Uma nova Saga escrita por s2R


Capítulo 19
Cpítulo 19. Volterra


Notas iniciais do capítulo

GALERA GANHEI MAIS UMA RECOMEDAÇÃO.. uaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuu
Amei... amei... amei!
Filha de Afrodite, amei a recomendação! Lindas palavras, muito obrigado pelo apoio! s2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769657/chapter/19

Nós começamos a subir a entrada íngreme, e a estrada ficou congestionada. Quando nós chegamos mais alto, os carros estavam muito próximos uns dos outros então Alice não podia mais atravessar. Nós paramos uma fila atrás de um pequeno Peugeot.
— Alice - eu alertei. O relógio na torre parecia estar correndo mais rápido.
— É o único jeito de entrar - ela tentou me acalmar. Mas a voz dela estava muito tensa pra confortar.
Os carros continuaram a andar pra frente, uma carro lentamente de cada vez. O sol brilhou com força, parecendo que já estava no centro do céu.
Os carros entraram um a um na cidade. Enquanto nos aproximávamos, eu podia ver os carros sendo estacionados de um dos lados da estrada e pessoas saindo pra fazer seu caminho a pé. Primeiro eu achei que isso fosse só impaciência - coisa que eu podia entender facilmente. Mas depois nós entramos numa rua, e eu podia ver o estacionamento cheio, do lado de fora da cidade, as multidões de pessoas entrando pelos portões. Ninguém estava tendo permissão pra entrar de carro.
— Merda - eu sussurrei.
— Eu sei - ela disse.
Não que eu estivesse olhando, e nós estávamos rastejando lentamente o suficiente pra que eu visse, mas eu podia dizer que estava ventando muito.
As pessoas se aglomerando na direção do portão agarravam seus chapéus e tiravam os cabelos da frente do rosto. Suas roupas estavam grudando em seus corpos. Eu também percebí que a cor vermelha estava em todo lugar. Camisas vermelhas, chapéus vermelhos, bandeiras vermelhas balançando ao lado da ponte, balançando com o vento.
— Bella - Alice falou rapidamente numa voz feroz, lenta. - Eu não consigo ver aqui o que o guarda vai decidir, se isso não funcionar, você vai ter que ir sozinha. Você vai ter que correr. Continue perguntando pelo Palazzo dei Priori, e correndo na direção que eles te apontarem. Não se perca.
— Palazzo dei Priori- eu repetia. tentando memorizar.
— Ou 'a torre do relógio' se eles falarem Inglês. Eu vou dar a volta e tentar encontrar um lugar vazio atrás da cidade onde eu posso pular os muros.
Eu balancei a cabeça. "Palazzo dei Priori".
— Edward vai estar embaixo da torre do relógio, ao norte da praça. La ha uma ruela estreita na direita, e ele estará nas sombras lá. Você tem que atrair a atenção dele antes que ele saia para o sol.
Alice estava perto do fim da fila. Um homem num uniforme azul marinho estava direcionando a fluência do trânsito, afastando os carros do estacionamento vazio. Eles faziam uma curva em U e tentavam encontrar uma vaga perto da estrada. E então era a vez de Alice.
O homem uniformizado acenou preguiçosamente, sem prestar atenção. Alice acelerou, cercando ele e indo na direção do portão. Ele gritou alguma coisa pra nós, mas continuou no lugar, acenando freneticamente pra evitar que o próximo carro seguisse o mal exemplo.
O homem no portão usava um uniforme combinando. Enquanto nos aproximamos dele, as multidões de turistas passavam, enchendo as calçadas, olhando curiosamente para o Porshe chamativo.
O guarda pisou no meio da estrada. Alice fez um ângulo com o carro antes de pará-lo completamente. O sol batia na minha janela, e ela estava numa sombra. Ela rapidamente alcançou a parte de trás do banco e tirou alguma coisa de dentro da bolsa dela.
O guarda se aproximou do carro com uma expressão irritada, e deu umas batidinhas raivosas na janela dela.
Ela abriu a janela até a metade, e eu observei ele olhar duas vezes quando viu o rosto atrás do vidro.
— Eu lamento, apenas ônibus de excursões são permitidos na cidade hoje, senhorita - Ele disse em Inglês, com um sotaque pesado. Ele parecia pedir desculpas, agora, como se desejasse ter boas notícias pra dar pra uma mulher arrebatadoramente linda.
— É uma excursão - Alice disse, dando um sorriso sedutor. Ela colocou a mão pra fora da janela, na luz do sol. Eu congelei, até que eu percebi que ela estava usando uma luva curtida, na altura do cotovelo.
Ele pegou a mão dela, que ainda estava levantada pela batidinha na janela, e a colocou dentro do carro. Ela colocou alguma coisa na palma dele, e dobrou os dedos dele em cima disso.
O rosto dele estava confuso quando ele tirou a mão e olhou para o grosso rolo de dinheiro que ele agora segurava. A última nota era uma de mil dólares.
— Isso é uma piada? - ele murmurou. O sorriso de Alice foi deslumbrante.
— Só se você achar engraçado.
Ele olhou pra ela, com os olhos arregalados. Eu olhei nervosamente para o relógio se mexendo. Se Edward continuasse com o seu plano, nós só tínhamos mais cinco minutos.
— Eu estou com um tantinho assim de pressa - ela assobiou, ainda sorrindo.
O guarda piscou duas vezes, e depois enfiou o dinheiro no seu casaco. Ele deu um passo pra longe da janela e acenou pra nós. Nenhuma das pessoas passando por nós pareceu perceber a grande mudança. Alice dirigiu para a cidade, e nós duas suspiramos aliviadas.
