Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 5
Edward: uma visão diferente dos fatos


Notas iniciais do capítulo

Descupem o atraso. Espero que gostem.
bjs!



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POV Edward

 

Ela sabia. Durante toda a noite eu pensei sobre isso, recapitulando tudo. Bella sempre foi uma surpresa pra mim. No início quando eu não pude ler sua mente, depois quando Alice não conseguiu ver quase nada sobre ela. Mas era fascinante ela ser assim pra mim. Como se ela fossse feita pra mim, como se ela tivesse chegado pra acabar com o tédio que era a minha vida. Depois dela tudo era luz. No começo eu me assustei, com seu cheiro tão doce pra mim que eu tive medo de mata-la. Me afastei por um tempo, mas não consegui ficar longe dela. Eu já era dela.

Voltei pra Forks. Era madrugada e as horas não passavam, então resolvi vê-la. Imediatamente Alice veio até mim dizendo que eu tinha sumido. Eu não sabia o que aquilo significava, mas eu iria assim mesmo. Entrei pela janela e fiquei observando, sua pele branca em contraste com seus cabelos negros, sua boca rosada entreaberta, suas curvas tão perfeitas... Então ela falou.

-Edward. –parei de respirar. Será que ela tinha me visto? Mas não, ela estava sonhando. Comigo. Foi como estar no paraíso. Eu não podia ficar longe dela.

Resolvi falar com ela na escola. Ah, como ela me fascina. Suas respostas às minhas perguntas só me deixavam mais curioso. O jeito que ela me olhava, toda vez que falava sobre seu passado, como se ela já tivesse passado por muita dor, me fez querer protegê-la de tudo e de todos.

 No estacionamento, quando aquela van foi pra cima dela, eu só conseguia pensar “ela não”. Eu não pensei em mais nada, só em como salvá-la. O modo como ela reagiu ao acidente foi tão diferente de como outras garotas reagiriam. Bella ficava olhando os enfermeiros e o modo como eles cuidavam dela como se tudo fosse muito engraçado, como se fosse besteira. E então ela quis falar comigo. Deus, como foi difícil convencê-la a esquecer aquilo, ter de mentir, ter de fazer ela passar por louca quando, na verdade, ela era a mais perspicaz.

Eu precisava manter distância, pois ela sabia demais. Os dias eram dolorosos. Ficar tão perto dela e não poder lhe fazer perguntas, ficar observando ela pela mente de outras pessoas, ver Mike Newton dar em cima dela e não poder arrancar-lhe o pulmão... Eu via a dor dela também e isso me matava.

À noite, eu ia velar seus sonhos. De vez em quando, uma coruja entrava em seu quarto e me olhava com censura até finalmente dormir em uma gaiola. Estranho. Eu nunca tinha visto nada parecido. Bella continuava falando ao dormir. Às vezes chamava a mãe, outras chamavam pessoas estranhas como Alvo, Harry, Cedrico,...ela sempre dizia “Cedrico não morra” quase implorando e meu coração apertava por que ela chorava dormindo. Ah, e ela chamava meu nome. Todo dia. Ela dizia “Edward não vá, não me deixe” e meu coração, se pudesse bater, bateria como as asas de um colibri.

No dia em que aquele Mike a chamou a ir ao baile, eu gelei, mas eu sabia que isso tinha que acontecer, que ela tinha que ser feliz com alguém normal. Mas ela disse não, e depois disse não pra todos os outros. Então veio a dúvida. Será que ela tinha alguém? Talvez esse tal de Harry... Mas ela deu uma descupa dizendo que ia pra Seattle no fim de semana, e o ciúme dentro de mim diminuiu.

Eu estava chegando em casa, decidido a falar com ela no dia seguinte e pedir pra ir a Seattle com ela, quando Alice teve uma visão de um vampiro, que iria chegar na cidade e falar com Carlisle. O vampiro iria ao hospital falar com ele e daria tudo certo, de acordo com Alice. Resolvemos esperar. Quando Carlisle chegou, ele resumiu tudo o que eles tinham conversado, e todos ficamos mais calmos. Segundo meu pai, ele não queria encrenca.

