Familiarização escrita por Jotagê


Capítulo 4
Malgrado


Notas iniciais do capítulo

Dizem que familiar só serve pra brigar. Úrsula e Ra'Rá levaram isso a sério demais.

Trago mais um capítulo na saga da nossa querida sórcere e seu sócio barraqueiro. Voltamos à programação normal de apenas trezentas palavras, mas quem sabe como os futuros capítulos vão se desenrolar?

Às vezes, você se empolga tanto que o que era pra ser uma drabble se torna uma long-fic e quando você vê, já está matando seu terceiro personagem. Não que eu já tenha feito isso, longe de mim...

Sem mais delongas, boa leitura!



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Após muito estresse e conturbação, ambos decidiram recolher-se. Úrsula levou sua letargia letífera ao quarto trancado para lamentar-se pela catástrofe que foi sua tarde. Ra’Rá, por sua vez, ocupou-se por horas observando o mundo além da janela. Nenhum deles dispunha-se a dar o braço a torcer.

Assim continuaram, até o desfecho daquele dia desconfortável.

Ao despertar de uma nova manhã, a garota acordou com o Sol aquecendo seu rosto. “Já começou mal”, pensou. Torcia para que toda tragédia do dia anterior não passasse de um pesadelo, mas suas esperanças morreram ao ouvir o bater buliçoso de asas em sua sala.

Sempre pensava em passear com seu parceiro e apresenta-lo aos arredores, no dia seguinte ao conhecer seu familiar. Quando descobriu a peça que a acompanharia, a bruxinha quase deixou esses planos para trás — mas decidiu não desviar-se de seus desejos apenas por desgosto, por maior que fosse.

Ela se esforçaria para espremer o melhor dessa situação. Como aprendeu, quando a vida lhe dá limões, adicione o que tiver e faça uma poção mágica.

Úrsula conjuntou seus cachos castanhos num coque comedido nas costas de sua cabeça. Cobriu-se com um chapéu quase cônico, pontiagudo e escuro como breu, enfiou-se num vestido da mesma cor — sem mangas, findando um pouco depois dos joelhos — e escondeu-se atrás dos óculos escuros.

— Vou passear pela rua — afirmou num tom autoritário, sem gaguejar ou permitir-se olhar ao redor, logo ao abrir a porta — Você vem comigo.

— Acho que prefiro ficar, está tão agradável... — a ave seguiu sua fala com um bocejo, despreocupada.

— Não foi um pedido. — ela estendeu o braço em frente.

Mesmo que de malgrado, a arara não arriscou recusar e, revirando os olhos, voou até ela. Seus pés escuros descansavam e quase escondiam-se na pele negra da bruxa, que caminhava em direção à porta da frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da leitura!

Não deixem de me contar o que estão achando da história nos comentários! Eu sempre respondo e ainda mando beijos pra você, pra sua família, pro seu bichinho e pra sua cidade. ❤ Lembrem-se que o comentário é o combustível do escritor!

Até o próximo capítulo!



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