A rua era muito estreita, coberta com pedras da mesma cor enquanto as paredes de uma cor canela que estava desaparecendo escureciam a rua com o seu tom de cor.
Paredes vermelhas decoravam as paredes, a apenas uns centímetros uma da outra, balançando com o vento e assobiava pela estreita passagem.
Tudo estava lotado, e o trânsito dos pedestres atrapalhou o nosso progresso.
— Só um pouco mais á frente - Alice me encorajou; eu estava agarrando a maçaneta da porta, preparada pra me jogar na rua assim que ela parasse.
Ela dirigiu fazendo rápidos avanços e dando paradas repentinas, e as pessoas na multidão mostravam o punho pra nós e diziam palavras raivosa.
Ela fez uma curva num pequeno espaço que não podia estar reservado para os carros; as pessoas chocadas tinham que se espremer nas entradas das casas enquanto passávamos por elas.
Nós encontramos outra estrada no final. Os prédios eram mais altos aqui; eles se estendiam para a frente então nenhum sol tocava o chão - as bandeiras balançando nas paredes dos dois lados quase se encontravam. A multidão estava maior aqui do que nos outros lugares. Alice parou o carro. Eu já tinha aberto a porta antes que estivéssemos completamente parados.
Ela apontou para onde a rua se alargava no caminho de uma abertura brilhante.
— Alí, nos estamos no lado sudoeste da praça. Corra diretamente até o outro lado, para a direita da torre do relógio. Eu vou encontrar um caminho dando a volta. -A respiração dela se prendeu de repente, e quando ela falou de novo, a voz dela era um assobio. - Eles estão em todo lugar?
— Esqueça eles, Alice. Quanto tempo eu tenho?
— Dois minutos- Merda!- Vai, Bella, vai! - ela gritou, saindo do carro enquanto falava.
Eu não parei pra ver Alice se misturar ás sombras. Eu não parei pra fechar a porta atrás de mim. Eu empurrei uma mulher pesada pra fora do meu caminho e continuei correndo para a frente, a cabeça abaixada, prestando pouca atenção em outra coisa que não fosse o caminho de pedras embaixo dos meus pés.
Saindo da rua escura, eu fiquei cega pela claridade do sol batendo na praça principal. O vento fez barulho passando por mim, jogando meus cabelos no meu rosto.
Não haviam nenhum caminho, nenhuma fenda entre os corpos pressionados juntos. Eu empurrei eles furiosamente, lutando com as mãos que apareceram de volta.
Eu ouvi exclamações de raiva e até mesmo de dor enquanto eu batalhava pra abrir meu caminho. O rosto deles era um vulto de raiva e surpresa, cercados pelo vermelho sempre presente. Droga, eu corria enquanto tentava me lembrar do porque de nunca ter tido o interesse de visitar volterra com Elijah, com certeza, o conhecimento seria meu aliado agora.
Uma criança, levantada no ombro de um homem pra ver por cima da multidão, sorriu pra mim, os dentes dele escondidos embaixo de uma dentadura de plástico com presas de vampiro.
A multidão passava ao meu redor, me virando na direção errada. Eu estava feliz pelo relógio ser tão visível, ou eu nunca teria sido capaz de seguir o meu curso corretamente. Os dois ponteiros do relógio estavam apontados pra cima, e, apesar de eu me jogar contra a multidão, eu sabia que era tarde demais. Eu não estava nem no meio do caminho. Eu estava lenta demais, e Edward iria morrer por causa disso. Eu esperava que Alice conseguisse. Eu esperava que ela me visse das sombras escuras e soubesse que eu havia falhado, assim ela podia voltar pra casa pra Jasper. Eu escutei, por cima das exclamações de raiva, tentando ouvir o som da descoberta: os cochichos, talvez os gritos, quando Edward se mostrasse para alguém.
Mas ouve um espaço entre a multidão - eu podia ver um espaço vazio á frente. Eu empurrei urgentemente em direção a ele, até que me dei conta de que era uma grande fonte quadrada, que ficava no centro da praça.
Eu estava praticamente chorando de alívio enquanto mergulhava minha perna por cima da parede e corria pela água que ficava na altura do joelho. Ela respingava inteira em mim no meu caminho pela fonte. Mas a fonte era muito larga; ela me ajudou a passar pelo centro da praça e um pouco mais adiante em meros segundos.
Eu não parei quando alcancei a outra ponta - eu usei a parede baixa pra me impulsar, me jogando em cima da multidão.
Agora eles se moviam prontamente pra me dar passagem, evitando a água gelada que pingava das minhas roupas enquanto eu corria. Eu olhei para o relógio de novo.
Um barulho profundo, estrondoso invadiu a praça nesse momento. Ele fez as crianças chorarem cobrindo os ouvidos. E eu comecei a gritar enquanto corria.
— Edward! - eu gritei, sabendo que era inútil. A multidão falava alto demais. Mas eu não podia parar de gritar. O relógio bateu de novo. Eu corrí por uma criança nos braços da mãe. Um círculo homens altos, todos usando blazers vermelhos, chamaram dando avisos quando eu esbarrei com eles. O relógio bateu de novo.
No outro lado dos homens de blazer, havia uma folga na multidão, um espaço entre os passantes que andavam á toa ao meu redor. Meus olhos procuravam na estreita passagem escura á direita do grande edifício quadrado embaixo da torre. Eu não conseguia ver o nível da rua, ainda haviam muitas pessoas no caminho. O relógio bateu de novo.
