Razões e Mistérios escrita por Day_siqueira


Capítulo 13
Tarde com o Jake


Notas iniciais do capítulo

Taí pra quem pediu mais lobos na história.
Tá vendo? Eu levo em consideralção os pedidos.
Espero que gostem!



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Bella

 

Acordei bem disposta. Estava nebuloso e escuro lá fora, absolutamente perfeito. Ele não tinha motivos pra não ir á escola hoje. Me vesti rápido com uma blusa de frio e calças jeans. Charlie estava saindo. Ontem quando cheguei, ele já estava dormindo. Ele me perguntou sobre as compras e depois se despediu. Alguns minutos depois, meu bisbilhoscópio começou a girar. Devia ser o Damon, mas quando abri a porta, era Edward quem estava parado na porta.

Eu percebí que ele estava usando uma blusa de tricô cinza-clara com uma gola em formato de V e mangas compridas. O tecido se ajustava no seu peito musculoso me impedindo de agir. Foco Bella! Ele me lançou um sorriso torto e meu coração se acelerou. Ele inclinou a cabeça se aproximando pra  ouvir.

 

-Isso é vergonhoso. Eu devia ser mais fria. – falei, fingindo tristeza. Ele me olhou sério e tirou uma mecha do meu cabelo da minha testa. Senti meu sangue se acumulando em minha face.

 

-Eu morreria mil vezes só pra poder ter a bênção de te ver corar. –ele falou solene e eu acreditei. Ele me ama. Sorri abertamente e ele também.

 

Ele me levou pra escola em seu carro e eu só conseguia pensar em como eu sou sortuda por tê-lo. Eu podia ser feliz com ele. Talvez, por tudo que eu enfrentei, eu fui compensada. Ele é meu presente, minha vida. Vai doer fisicamente me afastar dele, apesar de ser o certo. Se eu não fosse covarde e egoísta, eu o deixaria ir. Se me achassem e o matassem pra me pegar, podiam passar anos me toturando mas nada iria doer mais do que vê-lo morrer...

Edward percebeu minha tristeza e me olhou curioso. Ele parou o carro em uma vaga perto da escola, tirou o cinto e se virou pra me encarar.

 

-O que há de errado Bella? Damon disse que vai voltar logo, você...

 

-Não... Quê absurdo! Damon não tem nada a ver com... Eu não estava pensando nele. Como você chegou a essa conclusão?

 

-Não sei, você ficou tão pensativa e depois triste que eu pensei...

 

Pus as pontas dos meus dedos em seus lábios o impedindo de falar. Ele me olhou confuso e eu permaneci séria.

 

-Olhe aqui Edward Cullen, eu tenho sim uma afinidade de sangue com o Damon, mas é só isso. Damon sempre esteve as voltas com seus próprios problemas e sua preocupação comigo tem mais haver com a lealdade que ele sempre teve com meu padrinho. Eu amo você. E se tem algo que me pertuba é a possibilidade de você se machucar em toda essa história.

 

Edward revirou os olhos e prendeu meus pulsos com uma mão, enquanto com a outra ele afagou meu rosto.

 

-Bella, pare de se preocupar comigo. Eu sou meio que imortal sabia? E forte. Então...

 

-Não quando se trata de lutar contra bruxos.

 

-Mas nós somos rápidos. Damon me mostrou como lutar com um bruxo.

 

-Teoria. Damon quase não consegue me vencer.

 

-Ele pode te deixar vencer...

 

-Não. O ego dele não deixaria.

 

Ele deistiu. Começamos a andar em direção à escola quando ele parou abruptamente. Procurei algum indício de algo errado, então o vi vindo em nossa direção. Jacob Blake estava vestido de forma casual e parecia nem um pouco incomodado com o frio.

-Bella. Andou sumida.

 

-Você que não apareceu lá em casa. Ah, Edward Cullen esse é Jacob Blake.

 

Eles se cumprimentaram com um aceno de cabeça e ficaram se olhando com certa cerimônia. Ed se voltou pra mim.

 

-Vou esperar você lá dentro.

 

Ele beijou em cima da minha cabeça e partiu. Me virei pra encarar o Jake e ele abriu aquele sorrisão quente que tanto me acalmava. Ele me abraçou e eu senti o calor que ele emanava.

