Pensei que Edward estaria com medo de mim, mas ele avançou até onde eu estava, me puxando da vassoura e me protegendo em seus braços. Por alguns segundos eu me perdi no tempo, até ouvir a gargalhada do Emmet e o riso de sinos da Alice. Edward rosnou, o que aumentou mais ainda a intensidde do riso. Ele não resistiu e riu também. Eu devia ter perdido a piada, pois não entendia bulhufas.

-Edward ficou desesperado quando eu te vi voando Bella. Ah, eu sou Alice e esse é o Emmet. –Alice se apraximou com a mão estendida, eu a apertei. Edward não me soltou um minuto.

-Oi, prazer. Espera como me acharam? -perguntei.

-Alice te viu e eu procurei seu cheiro. – Ed explicou.

-O que tava fazendo Bella? Só dando uma volta? -Emmet perguntou provocando o Ed.

-Na verdade, estava procurando meu pomo. È uma bolinha alada. –expliquei.

-Posso ouvi-la. Espera aí que eu vou pegar. –disse o Emmet, já se preparando pra correr.

-Duvido que consiga em menos de dez minutos.

Ele riu feito um trovão, seus olhos brillhando de expectativa.

-Cinco. –rugiu.

-Fechado. –falei e ele correu atrás do pomo, como se tivesse aparatado.

-Ele vai perder. –Alice disse rindo.

-Pensei que você não pudesse me ver nas suas visões. –falei, temerosa.

Não é que eu escondesse nada, é só que eu não gosto de saber que sou observada. Tenho certeza que Edward lamenta não poder faze-lo. Na escola, eu sempre dava um jeito de fugir de todos pra ficar sozinha, sem ser observada por ser afilhada do diretor. Até o dia em que um garoto de cabelos acobreados e olhos corajosos pediu pra partilhar de meus momentos de solidão... Não é hora de pensar nele Isabella!

-Só quando você usa magia. –Alice explicou. –pelo menos é o que o Edward acha.

Olhei pra ele. Seus olhos estavam concentrados na direção para a qual o Emmet correu. Ele abaixou o olhar pra mim e ficou sério.

-Bella, não faça mais isso. –pediu.

-Isso o quê? –perguntei tensa. Ele perecia ter lido meus pensamentos.

-Voar desse jeito. Pensei que fosse cair, eu...

-Edward, confie em mim. Eu não sou suicida e vôo em vassouras desde os onze anos de idade. Nunca vou te deixar me ver jogar. –disse suspirando. Ele apertou-me em seus braços e Alice riu.

-Desculpe. È que eu fico apavorado com a possibilidade de você se machucar. –Ed disse no meu ouvido.

-Eu sei como é... –murmurei. E eu realmente sabia. Meu medo por ele só crescia a cada dia.

-Agora que você se acalmou, solte ela um pouquinho Edward. –Alice disse, me puxando pra ela. Dessa vez, até o Ed riu, mas eu não gostei muito de sair de perto dele.

Nessa hora, Emmet chegou com o pomo em suas mãos. Ele estendeu pra mim.

-Perdi, mas é por que esse bicho tem vida própria. Foi mais difícil que caçar um urso. –ele disse, amargurado.

-È seu Emmet. Você o pegou. –eu disse rindo.

Ele sorriu e guardou o pomo no bolso.

-Valeu maninha!

Franzi o cenho, intrigada e Alice riu. Edward ficou imóvel.

-Ele te considera da família, aliás, todos nós, Bella. –Alice explicou e eu ri. Ed relaxou.

-Hora de voltar. O Jake tá me esperando. –falei.

Subi na minha vassoura e olhei sugestivamente pro Ed.

-Corrida? -perguntei.

-Pare de paranóia Edward! –brigou Alice.

Ele deu meu sorriso preferido e concordou com a cabeça.

-Valendo! –Emmet gritou, já correndo.

 Eu voei, procurando uma brecha entre as árvores. Quando saí da floresta, senti novamente a sensação de liberdade de voar. Depois de um tempo, avistei Jake de longe e pousei. Afinal, eu ganhei duas vezes! Ops, perdi a primeira aposta.

-Cade o pomo? -perguntou um Jacob curioso. Mordi meu lábio nervosamente.

-Bem, eu perdi. Quer dizer... Eu não perdi, só... Depois eu compro outro tá?

Jake começou a rir da minha cara e eu fiquei irada. Dei um murro de leve no braço dele, mas ele foi mais rápido. Pegou meus pulsos e me derrubou no chão, o que só serviu pra ele rir mais. Eu ri junto.

-Hora de criança ir pra casa, Jake. –eu disse com lágrimas nos olhos de tanto rir.

-Fala sério Bella! Você não é tão mais velha assim. –ele disse, ressentido.

-É, mas meu namorado está me esperando. Eu tenho que ir.

Ele entendeu e eu o levei até o carro dele. Combinamos de jogar mais vezes e ele se foi. Minutos depois, Edward, Alice e Emmet sairam da floresta em minha direção.

-Você ganhou por três minutos, Bella. –Alice disse rindo.

Eu me sentia bem como há muito não me sentia. Passar a tarde brincando e rindo com o Jake e depois conhecer melhor os irmãos do Edward que me trataram como da família, me fizeram feliz.

Alice, com muito tato, percebeu que Ed e eu queríamos privacidade e levou Emmet pra casa. Edward e eu  ainda estavamos rindo quando entramos em casa. Faltava pouco pro chefe Swan chegar, mas deu pra curtir um pouco meu namorado. Nós não falamos nada. Na verdade, acho que nem que quisesse, conseguiria. Isso por que Ed e eu nós deitamos no tapete da sala e ele começou a estudar meu rosto com a ponta dos dedos, depois com o nariz, pra chegar finalmente na boca. Pouco depois de chegar nessa parte tão importante do estudo, ele se afastou.

-Seu tio. –falou e sumiu.

Levei algum tempo pra me situar e comecei a rir feito boba. Fui pra cozinha, peguei minha varinha e fiz a louça se lavar sozinha. Me virei pras panelas e a água que estava em uma delas começou a borbulhar. Charlie entrou nessa hora. Parou, olhou, cheirou a panela, fez uma careta, deu meia-volta e se dirigiu ao telefone.

-Sabe tio, pizza demais faz mal à saúde.

-Eu não estou doente pra comer sopa de cebola, Bella. –resmungou.

-Mas é tão boa! Eu aprendi com a Senhora Weasley e ela é uma ótima cozinheira. –falei irritada.

Charlie me ignorou e pediu pizza. Comi minha sopa, me despedi de Charlie e subi pro meu quarto. Já era hora de ler o livro que fui comprar em Seattle. Edward estava sentado em uma poltrona me esperando. Eu não conseguiria ler.

-Vai passar a noite aqui? -perguntei, como se ele ficar aqui fosse a coisa mais normal do mundo. Ele sorriu e abriu os braços pra mim. Mordi meu lábio e o olhei indecisa. Eu preciso de uma banho primeiro.

-Espere um pouco. Preciso de um banheiro primeiro. –disse, com medo de ele ir embora.

Ele assentiu e ficou imóvel. Saí do quarto rindo. Depois do um banho, vesti uma roupa confortável e voltei pro quarto, onde um Edward imóvel me esperava. Me sentei no seu colo, me aconchegando em seus braços e ele ganhou vida, me apertando contra seu peito. Ele começou a cantar a mesma música que ele cantou quando eu tive um pesadelo e eu dormi, sem perceber quando ele me levou pra minha cama.