Agora era difícil de ver. Sem a multidão pra parar o vento, ele batia no meu rosto e fazia
meus olhos arderem. Uma pequena família de quatro era a que estava mais próxima da entrada da ruela. Duas garotas usavam vestidos escarlates, com laços combinando presos atrás da cabeça. O pai não era alto. Parecia que eu podia ver alguma coisa brilhando nas sombras, bem acima do ombro dele. Eu corrí na direção deles. O relógio bateu, e a garota menor colocou as mãos nos ouvidos.
A garota maior, que ficava na altura da cintura da mãe, agarrou a perna da mãe e olhou para a escuridão atrás deles.
Enquanto eu observava, ela cutucou o cotovelo da mãe e apontou para a escuridão atrás deles.
O relógio bateu e eu estava muito perto agora.
Eu estava perto o suficiente pra ouvir a voz aguda dela. O pai dela olhou pra mim surpreso quando eu corri na direção deles, gritando o nome de Edward de novo e de novo.
A garota mais velha deu uma risadinha e disse alguma coisa para a mãe, fazendo gestos impacientes de novo na direção das sombras.
Eu me desviei do pai - ele tirou o bebê do meu caminho - e corri na direção da brecha luminosa atrás deles enquanto o relógio batia de novo.
— Edward, não! - mas minha voz estava perdida por causa do barulho das badaladas. Eu podia vê-lo agora. E eu podia ver que ele não podia me ver.
Realmente era ele, nada de alucinações dessa vez. E eu me dei conta de que as minhas alucinações eram mais falhas do que eu imaginava; elas nunca o fariam justiça.
Edward estava parado, imóvel como uma estátua, só a alguns passos do fim da ruela. Seus olhos estavam fechados, os círculos embaixo deles eram de um roxo escuro, os braços estavam relaxados ao lado dele, suas palmas viradas pra frente.
A expressão dele era muito tranquila, como se ele estivesse sonhando com coisas agradáveis. A pele do seu peito de mármore estava nua.
A luz refletindo da calçada da praça refletia fracamente na pele dele.
O relógio bateu, e ele deu um longo passo em direção á luz.
— Não! - eu gritei. - Edward, olhe pra mim!
Ele não estava ouvindo. Ele estava sorrindo muito levemente. Ele ergueu o pé pra dar o próximo passo que o colocaria diretamente na direção do sol.
Eu me choquei com ele com tanta violência que a força teria me jogado no chão se os braços dele não tivessem me pego e me segurado.
O impacto me deixou sem fôlego e fez minha cabeça pular pra trás. Seus olhos se abriram lentamente enquanto o relógio badalava de novo. Ele olhou pra mim com uma surpresa silenciosa.
— Incrível - ele disse, sua voz primorosa estava maravilhada, um pouco divertida. - Carlisle estava certo.
— Edward - eu falava com urgência- Você tem que voltar para as sombras. Você precisa se mover!
Ele parecia contente. A mão dele alisava suavemente a minha bochecha. O relógio badalou de novo, mas ele não se mexeu.
— Não dá pra acreditar no quanto foi rápido. Eu não sentí nada...
— Nós não estamos mortos, ainda não! Mas nós temos que sair da luz antes que os Volturi...
A compreensão foi penetrando o rosto dele enquanto eu falava. Antes que eu pudesse terminar de falar, ele de repente me arrastou da margem das sombras, me girando sem esforço até que as minhas costas estivessem espremidas na parede de tijolos, e as costas dele estavam viradas pra mim enquanto ele encarava a ruela. Eu olhei as figuras escuras que se destacavam na escuridão.
— Saudações, cavalheiros - a voz de Edward estava calma e prazerosa, na superfície. - Eu ão acho que estarei necessitando dos seus serviços hoje. Eu agradeceria muito, no entanto, se vocês enviassem meus agradecimentos aos seus mestres.
—Vamos levar essa conversa para um local mais apropriado? - uma voz suave sussurrou ameaçadoramente.
— Eu não acredito que isso vá ser necessário - a voz de Edward estava mais dura agora. - Eu conheço as suas instruções, Felix. Eu não quebrei nenhuma das regras.
— Felix estava meramente tentando apontar a proximidade do sol - a outra sombra disse com um tom suavizante.
Eles dois estavam ocultos em mantos cinzentos que alcançavam o chão e balançavam com o vento. - Deixe-nos procurar um esconderijo melhor.
— Eu estarei bem atrás de vocês - Edward disse secamente. - Bella, porque você não volta para a praça e aproveita o festival? - Eu estava pronta para retrucar quando...
— Não, traga a garota - a primeira sombra disse, de alguma forma injetando um olhar malicioso ao seu sussurro.
— Eu acho que não - A falsa civilidade havia desaparecido. A voz de Edward era fria. O peso dele se mudou um infinitésimo, e eu percebi que ele estava se preparando pra lutar.
— Não - eu murmurei em aviso, e pareceu que isso os divertiu de alguma forma.
— Felix - a segunda sombra, mais razoável precaveu. - Aqui não. - Ele se virou pra Edward. - Aro simplesmente gostaria de falar com você novamente, pra saber se você decidiu se juntar á nossa força afinal.
— Certamente - Edward concordou. - Mas a garota fica livre.
— Eu temo que isso não seja possível - a educada sombra disse pesarosamente. - Nós temos regras a obedecer.
— Então eu temo que serei incapaz de aceitar o convite de Aro, Demetri.
— Isso está bom - Felix ronronou. Meus olhos estavam se ajustando á figura profunda, e eu conseguia ver que Felix era muito grande, alto e tinha os ombros largos. O tamanho dele me lembrou de Emmett.
— Aro ficará decepcionado - Demetri suspirou.
— Eu tenho certeza de que ele sobreviverá ao desapontamento - Edward replicou.
