Razões para viver escrita por J S Dumont


Capítulo 7
Capitulo 7 - A mulher de gelo


Notas iniciais do capítulo

olá gente voltei com mais um cap. para vocês a fic cada vez está ficando mais interessante, o reencontro está chegando, espero que gostem e comentem que volto mais rapido, bgs bgs e até o proximo!



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7. A mulher de gelo

Johanna me levou para a sua sala e nos próximos minutos me atendeu, assim que a conheci melhor eu tive uma boa primeira impressão sobre ela. Pois Johanna demonstrara ser uma mulher bastante simpática, sempre sorrindo, ela pareceu em todos os momentos interessada em conhecer as funções da impressora de Haymitch, e gostou de ver que as paginas eram impressas numa velocidade maior do que as impressoras que tem na W&C Winter.

Nós ainda conversamos rapidamente sobre Haymitch, contei a ela sobre o investimento que ele fez nessas impressoras, mas que infelizmente ele acabou fechando o comercio e acabou sobrando impressoras demais.

— Ele era dono de uma concessionária, mas depois que a esposa morreu, ele preferiu fechá-la e ai ele se aventurou nessa loja de materiais de escritório, investiu muito nessas impressoras multifuncionais, tinha acabado de entrar no mercado, mas não foram todos que se interessaram por ela... – expliquei para ela, resumindo toda a história de Haymitch.

— Não sei porque, ela é incrível, vou querer uma dessas na minha sala! – ela afirmou, e logo eu sorri.

— Sério? Que ótimo! – eu falei todo sorridente. Ela sorriu de volta para mim.

— Sim, gostei muito dela... Você também me demonstrou ser um ótimo vendedor! – ela disse, e ai, eu a vi voltar para a sua mesa, eu a observei preencher um cheque no valor da impressora, em seguida entregou para mim, depois ela abriu a porta da sala dela, e eu me aproximei e apertei a sua mão.

— Obrigado, foi muito bom fazer negócios com você! – falei, e ela assentiu com a cabeça, depois começamos a caminhar pelo enorme corredor da W&C Winter, observei algumas pessoas andarem para um lado e para o outro da empresa, todos bem vestidos, demonstrando no mínimo viverem financeiramente bem. – Deve ser muito bom trabalhar aqui! – comentei, enquanto os observava.

— Sim, é uma ótima empresa, e paga muito bem... – ela concordou. – Na verdade eles dão muito valor a pessoas que nem você, que sabe vender... – ela disse, depois passamos por outra sala cheia de mesas e então eu vi as pessoas trabalhando, algumas atendiam telefone, outras andavam para um lado e para outro com vários papeis na mão e algumas também, estavam em frente ás impressoras esperando papeis serem impressos. Johanna abriu a porta e nós dois saímos da sala, para chegarmos ao corredor que meia hora atrás eu estava, acompanhado por Jonas Wright. – Sabe, eu não sei se vai te interessar, mas de vez em quando eles abrem vagas para estagiários... – ela comentou.

— Estagiários? – falei parando em frente á porta, me virei na direção dela, que estava parada na minha frente, e então a encarei, com as sobrancelhas franzidas.

Sorrindo ela concordou com a cabeça.

— Sim, ouvi papos de que está perto de abrir novamente um novo processo seletivo, eles contratam estagiários por mais ou menos três meses, eles os treinam e os observam, e os que forem bons funcionários, são efetivados para alguns cargos dentro da empresa, a maioria se tornam corretores, mas tem outros que são contratados para assistentes, tem também outras áreas aqui dentro, o que posso garantir é que todos são ótimos cargos, ganham muito bem! – ela falou, e logo eu me lembrei de Jonas, comecei a pensar se ele algum dia havia sido um estagiário na W&C Winter.

— E como eu faço para me inscrever? – perguntei, começando a pensar na possibilidade.  Eu me animava com a ideia de que poderia existir uma possibilidade de mudar de vida, ganhar dinheiro e poder ajudar Madge, para assim ela poder trabalhar menos, ou quem sabe largar a vida de garçonete de vez.