 

-Vem cá. Você não tem aula não?  -perguntei segurando o riso. Não por muito tempo, é claro.

 

-Nossos feriados são diferêntes Bella. Eu queria saber se você não poderia me mostrar suas coisas de bruxa depois da aula.

 

-O que quer ver? Caldeirões, bolas de cristal...

 

-Você tem? -ele perguntou ansioso, parecendo uma criança. Não pude deixar de rir.

-Caldeirão, sim, aliás, vários. Bola de cristal, não. Joguei fora a minha. Odiava advinhação e tudo isso. Mas eu acho que posso te mostrar umas coisas legais. Ah, lembrei!

 

-O que é?

 

-Depois da aula eu mostro.

 

-Certo. Eu venho buscar você.

 

-Combinado. –eu disse rindo. Ele olhou por cima dos meus ombros e depois me olhou, cínico.

 

-Tem umas garotas interressantes aqui. Hum, já sei como matar o tempo.

 

-Olhe, não vai arranjar encrenca, heim?

 

Ele revirou os olhos, me abraçou mais uma vez e saiu em direção à um grupo de garotas que sorriam para ele. Eu entrei no colégio, ainda rindo, e vi o Ed encostado na escada, me esperando. Vi, de relance, a atenção do público feminino que ele atraía e me aproximei, envolvendo-o em meus braços possessivamente. Ele estava com as mãos nos bolsos, mas quando me aproximei ele abriu os braços, me recebendo.

 

-Então, você tem compromissos hoje. – ele falou, cautelosamente.

 

-Bem, eu já tinha dito pra ele que passaríamos um tempo juntos.

 

-Ele sabe sobre você. Você passou bastante tempo pra me contar a verdade.

 

Vi um ressentimento dissimulado em sua voz e fiz uma careta involuntária. Ele pegou meu ponto fraco. Como explicar pra ele o medo que eu sinto por ele estar envolvido comigo?

 

-Eu te conto na hora do intervalo. Juro que tem uma boa explicação.

 

Ele me conduziu até minha sala, parando na porta. Mordi meu lábio inferior, como sempre fazia quando ficava tensa. Ele ficou olhando minha boca de um jeito que me deu uma sensação de formigamento pelo meu corpo. Ele riu, passando as costas da sua mão em meu rosto. Eu não queria que ele pensasse de novo que eu sou atirada, por isso me afastei um pouco. Ele me puxou pra ele, sentindo o perfume dos meus cabelos.

 

-Isso vai me manter minha sanidade longe de você. –ele explicou ronronando.

 

Ed se afastou devagar, quase relutante e eu me virei pra tornar isso mais fácil pra ele. As aulas se passaram lerdas. Pra não sofrer pela falta do Ed, eu comecei a pensar no que eu mostraria pro Jake. Jessica me arrancou de meus pensamentos com perguntas inconveniêntes sobre a noite passada, que eu consegui contornar graças ao provessor que a repreendeu pela conversa.

No intervalo, Edward me acompanhou até o refeitório onde nos sentamos em uma mesa sozinhos.

 

-Fique aqui. –ele pediu, se dirigindo à cantina. Ele voltou com uma bandeja cheia de comida trouxa e empurrou pra mim.

 

-Coma. –eu franzi o cenho, incrédula- Bella, por mim, coma.

 

Peguei uma pêra e comecei a comer.

 

-Não tinha suco de abobora ou frutinhas de alcaçus não?

 

-Coma. –mandou incisivo. Obedeci e esperei.

 

-Então, o que ia me contar?

 

Respirei fundo e me concentrei na pêra. Se eu olhasse em seus olhos, me perderia.

 

-Antes de eu vim pra cá, Demon pediu a meus pais pra que eu pudesse vir a um lugar seguro, longe de tudo. Ele mesmo achou o tio Charlie e analisou o lugar. Meu pai veio pra cá explicar tudo pro Charlie e mecher na mamória de algumas pessoas, pra que lembrassem que Charlie tinha uma filha. Quando foi a vez do Billy Blake meu tio não deixou. Alegou que ele era seu melhor amigo e que iria guardar meu segredo. Papai concordou e foi assim que os Blake, pai e filho, sabem sobre mim, antes até de eu chegar.