Felix e Demetri se aproximaram em direção á ponta da ruela, se separando levemente pra que se aproximassem de Edward pelos dois lados. Eles tinham a intenção de forçá-lo a entrar mais na ruela, pra evitar uma cena. Nenhuma luz refletida entrou em contato com a pele deles; eles estavam a salvo dentro de suas mantas.
Edward não se moveu um centímetro. Ele estava usando seu corpo pra me proteger.
Abruptamente, a cabeça de Edward se virou, na direção da escuridão da ruela ventosa, e Demetri e Felix fizeram o mesmo....
—Alice - eu sorri, enquanto a mesma se fazia presente.
— Vamos nos comportar, sim? - uma voz alegre sugeriu. - Têm damas presentes.
Alice caminhou lentamente para o lado de Edward, sua posição casual. Os pequenos braços dela se movimentavam como os de uma criança.
Mesmo assim, tanto Demetri quanto Felix ficaram rígidos, suas mantas balançando lentamente quando uma rajada de vento passou pela ruela. O rosto de Felix se azedou.
Aparentemente, eles não gostavam de números iguais. Imagine o que fariam se descobrissem a desvantagem.
— Nós não estamos sozinhos - ela lembrou eles.
Demetri olhou por cima do ombro. A alguns metros dentro da praça, a pequena família, com as garotas com os vestidos vermelhos, estavam olhando pra nós. A mãe estava falando urgentemente com o marido, os olhos dela em nós cinco. Ela desviou o olhar quando Demetri olhou pra ela. O homem caminhou alguns centímetros pra dentro da praça e cutucou o ombro de um dos homens com o blazer vermelho.
Demetri balançou a cabeça.
— Por favor, Edward, sejamos razoáveis - ele disse.
— Vamos - Edward concordou. - E nós vamos embora silenciosamente agora, sem que nenhum seja o mais esperto. Demetri suspirou de frustração.
— Pelo menos vamos discutir isso mais reservadamente.
Seis homens de vermelhos se juntaram á família agora enquanto eles nos observavam curiosamente. Eu estava muito consciente da postura protetora de Edward na minha frente, certa de que era isso que estava causando o alarme deles. Eu sai de trás de Edward me colocando entre ele e Alice, os frios acompanharam meus movimentos e fiz questão de ser o mais casual possível.
Os dentes de Edward se chocaram audivelmente, ao meu lado. - Não.
Felix sorriu.
— Basta.
A voz era alta, cheia de pretensão, e veio de trás de nós. Pelo jeito que as formas se balançavam, eu podia dizer que era outro deles. Quem mais?
No começo, eu pensei que fosse um garotinho. O recém chegado era tão pequeno como Alice, com um cabelo fino, de um marrom pálido cortado curto. O corpo embaixo da manta - que era mais escura, quase preta - era magro e andrógeno. Mas o rosto era bonito demais pro ser de um garoto. O rosto de olhos grandes, lábios cheios. Mesmo por baixo das íris vermelhas.
O tamanho dela era tão insignificante se comparado á reação que ela causou, logo fiquei em alerta, nenhum insignificante causar uma reação tão drástica. Felix e Demetri relaxaram imediatamente, saindo de suas posturas defensivas pra se misturar novamente ás sombras das paredes muito altas.
Edward também baixou os braços e relaxou da sua posição, mas em desistência.
— Jane - ele suspirou em reconhecimento.
Alice cruzou os braços na frente do peito, sua expressão impassiva.
— Sigam-me - Jane falou de novo, a voz dela era monótona.
Ela deu as costas pra nós e se enfiou silenciosamente nas sombras. Felix fez um gesto pra nós irmos na frente, sorrindo.
Alice seguiu a pequena Jane imediatamente. Edward passou os braços na minha cintura e me puxou pra seguirmos ela.
A ruela fazia levemente um ângulo pra baixo enquanto se estreitava. Eu olhei pra ele com perguntas frenéticas nos meus olhos, mas ele só balançou a cabeça.
— Bem, Alice - Edwad disse convencionalmente enquanto caminhávamos. - Eu creio que não devo ficar surpreso por te ver aqui.
— Foi meu erro - Alice respondeu no mesmo tom. - Era meu trabalho concertar as coisas.
— O que aconteceu? - a voz dele era educada, como se ele mal estivesse interessado. Eu imaginei que isso se devia aos ouvidos escutando atrás de nós.
— É uma longa história. - Os olhos de Alice olharam pra mim e depois se desviaram. - Em resumo, ela pulou do precipício, mas ela não estava tentando se matar. Bella anda praticando esportes radicais ultimamente.
—Hm- eu murmurei desinteressada.
Eu podia imaginar o que ele estava ouvindo nos pensamentos de Alice agora. Quase afogamentos, perseguições de ''vampiros'', amigos ''lobisomens''... etc.
— Ah - Edward disse curtamente, e o tom casual da voz dele havia desaparecido.
Havia uma curva larga na ruela, ainda numa descida, então eu havia visto o fim da rua
quadrado se aproximando, até que nós nos aproximamos da parede plana, sem janelas. A pequena chamada Jane não estava em nenhum lugar que eu pudesse ver.
Alice não hesitou, nem parou de andar enquanto se aproximava da parede de tijolos. Então com uma graciosidade fácil, ela escorregou por um buraco aberto na rua.
Ele parecia com um ralo, aberto no ponto mais baixo da calçada. Eu não tinha reparado até
Alice desaparecer, mas a grade estava meio levantada. O buraco era pequeno, e escuro.
Ótimo, mais essa agora!
— Está tudo bem, Bella - Edward disse numa voz baixa. - Alice vai te segurar.