— Ah, ai não é comigo, é que eu não sou desse setor... – ela falou, depois suspirou. Fora então que ela olhou para o lado, parecia pensativa. Como vi que seus olhos concentraram-se demais no mesmo lugar, eu fiquei curioso e acabei olhando para onde ela tanto olhava. Fora então que vi que ela estava encarando uma mulher alta, esbelta, muito bem vestida e bem maquiada caminhar pelo corredor, ela passou pelo nosso lado e no primeiro momento nem nos olhou.

A mulher estava usando uma saia social preta e uma blusa social branca, os seus cabelos escuros estavam todos presos num penteado muito bem feito, ela usava um sapato preto de salto alto e o batom vermelho nos lábios realmente destacava bastante o seu rosto, já que ela é bem branca.

Ela andava com a cabeça erguida, e notei que ela tinha um semblante um tanto fechado. A tal mulher expirou o ar pesadamente, enquanto parava em frente ao elevador, ela passou a mão nos cabelos, os ajeitando e depois apertou o botão do elevador, o chamando, em seguida olhou a hora em seu relógio de pulso e depois olhou pela primeira vez para nós, percebi que no mesmo momento Johanna desviou o olhar.

— Ahhh essa bruxa já está aqui! – ela reclamou, num tom baixo para que ela não escutasse, em seguida ajeitou a sua roupa.

— Bruxa? – falei, franzindo a testa. Em minha opinião, aquela mulher estava longe de ser uma bruxa.

— Ela é a Katniss Hawthorne, uma das sócias majoritária da empresa, ela é um saco, sabe, reclama de tudo, é perfeccionista demais, vive com essa cara amarrada e parece que sente prazer em pisar em nós... Com certeza aqui seria melhor, se ela tomasse um chá de sumiço! – Johanna comentou, discordando algo com a cabeça. – Ela parece ter um coração de gelo! – ela acrescentou. Confesso que aquelas palavras me impressionaram.

Tudo bem que a mulher estava mesmo com um semblante fechado, mas olhando assim de longe ela não parecia ser tão ruim assim. Mas se aquela mulher simpática estava falando isso, logo pensei que era melhor eu tomar cuidado e cair fora antes de ser esculachado.

— Então é melhor eu ir embora, antes que ela venha aqui e me expulse a pontapés não é! – falei, já fazendo menção de me afastar, mas logo Johanna me segurou pelo braço, me fazendo me virar para olhá-la, olhei novamente para aquela mulher e vi que agora ela entrava no elevador. Pelo menos ela já estava indo embora.

— Volte amanhã aqui, ás uma e meia da tarde que é a hora do meu almoço, vou ver o que posso descobrir para você sobre a vaga de estágio! – ela comentou e não pude deixar de sorrir.

— Sério? – eu falei todo animado com a possibilidade. Sorrindo ela assentiu com a cabeça. - Certo, então eu vou voltar sim, pode ter certeza! – eu exclamei agora mais animado.

Afinal, eu tinha duas razoes para comemorar. Primeiro pela satisfação de poder estar cumprindo a promessa que fiz para Jack, e outra pela possibilidade de poder conseguir uma vaga de estagiário, pois eu sabia que era um passo para ser efetivado em uma empresa grande como a W&C Winter.

 Enquanto voltava para casa passei no banco e apresentei o cheque, decidi nem falar agora para Jack da venda da impressora, pois eu queria lhe fazer uma surpresa. Eu estava animado, pois com o dinheiro eu poderia ajudar a Madge a pagar o aluguel, comprar a bola de Jack e ainda iriam sobrar alguns trocados.

Agora faltava poucos dias para o aniversario de Jack, eu não via a hora de ver a animação no rostinho dele quando visse que lhe comprei a bola de basquete, como havia prometido fazer.

