Teia e Armadura escrita por AmlidArlequina


Capítulo 6
Respeito




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As mãos de Peter estavam em meus cabelos ao mesmo tempo que ele me beijava de um modo que por mais que eu gostasse dessas coisas e que eu seja a pessoa mais safada do mundo, chegava a ser ponográfico. Os sentidos de Peter eram aguçados e só então a minha ficha caiu de que ele deveria estar sentindo os efeitos da pequena dose de álcool em excesso, como se tivesse bebido N vezes mais.

— Vamos fazer aqui mesmo, Stark ! - ele praticamente gemeu ao pé do meu ouvido e isso me fez acordar.

— Peter, para ! - falei o afastando de mim quando sua boca desceu para o meu pescoço outra vez - Para !

— Você não me quer  ? - questionou rebolando no meu colo e eu o tirei de cima de mim, me levantando de uma só vez. Peter não era assim eu é que não iria me aproveitar dele naquele estado - Por que não me deseja, Tony  ? - questionou tentando me beijar novamente, mas eu segurei sua mão que tentava agarrar meu rosto.

— Steve, Bucky. Vamos ? Peter não está em seu melhor estado ! - falei passando minhas mãos por meu rosto.

Steve que tinha suas mãos ainda dentro da calça de Bucky e o devorava freneticamente, se mexeu o suficiente para poder ver Peter e a mim sem ter que tirar Bucky de seu colo e talvez fosse o seu olhar de soldado que o tenha feito perceber o mesmo que eu.

Bucky não pareceu reclamar, aliás logo pegou o braço de Peter e o ajudou a descer as escadas da balada. Eu poderia ter feito isso, mas a ideia de ter abusado de Peter estava me abalando um pouco. Preferi sentar na frente com Steve e deixei nossos pares sentados atrás. Me machucou muito ver Peter deitado no peito de Bucky chorando de soluçar dizendo que eu não o desejava e por isso eu o havia recusado, mas passaram apenas cinco minutos ou menos para que eu pudesse ver que ele havia dormido.

— Como foi que eu pude me esquecer que o corpo dele é frágil, Steve ? - questionei socando o painel do carro.

— A culpa não é sua, nós também nos esquecemos! - disse Steve - O importante é que você parou a tempo e não fez nada que não deveria !

— Isso não apaga. Que especie de cara eu sou ? To com um cara que tem idade para ser meu filho, que tem cara e corpo de criança e ainda dou bebida pra ele que é menor de idade ! - falei e mesmo que Steve não fosse a melhor pessoa para que eu pudesse desabafar, eu estava fazendo. Sentia um nó na minha garganta.

— Você sabe que essa coisa de idade, não é tão importante mais nessa sociedade que vocês vivem agora, não é ? - questionou Bucky e eu estava quase arrancando seus dedos por ele estar ousando fazer carinho nos cabelos de Peter - Sem contar que o aniversário de Peter é na semana que vem. Em menos de sete dias ele faz 18 anos, Tony !

— Eu sei, eu só não quero errar com ele ! - disse respirando frustrado.

É claro que eu me lembrava que seria aniversário dele, tinha vários planos para aquele dia, mas minha preocupação naquele momento era o que Peter estava pensando de mim e em como eu havia sido um idiota.

Não demoramos para chegar no complexo. Bucky queria me ajudar carregando o garoto, mas como eu já estava mais calmo, eu fiz questão de pegar Peter que logo se acomodou perfeitamente em meus braços, encaixando a cabeça em meu ombro e sorrindo inconscientemente ao se sentir no meu colo.

Bucky e Steve se mantiveram calados e só voltaram a falar algo quando cheguei na altura do quarto de Peter perguntando novamente se eu queria ajuda e eu só aceitei em relação a abrir a porta. Assim que adentrei o local e coloquei Peter deitado em sua cama, fecharam a porta por mim.

Pensei em dar um banho em Peter, mas não seria muito aconselhável apesar dos meus hormônios estarem nulos ou até mesmo em um grau negativo naquele momento, então tudo o que fiz, foi retirar as peças de roupa de Peter, o deixando apenas de cueca, essa rosa. Não pude deixar de olhar seu corpo e pensar em como ele me atraia de um jeito inédito e que me deixava envergonhado ao mesmo tempo que me fazia pensar em como eu o protegeria de tudo nesse mundo, até mesmo de mim mesmo. Levantei as cobertas antes de colocá-lo por debaixo delas e assim que o fiz. Retirei minha calça e minha jaqueta, ficando de blusa e cueca e me enfiei por debaixo das cobertas também, mas dando um espaço suficiente para que meus braços não o apertassem contra meu peito ou que eu quisesse dormir de conchinha com ele.

Passei a noite toda ali, acordado e sorrindo encarando aquele moleque dormindo. Todas as minhas convicções e verdades haviam sido mudadas pela presença de Peter em minha vida. E eu só tinha a agradecer.