Eu imaginei que ele teria ido primeiro, se Demetri e Felix não estivessem esperando, sorrindo silenciosamente, atrás de nós.
Eu me abaixei, colocando as pernas pra dentro do buraco apertado.
Fiquei repetindo na minha cabeça: Você é humana ...agora não... Espere seus irmãos... agora não!
Convenhamos que para uma vampira original, irmã de quem sou, com os poderes que tenho: ter frios rindo de mim é humilhante, isso para não falar o minimo, mas devo reconhecer a minha desvantagem! Elijah ficaria decepcionado se eu machucasse os seus bonecos conservados de mármore.... Mas, a vontade de arrancar a cabeça dessas purpurinas está grande... Respira Bella, respira!
Despertei com Edward agarrando meus pulsos , as mãos dele pareciam pedras no inverno, ele me baixou na escuridão.
— Pronta? - ele perguntou.
— Solte ela - Alice disse.
Edward me deixou cair.
Foi silencioso e curto. O ar passou por mim só por meio segundo, e então, com um excesso de raiva quando eu exalei, os braços de Alice me agarraram.
Eu podia ficar com marcas; os braços dela eram muito duros. Ela me colocou de pé.
Estava escurecido, mas não em um tom cego lá embaixo. A luz que vinha do buraco providenciava um brilho fraco, se refletindo no chão molhado nos meus pés. A luz desapareceu por um segundo, e depois Edward era um leve brilho, um brilho branco ao meu lado. Ele colocou os braços ao meu redor, me segurando bem perto do lado dele, e começou a me guiar rapidamente para a frente.
O barulho estridente da grade do buraco se fechando atrás de nós soou com um som metálico.
A luz fraca das ruas se perdeu rapidamente na escuridão. O som de passos pesados ecoou
no espaço preto; eles pareciam muito
No fim do túnel havia uma grade, as barras de ferro eram enferrujadas, mas tão grossas quanto os meus braços. Uma pequena porta feita de barras mais finas, entrelaçadas, estava aberta.
Edward se abaixou pra passar e se apressou numa sala de pedra maior, mais iluminada. As grades se fecharam com um cling, seguido pelo barulho da maçaneta sendo trancada. Do outro lado da sala havia uma porta pesada, de madeira. Ela era muito grossa, eu podia dizer porque, ela também, estava aberta.
Nós passamos pela porta, e eu olhei ao redor, relaxando automaticamente.
Ao meu lado, Edward ficou tenso, a mandíbula dele se apertou
Nós estávamos num corredor claro.
As paredes eram de um branco apagado, o chão era de carpete industrial cinza. Lâmpadas fluorescentes retangulares estavam espaçadas uniformemente por todo o teto. Estava mais quente aqui, e por isso eu fiquei grata.
Esse corredor parecia muito benigno depois da escuridão grotesca das paredes do esgoto. Edward não parecia concordar com a minha opinião.
Ele olhava obscuramente para o fim do longo corredor, na direção da figura pequena, com ombros pretos lá no fim, esperando no elevador.
Ele me puxou com ele, e Alice andou no meu outro lado. A porta pesada se fechou atrás de nós, e então houve o barulho de um ferrolho deslizando.
Jane esperou no elevador, uma mão segurando a porta aberta pra nós. A expressão dela estava apática.
Dentro do elevador, os três vampiros que pertenciam aos Volturi ficaram mais relaxados.
Eles jogaram suas mantas pra trás, deixando o capuz cair sobre seus ombros. Tanto Felix quanto Demetri tinham uma pele de um leve tom oliva - parecia estranho em combinação com a sua extrema palidez.
O cabelo preto de Felix era cortado curto, mas o de Demetri tocava os seus ombros. As iris
dos dois eram vermelhas nas beiras, e iam escurecendo até que ficavam completamente pretas na pupila. Embaixo de suas capas suas roupas eram modernas, pálidas, e indescritíveis.
O passeio no elevador foi curto; nós entramos numa área elegante que parecia uma recepção. As paredes eram cobertas de madeira, o chão era atapetado com uma cobertura grossa, verde. Não haviam janelas, mas sim grandes quadros, de uma luz brilhante que retratavam a região Toscana e que estavam pendurados em toda parte como se fossem uma substituição. Sofás de couro pálido estavam arrumados em grupos aconchegantes, e as mesas brilhantes sustentavam vasos de cristal cheios de buquês com cores vibrantes. No meio da sala havia um balcão alto, de mogno polido. Eu me fiquei pasma com a mulher que ficava atrás dele.
Ela era alta, com uma pele escura e olhos verdes. Ela teria sido muito bonita em qualquer
outra companhia, mas não aqui. Porque ela era humana. Eu não conseguia compreender o que uma humana estava fazendo aqui, totalmente tranquila, cercada de frios.
Ela sorriu educadamente nos recebendo.
— Boa tarde, Jane - ela disse.
Não havia surpresa no rosto dela quando ela viu a companhia de Jane. Nem Edward, com o seu peito nu brilhando fracamente na luzes brancas, e nem mesmo eu.
Jane acenou com a cabeça. - Gianna. - Ela continuou andando na direção de uma porta dupla que ficava na parte de atrás da sala, e nós acompanhamos. Enquanto Félix passava pela mesa, ele piscou pra Gianna, ela deu uma risadinha.
No outro lado das portas de madeira haviam uma outra espécie de recepção. O garoto pálido com um terno cinza perolado podia ser o gêmeo de Jane. O cabelo dele era mais escuro, e os lábios dele não eram tão cheios, mas ele era igualmente adorável. Ele veio nos receber. Ele sorriu, se aproximando dela.