Além da venda da impressora, ainda eu não conseguia me esquecer da promessa de Johanna, eu estava pensando positivo, acreditando que Johanna poderia me dar boas noticias amanhã, ela parecia realmente ser uma mulher muito legal, e eu estava esperançoso de ela conseguir me ajudar. Sim eu precisava pensar positivo, acreditava que amanhã eu ia conseguir sim, alguma boa noticia.

Peguei Jack na escola, fiz a janta para ele e até mesmo o ajudei na lição de casa, já que novamente era matemática e não queria que ele ficasse novamente chateado por ter dificuldades na matéria. Depois o coloquei na cama, e falei para ele dormir logo, fui em seguida para o meu quarto, tomei um banho e nem quis jantar, eu preferi pegar um dos meus livros de economia para ler, embora eu nunca tivesse feito faculdade na área, eu sempre quando podia arrumava livros dessa área para estudar. E já havia aprendido bastante sobre o assunto.

 Fiquei lendo enquanto esperava Madge chegar. Afinal, eu não conseguia dormir enquanto ela não chegava, já que eu ficava bastante preocupado por ela andar por ai tão tarde da noite.

Como sempre ela chegou tarde, passou por mim, viu que eu estava acordado, mas não falou nada. Foi para o banheiro, tomou um banho, vestiu uma camisola branca e se deitou na cama ao meu lado.

Assim que ela se deitou, eu abri a boca todo animado para contar a novidade a ela, mas antes que eu pudesse falar algo, Madge logo se virou para o lado oposto, sem falar uma palavra sequer. Eu então suspirei.

— Amor... – eu comecei, encostando em sua cintura, na tentativa de chamar a atenção dela e iniciar a conversa.

— Hoje eu não estou afim Peeta, eu estou cansada, boa noite! – fora a única coisa que ela falou para mim. Eu bufei, cruzei os braços e então eu virei para o outro lado, percebendo que naquela noite, eu não iria conseguir conversar com ela.

***

No outro dia Madge teve que ir mais cedo para o trabalho, assim que ela acordou ela recebeu uma ligação do seu chefe, e precisou sair correndo para cobrir outra garçonete que iria faltar. Novamente eu não consegui falar com ela, pois toda vez que eu abria a boca para falar algo, ela me interrompia.

E como naquela manhã ela saiu ás pressas, quase correndo, ela pediu para que eu cuidasse de Jack e preparasse algo para ele comer, o arrumando logo em seguida para ir para escola.

Mas naquele dia eu acabei tendo outra ideia, logo que Jack acordou, pensei em passar aquele dia com Jack, pedi para que ele se arrumasse, pois nós dois iríamos fazer uma visita a Haymitch, como o garoto o adorava ele até gostou bastante da ideia.

— Eu queria ter barba! – comentou Jack de repente, ele estava parado ao meu lado, já havia vestido sua roupa e agora observava eu raspar a minha barba que estava começando a nascer.

— Sério? Por quê? – perguntei, olhando para ele.

— Por que mostra que já crescemos e viramos machos! – ele disse dando alguns pulos, enquanto se segurava na pia do banheiro.

— Olha só, isso aqui coça pra caramba sabia? E ás vezes nasce um monte de pelos cravados... Tenho certeza que assim que você a ter vai começar a torcer para que esses pelos sumam da sua cara! – eu falei, e então ele deu risada.

— Mas eu iria deixa-la crescer mesmo, eu acho que ela ia me deixar bonitão, você não acha pai?! – ele falou, ajeitando os seus óculos no rosto e depois se olhou melhor no espelho, coçando seu queixo e depois passando a mão em seu cabelo, achei engraçado então não pude evitar dar risada. – Pelo menos eu ia ficar com menos cara de nerd!

— Você não tem cara de nerd... – falei para ele, ele então me olhou.

— Não é o que diz o Tellan McKight! – ele disse. Eu o encarei com a testa franzida.