Acordamos com a voz de Sexta falando que era o horário de Peter acordar para ir a escola. Os olhos castanhos tão parecidos com os meus me fitaram de uma forma tão amorosa que eu me sentia o homem mais amado do mundo e mais sortudo também. Eu só havia sido encarado daquela forma por Pepper e eu não correspondia o olhar com a mesma intensidade que eu fazia agora porque eu não a amava de verdade.

— Bom dia, meu bem ! - falei com tanta ternura na voz que eu mesmo não me reconhecia - Como você está ?

— Me desculpa por ontem, Tony ! - disse ele, ainda sorrindo como uma criança que aprontou e sabe que está encrencada - Eu não deveria ter bebido, mesmo que pouco. Eu já sei que me faz mal porque eu experimentei cerveja uma vez e bastou um gole para que eu até mesmo tivesse ressaca !

— Está tudo bem, meu amor ! - falei beijando sua testa apesar de ter vontade de brigar com ele - Só peço que me conte essas coisas porque eu não poderia ter deixado você beber !

— Não, eu é que sabia que não podia e fiz mesmo assim ! - disse ele envergonhado - Eu me lembro do que fiz e agradeço por você ter sido tão cuidadoso comigo, mesmo querendo algo mais !

— Acima de tudo, eu respeito você, meu amor ! - falei levando minhas mãos até seu rosto e fazendo carinho em sua bochecha - O que mais você não pode fazer ?

— Não posso ir em baladas muito mais agitadas do que as de ontem, é muito barulho e muitas pessoas no mesmo lugar ! - disse ele - Não posso ingerir bebidas alcoólicas e nem mesmo com muita açúcar. Não posso ficar em locais ou diante de situações que tenham aquelas luzes fotossensíveis que mexem com quem tem epilepsia, porque os meus sensores sentem tudo com mais intensidade !

— E quando eu te toco ? O que você sente ? - questionei descendo meus dedos de sua bochecha pelo pescoço até tocar chegar ao seu peito e tocar seu mamilo esquerdo, vendo o fechando os olhos e até mesmo abrindo os labios para sentir melhor o contato.

— Eu sinto cada toque com uma carga emocional e sensual muito grande ! - disse ele, os lábios abertos como se estivesse tentando respirar - Cada beijo manda tanta emoção por mim que eu chego a sentir dor no corpo inteiro !

— Quer que eu pare de te tocar ? - questionei e estava tentado a subir em cima dele e tocar seu corpo inteiro apenas para ouvi-lo gemer e sentindo prazer.

— Não, isso nunca ! - disse ele em um gemido e eu não podia ficar naquela cama com aquele garoto ou a coisa não ia prestar - Por favor, não me prive dos seus beijos e toques, Tony. Por favor, não faça isso comigo !

— Sexta, guarde essa anotação e mande para o meu celular ! - falei afastando minha mão- Temos que levantar, ou você vai se atrasar !

— Posso te pedir um beijo antes ? - questionou ele.

— Com você subindo no meu colo ou não ? - questionei em tom de provocação.

— Acho que daqui alguns dias com álcool ou não, eu com certeza estarei no seu colo, mas agora vai ser só um beijinho ! - disse ele me devolvendo no mesmo tom de voz - Bom dia, Tony !

— Garoto, volta aqui ! - gritei, mas Peter simplesmente parou no marco da porta do banheiro, me mandou um beijo no ar e se trancou no banheiro.

Senti vontade de esmurrar aquele garoto, mas foi engraçado eu admito. Nos arrumamos e logo ele estava pronto e sentado ao meu lado tomando café. Peter ainda estava envergonhado, mas estava tentando lidar com tudo de forma natural, como se nada tivesse acontecido.

Dispensei Happy e fiz questão de ir levá-lo. Claro que fazendo questão de beijá-lo sempre que possível. Meu dia teria sido ainda melhor, se eu tivesse podido passar o resto do dia com Peter, mesmo que para isso ele tivesse de faltar a escola, mas para a minha infelicidade, Fury entrou em contato comigo. Eu tinha uma missão de mais ou menos três dias e tinha menos de uma hora paga pegar o começo da missão.

May recebeu quase no mesmo instante uma quantia considerável para a manutenção tanto de organização quanto de alimentos para manter o conforto de Peter enquanto eu estivesse fora, mesmo que três dias fossem pouco, era muito longe do meu menino.

"Amor, estou saindo em missão. 

Estarei no celular a maior parte do tempo, 

se eu não responder, é porque estou em missão.

Tenha juízo por você e por mim.

Happy vai te levar para a casa de May no fim da aula.

Saiba que vou estar pensando em você o tempo todo.

Volto logo para te manter abraçado e fazendo bagunça no meu laboratório.

Beijo, eu te amo, moleque teioso !

Não pude deixar de mandar para que ele soubesse que estava tudo bem.


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