— Jane.
— Alec - ela respondeu, abraçando o garoto. Eles beijaram um ao outro nas duas bochechas. Depois ele olhou pra nós.
— Eles te mandam buscar um e você volta com dois... e meio - ele notou, olhando pra mim. eu sustentei o olhar dele.- Bom trabalho.
Ela sorriu.
— Bem vindo de volta, Edward - Alec o saudou. - Você parece de melhor humor.
— Marginalmente - Edward concordou com uma voz plana. Alec gargalhou, e me examinou.
— E essa é a causa de todos os seus problemas? - ele perguntou, ceticamente.
Edward só sorriu, sua expressão depreciativa.
— Dibs - Felix chamou casualmente atrás de nós.
Edward se virou, um lento rosnado se construindo no fundo do seu peito. Felix sorriu - a mão dele estava erguida, com a palma pra cima; ele curvou o dedo duas vezes, convidando Edward a ir em frente.
Alice tocou o braço de Edward.
— Paciência - ela avisou pra ele.
Eles trocaram um longo olhar, e eu desejei poder ouvir o que ela estava dizendo pra ele
— Aro ficará agradado em te ver novamente - Alec disse, como se nada tivesse acontecido.
— Não vamos deixá-lo esperando - Jane sugeriu.
Edward acenou com a cabeça uma vez. Alec e Jane, de mãos dadas, guiaram o caminho para outro grande corredor ornamentado
Andar mais, sério, quando será que isso vai acabar?
Eles ignoraram as portas no final do corredor parando no meio do corredor e deslizando um painél para expor uma porta normal de madeira.
Não estava trancada. Alec a segurou aberta pra Jane.
Edward me puxou para o outro lado da porta. Era o mesmo quadrado ancião de pedras, como a ruela, e como os esgotos. Ficou escuro e frio de novo.
A antecâmara de pedra não era muito grande. Ela se abriu rapidamente pra uma sala mais clara, cavernosa, perfeitamente redonda como uma enorme torre de castelo... que provavelmente era exatamente o que ela era.
Dois andares acima, longas janelas jogavam finos retângulos de luz do sol no chão de pedra abaixo. Não haviam luzes artificiais. Os únicos móveis na sala eram enormes cadeiras de madeira, como tronos, que ficavam em espaços desiguais, esguichadas pelas paredes arredondadas. Bem no meio do círculo, em um pequeno declive, havia outro buraco. Eu me perguntei se eles usavam aquilo como saída, como o outro buraco na rua.
A sala não estava vazia. Várias pessoas estavam reunidas numa conversa que parecia relaxada. O murmúrio de vozes baixas, suaves, eram um gentil zumbido no ar.
Enquanto eu observava, um par de mulheres pálidas com vestidos de verão param num ponto de luz, e, como se fossem prismas, a pele delas mandaram reflexões de arco-íris nas paredes.
Todos os rostos notáveis se viraram na nossa direção quando o nosso grupo entrou na sala.
A maioria dos imortais estavam vestidos com calças e camisas acima de qualquer . Mas o homem que falou primeiro usava um longo robe. Ele era de um preto cor de piche, e se arrastava no chão. Por um momento, eu pensei que o seu cabelo longo, muito preto, fosse o capuz da sua manta.
— Jane, minha querida, você retornou! - ele falou, evidentemente deliciado. A voz dele era só um suspiro suave.
Ela caminhou em frente. E então eu consegui ver o rosto dele.
Não era como os rostos sobrenaturalmente bonitos que o cercavam (já que ele não se aproximou de nós sozinho; o grupo inteiro se convergiu ao redor dele, alguns seguindo, outros andando na frente dele de maneira alerta como se fossem guarda costas).
Ele deslizou pra Jane, pegou o rosto dela em suas mãos, e a beijou levemente diretamente nos lábios, e depois deu um passo pra trás.
— Sim, Mestre - Jane sorriu; a expressão fez ela parecer uma criança angelical. - Eu o trouxe de volta vivo, assim como você desejou.
— Ah, Jane - ele sorriu também. - Você é um conforto tão grande pra mim.
Ele virou seus olhos nebulosos na nossa direção, e o sorriso dele brilhou.
— E Alice e Bella, também! - ele se alegrou, batendo suas mãos magras uma na outra. - Essa é uma feliz surpresa! Maravilhosa!
Eu fiquei desconfortável quando ele chamou nossos nomes informalmente, como se nós fôssemos velhos amigos passando pra uma visita inesperada.
Ele se virou para o nosso acompanhante grosseiro.
— Felix, seja bonzinho e diga aos meus irmãos que nós temos companhia. Eu tenho certeza de que eles não vão querer perder isso.
— Sim, Mestre - Mestre? Felix balançou a cabeça e desapareceu pelo caminho por onde havíamos vindo.
— Você vê, Edward? - o estranho vampiro se virou e sorriu para Edward como se fosse um avô afetuoso dando uma bronca. - O que eu te disse? Você não está feliz que eu não te dei o que você queria ontem?
— Sim, Aro, eu estou - ele concordou, apertando seu braço na minha cintura.
— Eu adoro um final feliz. - Aro suspirou. - Eles são tão raros. Mas eu quero a história toda. Como isso aconteceu? Alice? - ele virou o olhar para Alice com olhos curiosos, mistificados. - Seu irmão parecia pensar que você era infalível, mas aparentemente houve algum erro.
— Oh, eu estou longe de ser infalível - ela deu um sorriso deslumbrante. Ela pareceu perfeitamente tranquila, exceto por suas mãos estarem curvadas em bolas em seus pequenos punhos. - Como você pôde ver hoje, eu causo problemas com a mesma frequência que os concerto.
