The Four Halstead: Season 3 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 7
As Faces dos Monstros




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Mouse chegou na delegacia que estava uma bagunça, indo para seu posto de trabalho, Hank estava de pé próximo a sala dele ouvindo as informações conseguidas pelos outros detetives. Em um canto, um homem de cabelos escuros e roupa social de braços cruzados, calado enquanto apenas ouvia.

 

A explosão ocorreu às dez e meia da manhã, numa praça onde qualquer um poderia ir e vir, centenas de pessoas estavam por lá incluindo crianças. Apenas dois dos nove brinquedos foram destruídos, nenhuma barraca de jogos ou comida foi afetado. Não se pode afirmar que foi um crime de ódio, nem um ataque direto a alguém, já que o local estava repleto de pessoas de diferentes sexos, nacionalidades, gênero, idade e cor de pele.

 

Em um enorme quadro as fotos das vítimas junto com o nome, idade, em outro estava uma interrogação com suspeitos abaixo e fotos do parque e da destruição. Com as imagens das câmeras de segurança ainda sendo analisadas pelo FBI, a quantidade de informações é escassa demais para eliminar qualquer teoria do porquê aquilo aconteceu e os suspeitos.

 

— Precisamos das imagens — Ruzek falou virando-se para o homem calado.

 

— As informações serão repassadas quando algo útil aparecer — ele respondeu.

 

— Como podemos prender quem fez isso se não temos as informações necessárias ? — Dawson perguntou.

 

— Eu não posso fazer nada — ele respondeu.

— Mas eu posso — a voz feminina chamou a atenção dos detetives.

 

Cassy subia as escadas segurando um pen drive em uma de suas mãos e uma bolsa no ombro, vestida com uma calça social, uma camisa azul marinha, com um coldre do lado direito do quadril e botas militar. Com um aceno de cabeça ela comprimentou todos ali, virando-se para Mouse ela arremessou o pequeno objeto para ele que pegou-o no ar.

— As imagens das câmeras de segurança — ela explicou caminhando até Hank.

— Bem nós estaremos investigando um suspeito em particular — Voight disse pegando algumas pasta da mão da Cassy e passando para os outro — Montenegro.

 

Tomando a frente de todo o grupo ela mirou com seus olhos azuis a cada um presente na sala, perdendo um pouco mais de tempo em Mouse, antes de mostrar a foto de um homem meia idade com cabelos castanho claro, olhos escuros e barba por fazer, pele pálida, cicatriz no olho direito e tatuagem na base do pescoço.

 

— Bem, esse é Stefan Anderwood — ela começou a falar pregando a foto no quadro ao lado da palavra suspeito — ele tem trinta e seis anos, nascido na escócia, ele fez faculdade de pedagogia em Harvard, ao retornar para a Europa ele acabou trabalhando em duas escolas nos últimos doze anos até que a bomba explodiu literalmente.

 

Cassy retirou uma nova foto onde havia várias crianças correndo, bombeiros e fogo.

 

— Na primeira escola um bomba explodiu a cerca de seis anos, doze pessoas morreram entre eles cinco crianças, quatro professores, dois monitores e a psicóloga — Cassy esperou alguma pergunta, quando não aconteceu ela continuou — Ninguém suspeitou dele em qualquer momento, mas na segunda escola ocorreu o mesmo, dois anos atrás.

 

Uma nova foto com muito parecida com a anterior foi posta no quadro.

 

— A diferença importante aqui é Louis Weissman — a imagem de um menino foi posta ao lado das do segundo incêndio — ele tinha oito anos e testemunhou quando Anderwood plantou uma bomba numa das salas do colégio.

— Então ele deveria estar preso — Ruzek disse.

— Isso é óbvio — ela rebateu — o problema é que sem testemunhas ocular acusar alguém por um incêndio ou atentado sem provas é impossivel, pergunte aos bombeiros.

— Então ele ficou livre.

— E as coisas pioram — ela disse tirando a foto de um cadáver de uma criança — ele sequestrou Weissman e o matou, o corpo dele foi encontrado seis dias depois do sequestro —ela se interrompeu limpando a garganta — e segundo o legista a morte foi menos de vinte e quatro horas antes do corpo ser encontrado — ela encarou Voight — ele foi torturado e vocês podem ler o que mais aconteceu.