Eu estava decidido a ficar vigiando mais a Bella, só pra garantir. Então Alice viu o tal Vampiro na casa da Bella. Na visão, que era muito fraca e embaçada, ele a abraçava e ela ficava parada, como se estivesse com medo.     

Não pensei, só corri o mais rápido possível pra casa dela, mas ele já estava lá. Os dois estava sentados no sofá dela, um de frente pro outro, conversando calmamente. Subi em uma árvore e observei, mas não pude ouvir nada. Era estranho, pois minha audição de vampiro era perfeita. Vi ela olhar pra ele impassível, enquanto ele contava algo pra ela. Ela disse algo de um jeito petulante, como se estivesse indignada. Então ele se ajoelhou na frente dela e ela gaguejou algo, sua expressão surpresa. O que ela disse o fez ficar feliz. Ele se levantou, a puxou para si e a abraçou igual a visão da Alice. Mas não era medo que ela sentia, era surpresa, como se ele estivesse louco. Mais uma vez eu não pensei.

Pulei pela janela da sala e o encarei. Ele percebeu minha presença e se pôs protetoramente na frente dela. Eu vi o medo estampado no rosto dela quando ela pegou uma vareta e a empunhou como se fosse uma arma. Então ela me viu, e tado o seu pequeno corpo relachou. O vampiro na frente dela continuou me encarando. Agora eu podia ouvir seus pensamentos.

”quem é esse maluco? Será que é um Cullen? Mas eu disse pro líder deles que eu iria ver uma conhecida e que não queria machucar ninguém. Foda-se. Vou matá-lo por ele ousar me atrapalhar. Logo agora que ela tinha cedido...”

Então seus pensamentos giraram em torno de uma garota que viveu a muito tempo atras e de como salvar a Bella de mim. De mim? Ele era o assassíno.

 

-Edward. Pelas causas de Merlin! Que susto!

 

Ela disse, guardando a varinha no bolso da calça. Ela tentou sair detrás dele mas ele pôs o brço no meio, impedindo-a. Rosnei. Eu iria matá-lo.

 

-Tudo bem Damon, confie em mim, Edward não vai me machucar.

 

Então eu percebi o que tinha feito. Eu estava rosnando, com meus dentes à mostra, na frente dela. Ela finalmente via o monstro que eu era. Talvez fosse melhor assim, ela se afastaria do perigo que eu sou. Mas doía demais pensar assim. O vampiro, Damon, obedeceu a ordem dela, ficando em uma posição menos agressiva, mas ainda protegendo-a. Ela fez uma cara de reprovação ao braço dele, ignorou-o, e veio até mim. Eu relachei.

 

-Edward, eu estou bem. O que você está fazendo aqui?

 

Eu me senti mal. Ela não corria perigo, mas eu não ia deixá-la só com ele de novo. Pude ouvir Damon pensando em como eu era um idiota. Assim como eu, ele estava analisando as reações dela, só que ele estava com medo dela mudar de idéia sobre salvar a garota em que ele pensava.

 

-Nos espionando pela janela. Seu pai, o Dr. Cullen, era muito mais educado. -falou com escárnio.

Sim, ele era. Senti vergonha por ela me ver assim.

 

-Descupe. Eu só pensei... –comecei a dizer, mas o idiota me interrompeu.

 

-Não, você não pensou. Você invadiu.

 

-Calma Damon, ele deve ter ficado preocupado comigo, sozinha com um vampiro. Eu acho...

 

A voz dela foi diminuindo e ela ficou vermelha. Eu queria tomá-la em meus braços e correr com ela, pra bem longe.

 

-Sim, eu fiquei preocupado com você.

 

Eu disse e ela voltou a respirar, tomada por um alívo que me fez querer sorrir. Damon ficou com medo. Em seus pensamentos deturpados ela pensava que ela o amava e sentiu ciúmes de mim. Ele achava que ela era dele.

 

-Isso não lhe dá o direito de entrar aqui. Saia. Agora. –ele disse frio e eu tremi, não pelas palavras dele, mas por pensar nele sozinho com ela. Eu precisava dizer a ela o quanto ele é perigoso, mas como dizer isso se eu também sou?