— Você é muito modesta - Aro chiou. - Eu ví algumas de suas incríveis façanhas, e eu devo admitir que nunca observei nada como o seu talento. Maravilhoso!
Alice deu uma olhada pra Edward. Aro não perdeu isso.
— Me desculpe, nós não fomos apropriadamente apresentados, fomos? É só que eu sinto que já te conheço, e eu tenho a tendência de me apressar. O seu irmão nos apresentou ontem, de uma forma peculiar. Veja, eu e o seu irmão dividimos um talento, só que eu sou limitado de uma forma que ele não é - Aro balançou a cabeça; o tom dele estava invejoso.
— E também exponencialmente mais poderoso - Edward adicionou secamente. Ele olhou pra Alice enquanto ele rapidamente se explicava. - Aro precisa de contato físico pra ouvir os pensamentos, mas ele consegue ouvir muito mais do que eu. Você sabe que eu só posso ouvir o que se passa na sua cabeça no momento. Aro ouve cada pensamento que a sua mente já teve.
Alice levantou as delicadas sobrancelhas, e Edward inclinou a cabeça pra ela.
Aro não perdeu isso também.
— Mas ser capaz de ouvir á distância... - Aro suspirou, fazendo um gesto na direção dos dois, e a troca que havia acabado se passar. - Isso seria tão conveniente.
Aro olhou por cima dos ombros. Todas as outras cabeças se viraram na mesma direção, incluindo Jane, Alec e Demetri, que estavam silenciosamente ao nosso lado.
Felix estava de volta, e atrás dele flutuaram outros dois homens com robes pretos. Os dois homens pareciam muito com Aro, um deles até tinha o mesmo cabelo preto. O outro tinha um cabelo cor de neve, o mesmo tom de cor da pele dele, que encostava nos ombros dele. Os rostos deles três tinha a mesma pele, fina como papel.
O trio da pintura de Carlisle estava completo, exatamente o mesmo de trezentos anos atrás quando o quadro foi pintado. E ai, estavam eles, os que os frios temem, mesmo aqui de frente para os três com o seu teatro em andamento, eu ainda não consigo entender, o porque Elijah os mantém aqui, vivos! Por mais minucioso que seja o controle aos frios, esse Volturis, claramente tem sede de poder. E, posso afirma, sem sombra de duvidas que lacaios com essa mesma idéia, raramente se mantem leal aos seus senhores.
— Marcus, Caius, olhem! - Aro chamou. - Bella está viva afinal, e Alice está aqui com ela! Isso não é maravilhoso?
Nenhum dos dois parecia escolher maravilhoso como a primeira palavra que vinha na mente deles. O homem de cabelos escuros parecia extremamente entediado, como se ele já estivesse de saco cheio do entusiasmo de Aro. O olhar do outro estava ácido por baixo do cabelo cor de neve. Esses são os piores, abutres covardes que amam uma intriga.
A falta de interesse não mudou o divertimento de Aro.
— Vamos ouvir a história - Aro quase cantou.
O vampiro ancião com o cabelo branco se afastou, deslizando na direção de um dos tronos de madeira. O outro parou ao lado de Aro, a alcançou sua mão, a no começo eu pensei que ele fosse segurar a mão de Aro. Mas ele só tocou a palma de Aro brevemente e depois colocou a sua mão de lado. Aro ergueu uma sobrancelha preta. Edward rosnou muito baixinho, e Alice olhou pra ele, curiosa.
— Obrigado, Marcus - Aro disse. - Isso é muito interessante.
Marcus não parecia interessado. Ele deslizou pra longe de Aro para se juntar a aquele que só podia ser Caius, sentado contra a parede.
Dois vampiros atendentes seguiram silenciosamente atrás dele, guarda costas, como eu havia pensado antes.
Eu podia ver que as duas mulheres com vestido de verão foram ficar ao lado de Caius da mesma maneira. A idéia de frios precisando de guarda costas era extremamente ridícula pra mim, mas talvez os vampiros anciões fossem tão frágeis quanto a pele deles sugeria.
Aro estava balançando a cabeça.
— Incrível - ele disse. - Absolutamente incrível.
A expressão de Alice estava frustrada. Edward se virou pra ela e explicou de novo numa voz rápida e baixa, que consegui captar.
— Marcus vê relacionamentos. Ele está surpreso pela intensidade do nosso.
Aro sorriu.
— Tão conveniente - ele repetiu pra sí mesmo. E então ele falou pra nós. - É um pouco difícil surpreender Marcus, eu lhes asseguro.
Eu olhei para o rosto morto de Marcus, e acreditei nisso.
— É tão difícil de entender, mesmo agora - Aro meditou, olhando para o braço de Edward agarrado em mim. Pra mim era difícil acompanhar a caótica linha de pensamento de Aro. - Como é que você consegue ficar assim tão perto dela?
— Não é sem esforço - Edward respondeu calmamente.
— Mas mesmo assim, la tua cantante! Que desperdício!
Edward gargalhou uma vez sem humor. - Eu considero isso mais como um preço.
Aro estava cético. - Um preço muito alto.
— O preço da oportunidade.
Aro sorriu. - Se eu não tivesse cheirado ela através das suas memórias, eu nunca teria acreditado que o chamado do sangue de alguém pudesse ser tão forte. Eu mesmo nunca sentí nada assim. A maioria de nós trocaria qualquer coisa por tal dom, e ainda assim você...
— Desperdiça - Edward finalizou, a voz dele estava sarcástica agora.
Aro sorriu de novo. - Ah, como eu sinto falta de meu amigo Carlisle! Você me lembra dele, só que ele não era tão raivoso.