 

 Arrisquei uma olhada do Ed, mas seu rosto estava concentrado, tentando absorver e entender tudo ao meu respeito. Ele riu e me olhou, se curvando pra frente e se aproximando mais.

 

-E quanto a mim? Por que demorou a me contar?

 

-Eu pensei que fosse o mistério que te atraía a mim... –falei, corando feito uma boboca.

 

-Não foi só isso. O fato de não ler sua mente me intrigou, e ainda me intriga, mas também seu jeito, sua coragem, sua beleza, seu sangue... –falou, baixando a voz.

 

-Você queria me matar no primeiro dia de aula. –falei me lembrando. Edward ficou tenso e se afastou. Seu maxilar contrído. Que idiota eu sou!

 

-Sim, eu desejei tanto seu sangue que pensei que a mataria...

 

Puxei sua mão e entrelacei nossos dedos. Ele ficou olhando nossas mãos juntas, nossas peles brancas combinavam. Passamos o resto do intervalo assim, como se nada mais existisse. O sinal tocou e nós fomos pra aula. O professor de Biologia trouxe uma TV (Que eu ainda hei de aprender a usar...) e colocou um filme, desligando as luzes. Eu estava eletricamente ciente da proximidade com Edward. Eu queria tocá-lo, mas ele era sempre tão reservado. Era eu quem sempre o agarrava e isso não é bom.

Ed me levou à aula de Educação Física. Paramos na porta do ginásio e ficamos nos olhando. Ele se aproximou pra sentir meu cheiro.

 

-Edward, não tem problema o Jake vir me pegar depois da aula, tem?

 

-Não. –ele falou, ainda com o nariz em meus cabelos, se afastando pra me deixar entrar.

 

A aula foi legal. O mais difícil é que eu tenho que aprender regras de jogos que eu nunca tinha visto. Depois da aula Edward veio me buscar na porta do ginásio até o carro do Jake, que me esperava despreocupado. Ed beijou minha testa e se afastou, cumprimentando o Jake com um gesto de cabeça, imitado pelo outro. Entrei no carro e o Jake bem humorado voltou à tona.

 

Ele me levou até minha casa e nós entramos até meu quarto. Eu peguei uns pacotinhos de Snap Explosivos que tinha ganhado dos gêmeos Weasley no natal e fomos jogar no jardim. Passamos um bom tempo jogando, até que eu fui buscar minha vassoura.

 

-...e é assim que se joga Quadribol. –disse rindo.

 

-Vamos jogar? -ele perguntou ansioso.

 

-Eu não tenho duas vassouras Jake. –ele fez uma careta de desânimo que me fez rir mais.

 

-E essa vassoura voa mesmo? Como nos filmes?

 

-Eu não assistia filmes trouxas, então eu não sei se é igual. Espera.

 

Montei na minha vassoura peguei impulso e voei baixo. Ele me olhou incrédulo.

 

-Nossa! Isso... Massa.

 

Eu peguei o pomo de ouro da minha bolsinha e soltei no ar. Logo suas assas sairam e ele voou pra longe.

 

-Vou pega-lo.

 

Jake, que ainda estava espantado com a velocidade do pomo, franziu o cenho.

 

-Duvido.

 

Era só disso que eu precisava. Voei a toda velocidade na direção que eu sabia que o pomo tinha ido. O vento assobiava em seus ouvidos e o ar gelado ardia em sua pele, mais a sensação foi fantástica. Naquele momento me senti em Hogwrts, ouvi o barulho das arquibancadas e me vi rebatendo balaços. Parei observando o perímetro atrás do pomo até que o vi ziquezagueando perto das árvores. Quando avancei pra pega-lo, ele se embrenhou na floresta. Adrentrei pelas copas das árvores e voei em seu encalço. As árvores eram muito próximas umas das outra dificultando meu avanço.

Parei procurando-o quando vi duas figuras surpresas e uma apavorada me encarando.


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Notas finais do capítulo

Mandem Rewiens contando os Pontos positivos e negativos da fic.
Valeu!
Day