Ele é Will escrita por Laís Cahill


Capítulo 12
Quebra de confiança


Notas iniciais do capítulo

Aviso de gatilho: Assédio

Mais para o final do capítulo há uma cena de assédio bem explícita. Se você é muito novo(a) ou é sensível quanto a isso, tem a opção de pular a cena. Adicionei um resumo dela nas notas finais, pois saber o que aconteceu é necessário para entender os próximos capítulos. Quando chegarem na parte do capítulo de que estou falando, vai ter um aviso.

Boa leitura!



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De modo quase automático, Bill soldava duas placas, que fariam parte da placa-mãe, com estanho. Era uma manhã de domingo, e ele tinha feito da varanda dos fundos da cabana o seu local de trabalho, tudo muito improvisado. Aquele não era nem de longe o melhor lugar para isso, com muitas extensões e cabos, só uma mesa de madeira para trabalhar, mas tinha que ser o suficiente.

Estava esperando que Stanford lhe cedesse o laboratório no porão para fazer o robô, e esse era o único motivo pelo qual tinha aceitado a tarefa de construir aquele pedaço de sucata ridículo. Também imaginara que os materiais do local lhe seriam úteis, mas como ele tinha que pedir tudo o que precisava para o cientista, seria impossível conseguir a maior parte dos itens necessários para o portal sem levantar suspeitas. O velho sabia demais sobre ciência e ia suspeitar se Bill pedisse material radioativo para fazer um simples robô.

Sem aviso algum, Stanley escancarou a porta e saiu para a varanda. Soos veio atrás dele.

— Como vai com a construção do meu robô, meu chapa? — o velho disse, convencido, até olhar para o monte de peças mecânicas à sua frente. — Uau, hã, isso é um robô?

A engenhoca, no momento, parecia mais um rádio com alto-falante.

— Ainda estou no começo — Bill justificou. — Primeiro ele precisa funcionar. A arte pode ficar pra depois.

— Bem, percebe-se.

Ora, percebe-se.”, Bill pensou, possesso, “Já que você sabe tanto sobre mecânica, por que não faz o robô você mesmo? Aproveita e vê se morre eletrocutado no caminho.

O garoto engoliu a raiva e tentou se concentrar no trabalho. Se olhasse demais para aquele velho ia acabar gritando com ele ou lhe dando um murro.

Soos olhou atentamente para a folha com o projeto na mesa e anunciou, como se tivesse acabado de ter a melhor ideia do mundo:

— Você consegue programar ele pra falar: “Soos, você é o melhor funcionário que eu já tive?”

E olhou para os outros com expectativa, mas Bill e Stanley o encararam com irritação. É, talvez a ideia não fosse tão genial assim.

— Não vai acontecer — disse o velho, destruindo as esperanças de seu antigo empregado. — Vamos voltar para dentro.

Enquanto Soos era empurrado para dentro de casa, Bill tentou recompor os pensamentos e se focar novamente. Mesmo dormindo e se alimentando com frequência, sua mente ainda encontrava dificuldades para manter a concentração por muito tempo, e ter aqueles dois por ali enchendo o saco não ajudava nem um pouco.

Quando aceitou o trato, o demônio pensava que a construção do robô valeria a pena, apesar de toda a perda de tempo. Agora, já não tinha tanta certeza. Pela frequência que os dois irmãos vinham checar o projeto e lhe cobrar resultados, até levar materiais para o ferro-velho seria arriscado. Este foi o local que escolheu para reiniciar a construção do portal dimensional, por ser afastado de olhos curiosos e conter muita tralha que poderia lhe ser útil. A única vantagem de continuar com aquela ideia estúpida, além de poder levar as ferramentas que usava de vez em quando, era justificar o tempo que passava fora da cabana.

Uma hora ele inventava que era preciso sair para comprar material, outra para estudar um assunto mais a fundo na biblioteca pública. Em meia hora, ele fazia o necessário para fazer os outros crerem que realmente passou seu tempo lá, e passava outras três horas trabalhando no portal. À noite, quando ele supostamente devia estar exausto e dormir como uma pedra, lá estava ele no ferro-velho.

A porta dos fundos rangeu e alguém saiu bocejando. Era um Dipper sonolento, ainda de pijama e cabelos mais encaracolados que o normal, que logo foi dar uma olhada no trabalho de Bill.

