Familiarização escrita por Jotagê


Capítulo 3
Ojeriza


Notas iniciais do capítulo

Barraco, confusão e gritaria!

Eu me empolguei um pouco com o capítulo de hoje e acabei escrevendo 400 palavras. Contar uma história com um limite de palavras é uma tarefa árdua e eu ainda estou me acostumando, mas eu fiz o máximo para não exagerar demais.

Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769831/chapter/3

Úrsula e Ra’Rá sentiam-se dominados por ojeriza ao irromper o pequeno pensamento de que precisariam aturar um ao outro pelo resto de suas existências — literalmente. A lei bruxa determina que um sórcere e seu familiar estão ligados até um deles perecer, e tal instante parecia distante para ambos.

O pássaro descansava no braço de madeira da poltrona perto da lareira, enquanto a bruxa era engolida pelo sofá vermelho do lado oposto. Quando seus olhares irritados se encontravam, eles desviavam a vista e seguiam em silêncio.

Mas a obstinação da bruxinha não a permitiria permanecer quieta. Persistiria, mesmo que só proferisse uma provocação — e foi exatamente o que fez.

— Se eu soubesse que você seria assim, teria simplesmente comprado uma Alexa e pediria pra tocar ‘Despacito’ — escarneceu, apenas para atiçar a arara — Ela até seria mais útil.

— Queria alguém mais falante que tolerasse suas tolices e fizesse comentários engraçadinhos? Pedia um gato! — o animal retrucou, impaciente pra provocações.

— Há anos, eu peço e rezo por um gato preto! Eu nem sei o que aconteceu.

— Acho que deu azar — o pássaro tentou, mas não conseguiu se conter e logo gargalhava, orgulhoso com a própria piada — Entendeu? Azar, gato preto! Há!

— Pensei que vocês fossem mais engraçados — a bruxinha comentou, encarando-o com desdém — Me enganei.

— Olha o racismo, hein? — a ave advertiu, ofendida pela generalização... Até reparar o verdadeiro sentido da frase e ofender-se mais ainda — Espera, você está me comparando aos papagaios?

— Vocês não são da mesma... — Úrsula atentou em como terminaria a frase, nervosa ao notar na expressão de Ra’Rá que fez algo não tão agradável — ...Família?

— Eu nunca fui tão humilhado desde que a bruxa Risonha Bisonha zombou do meu nome! — ele agitou as asas, extravasando sua revolta. As lembranças deixaram-no com lágrimas nos olhos e um tom choroso na voz, como se revivesse o momento — É Ra’Rá, não HaHaHa!

— Eu não... — a moça tentou justificar, mas foi interrompida pela arara voando em sua direção e bicando-a na cabeça repetidamente — Ai!

— Sua lhama! — Ra’Rá exclamou, raivosa, seguindo com os golpes.

— Quê? — Úrsula atirou-se ao sofá, após tirar a ave de sua cabeça e jogá-la de volta à poltrona com muito esforço.

— Se eu sou qualquer ave pra você, você é qualquer mamífero pra mim! — o pássaro esclareceu e finalizou mostrando a língua para sua acompanhante, que cooperou com o clima infantil e fez o mesmo.

Bom, poderia ter sido pior.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da história! Podem comentar suas críticas e opiniões, o que estão achando e o que acham que pode melhorar. Eu leio e respondo tudo com carinho!

Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Familiarização" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.