— O que ele fala para você? – perguntei, depois voltei a tirar minha barba com o gilete.

— Que eu tenho quatro olhos, e sou um nerd, por isso que não sou bom no basquete! – ele falou, e só então eu comecei a entender porque agora ele se preocupava tanto em aprender o esporte.

— Olha meu filho, você não tem que se importar com o que esse garoto fala para você... – eu disse, e depois lavei o meu rosto para tirar o sabão.

— As pessoas riem e até mesmo as garotas... – ele falou, enquanto eu secava o meu rosto na toalha. Então, voltei a olhar para ele.

— Você por acaso tem algum problema com as garotas? – perguntei para ele.

— Não, elas só me deixam nervoso! – ele disse, dando de ombros. Então eu ri.

— As garotas me deixavam nervoso também, até que um dia eu fiz amizade com uma delas e então me acostumei com isso... – falei, e então saímos do banheiro.

— Nenhuma menina vai querer ser minha amiga enquanto Tellan ficar me chamando de quatro olhos e nerd! – ele disse.

— Se ele te chama de nerd é porque você é inteligente e saiba que não existe nenhum mal nisso, muito pelo contrario meu filho, isso mostra que você vai ser alguém nessa vida, e ai, esses garotos que zombam dos outros, são aqueles que não sabem de nada, e no futuro eles vão trabalhar para você... – falei, e ele então sorriu para mim. – Só precisa respondê-lo a altura... – eu disse, apertando de leve o nariz dele, e ele riu. – Só não saia na porrada com ele, pois você sabe que essas coisas podem te levar a suspensão e ai esquece de ser um dia chefe desses palhaços!

— Mas você vai me ensinar a jogar basquete, não vai pai? – ele perguntou, e eu o encarei. – Para eu mostrar para ele que posso ser tão bom no basquete como ele! – ele disse, e eu sorri, passei então a mão no cabelo dele e o baguncei.

— Pode deixar, a promessa da bola de basquete está de pé, agora sobe aqui, vamos ver o tio Haymitch? – eu sugeri, abaixando para que ele se segurasse no meu pescoço.

Ele agarrou em meu pescoço, montando em minhas costas, e então me levantei.

— VAMOS SIM! Vou contar para ele sobre a bola de basquete! – ele falou, e então juntos saímos do apartamento.

Antes de ir para o apartamento de Haymitch, eu decidi dar uma passada no mercado com Jack, peguei alguns trocados que ganhei com a venda da impressora, para comprar alguns produtos de limpeza que vi que estava faltando no apartamento de Haymitch, eu tinha decidido fazer uma limpeza geral na casa dele, e Jack estava animado para me ajudar.

Assim que voltamos para o prédio, e paramos em frente ao apartamento de Haymitch, Jack fora quem tocou a campainha, não demorou muito para Haymitch abrir a porta. No mesmo momento, Jack levantou os dois baldes que havíamos comprado e que ele havia feito questão de levar, já que eu tinha notado que os de Haymitch estavam bem acabados. E ele então falou: “surpresa”.

— O que é isso? – ele perguntou, enquanto observava Jack e eu entrarmos em seu apartamento, Jack levando os baldes com alguns produtos de limpeza dentro e eu levando uma nova vassoura, rodo e uma pá.

— Comprei para você, já que está faltando produtos de limpeza aqui, e os seus baldes, vassoura, rodo, tudo está muito velho! – comentei.

— Eu vou arrumar os produtos na lavanderia! – Jack falou, já correndo em direção a lavanderia com os baldes na mão. Haymitch ficou observando ele se afastar e depois olhou para mim.

— Você não deveria gastar dinheiro com isso... – ele falou. – Afinal, vocês já não têm muito...

— Você sabe que eu nunca deixo de te ajudar! – falei, apoiando a vassoura e o rodo na parede da sala de estar da casa dele, depois me virei e o encarei. – Além do mais, essa casa está um pó que só, isso só ataca mais a sua rinite... Seu nariz está totalmente vermelho! – falei me sentando no sofá, Haymitch suspirou e então se sentou no sofá da frente.