— Bom dia, Will... — ele cumprimentou ao sentar-se no grande sofá laranja, que, apesar de todas as mudanças na varanda, ainda estava ali.

— Você quer dizer boa tarde, né, bela adormecida? Já é quase meio-dia. — Bill revisava as anotações do projeto que tinha desenhado.

— Ah, cara, eu não sei por que não acordei com a Mabel hoje. Geralmente eu acordo quando ela se levanta e começa a revirar o quarto.

— Já ouviu falar em despertador? — ironizou Bill.

— Haha, engraçado — o garoto zombou. — O método Mabel não é infalível, mas funciona nas férias... Será que isso é ressaca?

Bill parou e encarou o outro, cético.

— Você tomou um copo de batida.

— Nunca se sabe!

O assunto morreu por um momento e Bill voltou a soldar a placa-mãe.

— Então, como vai o projeto? — perguntou Dipper, sentando-se na ponta do sofá para ver melhor.

— Meh. Tá indo. — O demônio deu de ombros, indiferente.

— Quer ajuda?

O garoto se levantou e ficou do lado do amigo.

— Hã? Ah, não precisa — Bill respondeu, confuso. — Bem, provavelmente vou precisar de ajuda para fazer essa lata velha se parecer minimamente com o Stan. Não sou bom com arte.

— Eu também não sou. Você devia pedir ajuda para a Mabel, ela que é boa com essas coisas. Uma vez ela esculpiu uma estátua de cera inteira do Stan.

O demônio arregalou os olhos. Dipper riu.

— É, eu sei. Eu também não achei que fosse possível até ver com meus próprios olhos.

— Michelangelo ficaria com inveja. Vou pensar em falar com ela, mas sinto que isso é algo que eu tenho que fazer sozinho.

— Você que sabe, mas não precisa. — Dipper deu de ombros.

 Sem mais nada para fazer ali, o garoto deixou o outro trabalhar no projeto em paz. Cerca de uma hora e meia depois, ele voltou com duas tigelas de cereal. O trabalho tinha progredido razoavelmente, e Bill mostrava-se compenetrado na tarefa. Dipper encostou no braço dele para chamar atenção.

— Ei, eu trouxe isso pra você. — E estendeu uma tigela. — Você tá aí desde manhã, faz uma pausa.

Bill tirou o suor da testa e olhou para ele, estranhando a atitude.

— O que é isso?

— É uma tigela de cereal com leite. Tem sementes de açúcar com mais açúcar e marshmallows extras. — Ele sorriu e deu uma piscadinha. — Você merece.

Havia um marshmallow com formato de pinheiro ali dentro, o que Bill achou estranho. Por fim, aceitou o convite. Pegou a tigela e os dois foram sentar nos degraus da varanda. O demônio comeu uma colherada enorme do cereal para então perguntar o que estava pensando:

— Por que está fazendo isso?

— Eu que te pergunto — Dipper rebateu. — Por que está fazendo esse robô? Você não é obrigado.

— Até parece que tenho escolha. Os velhotes Pines já estão irritados comigo o suficiente.

— Por que não pede desculpa? Eles são legais, vão entender.

O demônio soltou uma risada sarcástica.

— Dipper. Eu não vou pedir desculpa.

 Por alguns segundos, o garoto ficou encarando o outro sem expressão. Então abriu um sorriso.

— Você me chamou mesmo de Dipper? Só Dipper? Sem pirralho, pinheiro, Pines?

— Ora, pirralho, eu… — ele tentou se explicar, enquanto o outro ria de sua reação. — Tá, eu te chamei de Dipper. Não me faça mudar de ideia.

— Okay, Willy. Farei o possível.

 Mais alguns minutos se passaram com os dois em silêncio, ouvindo apenas o barulho do cereal sendo mastigado e da colher batendo na tigela, um ao lado do outro. Dipper deixou a tigela de lado e ficou observando uma folha de papel que continha as anotações de Bill e o esquema do robô.

— Como você consegue?

Dipper desviou o olhar do papel e olhou para o amigo.

— Hã?

