Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 2
Entrevista com o vampiro


Notas iniciais do capítulo

Vou Tentar Postar sempre Segunda.
Espero que gostem, eu aceito sugestões.
:P



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Cap II

 

 

  Amanheceu chovendo. Nada estranho para Forks. Mas, para mim, esse tempo ruim me trás muitas recordações ruins. Lembra-me, sobretudo, dementadores. Tentei não me ligar muito nisso e me arrumei pra ir à escola. Edward... O vampiro esquisito, mas, sobretudo, lindo. Lindo? Sim, ele é lindo, e apesar de todos os outros também serem, ele tinha algo diferente. Talvez fosse a raiva estranha dele por mim que tenha me deixado um pouco apática sobre esse assunto. Não, eu não estou pensando nisso, só pode ser brincadeira. Revirei os olhos e fui pro quintal.

  Escolhi um cantinho entre as árvores e conjurei uma mini-estufa pra pôr minhas plantinhas. Fiz alguns feitiços anti-trouxas, porque elas são perigosas. Tive algum trabalho lidando com as raízes de Valerianas e com as Vagens de Arapucosos, mas deu tudo certo.

Eu fui pra aula, ouvindo minha banda bruxa preferida, As Esquisitonas, quando veio a tensão. Qual seria a razão de toda aquela ira do Edward por mim? Será que ele me reconheceu, é partidário de Voldemort e vai avisar os Comensais? Não posso continuar com essa dúvida. Vou esperar ele chegar e perguntar qual o problema dele.

  Mas ele não veio, e eu me vi criando as mais mirabolantes histórias. Não posso me culpar por isso, são tempos difíceis.

De repente, após alguns dias de ausência dele, eu me vi triste por encontrar um lugar vazio toda aula de biologia. Ficava mentindo pra mim mesma, fingindo que não me importava, mas sempre lançava um olhar furtivo à mesa da família dele. Que saco, não é saudável eu me sentir assim, tão boba, tenho problemas mais importantes. Foi com esse pensamento que me entreguei aos livros cada vez mais. Um em especial me tomou muito tempo: Ascensão e queda das Artes das Trevas

  Uma tarde, depois da aula, resolvi treinar o que eu tinha lido. Primeiro andei pra dentro da floresta, a uma boa distância de casa, depois lancei uma série de feitiços para me esconder. Andei ao redor da clareira que tinha achado, murmurando abafiatos e desilusores. Depois de protegida, comecei a treinar feitiços usando as árvores como alvos. Lembrei-me de quando estava na armada de Dumblebore e, junto com meus amigos, fazia o mesmo. Depois de um bom tempo treinando na clareira, me dei por satisfeita. Meu Patrono estava bom.

  Já em casa, dei comida pra Brida, que me olhou indignada e saiu para caçar ratos (argh), fiz minhas lições e fui dormir. Sonhei com o Edward, um sonho confuso. Preciso de Terapia. Urgente.

Dias se passaram e Edward continuava sumido. Por que será que ele não aparece? Será que é por minha causa? Que paranóia!

Mais um dia de aula, mais um dia de chatice total. Dá até pra sentir saudades dos explosivins do Hagrid, pelo menos era mais animado. Pensei que depois de um tempo, ia parar de ser a atração principal da escola. Enganei-me. Rostos ainda se viravam para me ver e eu estava me perguntando se meu tio era famoso e não estava me dizendo, quando eu o vi. Parado perto do Volvo branco, junto com os outros modelos. Ah, maravilha, agora eu vou descobrir qual é a dele. Nossa como ele pôde ficar mais bonito?

  Que saco, foco Bela, hora da aula. As primeiras aulas se arrastaram e eu percebi o Eric falando algo sobre praia. Eu estava ansiosa demais pra pensar nisso.

No intervalo, lá estava ele, sentado, irresistível, perto da família dele. Ele realmente chamava a atenção das garotas. A Jéssica estava só babando. Afy.