— Eu ando muito cansado meu filho, é a idade, o que faz ás vezes eu não querer fazer nada... – ele comentou, tirando um lenço do bolso da calça e logo depois assoou o nariz. Então, eu suspirei.

— Mas por isso estamos aqui, eu vou dar uma geral nessa casa... – falei.

— Mas o Jack não precisa ir para escola? Você não vai trabalhar? – ele perguntou, eu me levantei do sofá e lancei um sorriso para ele.

— Sabe, hoje eu não vou tentar vender nada e também acabei decidindo não levar Jack para a escola, quero passar o dia com ele... – comentei.

— Sério? – Haymitch perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Sim, eu fui naquela empresa que o senhor me mandou, e adivinhe? – eu me aproximei, e abaixei meu tom de voz, para não correr o risco de Jack escutar. – Eu vendi uma impressora! – falei.

— Que bom! Então você vai poder comprar a bola do Jack! – ele disse.

— Sim, e ajudar a Madge a pagar o aluguel, ela anda trabalhando tanto... – suspirei, antes de continuar. – Eu nem pude falar para ela sobre a venda, ela sempre está ocupada, correndo... – comentei, dando de ombros. Haymitch havia aberto a boca para continuar a falar, mas antes que isso fosse possível, Jack se aproximou correndo.

— PAPAI! Vem pai, vamos começar a limpar TUDO! – ele falou, enquanto sorria. Ai eu acabei decidindo continuar a conversa mais tarde.

***

Era incrível como Jack é um garoto prestativo, se animava facilmente, até mesmo gostava de ajudar nos afazeres domésticos, por um momento até parei de passar pano na sala de estar, apenas para observar ele limpando o vidro da enorme janela da sala de estar de Haymitch. Nesse momento Haymitch se aproximou de mim, ele estava com um aspirador de pó na mão, tínhamos combinado de que enquanto eu passava pano na sala, ele tirava o pó do tapete com o aspirador.

— Cada dia ele está mais esperto, não é? – ele disse, sorrindo enquanto olhava para Jack. Tão bonitinho, com luvas amarelas na mão enquanto esfregava o pano no vidro da janela.

— Sim, ele está se tornando um bom garoto! – falei, sorrindo para Haymitch. Suspirei, e o chamei. – Vem aqui comigo no banheiro! – chamei, enquanto pegava o balde de água suja e fui levando em direção ao banheiro, joguei toda água suja na pia e comecei a encher com água novamente. E então olhei para Haymitch. – Então, eu preciso te pedir um favor! – comecei.

— Favor? – Haymitch perguntou, ele estava parado na porta do banheiro. Eu o encarei.

— Sim, eu vou precisar voltar na W&C Winter, tem como o senhor ficar com Jack? Vai ser por mais ou menos por uma hora só, é que quando eu chegar eu queria levar ele para tomar um sorvete e por isso não estou querendo levá-lo para escola! – eu pedi, e Haymitch então sorriu.

— Claro meu filho, você sabe que eu adoro ficar com ele! – ele disse, sorrindo, eu sorri de volta para ele. – Mas por que você vai de novo naquela empresa?

— Ah, é que a Johanna, a moça que comprou a impressora, ela prometeu ver uma vaga de estagio para mim na W&C Winter e pediu para que eu voltasse hoje na hora do almoço para ela me falar como que eu faço para conseguir a vaga! – eu expliquei.

— Sério? – ele disse, enquanto eu fechava a torneira e retirava o balde de dentro da pia. Olhei para ele e vi que ele sorria, ele se aproximou e deu um tapa de leve em meu ombro, parecia realmente animado com a ideia. – Por que você não me contou isso antes? Isso é uma ótima noticia!

— É que nada é certo, sabe? – eu falei.