 

Cassy sentiu um arrepio desagradável subiu pela coluna dela ao se lembrar do menino que tinha quase a mesma idade que seu filho atualmente.

 

— Seis meses atrás, época que obviamente eu não estava nesse caso — ela pontuou antes de prosseguir — foi encontrado o DNA dele junto a um caderno onde Anderwood relata o que fez com cada uma de suas vítimas incluindo Weissman — Cassy prendeu mais dez fotos em um quadro — Essas são as últimas vítimas conhecidas, como vêem ele não faz distinção maior do que a faixa etária.

 

— Agora ele está aqui em Chicago — Voight falou — e vamos encontrá-lo.

 

— Os Federais querem simplesmente procurar quem causou a explosão no parque — Cassy fitou diretamente Mouse — mas não temos como ter certeza que foi Anderwood, então vamos atrás desse pedaço de merda com pernas.

 

— Eu sou federal — Hill falou no canto da sala.

 

— Tecnicamente eu também — Cassy respondeu.

 

— Vamos começar falando com os sobreviventes — Voight falou separando a equipe em pares.

 

Dawson e Atwater, Olinsky e Ruzek, Burgess e Lindsay, todos pegaram um grupo de pessoas que foram internadas para entrevistar.

~~~

— O que aconteceu com Jay pode ter sido esse cara ?— Mouse perguntou quando Cassy entrou na sala apertada onde ele trabalhava, enquanto assistia às imagens de uma das câmeras.

 

— Pergunta difícil — ela respondeu olhando para a tela, ao ver algo diferente ela pousou uma das mãos no ombro do moreno se abaixando para se rosto ficar próximo a dele — o que foi aquilo?

 

Aproximando a imagem ele viram um homem de cabelo preso em um coque com uma mochila nas costa e um celular em outra ao lado de outro cara esse careca estavam próximos ao barco viking, pouco depois de se afastarem o bastante para não serem feridos ocorreu a explosão.

 

— Consegue uma imagem melhor da cara dele? — ela perguntou.

 

— Melhor que isso não fica.

 

— Ok, envia para mim e manda para os outros por favor.

 

Os dois viraram o rosto um para o outro ao mesmo tempo, deixando rosto deles próximo, encarando os olhos um do outro com poucos centímetros separando-os eles se perderam nos azul dos olhos do outro por alguns momentos.

 

O barulho da porta se abrindo fez Cassy se afastar as pressas del.

— Estou interrompendo algo? —  Hills perguntou olhando para os dois com uma expressão de desconfiança.

 

— Não — Mouse respondeu voltando a mirar a tela do computador.

 

— Temos imagens de suspeitos do atentado — ela disse batendo levemente no ombro do loiro — Eles podem ou não ter ligação com Anderwood.

 

—Então vamos passar a cara deles pelo reconhecimento facial.

 

— Bom, você pode fazer isso — ela disse passando pelo agente, que a encarou com o cenho franzido, mas nada falou.

~~~

A segunda vez no mesmo hospital em menos de cinco horas, e sem poder falar com o namorado deixou Lindsay um pouco tensa, ela tentou ignorar o sentimento desconfortável de não poder estar com Jay e se concentrou no trabalho, em entrevistar alguns dos sobreviventes.

A morena também teve que aguentar os olhares interrogativos e a preocupação de Burgess quando, ao encontrarem a doutora Manning, essa perguntou se Erin estava melhor, e se teria decidido fazer os exames que a médica queria. Entretanto Lindsay não queria pensar nisso, já tinha problemas demais em sua cabeça para procura por mais um, então ela desconversou todas as tentativas da médica e da amiga em saber o estado de sua saúde, prosseguindo com o trabalho

 

A último pessoa que foi entrevistado pelas duas detetives foi um homem chamado Benjamin Rogers, entre poucas informações passadas por ele o importante é que ele tinha um filho, Daniel, de doze anos que ainda não foi encontrado.