Edward não olhou pra mim, não que eu tenha percebido. Mas, é claro a Jéssica percebeu.

-O Cullen está olhando pra você de novo. – Ah não, de novo não.

-Ele parece estar com raiva? Cruzei os dedos.

- Não, devia estar?

- Não. – respondi rápido demais.

-Eu acho que ele não gosta de mim-eu confidenciei.

-Os Cullen não gostam de ninguém...bem,eles não prestam atenção suficiente em ninguém pra gostar deles. Mas ele ainda está te encarando.

-Pare de olhar pra ele. -eu sussurei. Jéssica era do tipo “Super Indiscreta”.

O sinal tocou. Salva. Nem tanto, se eu vou me sentar ao lado do vampiro. Cheguei à sala e ele já estava lá. Afy. E lá vamos nós. Dirigi-me ao meu local de costume, sentei, e estava puxando um livro que meu padrinho tinha me dado, Segredos das artes mais tenebrosas, quando ele falou comigo. Soltei o livro na mochila. Não ia consegui me concentrar.  

-Oi, eu não tive a chance de me apresentar. Meu nome é Edward Cullen, você deve ser a Bella.

 OMG! Como ele sabe que meu nome é Bella? To ferrada, ele é um comensal. Mas comensais não puxam conversa com traidores do sangue. Oras o que eu sei sobre Comensais? Droga fala alguma coisa.

-Como você sabe que meu nome é Bella? –ai, que burra. Zero pra mim.

 -Oh, eu acho que todo mundo sabe o seu nome. A cidade inteira esteve esperando você chegar.

-Não. -eu insistí estupidamente.-Eu quis dizer, porque você me chamou de Bella?

Ele pareceu confuso.

-Você prefere Isabella?

-Não,eu gosto de Bella- eu disse. -Mas Charlie, quer dizer, meu pai deve me chamar de Isabella pelas minhas costas, é assim que todos parecem me conhecer.

-Oh –ele ficou sem graça.

            O professor começou a aula e eu voltei minha pra ele, que estava falando algo sobre células e fases de duplicação. Pra que se estuda isso? Ainda bem que eu li sobre o assunto e sabia diferenciar as fases. O professor disse que iriamos trabalhar em duplas pra diferenciar as fases em um troço que estava sobre a mesa, um tal de microscópio.

-Primeiro as damas, parceira? Ou, eu posso começar, se você quiser. –Edward disse, interrompendo meu monólogo mental, e me sobressaltando.

-Não, eu vou na frente. –eu disse. Eu não gosto mesmo quando pensam que eu não sou capaz.

Olhei o negocinho do troço pelo qual se via uma coisa estranha. Ai meu Deus, o que é isso? Lembrei do livro que eu tinha lido com uns desenhos mostrando as fases da divisão celular. Ainda bem que eu tenho boa memória, pois até que não foi difícil.

-Prófase. –disse.

-Você se importa se eu der uma olhada? –quê? Ele duvidava de mim?

            Será que eu demorei demais pra responder e ele achou que eu não sabia? Eu passei o troço pra ele e sua mão encostou um pouco na minha. Ele a retirou rapidamente, mas eu pude perceber que ela era muito fria. Vou pesquisar sobre vampiros. Droga. Só tem loja bruxa em Settle. Vou ter que ir pra lá.

-Me desculpe. –ele disse, após tirar a mão rapidamente, olhou quase displicentemente aquele troço e falou rapidamente.

-Prófase. –Não vale, ele teve anos pra aprender isso. Ele trocou a laminazinha e olhou rapidamente de novo.

-Anáfase. –falou com segurança.

-Posso? – Mesmo que eu não soubesse muito, não queria deixar transparecer. Ele me passou tomando o cuidado de não me tocar. Olhei fingindo que entendia e levantei a mão pedindo outra lâmina.

-Slide três?  –disse. Ele me passou a lâmina e, de novo, tomou cuidado pra não me tocar.

