Vidas escrita por Miris


Capítulo 10
Kentin


Notas iniciais do capítulo

A KRALH@ DO ENEM PASSOU E AGORA EU TENHO TEMPO PARA ESCREVER!!!
AÊÊÊ BUCET@@@@@@@@!


Então galerinha, a última atualização foi no dia 20 de Junho. Pouca vergonha? Pouca vergonha! Mas fazer o quê?! Estudos tomam tempo.
Prometo que irei me dedicar mais a vocês! Mas sabe como é: vida social, boy, família... Difícil, rsrs...

Aproveitem ♥



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            O dia amanheceu bem estranho. Parecia triste, como se alguém estivesse pronto para ir embora e trazer melancolia para alguma pessoa. Eu tomei um banho quente lavando os cabelos na água fria – se arrependimento matasse— e logo fui hidratar minha pele.

            Hoje era um daqueles infelizes dias em que eu estaria mais sozinha do que tudo. Meus avós decidiram ficar na cama até mais tarde, minha mãe e minhas tias decidiram sair bem cedo para resolver negócios no banco.

            Eu arrumei o meu café e logo fui para cozinha separar meu lanche e meu almoço. Para o lanche eu comeria uvas, morangos e nozes. Para o almoço, eu compraria na escola. Tinha um dinheirinho extra para gastar com uma estripulia.

            Colocado tudo dentro da mochilinha, eu saí de casa deixando meus patins na sapateira de madeira ao lado da porta e fui buscar minha bicicleta presa na vaguinha dela em meu quintal. Eu realmente deveria usá-la mais.

            Fui pedalando calma até a escola, afinal eu quase nunca me atrasava apenas em casos urgentes. Assim que coloquei o pé na escola comecei a sentir uma dor horrível na região do abdômen, então tratei de estacionar e prender a bicicleta em seu devido lugar.

            Comecei a correr em direção ao banheiro mais afastado da escola, mas no caminho ouvi duas vozes masculinas me gritarem. No banheiro, joguei minha bolsa em cima da pia de granito e corri para um dos sanitários.

Blanche?— Ouvi uma voz distante enquanto eu tossia e vomitava um pouco do café. – Blanche... ‘Tá tudo bem?— A porta foi aberta e eu pude ouvir com mais clareza.

— C-cla... – Fala interrompida por vômito. – ‘Tá s-sim. – Silêncio. – Ainda está aí? – Minha voz estava fraca.

— Sim, precisa de ajuda?

— Dentro na mochila tem um remédio para cólicas. No bolso pequeno da frente. – Disse entre gemidos. – Pode pegar para mim?

— Claro. Vou abrir sua bolsa, licença. – Dei descarga e saí cambaleando do banheiro dando de cara com Nathaniel.

— Ah, oi Nath. – Peguei o remédio que me estendeu e engoli de uma vez.

— O que foi isso? – Perguntou enquanto eu ia até a pia e engolia a água fria da torneira.

— Tenho problemas com fortes cólicas que me atacam de repente. Elas me deixam facilmente desestabilizada.

— Você está...? – Ele questionou vermelho. Meninos são tão bobos!

— Não, desceu há uma semana e meia. – Peguei a escova de dente e pasta em minha bolsa. – Já passei da época.

— Isso é... Normal? – Eu assenti enquanto colocava a escova em minha boca e tirava o gosto de vômito. Ele me esperou escovar os dentes.

Eu já olhei isso...— Disse atrapalhada com espuma na boca. – É de família. – Cuspi na pia e enxaguei a boca. – Todas as mulheres da família sofrem com isso.

— Já está melhor? – Eu guardava minhas coisas na bolsa.

— Vou ficar melhor assim que ir comer alguma coisa. O meu café foi todo embora. – Rimos e seguimos em direção à porta. Olhei ao redor e não tinha ninguém, então pudemos sair tranquilos.

— NATHANIEL! – Paramos em um dos corredores quando ouvimos a voz de uma conhecida. Respiramos fundo em conjunto e nos viramos. – Está com essa garota de novo?!

— Sim, Ambre. – O loiro suspirou. – Não pode controlar com quem eu me relaciono.

— Pode até ser irmãozinho, mas com essa daí. – A loira me apontou com desprezo.

— Eu adoro quando você me aponta com repulsa e como se eu nem estivesse aqui. – Disse suspirando cansada disso. Ela fechou a cara para mim. Essa menina fica bonita até fazendo careta?! Que absurdo!

— Olha aqui Blanche-...

— Nathaniel. – Todos pararam ao ouvir a voz de Melody que estudou todas as posições do nosso estranho trio. – Você está com essa garota de novo?— Ela murmurou com a cara fechada.

— Viu irmãozinho? Até mesmo Melody concorda comigo. – A loira colocou as mãos na cintura e esperou uma resposta do irmão mais velho. Era como se ela estivesse certa.

            Nathaniel abaixou o rosto e colocou os dedos entre os olhos. Parecia nervoso e eu pude confirmar quando levantou a cabeça. Sua expressão estava séria e chegava a tremer as pernas sob seu olhar mortal, seus olhos cor de mel brilhavam com raiva.

— Blanche é minha amiga e eu vou andar com ela quando bem quiser. – Ele pegou em minha mão e as duas ficaram assustadas. – Agora se me derem licença, minha amiga está doente e eu preciso cuidar dela.

            O loiro me puxou de lá e fomos seguindo pelo corredor enquanto ele encarava o corredor como se pudesse matar qualquer um pelo olhar. Depois de um tempo Nathaniel finalmente me soltou e respirou fundo. Ele se virou para me olhar e estava corado, constrangido. Sorri para ele e o abracei com força.

