratório e foi para a cozinha, uma cópia impressa dos resultados do exame de DNA em mãos.

 Ele releu o documento pelo menos vinte vezes nas últimas horas, decorando as passagens e simplesmente amando quando chegava na parte de que ele era 99,99% compatível com Peter.

 Tony estava tão alegre que nem ao menos notou que Pepper já havia saído, ele só se tocou quando foi dar a notícia a ela em seu quarto, mas encontrou com a cama vazia. Ele nem sequer se deu ao trabalho de reprimir um, mas não deixou isso irrita-lo por muito tempo, já que ele se concentrou em fazer algo comestível pra Peter.

 Ele trabalhou com waffles e uma vitamina de maçã, o que levou mais tempo do que deveria. Tony acabou se atrapalhando com a massa e sujou metade da cozinha em seu improviso, mas ele simplesmente sorriu em vez de se sentir irritado.

 Ele tinha um adolescente para cuidar agora e estava disposto a tentar fazer o seu melhor.

 Tony estava terminando o café da manhã depois de muita luta quando Peter entrou na cozinha, vestido com suas novas roupas e com o cabelo arrumado. Ele tinha acabado de sair do banho e parecia bem descansado.

 Logo que o viu, o garoto abriu um pequeno sorriso, e Tony retribuiu, se sentindo quente por dentro mais uma vez enquanto encarava a figura do seu filho.

 Seu filho.

 — Bom dia Pete! — Ele o cumprimentou, esperando que o cansaço em seus olhos não fosse tão obvio assim, mas com certeza seu sorriso compensava.

 — Bom dia sr. Stark — Peter disse, dando pequenos passos hesitante até a bancada. Tony podia dizer que o garoto estava curioso para descobrir o que Tony estava fazendo.

 Tony deixou o prato com waffles coberto de calda de chocolate em cima da mesa e um copo com vitamina de maçã ao lado. Peter se sentou, como se tivesse algumas dúvidas pairando sobre a sua mente e hesitou um pouco antes de começar a comer.

 O bilionário respiro fundo, achando que aquele fosse o momento perfeito para deslizar o papel pelo balcão e deixa-lo na frente de Peter. Ansiedade revirando em seu estômago no processo.

 — O que é isso? — O garoto perguntou, com a boca cheia de waffles, mas ainda com um brilho de curiosidade nos olhos.

 Peter alcançou o papel, largando o garfo no prato para lê-lo com mais atenção. Tony o observou de perto, esperando a reação do garoto agora que a prova que ele precisava estava na sua frente. Isso provavelmente acabaria com todas as possíveis dúvidas.

 Tony acabou vendo de camarote quando o rosto de Peter ficou pálido e os olhos castanhos se arregalaram em puro surpresa. Por um momento o garoto não disse nada, apenas ficou parado ali, encarando o papel com os olhos turvos.

 O bilionário se sentiu preocupado por um momento e ele alcançou o ombro do mais novo, dando um leve aperto reconfortante. Isso chamou a atenção dele, que olhou para Tony com os olhos preocupados e confusos, uma pergunta silenciosa sendo jogado no ar e Tony era o único que tinha a resposta.

— Esse é o resultado do teste de DNA... — Ele explicou, finalmente tomando o assento ao lado do garoto. Tudo que Tony mais queria era envolver Peter em seus braços mais uma vez, era acariciar seus cabelos castanhos e poder enfim ouvir as batidas do seu coração.

 Era estar com seu filho em seus braços e nunca mais solta-lo, não importa o que aconteça.

 — Mas... aqui diz 99,99%... isso quer dizer que...? —  Tony diria que Peter estava assustado. Ele estava branco como o papel e estava falando lentamente, como se estivesse com dificuldades para formar as palavras certas.

 Tony sorriu e desceu da banqueta, se aproximando mais ainda do garoto, atraindo toda a atenção para si. Ele sorriu.

 — Somos compatíveis. Você é meu filho Pete — Ele disse, as palavras fluindo livremente. Ele estendeu uma das mãos e alisou o cabelo do menor, lutando contra um sorriso quando Peter arfou.

 — Mas... — Peter começou, seus olhos vagando de um lado para o outro sem realmente focar em alguma coisa.

 Tony simplesmente não aguentou, seu coração estava doendo e ele sentiu a necessidade de ter esse garoto em seus braços depois de anos longe, e foi isso que ele fez. Logo, Peter estava envolvido em seus braços, o que o deixou confuso por dois segundos antes que ele retribuísse o abraço com todas as suas forças.

 O garoto fungou em seu ombro, enterrando o rosto no ombro do bilionário ao mesmo tempo em que seu corpo começava a tremer. Tony apenas acariciou suas costas, movendo os polegares em círculos.

 Ele sabia qual era essa emoção, porque ele mesmo estava passando por isso agora.

 Tony estaria mentido se dissesse que não sentiu quando um par de lágrimas solitárias rolaram pela sua bochecha.


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Notas finais do capítulo

CHEGAMOS AO FINAL! Sim, o final, mas daqui eu acho, duas semanas? eu vou postar uma prévia da parte dois dessa história (sim, uma continuação) dai vcs podem decidir se vão querer ou não ler.

Nunca me diverti tanto escrevendo uma história, e espero que se você chegou até aqui também tenha gostado ♥

~~ See Ya Later



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