-Intérfase. –Esse foi fácil de identificar. Passei a coisa pra ele, que olhou rapidamente e anotou tudo em uma folha. Acabamos cedo, e eu acabei arriscando uma olhadela pra ele. Lindo. Não existe adjetivos para qualificá-lo o suficiente. Seu corpo definido, seus ombros largos em uma medida perfeita, os cabelos dourados assanhados. Ele parecia um modelo.  Percebi que os olhos dele estavam mais claros, como os olhos do Estefan ficavam depois que ele caçava.

-Você usa lentes de contato? – Perguntei pois queria ver a descupa que ele ia dar.

-Não. –ele disse se virando um pouco pra longe de mim.

-Oh, eu achei que havia algo diferente nos seus olhos. –Provoquei.

Ele encolheu os ombros e olhou pra longe.

Sr.Banner veio até a nossa mesa, pra ver porque não estavamos trabalhando. Ele olhou por cima dos nossos ombros para ver a experiência completa,e então olhar ainda mais atentamente para checar as respostas.

-Então, Edward, você não achou que Isabella podia ter uma chance com o microscópio?

-Bella. Na verdade, ela identificou três dos cinco.

Sr.Banner olhou pra mim com cara de quem não acreditou muito.

-Você já fez essa experiência antes? -ele perguntou.

-Não. –Disse a verdade. Ele me olhou incrédulo.

-Você estava numa colocação avançada no programa da sua escola em Londres?

-Sim. –na verdade não. Será que sou boa mentirosa[ Acho que sim, pois ele acreditou.

-Bem, eu acho que é bom que vocês dois são parceiros de laboratório.

            Ele se virou e foi olhar outras mesas. Me lembrei de como Snape fazia isso, fossemos as melhores. Edward me interrompeu:

-É uma pena sobre a neve, não é? –Na verdade tinha muita neve em Hogwards no inverno, eu já estava acostumada.

-Não muito. –fiz uma careta, me lembrando de como era chata a neve, sempre tentando me derrubar.

-Você não gosta do frio.- Não era uma pergunta.

-Ou do molhado. –Me lembra Dementadores, estremeci com a idéia.

-Forks deve ser difícil de viver pra você. –ele concluiu.

-Você não faz idéia. –lembrar que todos estavam resistindo e eu aqui me escondendo, faz eu me sentir covarde.

-Então, porque você veio pra cá? –me assutei com a pergunta. Porque o interesse dele por mim? Isso não é um bom sinal, afinal, estou me escondendo.

-É...complicado. –tentei fugir.

-Eu acho que consigo acompanhar. - Ele parecia tão fascinado pelo que eu dizia que eu não resisti. Eu pausei por um longo momento, e então falei cuidadosamente.

-Minha mãe foi promovida. –olhei sua reação. Interesse.

-Isso não parece tão complicado. Quando isso aconteceu? –odiei mentir pra ele. Droga, ele não é nada meu, eu não tinha que me sentir cupada.

-Pouco tempo. Isso fez com que ela tivesse que trabalhar mais, não sobrando tempo pra cuidar de mim.

-Porque você não ficou com ela? Quer dizer, mesmo ela não tendo tempo, você podia ficar com ela nos dias de folga.

Eu não conseguia compreender o seu interesse, mas ele continuou a me olhar com olhos penetrantes, e eu me forcei a pensa rapidamente.

-Ela viaja muito.

-E sua mãe te mandou pra cá pra poder viajar. -ele disse novamente como uma suposição, não uma pergunta.

-Não, ela não me mandou,eu mandei a mim mesma. –o que era outra mentira, mas não me agradou ele pensar que alguem manda em mim, mesmo sendo minha mãe.

As sobrancelhas dele se encontraram.

-Eu não entendo. -ele admitiu e pareceu excessivamente frustrado com o fato.

Eu suspirei. Porque ele se interessava tanto? Ele continuou a me encarar com obvia curiosidade.