— Viver dessa forma — disse, indignado. — Sabendo que vai viver até, no máximo, cento e poucos anos e depois morrer. Eu não entendo. Vocês, humanos, sabem disso e mesmo assim riem, se alegram, se arriscam… Tipo, “Vamos passear no bosque enquanto o lobo não vem.” — Ele mexeu os ombros, debochando. — Como conseguem? Ou vocês são muito burros e não conseguem ver um palmo na frente do rosto, ou têm alguma espécie de maturidade e resignação extrema.

O demônio tinha virado para Dipper e o encarava com as sobrancelhas franzidas. O garoto ficou quieto por um segundo e depois começou a rir.

— Que espécie de pergunta é essa?

— Apenas responda.

— A morte é… um fato. — O garoto deu de ombros. — Todo mundo sabe que vai morrer, exceto crianças muito pequenas. Mas, pra maioria das pessoas, isso parece um destino muito distante. Tipo, a gente se preocupa mais com a prova final de geografia de amanhã do que com a nossa morte que vai acontecer sabe-se lá quando. E ficar preocupado com a própria morte não adiantaria nada, só pioraria as coisas.

— Ok, então isso se classifica na resposta B: Resignação e maturidade.

Dipper coçou o queixo.

— Talvez. Nunca parei pra pensar nisso. Por quê?

Bill apoiou-se nos cotovelos e ponderou.

— Se eu fosse um humano, estaria desenvolvendo uma cura para a morte.

— O quê? — Dipper começou a rir ainda mais.

— É verdade! Por que ninguém pensou nisso ainda?

— Não é que não pensaram. Com certeza alguém já tentou criar uma cura para a velhice antes, mas, até agora, ninguém conseguiu. A gente simplesmente aceitou que é assim que as coisas funcionam.

— Eu não entendo. — O demônio balançou a cabeça. — Isso não faz a vida ficar sem sentido? Quer dizer, não importa o que você faça, um dia você vai morrer e as pessoas vão sentir saudades, mas logo você vai ser só mais uma história entre tantas outras, depois só uma inscrição no túmulo... Até que sua existência seja completamente apagada do mundo.

Assim que terminou de dizer isso, Bill esmagou uma pinha que estava no chão tragicamente, com um pisão. Dipper ficou pensativo.

— Por outro lado, a vida só faz sentido por causa da morte.

Bill o encarou, intrigado.

— Como assim?

— Apesar da gente não gostar de pensar nisso, nós só fazemos as coisas na Terra porque sabemos que nosso tempo é finito. — Dipper organizou os pensamentos. — Por exemplo, imagine que ninguém nunca morra, nem envelheça. Por que iam querer se esforçar pra passar de ano na escola? Por que iam querer entrar numa boa universidade e estudar? Poderiam fazer isso quando quisessem! Por que agora? Entendeu?

Bill refletiu um um pouco.

— Faz sentido... De um jeito extremamente bizarro.

— Agora, eu tenho outra pergunta… — O garoto apontou para Bill. — Como você conseguia viver eternamente sem se cansar? As coisas nunca perdiam a graça? A vida não perdia o sentido?

O demônio deu de ombros.

— Eu não sei, eu não pensava nisso. Eu apenas estava lá. Esperando, trabalhando em meus objetivos. Eu já comandava a segunda dimensão, mas eu queria mais... E isso era o que me impulsionava.

Dipper imaginou a situação.

— Parece um pouco triste.

— Dipper Pines, você está mesmo com dó de mim? Olha, talvez você ache que eu me sentia solitário, mas não. Eu estava totalmente bem sozinho. — Ele olhou para baixo. —- Ainda meio que estou.

— Meio?

O demônio suspirou.

— Esse corpo me faz sentir coisas. Ficar no mesmo corpo por muito tempo é diferente de só algumas horas. Eu achava que sabia de tudo, mas todo dia aqui eu aprendo uma coisa nova. Parece que, agora, eu preciso de companhia como preciso de comida, água e sono.

— Oh.

O relato deixou Dipper sem palavras. Era a primeira vez que o demônio se abria com ele desta forma. Bill estava experienciando coisas pela primeira vez, é claro que se sentia perdido e precisava de ajuda. Dipper queria confortá-lo de alguma forma, dizer que tudo ficaria bem. Ele se inclinou para trás e disse:

— Bem… Pode soar estranho, mas sua presença não me faz querer te matar.

Bill deu um largo sorriso.

— E eu até que gosto de você. Quando eu trouxer o Estranhagedon de novo, vou te matar por último.