 

— Temos uma criança desaparecida — Burgess disse  ao encontrar Ruzek e Olinsky — o nome é Daniel Rogers, tem doze anos.

 

— Está dentro da faixa etária das vítimas de Anderwood — Olinsky falou.

 

— Mouse mandou fotos de dois suspeitos — Dawson avisou mostrando a tela do celular — talvez Jay tenha visto um deles.

 

Eles se entreolharam em silêncio por alguns segundos. Olinsky subiu os andares do hospital até os quartos onde encontrou o colega de trabalho, deitado na cama hospitalar, Jay já parecia com pouca paciência para continuar internado, porém a opinião dele não vai ser ouvida por algum tempo.

— Olinsky? — o jovem detetive olhou para o mais velho.

 

— Como está se sentindo?

— A  morfina é uma benção — ele respondeu com um leve sorriso.

 

Ainda sem acreditar que havia tomado um tiro, e presenciado um ataque contra crianças, Jay passou suas horas pós cirurgia se recuperando fisicamente e pensando na pessoa que atirou nele, o rosto estava embaçado em sua memória.

Mas o tiro não foi tão doloroso do que o fato de Erin ainda não ter ido lhe visitar. Seu pai avisou que Will estava trabalhando, nos andares de baixo, e  Mouse também estava no trabalho.

Por mais surpreendente que fosse ter o pai ao seu lado quando ele acordou, isso o fez se sentir levemente bem, levando em conta os problemas que Pat tinha com ambos os filhos, ter o pai por perto era bom. Ainda assim Jay sentia falta de Erin.

Olinsky olhou pelo quarto e para fora, pensando se deveria ou não contar ao moreno que sua namorada não foi visitá-lo porque o pai dele a impediu, pois dava para ver no rosto de Jay que ele queria perguntar sobre ela.

 

— Eu queria saber o que aconteceu no parque — Olinsky pegou um bloco para anotar o que o outro falaria.

 

Jay narrou os acontecimentos do momento das explosões, o como ele foi ajudar as pessoas, mas não tinha pego a arma. E como viu um homem apontando uma arma para uma criança, e que ele havia o atingido.

 

— Caucasiano, alto, cabelo claro, sem barba, tatuagem na base do pescoço, vestia um casaco marrom e calça verde escuro — Jay descrevia, com muito esforço a pessoa que atirou nele — também havia uma criança, ele deveria ter uns cinco anos , cabelo loiro, sardas, usava uma jaqueta vermelha e calça jeans.

 

Olinsky parou de escrever para encará-lo.

 

— Qual o problema ? — Jay perguntou percebendo o silêncio estranho do amigo que é naturalmente calado — quero dizer além do que eu já sei?

 

— Existe a suspeita de que um suspeito de sequestrar crianças, e uma já foi dada como desaparecida, agora pode ser dois.

 

Jay franziu a testa, mas antes que respondesse a porta do quarto se abriu, Will e outro médico que havia feito a cirurgia do Halstead moreno. Os quatro conversaram muito pouco sobre o estado do moreno que repetia o quanto queria receber alta, sendo repreendido em todas as vezes pelo irmão mais novo.

— Você teve sorte pela bala não ter feito nenhum estrago no seus órgãos — Will iniciou sua fala ignorando o revirar de olhos do irmão — não pode achar que isso te dá direito de voltar tão rápido pro trabalho.

 

— A cirurgia foi simples, mas ainda foi uma cirurgia — o outro médico concordou com o ruivo — você terá que ficar pelo menos mais dois dias aqui, e olhe que se continuar tentando abusar vou te deixar aqui até o próximo fim de semana.

 

Jay bufou com a idéia de ficar quase dez dias presos no hospital, e a atitude teimosa do médico o mostrou que este faria realmente o que diz, caso não se comporte direito.

— Onde está a Erin ? — Jay perguntou quando viu Olinsky se despedir dos médicos.

— Ela tá…

— Papai a impediu de entrar — Will revelou — só deixou eu e Mouse entrarmos, fora ele claro — o ruivo parou esperando pela reação do irmão, o rosto ficou levemente vermelho.

— Ela pode entrar — Jay falou exalando irritação — a hora que quiser.


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