 

-Bella, ele é... perigoso –eu disse.

 

-Eu sei Edward, o Damon é um vampiro.

 

Toda a sala rodou, se eu fosse humano teria caído pra trás. Ela sabia. Sabia e mesmo assim estava conversando com ele.

 

-Você sabe que ele é um vampiro e não tem medo? -eu não podia acreditar.

 

Damon riu com escárnio. “imbecil, e você é o que?“ Ela iria falar que eu também era um. Olhei nos olhos dela, preparado pra ver o medo surgir neles.

 

-Você fala como se não fosse um vampiro também.

 

Ela me olhou, e parou de respirar. Depois de me analisar por um bom tempo, ela disse:

 

-Já chega Damon, se você quer realmente minha ajuda.

 

Damon parou com a cara de deboche, a encarou sério, e se sentou. Eu não pude acreditar. Ele a obedeceu. “Agora ela vai dar razão ao arrombador de janelas, rá, ilário. Só espero que não se esqueça do que me prometeu.” Então os pensamentos dele voltaram pra garota, Katherine, e pra o que vai fazer quando ela voltar. Nojento.

 

-E quanto a você Edward, podemos conversar amanhã? Charlie deve chegar logo e eu não quero explicar isso a ele. –ela disse.

 

Ela demonstrava cansaço, mas eu não iria se ele ficasse.

 

-Ele também vai? -perguntei, apontando pro Damon que continuou pensando em como trazer a garota de volta.

 

-Vai, eu tô cansada e ainda tenho que estudar. Damon, a gente se vê amanhã.

 

Gelei. Ela iria vê-lo de novo? Bella não tem noção de perigo. Ela foi até a porta e esperou que fossemos embora. Eu só iria depois dele.

 

-Damon! –ela disse. Ele a encarou, ficou de pé e foi até ela. Se ele machucá-la.

 

-Quando você vai me ajudar? -ele perguntou.

 

-Eu não sei o que você quer que eu faça. –ela respondeu, cansada.

 

-Pegue. –ele foi até o sofá, me ignorando, pegou um livro velho debaixo de um travesseiro, voltou e entregou a ela. Fiquei lendo sua mente, caso ele fizesse algo idiota.

 

-É um Grimório. Era da Emily, talvez tenha algo que te ajude aí. –ele disse e eles se olharam por um bom tempo. Ele respeitava ela. Era como se ela fosse a pessoa mais importante pra ele, mais até que a tal Katherine.

 

-Eu vou ler com atenção. Eu prometo. –ela deu um sorriso amarelo e corou. Eu estava me segurando. Ele pensou em beijá-la. Rosnei baixinho e ele gostou do efeito que causou. Ele sabia que se eu fizesse algo ela iria me odiar. Não ia cair na dele.

 

-Obrigado. –ele disse, se aproximando e a beijou no rosto, demorando propositalmente. Fiquei imóvel, observando enquanto ele se afastava e ia embora.

 

-Acho que eu devo ir agora. –disse. Ela me olhou com cara de quem se descupava. Eu estava com ódio daquele cara. Então me lembrei que amanhã teria que falar com ela. Contar-lhe a verdade.

 

-Então, até amanhã. –eu me virou pra ela, e pude ver que ela estava triste.

 

-Sim...amanhã. Tchal Bella. –Eu corri até uma árvore, subi nela e esperei. A reação dela me confundia. Ela sabia o tempo todo o que eu era e mesmo assim, ela não tinha medo. O idiota do Damon deve ter falado pra ela antes o que eu sou. Mais uma vez ela me surpreende. Como eu posso deixá-la agora? Sozinha perto do Damon, que ao contrário de minha família, é um assassíno? Eu devo protegê-la.

 

Vi quando ela foi pro seu quarto enquanto a coruja negra de olhos amarelos a seguia de perto. Vi quando ela finalmente dormiu. Lutei comigo mesmo e perdi. Acabei no seu quarto ouvindo ela falar: “Edward, fica comigo.”.

 


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Notas finais do capítulo

Só na próxima segunda agora.
Mandem seus comentários. O que vocês acharam do cap.?