Dipper arregalou os olhos, mas Bill continuou falando:

— Ou por primeiro? Ficar por último nesse caso deve ser mais cruel… É, primeiro.

— O-o quê, Will...

— Tô brincando, trouxa. — Ele empurrou o amigo para o lado, brincalhão. Dipper deu um sorriso sem-graça, acalmando-se novamente. Só de pensar naqueles dias, seu coração já começava a ficar acelerado, e flashbacks de cenas reais e dos inúmeros pesadelos voltavam à sua cabeça. A proximidade com o demônio lhe lembrou do sonho que teve algumas noites atrás, em que ele e Bill se encontravam no corredor no meio da noite, trocando um beijo apaixonado. Ele enrubesceu na hora.

— Eu… eu tô indo tomar um banho — o garoto avisou, pegando as tigelas de cereal vazias e se levantando, evitando contato visual.

— Certo. Acho que daqui a pouco vou subir também.

Quando Dipper fechou a porta da varanda, Bill estava se levantando.

 

 

 

Aviso: Assédio

Se preferir, pule este trecho e veja o resumo nas notas finais.

 

 

 

Bill Cipher estava sentado de pernas cruzadas na cama de Mabel, matando o tempo folheando uma enciclopédia velha de Dipper sobre dinossauros enquanto este tomava banho. Obviamente, ele já sabia desse tipo de animal, mas nunca tinha ouvido falar deles desta forma, como répteis gigantes cheios de estratégias para atacar e se defender. Tinha duas páginas inteiras dedicadas ao Deinonico, um caçador que matava suas presas as chutando com a garra que tinha nos pés. A força usada era tamanha que às vezes chegava a quebrar um osso. Isso é que é um chute poderoso.

Sua atenção, porém, desviou-se das páginas quando o chuveiro desligou e Dipper saiu do banheiro apenas de bermuda.

— Dinossauros, huh? Eu era fissurado nisso quando pequeno — comentou ele, rindo. — Daí, bem... Encontrei outras coisas pra ficar fissurado. — Sorriu e se virou para procurar roupas limpas.

Bill ficou quieto, observando, sem saber direito o motivo, como dava para ver o elástico da cueca do outro por baixo da bermuda. A toalha molhada estava pendurada no pescoço do amigo, que estava virado de costas.

Dipper passou os dedos pelo cabelo distraidamente e respirou fundo, fechando brevemente os olhos. Ainda dava para ver pequenas gotas de água escorrendo pelas suas costas e pingando das pontas do cabelo molhado. Antes que se desse conta, Bill já estava se levantando.

— Ei, Pinheirinho — provocou, mordendo o canto do lábio inferior ao se aproximar. — Pensei que você tinha vergonha de nudez. Deixa eu te ajudar.

O garoto virou, a expressão confusa e pouco amigável sendo substituída por completa surpresa quando Bill tocou em sua cintura, levantando a bermuda, e não soltou.

— Hã, Will? — Dipper segurou os pulsos do outro, apreensivo.

— Você fica sempre tão... atraente quando toma banho ou é coisa da minha cabeça?

A escolha da palavra atraente não foi aleatória. Era exatamente assim que se sentia: como se o moreno tivesse magicamente se tornado magnético. Seus olhos não conseguiam desgrudar dele e seu rosto se aproximava.

Dipper ficou mudo, a pele do rosto em chamas. Bill riu.

— Eu sei que você anda sonhando comigo. Não fique tímido.

— O quê? Você, como você...

Sem esperar resposta, Bill empurrou o amigo paralisado contra a parede. Sua respiração estava acelerada. Começou a beijar o pescoço do outro e dar pequenas mordidas. Não sabia o que estava sentindo, mas com certeza era algo muito forte.

 — BILL, me solta! — Dipper murmurou em desespero. No calor do momento, o demônio nem percebeu que seu nome real fora pronunciado. Tinha o desejo irracional, quase selvagem, de derrubar o outro no chão e explorar cada centímetro daquele corpo.

As mãos, que antes repousavam na cintura exposta do outro, foram escorregando e abaixando a bermuda, mas receberam um empurrão como resposta. Sem pensar direito, ele franziu as sobrancelhas e agarrou o braço de Dipper, arrependendo-se de imediato ao ver a expressão no rosto dele.