— Não fala desse jeito meu filho, pelo contrario, ai que você precisa acreditar que já deu certo, a fé nesse momento é tudo! – ele disse, e eu sorri para ele. Sim, eu tentava pensar positivo, mas não era por isso que eu queria sair falando algo que eu não tinha certeza absoluta de que iria conseguir, na verdade eu não queria dar falsas esperanças a ninguém. – Vai lá meu filho e eu tenho certeza de que você terá boas noticias!

***

Realmente eu fui bem esperançoso até a W&C Winter, eu estava tão ansioso que até mesmo cheguei dez minutos mais cedo que o combinado, eu fiquei parado próximo ás escadas que levava em direção a empresa, até então avistar Johanna passando pela porta e descendo as escadas apressadamente, assim que ela me viu já foi se aproximando com um sorriso amável no rosto, ela passou a mão em seus cabelos e ajeitou a sua bolsa no ombro.

— Peeta, que bom te ver novamente! – ela comentou. – Eu dei uma checada referente ao estágio, e vão abrir na semana que vem!

— É mesmo? – eu perguntei, com um sorriso no rosto.

— Sim, mas quem vai selecionar os estagiários... – ela disse, e depois seu sorriso sumiu do rosto. – É a Katniss Hawthorne! – ela falou, e seu tom não saiu muito animado.  – Sempre quem selecionava é o Finnick Odair, outro sócio da empresa, ele sempre foi mais social sabe? Se fosse ele eu já poderia garantir uma vaga para você, só que ele viajou a negócios e não tem ainda data exata para voltar, ai ela ficou encarregada dessa função... – Johanna então suspirou. – Então complicou um pouquinho, mas vou ver como eu posso te ajudar...

Agora eu não sorria mais, lembrei no mesmo momento daquela mulher. Que segundo Johanna é uma mulher fria como gelo. Isso meio que me desanimou um pouco.

— Tudo bem... – falei.

— Então, me deixa o seu telefone, que vou ver o que eu posso fazer... – ela disse, pegando o seu celular de dentro da bolsa, e logo então comecei a passar o numero para ela.

Após ela anotar o meu numero, ela até me chamou para tomar um café, mas eu sabia que precisava economizar o dinheiro e então disse que eu estava com um pouco de pressa e então teria que ficar para outro dia.

Ela concordou, em seguida se despediu, afastando-se na intenção de almoçar em algum lugar, eu suspirei, passei a mão no cabelo e decidi voltar para o apartamento, agora na intenção de levar o Jack para tomar um sorvete, fazia tempo que não saiamos juntos, devido á falta de dinheiro. Então, eu queria aproveitar esse momento, afinal, não era todo dia que eu tinha alguns trocados sobrando.

Eu já ia dar as costas para começar a caminhar em direção ao ponto, para pegar um ônibus, na intenção de chegar mais rápido no prédio, quando, desisti ao ver alguém sair da W&C Winter, ao mesmo tempo em que um carro muito luxuoso parava em frente á empresa.

Fui observando aquela mulher descer as escadas, com o corpo extremamente ereto e exalando um imenso ar de superioridade, era tanta elegância que era até mesmo agradável ficar olhando para ela. Fiquei observando ela descer degrau por degrau, e acho que no momento nem piscar, eu piscava.

Vi um motorista descer do carro, e abrir a porta para ela, e naquele mesmo momento eu me lembrei do que Johanna falou. Era ela que iria selecionar os estagiários, aquela mulher extremamente linda e elegante, e que demonstrava também ser muito rica, e que segundo Johanna, tem um coração de gelo.

Não pensei duas vezes, meu instinto fez minhas pernas se moverem na direção dela, e quando percebi. Lá já estava eu, chamando o seu nome:

— Katniss Hawthorne? – falei. No mesmo momento ela parou e se virou em minha direção, olhou-me dos pés a cabeça e passou a mão nos seus cabelos negros que hoje estavam soltos. – Você teria um minuto?

continua...


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