-No início eu não ligava, mas não queria passar o dia trancada em casa. Ela se preocupava comigo enquanto estava fora e não me deixava sair. Então eu decidí que estava na hora de passar um tempo com Charlie. -Minha voz estava mal-humorada quando eu terminei, porque eu não queria estar aqui.

-Mas agora você está infeliz. -ele percebeu, droga.

-E? -eu desafiei.

-Isso não me parece justo. –pensei em todos que morreram, tão jovens, por causa de uma ideologia idiota de “sangue puro”.

-Nunca te contaram? A vida não é justa. –se fosse eu estaria com meu padrinho.

-Eu acredito que eu já tinha ouvido isso antes. -ele concordou secamente.

-Então isso é tudo. -eu estava ficando triste com essa conversa, e chateada por mentir.

-Você faz um belo show. -ele disse vagarosamente. -Mas eu seria capaz de apostar que você está sofrendo mais do que deixa os outros verem.

Muito sagaz, ele acertou em cheio.

-Estou errado? – eu não quis admitir -Eu acho que não. –ele continuou.

-Porque isso importa pra você? -eu perguntei irritada.

-Essa é uma pergunta muito boa. -ele murmurou,tão baixo que eu imaginei se ele estaria falando consigo mesmo. Fechei a cara. Eu estava sendo muito óbvia, e isso não é bom.

-Eu estou te aborrecendo? -ele me perguntou parecendo divertido.

-Não exatamente. Eu estou aborrecida comigo mesma. Meu rosto é tão fácil de ler - minha mãe sempre me chama de livro aberto. –lembrei das aulas que meu padrinho me deu sobre oclumência, em que eu fui um desastre total.

-Pelo contrário,eu acho você bem difícil de ler. –essa é boa, ele advinhou tão bem meus sentimentos.

-Você deve ser um bom leitor então. –conclui.

-Geralmente. -ele sorriu largamente,mostrando uma série de dentes perfeitos e super brancos.

O sinal tocou e ele saiu rápido da sala. Saí devagar, ainda meditando sobre nossa conversa, tentando achar brechas nela que indicasse que eu tinha falado demais. Bem, a história sobre a minha mãe viajar demais foi meu tio quem inventou, caso alguem perguntasse. Lembrei de quando, antes de eu vim pra cá, eu ficava me escondendo em casa ou na casa de amigos. Tudo porque, alem de ter amigos trouxas, era amiga de Harry Potter. A falta de notícias estava me matando.

A aula de educação física foi boa. Era a primeira vez que eu me exercitava pra valer. A magia acomoda as pessoas.

Ao final da aula, fui pro meu carro,tomando cuidado pra não cair. Dentro da cabine, olhei pra ver se alguem estava olhando. Somente o Edward, encostado no Volvo branco dele me olhava, intensamente até. Ótimo. Só porque eu queria me secar com minha varinha. Pelo jeito, vou ter que esperar ate sair do estacionamento.

Em casa resolvi cozinhar algo decente pra comer. Essa comida trouxa é um horror. Pesquisei em alguns livros de culinária, e consegui fazer um suco de abóbora rasoável. Fiz também umas tortinhas que ficaram boas.

Quando Charlie chegou, torceu o nariz pra minha comida e pediu pizza. Eca.

Entrei no quarto e Brida me olhou desconfiada, como se ela lesse minha mente e soubesse que eu estava escondendo algo.

-Brida, olha, não me recrimine tá. É que... tem esse vampiro sabe e ele...mexe comigo, e eu não sei se isso é bom ou ruim. Provavelmente ruim porque eu sou perigosa pra espécie dele. Ah, ele é um vampiro. E você sabe como os bruxos tratam os vampiros... –ela me deu um olhar de censura virou as costas e saiu voando pela janela. Preciso falar com uma amiga de verdade. Se a Mione estivesse aqui... ela provavelmente faria o mesmo, só que em vez de sair ia me dar um sermão. Ri com esse pensamento.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo, fiz especialmente pro pessoal que postou comentários, que aliás amei.
Escrevam pra mim que responderei sempre que possível!
bjs.