“O que eu estou fazendo?” pensou, em um momento de lucidez. A cena toda parecia impossível, ridícula. Não havia sentido nenhum.

Como se Bill tivesse acabado de puxar uma alavanca, Dipper reagiu na hora. Ele segurou a mão que agarrava seu pulso e torceu o braço de baixo como tinha aprendido com o tivô Ford. Em resposta, Bill teve que dobrar os joelhos para não se machucar... Tarde demais. Dipper ouviu um estalo vindo de uma articulação com um grito de dor.

Enquanto seu agressor tentava se recuperar, Dipper disparou em direção à porta.

— NÃO!!! — Bill gritou desesperado, e por um momento o garoto humano parou, surpreendido por toda a carga emocional contida na palavra. Bill estava ajoelhado no chão, ofegando, com raiva e com dor. — Dipper… Não ouse… Não ouse contar nada para os outros. Eu juro que…

Tudo o que o demônio queria fazer era aumentar de tamanho, bloquear a porta, prender o garoto com algemas que acabara de invocar. Fazer de tudo para não deixar o segredo sair daquele quarto. Mas Bill agora era apenas um humano e não estava na condição de ameaçar.

O rosto de Dipper expressava raiva e nojo indescritíveis. Ele saiu da passagem da porta e disparou escada abaixo. O demônio tentou impedi-lo, mas não foi rápido o suficiente e parou na porta, pois não queria chamar atenção dos outros.

O que foi esse descontrole todo?”, pensou Bill. "Esse corpo me faz sentir coisas.", a frase ecoava na cabeça de Bill como as badaladas de um sino, o relembrando da conversa que tivera com Dipper mais cedo. Justamente quando estava começando a ganhar a confiança de Dipper, tudo foi destruído em um piscar de olhos.

Por que ele tinha fugido, no entanto, era o verdadeiro mistério. Bill tinha visto os sonhos do garoto, e teve um sonho em particular que ele não tinha entendido de imediato, mas mais tarde compreendeu que se tratava do mesmo sentimento. Se Dipper também tinha aquele desejo carnal descontrolado de se aproximar e entrelaçar seus corpos, porque teria reagido dessa maneira?

Uma das coisas que Dipper e Mabel mais lhe afirmaram até então era para cuidar de seu corpo, e isso significava ouvi-lo. Tomar banho quando está se sentindo imundo, comer quando está sentindo fome, ir dormir quando não está conseguindo parar em pé. O sinal desta vez tinha sido como os outros, só que muito mais claro, forte e repentino, como se pudesse tomar controle completo do seu corpo. Por que agora seria diferente? Bill sentia-se insultado, como se Dipper lhe devesse algo.

Mas isso não importava, nada mais importava. Agora seu disfarce tinha ido por água abaixo. Seu peito gelou ao imaginar Dipper contando para Ford sobre o portal que tinha sido reconstruído pelo demônio, sobre o seu olho bizarro e sua nova forma. Ele também contaria sobre o que tinha acabado de acontecer, e o tio-avô viria atrás de Bill com seu desestabilizador quântico, pronto para explodir Bill em pedaços, como um caçador atrás de sua presa.

Era hora de fugir e torcer para nunca mais ser encontrado.

 


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Notas finais do capítulo

Resumo:

Na cena que pularam, Dipper sai do banheiro depois de tomar banho vestindo apenas uma bermuda. Bill estava no quarto e começa a encará-lo. Sem avisar, ele vai para cima de Dipper e começa a tocar nele. Como Bill sabe sobre o sonho de Dipper, aquele que os dois estão se pegando no corredor, não passa pela sua cabeça que o garoto podia não gostar disso. Bill começa a beijar Dipper, que pede para ele parar, assustado. Bill não dá ouvidos a ele até receber um empurrão. Então ele agarra o pulso de Dipper num impulso. Graças ao golpe que aprendeu com o tivô Ford, Dipper consegue escapar e corre para o andar inferior. Bill foge da cabana, com medo de sua verdadeira identidade ter sido revelada.

Desculpem pelo hiato, gente. Pior que eu nem tenho como explicar. É por falta de motivação, mesmo. Mas voltei a trabalhar na história e espero não atrasar tanto nos próximos capítulos.

Estou ansiosa para saber o que vocês acharam dessa cena tão inesperada.



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