Os segredos de Katniss Everdeen escrita por J S Dumont


Capítulo 7
Capitulo 6 - Quando nada parece que pode piorar




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VI

Quando nada parece que pode piorar

Sabe quando você vê sua vida sair do controle e você não faz a mínima ideia do que fazer para reverter á situação? Katniss estava nesse dilema, sentia isso em sua pele, e o problema é que ela não sabia lidar com esses tipos de situações, descontrole não era algo da qual ela estava acostumada. Afinal, a sua vida sempre fora normal, nada de algo que saísse do comum, nada de adrenalina, alias, ela não gostava de adrenalina, ela só queria continuar com sua vida de estudante normal. Porém, parecia que isso não iria mais acontecer, mesmo que ela quisesse, mesmo que ela desejasse. Aquele dia, naquela boate, parecia ter mudado tudo.

Primeiro: Ver seu rosto estampado na televisão a DESESPEROU de uma forma que lhe deu crises de ansiedade, o suficiente para ela pedir três pizzas, mesmo que fosse acostumada a pedir apenas duas para ela e suas amigas.

 Segundo: Ela comeu SEIS pedaços, nunca comera mais de três, comeu o dobro, o que já mostrava que isso não era MUITO normal de se acontecer.

Terceiro: Ouviu musicas depressivas durante a noite inteira, ela chorara, e ficara horas dentro do banheiro, não porque estava com dor de barriga, mas sim porque sentira que aquela banheira velha que havia lá dentro poderia ser mais agradável do que sua cama... Só não perguntem o por que!

Certo, esses três pontos já mostram todo seu descontrole emocional. Não respondera Ethan, porém, ele já havia ligado umas seis vezes, ela já esperava que não demoraria muito para que ele batesse na porta do apartamento dela, com certeza louco para saber se aquele rosto era o dela mesmo. E ela não o respondia... por que... por que... Bom, por que ela não sabia o que dizer, estava com medo de negar, e a mídia acabar descobrindo seu nome, estava com medo de falar AHÁÁ eu dei o troco mané, e isso se espalhar e ela sujar sua linda e maravilhosa reputação. Ela não queria ser a chifruda da família, mas também não queria ser a vadia. Ah... Era muita informação para o seu cérebro digerir.

Resultado?

Acordou no outro dia com dor de barriga, com dor de cabeça, com dor corporal, dentro de uma banheira vazia e com pedaços de cebolas de pizza de calabresa em seu cabelo, além disso, estava com um mal humor dos infernos, e se pudesse socaria qualquer ser vivo que encontrasse apenas para aliviar toda essa tensão.

Mas... Ela precisaria respirar fundo, e apenas seguir em frente.

Quem sabe tudo acabasse somente nessa foto mais legível na televisão? Peeta Mellark poderia beijar outra garota e ai ela poderia virar o centro das atenções e a mídia finalmente se esquecer de sua existência!

Bom... Não custava nada sonhar!

— Bom dia Katniss! – Annie falou, enquanto fazia café e cantarolava na cozinha a pior musica que Katniss poderia escutar naquele momento, seria uma provocação? AFINAL, a ultima coisa que Katniss queria na situação em que se encontrava é ouvir a musica daquela bandinha de quinta-categoria-sem-criatividade-boys!

SIM! Ela se revoltara, e agora essa era a nova definição que ela daria a banda, se ela pudesse trucidar esses filhas da mãe na internet, com certeza faria, e até pensou no caso, mas desistiu ao se lembrar daquelas fãs lunáticas que eles tinham. Vai saber se descobrem o endereço dela e a apedrejam.

— ANNIE! – ela falou num tom de repreensão.

— Ahm? – Annie fez a olhando com as sobrancelhas arqueadas, parecia não ter entendido. Quer dizer não no momento, mas depois de pensar, entendeu o que tanto estava incomodando Katniss. – Ah sim, desculpa, eu esqueci que agora você está com um ódio mortal de Peeta Mellark!

— E com razão, ele se aproveitou de minha fragilidade, aquele pervertido! – Katniss falou com dedo em riste, depois puxou a cadeira e se sentou a mesa, Annie olhou para Katniss, parecia estar reparando em algo.

— Perai, isso é pizza no seu cabelo? – ela perguntou.