Obrigada por me defender. – Sussurrei.

Não está brava?— Ele respondeu na mesma intensidade, e eu neguei com a cabeça. Me desfiz do abraço e o olhei.

— Às vezes, sinto que você carrega coisa demais em suas costas e nunca pode contar com ninguém. – Ele sorriu tímido com o olhar no chão e de bochechas rubras. – Eu vi a expressão delas, você não fica bravo na frente de ninguém. – Coloquei as mãos em sua bochecha. – Você guarda tudo demais Nath, devia contar mais com alguém. – Ele me abraçou forte.

— Obrigado Blan, você é a melhor. – Sorri e o abracei.

— Imagina, eu apenas amo meus amigos.

— Vem, vou te pagar um lanche. – Ele me soltou e seguiu para fora.

— Ei, não precisa disso. – O segui lado a lado.

— Você tomou um remédio forte de estômago vazio, é claro que precisa comer. – Ele me olhou e levantou a sobrancelha. – Ou você trouxe almoço?

— Eu trouxe comida para o intervalo e um pouco de dinheiro para o almoço. – Rebati.

— Ótimo, vou te pagar o segundo café.

— Como você é chato! – Rimos.

            Nathaniel me pagou um pão de leite condensado com bastante coco ralado e uma vitamina. Comi em sua companhia e pudemos voltar para a escola, afinal não demoraria em o sinal tocar. Dentro da área da escola seu woki toki pendurado na calça tocou e ele teve que ir embora.

— Tenho que resolver uma transferência de aluno de última hora. – Ele disse.

            Eu fui em direção a minha sala enquanto sentia a dor, finalmente, sumir. Assim que entrei em sala fui atingida por um abraço na cintura que me pegou de surpresa. Meu corpo gelou e eu tive tanto medo, Priya e Lety me viram e sinalizaram para que eu me acalmasse.

Blanche...— Uma voz masculina abafada e chorosa me despertou. Eu me virei e dei de cara com... Ken?!

— Kentin? Aconteceu alguma coisa? – Ele se afastou um pouco e limpou as lágrimas. – Ambre te machucou de novo?

— Não – ele dizia choroso – eu vou embora Blanche. – Meus olhos triplicaram de tamanho.

— C-como assim? Ken... Não pode me abandonar. – Meus olhos se encheram. Priya e Lety se aproximaram para ouvir o que acontecia.

— Meu pai soube do que Ambre fazia comigo e achou melhor me mandar para um colégio militar. – Ele fungava, era uma cena de cortar o coração. – Ele quer que eu vire homem. – Fechei a cara.

— Ser homem é muito além de ter músculos e ser do colégio militar. – Coloquei as mãos em seus ombros. – Ken, você é um exemplo de homem de verdade. Gentil, educado, não intimida ou ameaça mulheres. Nunca levantou a mão ou a voz para ninguém. Você é honesto. Isso te faz homem!

— Blanche! – Ele me abraçou e eu não pude negar isso a ele. – Eu nunca vou te esquecer.

— Nem eu Ken. Prometo para você, ainda vamos nos ver e eu farei cookies com muitas gotas de chocolate. – Nos soltamos e ele sorriu. Abraçou minhas amigas e seguiu pelo corredor.

Saber de sua partida foi a pior coisa do mundo. Ele sempre foi um garoto tão gentil e aplicado, é tudo culpa da Ambre e essa terrível mania de mandar e diminuir os outros. Os olhos dele esbanjavam tristeza e isso me doía profundamente. Pobre Ken! Tão bom...

— Você... – Lety começou. – Quer bater na Ambre?

— Ela ainda não me irritou. – Disse calma. – Eu só parto para violência se for realmente necessário.

Que droga!— Lety resmungou e Priya revirou os olhos.

— Sinto muito pelo nosso baixinho. – Suspirei.

— Eu também Priya, eu também. – Disse cansada e entrei em sala. O professor havia surgido na porta da Sala dos Professores.

            Entramos na sala e sentei ao lado da janela para pensar. Ver meu amigo ir embora era triste e o tempo parecia que sentia o mesmo que eu. O céu estava cinzento e uma leve chuva começou a cair. Não tinha trovões ou relâmpagos, apenas uma leve chuva que me fazia ter uma enorme preguiça da aula de geografia.

            Os dois horários passaram bem lentos com o professor passando matéria no quadro e explicando tudo de maneira monótona. Ninguém falava ou cochichava, muito menos mexiam em celulares. Alguns alunos ouviam música com a cabeça apoiada nos braços enquanto observavam o professor. Estava tudo chato e tristonho demais.

— Olha para a Blanche – Ambre surgiu do além para poder me encher a paciência – toda triste porque o amiguinho dela foi embora e a largou.

“Fala sério! Ela não tem o que fazer?”— Pensei enquanto fechava o meu armário.

— Seu namoradinho te largou Blanche? – Ela zombava. – Nem ele te quis. – Puxei todo o ar que pude com força e me virei para ela querendo matá-la com o olhar. – Sua cara ridícula não me assustada.

Essa foi à gota d’água!— Eu disse entredentes e fui com tudo em sua direção e isso a apavorou. Seus olhos tinham o dobro do tamanho e suas amigas estavam assustadas. – Você tem sorte de não ter me irritado o bastante Ambre! Eu apenas bato em quem realmente merece, mas se continuar dessa maneira não irei hesitar em te mandar para o hospital. – Disse da forma mais ameaçadora que pude e logo me afastei para não arrumar mais problemas.

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Notas finais do capítulo

Eu logo vou voltar para atualizar. E eu prometo que as coisas vão pegar um pouco de fogo.
Aqueles... ADOROOO rsrs ♥



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