Vidas escrita por Miris


Capítulo 3
Vamos conversar


Notas iniciais do capítulo

E cá estamos nós... Dia 31/01/2019 com mais um capítulo de Vidas!
Aproveiteem!



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            A semana foi passando tranquilamente, exceto pelo fato de que Castiel não falava mais comigo e me evitava. Eu preferi deixar todo o estresse dele passar para podermos conversar.

            Eu ainda não entendia o que havia feito de errado e o porquê de Castiel ter ficado bravo comigo por Ambre simplesmente ter mencionado o nome do irmão. Falando nela, eu não sentia raiva, afinal estava com ciúmes do irmão e talvez tivesse um relacionamento mal resolvido com Castiel.

            Então para evitar confusão, comecei a passar meus recreios com Ken, que parecia que tinha uma fissura com biscoitos recheados de chocolate, mas tirando isso era alguém legal. Ambre não me incomodou durante algum tempinho, Castiel sempre dava um jeito de se esquivar até mesmo na sala de aula.

            Na quarta-feira, durante uma saída rotineira que a escola fazia, ele me viu conversando com Nathaniel, foi aí que sua carranca aumentou, enquanto Ambre parecia querer me matar.

            Hoje é sexta-feira. O despertador tocou informando que já era a hora de levantar. Comecei a me espreguiçar, mas não vi que estava perto da beirada da cama, fazendo com que eu caísse de costas no chão.

— Arg! – Gemi.

“Tudo bem aí?”— Ouvi meu avô do outro lado da porta.

— Tá sim, vovô. Eu só caí. – Me levantei e entrei no banheiro embutido em meu quarto.

            Tomei um banho morno rápido após fazer minhas necessidades e fui me arrumar. Depois de pronta, eu desci as escadas com minhas coisas e fui tomar café.

— Blanche, querida, seu ombro está roxo. – Minha avó disse tocando a pancada.

— Aí vovó. – Eu ri da curiosidade dela. – Eu só caí da cama.

— Eu vou pegar a pomada. – Ela diz e desaparece dentro da cozinha.

— Algo de bom no jornal vovô? – Perguntei enquanto comia um croissant.

— Nada de novo, querida. – Ele dobrou o jornal e começou a tomar seu chá.

— Ah, tia Dayane, hoje irei te ajudar na loja. – Ela sorriu.

— Já pensou em ter uma vida garota? – Ela brincou. – Pare de trabalhar tanto.

— Eu gosto. – Eu sorri. Vovó voltou com a pomada e passou em meu ombro. – Aí vovó.

— Tem que passar, não quero minha neta com a pele de boneca marcada. – Eu ri.

— Obrigada vovó.

            Assim que terminei meu café, me despedi de todos e fui para fora. Coloquei meus patins e segui para a escola, havia pensado muito na noite anterior, eu iria falar com Nathaniel. Eu sei que ele irá me explicar melhor isso.

            Cheguei bem cedo na escola, tirei meus patins e coloquei meu All Star rosa, logo seguindo para dentro da escola. Infelizmente Nathaniel não estava na Sala do Grêmio, então deixei para depois.

            Fui para sala e comecei a conversar com Ken que logo chegou. Ele me contou que seu pai era militar e sua mãe era uma mulher muito adorável. Ele me contou como era a vida nele na antiga escola e o coitadinho sofria bullying.

— Para sua sorte, agora você tem uma amiga que se puder, vai fazer de tudo para evitar que você sofra. – Eu brinquei fazendo golpes de karatê no ar e Ken riu.

            Eu estava conversando com Ken quando Lysandre e Castiel apareceram na porta da sala. Castiel me olhou, mas me ignorou completamente enquanto Lysandre me cumprimentava. Sorri para Lysandre e fingi que nunca vi Castiel, para ele ver como é bom ignorar os outros.

            Infelizmente, Nathaniel não esteve presente nas três primeiras aulas. Mas eu já havia decidido que iria até o Grêmio no recreio para ir conversar com ele e esclarecer essa dúvida que eu tinha.

            Quando o sinal finalmente bateu depois de três longos e lentos horários, eu me despedi de Ken e voei para o Grêmio Estudantil. Quando eu cheguei lá, estava vazio e Nathaniel não se encontrava. Então decidi ficar por ali e lanchar enquanto o esperava.

            Quando a porta se abriu vi o loiro entrar na sala, então só precisei esperar ele notar minha presença e falar comigo. Quando me viu, ele se assustou.

— Oi Blanche. – Ele sorriu e eu retribuo.

— Oi Nathaniel. – Eu levantei e lhe dei um abraço. – Podemos conversar? É um pouco sério.

— Claro! Você pode apenas me esperar cinco minutinhos? – Assenti com a cabeça. – Pode me esperar aqui mesmo, os outros representantes estão em reunião e não vão nos incomodar.

            Nathaniel saiu novamente pela porta, enquanto isso eu fiquei na sala ainda comendo e comecei a observar ao meu redor. A sala do Grêmio Estudantil tinha suas paredes pintadas de um verde água bem claro. Ao lado da janela havia uma máquina de Xérox e acima alguns avisos colados. Ao lado esquerdo da máquina havia um quadro de avisos repleto de folhas pregadas, algumas até meio bagunçadas.

            No cantinho ao lado do quadro, havia dois armários de metal da cor azul, cada um com cinco gavetas onde eram marcadas com letras do alfabeto. Na frente do quadro de avisos havia uma grande mesa oval perolada com um espaço no meio. Ao seu redor havia cadeiras da cor marrom com o acolchoamento vermelho.

