O diário da minha ansiedade escrita por Heyelastigirl


Capítulo 4
Folha 04




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18.07.18

Eu vou dar sim o buquê pra Arizona!

Apareceu uma luz na minha vida com nome de Emi, que me fez destruir tudo que eu estava pensando ontem e eu estou demasiadamente animada para comprar o buquê para Arizona agora. Emi me ajudou a repensar sobre o assunto, me ajudou muito e até acalmou minha mente em questão a esta onda confusa de sentimento sobre mim em relação a Arizona.

Bom, de certa forma o que vale é que eu não posso desistir tão fácil. Apesar de ser o caminho mais fácil, preciso ser como uma leoa nesse momento e amadurecer tanto a minha ideia deste sentimento e parar de achar que eu sou menor ou inválida para Arizona. É engraçado que toda vez que eu vou escrever aqui, as coisas, eu escuto a voz dela. Ela não fala nada, mas eu escuto.

Também não foi apenas a Emi que me disse para não desistir, Jéssica e Thaís me disseram também. Eu só quero ver o sorriso dela, é querer demais?

Eu depois dos conselhos que recebi me sinto mais leveza, eu estava com muito medo do que eu estava sentindo. Meu coração tava oprimido demais, mas apesar de ainda estar com o medo que me cerca, não está numa escala cem. Eu consigo lidar com isso e pensar positivamente, sem dar ouvidos a Martha. Maldita Martha que me persegue!

Bom, amanhã é dia de eu ver ela. Acredito que irei vê-la, não tenho certeza mas já estou feliz mesmo antes. Eu só queria ver ela amanhã e sentar por horas e ficar só olhando as coisas que ela faz. Sei lá, eu acho que cheguei realmente ao nível da paixão que eu não conhecia antes.

Eu quero muito perder o medo de amar, de sentir as coisas, deixarem fluir e acontecer. Porque se eu me prender a dúvida, magoa e passado, eu vou só piorar e piorar. Obrigada Emi por me abrir a cabeça pra isso.

Eu esqueço que eu tenho uma auto-sabotagem muito grande. Toda vez que eu vejo uma porta para felicidade ou algo que eu quero, eu fujo e digo que isso não me pertence. Desde criança eu sempre, sempre quis ser atriz, não pela fama e dinheiro mas eu sempre me via lá dentro da televisão, eu queria ser como aquelas mulheres e ter várias vidas. Mas eu me sabotei, perdi o encanto, a esperança de ser atriz, e ainda isso me chama muito e eu quero voltar a fazer teatro e tentar mas até aqui minha auto-sabotagem me diz que não tem pra que eu tentar porque eu sei muito bem que eu não vou ser uma atriz como aquelas de televisão.

A Martha me sabota, me ilude, me confunde, acaba comigo e parece que ela sempre ganha. Mas eu quero muito ganhar desta vez dizer para Martha: Not today, Satan. Not today!

Bom, amanhã é dia de ver a Arizona.
O Avast da minha mente limpou toda ameaça de vírus, graças a Emi. Eu tô acreditando novamente no que sinto por ela e dar o buquê para Arizona não vai prejudica-la ou interferir na vida dela.

É só flores, com milhões de sentimentos e como diz minha eterna e amada Ana Carolina: Toda mulher gosta de rosas.

Eu irei pagar oitenta e cinco reais no buquê e minhas amigas acham isso um absurdo. A Jéssica disse: "Você é muito maluca, cara. Porque você não compra só três rosinhas, um buquê de oitenta e cinco reais... Você é doida, velho."

Eu tenho ciência da minha loucura, na verdade. Mas isso pra mim nem chega a ser loucura, loucura é eu dar o buquê, comprar não. Bom, mas de certa forma, nem serei eu que vou dar para ela, vai ser o entregador. Então nem loucura isso chega a ser.

Somente um ato de amor. (Eu hesitei um tempo pra escrever amor nessa frase. Essa palavra me assusta até pra escrever.)

Pois bem, minhas energias positivas foram renovadas, aquelas ideias pessimistas passou e o que importa agora é o hoje e daí por diante.

Eu só preciso agora me entender com esse sentimento que eu sinto por ela. Porque eu ficar negando só vai piorar e piorar. Eu tenho que conversa comigo mesma e dizer: Sim, você está apaixonada pela Arizona e você não precisa surtar por isso.

Eu tô precisando conversar comigo mesma. De ser minha amiga e parar de deixar a Martha me controlar em tudo. E é o que eu farei amanhã. Porque se eu caso ver ela, não venha surtar, então amanhã eu sentarei, farei uma meditação e conversarei comigo mesma sobre isso.

Esse medo só vai me sufocar e eu estou sendo minha amiga agora. Porque eu estou vendo o quão boba eu estou sendo com este medo. A Arizona é ser humano, por mais que eu sinta algo incrível por ela, ela não é Deus.

Apesar que Ariana Grande acreditar que seja. (Piadinha à parte)

De qualquer maneira, minha mente tá aberta agora. E eu tô vendo tudo sem aquela cortina preta que eu coloquei por cima de mim.

Minha mãe até hoje perguntou quando eu vou arrumar um namorado... É, minha mãe não sabe que eu sou lésbica porque ela é homofóbica e das vezes que desconfiou quase me matou. Então eu prefiro deixar em off esse ponto, não quero ser ameaçada de morte com uma tesoura novamente ouvindo ela falar que prefere uma filha puta do que uma filha lésbica e que ela não tem psicológico para isso.

Eu queria muito contar as coisas pra ela das pessoas que eu gosto, mas tudo pra ela é demônio, diabo, enfim, ela é evangélica e ignorante.

Eu não tenho uma relação boa com a minha mãe. Ela tenta, eu tento. Mas eu não consigo confiar nela, me falta muito sentimento a isso quando se trata dela. Eu não consigo deixar ela ser minha amiga.

Apesar que eu sempre quis uma mãe presente, aquela mãe que a gente vê que sua melhor amiga tem e ela não vê a sorte que tem. Ainda bem que a Alessandra, mãe da Isabella que é minha melhor amiga, me considera como filha dela e eu consigo confiar nela, muito mais do que na minha mãe.

Eu fui criada pela minha vó e a imagem de mãe que eu tenho é ela. Eu chego a chorar só de pensar que um dia minha vó vai me deixar no mundo pra brilhar no céu.

Eu a amo com o amor que eu deveria amar minha mãe, apesar que minha vó não conhece nenhum sentimento meu, eu nunca disse nada da minha vida e minhas fraquezas pra ela.

Na verdade eu acredito que ninguém me conhece. Nem eu as vezes sei quem eu sou.

Ao mesmo tempo que eu estou brincando, rindo, aconselhando, sendo a amiga psicóloga, eu sou triste, meus pensamentos são feios sobre a vida e eu tenho medo de ser eu na maioria das vezes.

Eu sou uma tremenda confusão de ideias e opiniões sobre mim mesma. As vezes eu penso como seria tão mais fácil se eu apenas fosse uma menina hetero.

Já não bastava tudo que carrego comigo ainda gostar de mulher, mas infelizmente a gente não escolhe ser quem é, e eu não tenho culpa de gostar das pessoas que meu coração escolhe pra gostar. Meu cérebro odeia meu coração e meu coração odeia meu cérebro. Um acaba subordinando o outro.

Mas respirando fundo agora, eu tô bem hoje. Tudo deu certo.

 


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