— Ah droga! Ainda não consegui tirar tudo, acho melhor eu ir tomar um banho! – Katniss falou, puxando mais um pedaço de pizza de sua cabeleira. – Nunca imaginei que chegaria essa situação, euzinha, caída dentro de uma banheira vazia, depois de devorar seis pedaços de pizza, e ainda com metade de um deles no meu cabelo... Que decadência! – ela resmungou.

— Amiga, isso pode acontecer com qualquer um, aliais eu até aceitaria passar por isso, se pudesse antes dar uns beijaços em qualquer um dos membros do bad boys... – Annie suspirou. Katniss apenas revirou os olhos.

Se ela pudesse trocava de lugar com Annie, afinal, o cabelo gema de ovo já estava lhe dando problemas, sérios problemas.

Primeiro: Ontem enquanto ela comia pizza fora obrigada a conversar sobre isso com Johanna e Vick, o que não fora legal, não fora nada legal mesmo. Já bastava Annie toda empolgada com o que aconteceu (e Katniss não entendia o porque de tal empolgação) agora tinha que ouvir Johanna e Vick também tagarelarem, e ainda falarem absurdos, como: Que finalmente a sorte estava sorrindo para ela por esse fato ter acontecido.

Katniss não conseguia definir o ocorrido como sorte, seu rosto estava na televisão, todos queriam saber quem é a garota misteriosa. E ela tinha MUITO MEDO disso acontecer. O infeliz do Ethan não parava de ligar, ela poderia ter sua honra manchada, ser acusada injustamente como a vilã da história e ainda nem conseguia se lembrar se o diabos do cara do cabelo gema de ovo beija bem, então, qual é a parte que ela está com sorte?

Ah... E ela não podia se esquecer do pior: Ela ainda não se lembrava do que aconteceu!

Ela não sabia se havia sido só alguns beijinhos, ou se tinha ido mais além. Na verdade, no fundo, ela estava até com medo de saber...

 - Minha vida está um horror, ainda vou ter que trocar de numero, só assim para o infeliz do Ethan parar de infernizar minha vida... – Katniss falou, assim que viu que seu celular começou a tocar novamente.

Annie suspirou, enquanto colocava a garrafa térmica em cima da mesa.

— Por que você simplesmente não atende e manda ele para o inferno? Diz logo que encontrou um homem bem mais gostoso e mais interessante do que ele! – ela falou e se sentou a mesa, e o seu sorriso era tão largo quanto o do coringa.

Katniss a encarou com os lábios entreabertos.

— Ah sim você quer que eu confirme que dei uns amassos naquele lá! – Katniss falou num tom como se mostrasse claramente que tudo aquilo era um grande absurdo, ela pegou a garrafa térmica e logo depois a xícara que Annie havia acabado de colocar na mesa, e logo a encheu com café.

— E por que não? Ai, eu não perderia essa oportunidade! – ela falou.

Katniss revirou os olhos. Com certeza achando aquilo um baita de um absurdo, já iria deixar exposto essa sua opinião, se o barulho da campainha não tivesse interrompido a conversa, logo ela suspirou, imaginou que seria Vick e Johanna, logo seria três contra uma, elas com certeza continuariam prolongando essa conversa e sinceramente ela já está de saco cheio dela.

— Deixa que eu abro! – Annie falou, ainda toda sorridente, enquanto se levantava da mesa.

Katniss apenas suspirou, novamente pensou no ocorrido, e só de se lembrar do rosto daquele playboyzinho barato, ela começou a xingá-lo:

— Mas que filhazinha da mãe, aproveitador, safado, pervertido! – ela falava, e só parou com a série de xingamentos, quando a sua boca ganhou uma nova função, ela a encheu de café.

Já iria o engolir, quando, ouviu a pior coisa que poderia escutar naquele momento:

— Bom dia senhora Everdeen, que surpresa!

O café no mesmo instante voltou, e ela o cuspiu. MAS QUE DROGA! Se já não bastasse o cabelo com cheiro de pizza, seu pijama agora ficaria molhado e com cheiro de café.

Mas o pior nem era isso... Logo Katniss se perguntou: Mas que diabos a sua mãe está fazendo em seu apartamento? Seu coração no mesmo instante disparou, logo que ela pensou: Será que ela descobriu tudo?

