Crescendo - Shirbert escrita por Sabrina
Notas iniciais do capítulo
Faz meses que eu não atualizo essa fanfic, e preciso pedir desculpas. Estive tão focada, porque eu havia acabado de entrar na faculdade, que tive de dar um tempo na fanfic. Mas agora as coisas se regularam e eu estou de volta. Boa leitura :)
P.s.: Muito obrigada as recomendações maravilhosas que recebi. Elas me trouxeram de volta a inspiração :)
***
— Isso é uma grande ironia, né? – disse Gilbert, só pra tossir logo em seguida. – Eu, estudante de medicina, adoecido assim.
Anne torceu a toalha molhada sobre o balde de água quente antes de colocá-la sobre a testa dele de novo. Normalmente eles não ficavam sozinhos num quarto, não por mais de alguns minutos, mas a situação pedia. Ela imaginou que até Marilla abriria uma exceção.
— Até os médicos adoecem, Gil.
— Disso eu sei. Todos que foram na expedição pegaram essa virose. Todos estudantes de medicina e até o professor Harald. As aulas estão, cof cof, suspensas por uma semana.
Ele estava extremamente pálido, e Anne seriamente preocupada. Ela não podia dormir ali. Quem cuidaria dele quando ela tivesse de ir embora?
— Já pensou em ser enfermeira? Nós poderíamos trabalhar juntos. Imagine, eu médico e você minha enfermeira.
— Você está delirando.
— Não estou não. Como estudante de medicina e futuro médico, sei que ainda estou bem... bem... cof cof cof!
— Lúcido? – completou Anne.
— Lúcido.
Ela ofereceu um copo d’água, que ele aceitou. - Você sabe que amo quando cuida de mim assim, mas precisa ir embora antes do sol de pôr. Devemos ter uns vinte minutos antes disso acontecer.
— Não vou deixar você sozinho.
— Marilla e Mathew me matariam se soubessem que deixei que ficasse aqui nesse horário.
— Marilla e Mathew vão ficar felizes por eu impedir que o genro deles morra de febre à noite. Agora, se embrulhe nesse lençol. Você está tremendo.
— Eu já disse que amo você?
— Disse. Agora se cubra.
Ela o cobriu com um segundo cobertor e colocou uma cadeira de frente pra cama, onde se sentou. A porta do quarto ficou aberta a noite toda, e de tempos em tempos a dona da pensão vinha com um novo balde de água quente. Dizia que o Sr. Blythe era seu melhor cliente, nunca atrasava o pagamento e nunca provocava desordem, sempre a cumprimentava ao sair e ao voltar, e que ela estava preocupada com ele.
— Não se preocupe, Sra. Donald. Eu vou cuidar dele. Só preciso que continue a me trazer a água.
Elas nunca deixaram a compressa esfriar. Gilbert adormeceu todo embrulhado em cobertores, segurando a mão de Anne, acordando em momentos aleatórios da madrugada, assustado, delirando e tremendo de frio. Só se acalmou quando Anne deitou ao seu lado e o abraçou. Ele dormiu, ela só cochilou. Acordou às cinco da manhã e voltou pra cadeira. Percebeu, para sua felicidade, que a temperatura de Gilbert tinha voltado ao normal e suspirou de alivio. Quando a Sra. Donald apareceu de manhã para ver se seu cliente havia melhorado, encontrou Anne ainda sentada na cadeira, com a parte superior do corpo deitada sobre o peito do noivo, os dois mergulhados num sono profundo.
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