            Na outra extremidade da sala, havia outro armário de metal azul com três gavetas ao lado da porta. No outro canto, havia um bebedouro e entre ambos havia uma mesa com cadeira virada de frente para a grande mesa oval.

            Eu estava sentada na grande mesa quando a porta se abriu novamente revelando o loiro apenas com a prancheta vazia em mãos. Ele fechou a porta e virou a plaquinha para quem estivesse do lado de fora pudesse ler “Ocupado”.

— Pronto. Assim ninguém irá nos interromper. – Sorri para ele.

— Você faz isso comigo e com mais quantas? – Provoquei e ele sorriu.

— Acredite você é a única. – Rimos.

— Tá bom. – Nathaniel foi em direção à mesa executiva e se sentou na cadeira. Acompanhei e sentei na beirada da mesa, olhando para ele.

— O que queria conversar comigo Blanche? – Olhei meio sem graça.

— Bem... É sobre Castiel. – Sua expressão mudou completamente.

— O que quer falar sobre ele? – Ele tirou seu olhar para mim e desviou como se tentasse fugir desse assunto.

— Quero tirar uma dúvida. – Nathaniel permaneceu em silêncio, então aproveitei para puxar uma cadeira e me sentar em sua frente. Apoiei meus braços em sua mesa. – Nathaniel, olha para mim. Eu não mordo! – Ele foi levantando seu olhar aos poucos e, ficou vermelho do nada. Eu não pude entender o porquê disso ou de ter levantando seu rosto tão rapidamente.

— Pode dizer. – Ele parecia meio envergonhado, então encostei-me à cadeira.

— Tudo o que eu quero saber é: se você e Castiel têm alguma rixa? – Ele suspirou.

— Sim, nós temos. Não nos damos muito bem desde há algum tempo. – Cruzei meus braços.

— E sua irmã parece gostar muito dele...

— Digamos que eu meio que ajudei nisso. – Arqueei minha sobrancelha.

— Acho que no momento isso não importa. – Descruzei meus braços e fui até ele. – Desculpa ter te feito falar sobre isso. – Eu o abracei e dei um beijo em seus cabelos loiros.

            O loiro se assustou um pouco com meu movimento, mas ficou quieto. Eu cheirei seus lindos cabelos e eles eram tão macios e sedosos. Corei por ter tais pensamentos em minha mente e me afastei.

— A-acho que está na minha hora. – Sorri sem graça. – Até Nathaniel.

            Eu não pude esperar sua resposta, apenas sai do Grêmio extremamente vermelha e com o coração meio disparado. Não! Pare com isso. Eu não posso me aproximar de garotos com intenções amorosas. NUNCA! Ainda é muito cedo para isso...

            Eu me encostei ao lado da porta para respirar. Quando olhei para frente, pude ver Castiel me fuzilando com o olhar e logo seguindo para o lado da biblioteca. Chega! Irei resolver isso, e agora mesmo.

            Apressei o passo, deixei minha vasilha no armário e corri até Castiel. Peguei-o pelo braço quando estava subindo as escadas. Ele me olhou com uma carranca, pronto para gritar, mas não o fez quando notou que era apenas eu.

— O que quer? – Ele puxou seu braço grosseiramente.

— Pode parar de agir feito criança? – Ele me olhou feio.

— Como assim? – Olhei para ele incrédula.

— Olha Castiel, eu adorei te conhecer e realmente te considerei um amigo. – Ele me encarava. – Mas do nada, por causa de uma fofoquinha parou de falar comigo e tem agido como uma criança mimada.

— Criança mimada? – Ele se enfureceu. Ignorei.

— Se você tem algum problema com Nathaniel, que vocês se resolvam. Eu não tenho obrigação de me meter no meio para proteger um e abandonar o outro. – Ele ia abrir a boca, mas continuei a falar. – Não estava dando em cima do Nathaniel se é o que quer saber, estávamos conversando e ele me tirou de perto da irmã. – Respirei. – Agora não me peça para ter que escolher entre os dois, porque ambos são meus amigos. E eu nunca iria obrigar os dois a se falarem, então respeite minha amizade com o Nathaniel.

            Quando havia terminado de falar, meu peito subia e descia de nervosismo. Eu não queria perder a amizade de Castiel, eu havia gostado daquele jeito meio durão dele.

— Quando estiver pronto para conversar e retomar aquela amizade que eu penso que exista, a gente conversa. – Dei-lhe as costas e saí andando.

Eu sei muito bem que Castiel não é o tipo de pessoa que pede desculpas e confessa que estava errado. Mas eu sei que, se ele tiver alguma consideração comigo, vai ficar se remoendo por todo final de semana. Na segunda-feira posso falar com ele normalmente que ele nem vai ligar e tudo voltará ao normal... Eu acho.

Ai, ai! Esses garotos, sempre procurando motivo para ficarem com raivinha. E ainda ficou bravo por que eu converso com Nathaniel e sua irmã fez uma fofoquinha. Aliás, e daí se eu estivesse paquerando o loiro? Ele não tinha o direito algum de ficar daquele jeito, ele não é dono da minha vida ou namorado.

Ah, Castiel... Sinto que você ainda vai me dar dor de cabeça com esse seu jeitinho turrão, mas que no final iremos rir de tudo. Fazer o quê? Eu escolhi ser amiga dessa cabeça de tomate azedo.

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Notas finais do capítulo

Eu espero que estejam realmente aproveitando a fic. Estou apaixonada seriamente por Blanche ♥

Blanche:
https://www.fashmates.com/set/235940060-1526039424929



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