Quer dizer tudo seria uma palavra complicada, já que nem ela mesma sabe o que seria esse “tudo”, mas com certeza existia a possibilidade dela ter visto o rosto de sua filha estampado nos programas de fofoca. Mãe sempre reconhece os filhos.

Mas... Ela poderia negar até a morte, sim, é a sua primeira opção. Nervosa ela já fora levantando da mesa, passou a mão em seu cabelo, tentando arrumá-lo mesmo que fosse uma tarefa impossível no estado em que ela estava, ela respirou fundo e disse para si mesmo “relaxa”. É, relaxa é só negar, negar e negar.

E ela então ouviu o grito de Annie a chamando, e então, lá foi ela até a sala de estar. Estava andando na maior calma que conseguia, até que BUM mais uma bomba. Ela parou, arregalou os olhos, ao ver que ao lado de sua querida mãe Elfie, estava outra criatura, que só não era pior pelo fato de que não era sua prima metida a besta Mercedes.

Mas quem poderia ser tão ruim quanto á cobrinha? Ah claro, essa não é difícil. A cobra mãe é claro.

Sim, a mãe de Mercedes estava ali, a tia Gertrudes, o que não poderia ser pior. As duas se juntaram para trucidá-la? Sim, fora a primeira opção que passou pela mente dela.

— Filha querida! – Elfie, a mãe de Katniss falou. Era uma senhora baixa, magra, loira, de cabelos curtos, que sempre gostara de usar roupas chamativas, com certeza não parecia nada com Katniss, nem com a forma de se vestir e nem a aparência. Só combinando a cor dos cabelos e o corpo magro. Porém, nem mesmo o rosto conseguira ser parecido.

— M-Mãe... – Katniss gaguejou meio surpresa, viu sua mãe Elfie se aproximar e lhe agarrar com um forte abraço, sempre ela fora emotiva demais, tanto que lhe abraçara tanto que quase a deixou sem ar.

No momento a cabeça de Katniss girou, ela não entendera nada, ta legal. Se ela está sorrindo, a abraçando, com certeza não estava ali para lhe julgar por ter visto seu rosto grudado no de um cantor famoso. Menos mal. Mas logo ela se perguntou: E a cobra? O que será que ela queria?

— Por que essa carinha filha? Está pálida! Ah deve ser o nervosismo dos preparativos do casamento, viu Gertrudes... – Elfie virou para olhar para sua “querida” irmã, querida só para ela é claro, Katniss sabia o quanto ela era maldosa e sempre muito falsa, sentia-se tão fina como se fosse um membro da realeza da Inglaterra, mas para Katniss ela não poderia ser mais estranha, rechonchuda, baixa, com cabelos amarelados, parecidos até mesmo com o do de gema de ovo. Droga! Logo Katniss, se lamentou, pois a ultima coisa que ela queria, é se lembrar do infeliz enquanto pensava na descrição de sua insuportável tia. - Eu disse que Katniss não está conseguindo lidar com tudo isso sozinha, olha só, não deve nem estar comendo...

— É, se continuar assim a pobrezinha vai sumir, tadinha está tão magrinha... – disse Gertrudes, Katniss no mesmo instante respirou fundo. Ela tinha que ficar se lembrando da magreza de Katniss, só para piorar ainda mais o seu complexo de magreza.

— Mãe, você e a tia Gertrudes não precisava se incomodar, minhas amigas e eu estávamos conseguindo organizar todo casamento! – Katniss falou.

— Sim! Ela já tinha conseguido até se decidir qual vestido irá usar, até mesmo o alugou! – falou Annie.

— Ah, mas que maravilha! – exclamou Elfie. – Eu estou tão curiosa para vê-lo! Eu quero ver você o experimentando meu amor... – ela acrescentou, colocando suas duas mãos no rosto de Katniss, logo ela sorriu forçadamente.

Mas que maravilha! Sua mãe estava tão animada, como contar para ela que o casamento não irá acontecer?

— É impressão minha ou você não gostou da minha visita? – Elfie perguntou, pareceu ficar até sentida com isso.

— Eu te digo Elfie, quando os filhos vão para faculdade esquecem os pais, são sempre ingratos! – a cobra da Gertrudes falou, soltou um suspiro e se sentou no sofá, sem a permissão de ninguém, depois olhou para os lados com aquela cara de que comeu e não gostou... – Nossa, aqui é tão pequeno!- ela soltou.

Katniss entreabriu os lábios e ficou olhando para tia por alguns segundos, se perguntando em pensamentos por quanto tempo iria ter que aguentar a sua desagradável presença.

— Eu... Eu... Eu vou pegar um café para vocês! – Katniss falou, se virou e saiu dali rapidamente, na verdade ela usou aquilo como desculpa apenas para sair dali, e não enforcar a sua insuportável tia.

Assim que ela chegou á cozinha percebeu que Annie estava a seguindo.

— Isso é um pesadelo! – ela logo soltou.

— Não, não é, essa pode ser a sua oportunidade para contar logo para elas que você rompeu com Ethan! – Annie falou.

— Não, eu não consigo... – Katniss disse já em desespero.

— Claro que você consegue! – Annie insistiu.

— Não, eu não vou conseguir, ainda mais com minha tia junto, não estou nem um pouco a fim de ver aquele sorrisinho horrível triunfante, naquele rosto de porca dela! – Katniss soltou, depois passou a mão no rosto e se sentou na cadeira, sentindo-se uma perdedora devido a isso.

— Você uma hora terá que falar, isso se você não tiver com intenção de voltar atrás... – Annie falou, Katniss abriu a boca, mas antes que pudesse falar uma voz acabou as interrompendo.

— Ethan! Querido... Que bom te ver! – a voz de Elfie, mãe de Katniss falou lá na sala de estar, no mesmo instante o coração da garota disparou.

— Ethan? – disseram Annie e Katniss em uníssono.

As duas saíram rapidamente da cozinha e foram para a sala de estar, ali avistaram o traidor, desprezível, sem vergonha do Ethan, agarrado com Elfie, ela sorria toda derretida, enquanto olhava para Ethan como se ele fosse o melhor genro do mundo.

— O que você faz aqui? – Katniss já fora perguntando, quase o puxando para tirá-lo dos braços de sua mãe.

— Que isso filha, é assim que você o trata? – Elfie falou, enquanto o soltava.

— Isso é porque ainda não se casaram, imagina quando passar dez anos de casamento... – disse Gertrudes, tirando a lixa da bolsa e começando a lixar uma de suas unhas.

— Ué, eu vim ver minha noiva, como todo noivo apaixonado faz! – disse Ethan se aproximando de Katniss, colocando o braço em volta do ombro dela, Katniss no mesmo instante segurou a respiração, isso para não acabar soltando além de ar, um monte de xingamentos na cara dele. Afinal, como ele tinha coragem de ser tão fingido dessa forma? Poderia até mesmo ganhar um Oscar.

— E cadê nosso café que você disse que iria trazer? – perguntou Gertrude levantando o olhar para olhar para nós. Embora isso tivesse sido bem deselegante, Katniss achou que aquela pergunta não pudesse ter vindo na melhor hora.

— Ah sim, Ethan querido, tem como me acompanhar até a cozinha? – Katniss perguntou. Tentando manter uma voz calma e serena, mas acabou saindo forçada demais.

— Claro amor! – ele disse aquele “amor” só fez aumentar ainda mais a raiva de Katniss, tanto que só foi chegar á cozinha para ela sair dando um monte de tabefes e empurrões nele.

— O que é isso? – ele perguntou segurando os braços dela.

— Eu é que te pergunto, seu descarado, como você teve a coragem de aparecer aqui e ainda fingir que ainda somos noivos... – ela falou.

— Ué, pela forma que sua mãe me recebeu deu para ver que ela não sabe do nosso termino! – ele respondeu.

— Não, ainda não, mas posso te garantir que em breve ela ficará sabendo! – Katniss afirmou.

— Ah é? – Ethan disse, cruzando os braços e a encarando.

— É!- ela respondeu, também cruzando os braços e o encarando com o mesmo olhar.

— Então quero ver, vai lá Katniss, vai lá na sala e conta para sua mãe e para sua tia que terminamos, quero ver você fazer isso agora, nesse momento! – ele disse num tom desafiador, Katniss no mesmo instante engoliu em seco e continuou encarando Ethan, sem ter a certeza se conseguiria ter essa coragem.


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Notas finais do capítulo

E ai será que ela terá coragem de contar?
Veremos no proximo!
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