— Carlisle me excede em muitos outros sentidos também.
— Eu certamente nunca esperei ver Carlisle perdendo o auto-controle entre todas as coisas, mas você consegue superá-lo.
— Dificilmente. - Edward parecia impaciente. Como se ele estivesse cansado das preliminares. e confesso que eu também!
— Eu estou gratificado com o sucesso dele - Aro meditou. - As suas memórias dele são um verdadeiro presente pra mim, apesar de elas terem me deixado extensamente aturdido. Eu estou surpreso de como isso... me agrada, o seu sucesso com os métodos incomuns que ele escolheu. Eu esperava que ele fosse desistir, enfraquecer com o tempo. Eu ridicularizei seus planos de encontrar outros que dividissem a sua visão particular. Mesmo assim, de alguma forma, eu estou feliz por estar errado.
Edward não respondeu.
— Mas a sua resistência! - Aro suspirou. - Eu não sabia que tal força era possível. Ignorar a sí mesmo á um chamado tão urgente, não apenas uma vez mas de novo e de novo, se eu mesmo não tivesse sentido isso, eu nunca teria acreditado.
Edward olhou de volta para a admiração de Aro sem nenhuma expressão. Eu conhecia o rosto dele bem o suficiente pra adivinhar que tinha alguma coisa se passando por sua superfície.
— Só de me lembrar o quanto ela é apelativa pra você... - Aro gargalhou. - Eu já fico com sede.
Edward ficou tenso.
— Não fique perturbado - Aro o assegurou. - Eu não represento perigo pra ela. Mas eu estou tão curioso, sobre uma coisa em particular. - Ele me olhou brilhando de interesse. - Posso? - ele perguntou ansiosamente, levantando uma mão.
— Pergunte a ela - Edward sugeriu numa voz plana.
— É claro, que rude da minha parte! - Aro exclamou. – Bella - ele se dirigia diretamente a mim agora. - Eu estou fascinado que você é a única exceção para o impressionante talento de Edward, é muito interessante que uma coisa assim ocorra! E eu estava imaginando, já que os nossos talentos são similares de tantas formas, se você seria gentil de me deixar tentar, pra ver se você é uma exceção pra mim, também?
Meus olhos o encaravam o analisando, ele pareceu perceber minha analise e esperou pacientemente..
Ele deslizou pra mais perto, e eu acredito que ele pretendia fazer a expressão dele ser tranquilizadora. O olhar no rosto dele era mais confiante do que as suas palavras haviam sido.
—Mas, é claro!- Falei firme, erguendo minhas mãos, imediatamente reforcei meu selo no anel do sol.
Aro se aproximou, como se fosse pra apertar minha mão, e pressionou a sua pele de aparência insubstancial na minha.
Ela era dura, mas parecia ser frágil e era muito mais fria do que eu esperava. Seus olhos fumacentos sorriam para os meus, e era impossível desviar o olhar. Eles eram hipnóticos de uma maneira estranha, desagradável.
O rosto de Aro se modificou enquanto eu observava. A confiança desapareceu, e primeiro se transformou em dúvida, depois em incredulidade antes que se acalmasse numa máscara amigável.
— Muito interessante - ele disse enquanto soltava a minha mão e voltava pra trás.
Meus olhos passaram pra Edward, e, apesar do rosto dele estar composto, eu achei que ele parecia um pouco presumido. Aro continuou a se afastar com uma expressão pensativa. Ele ficou quieto por um momento, seus olhos passando rapidamente por nós três. Então, abruptamente, ele balançou a cabeça.
— A primeira - ele disse pra sí mesmo. - Eu me pergunto se ela é imune aos nossos outros talentos... Jane, querida?
— Não! - Edward rosnou com a palavra. Alice agarrou o braço dele com uma mão de restrição. Ele a sacudiu.
A pequena Jane sorriu alegremente para Aro. - Sim, Mestre?
Edward estava realmente rosnando agora, o som rasgando e escapando de dentro dele, ele estava olhando pra Aro com olhos violentos.
A sala inteira havia ficado imóvel, todo mundo olhando pasmo de descrença, como se ele estivesse cometendo algum tipo de falha social grave. Eu ví Felix sorrir esperançosamente e dar um passo á frente. Aro olhou pra ele uma vez, e ele congelou no lugar, o seu sorriso se transformando numa expressão mal humorada.
Depois ele falou com Jane.
— Eu estava imaginando, minha querida, se Bella é imune a você.
Eu mal podia ouvir Aro por cima dos rosnados furiosos de Edward. Eu coloquei a mão no peito de Edward chamando sua atenção, ele não pareceu querer me olhar, estava rosnando alto para Jane.
—Edward - eu o chamei calma, ele vacilou por um segundo- Edward - o chamei de novo enquanto mentalizava o feitiço o acalmando- Está tudo bem! - ele me olhou abismado e aproveitei essa oportunidade para o hipnotizar de forma sutil sem margens de erro- Não faça nada!- Ele travou no lugar e largou a postura de ataque!
Caius se moveu na minha direção, com suas acompanhantes, para observar. Jane se virou na nossa direção com um sorriso angelical.
— Não! - Alice gritou.
Me virei para Aro, e o mesmo me encarava fascinado!
— Jane - Aro chamou ela numa voz tranquila. Ela olhou pra cima, ainda sorrindo de prazer, os
olhos dela questionando. Aro inclinou sua cabeça na minha direção.
Jane virou o seu sorriso na minha direção.
Os olhos de Edward encontraram os meus, e eles estavam golpeados de horror. Primeiro eu pensei que o horror era pelo que eu tinha feito a ele.
Mas ele olhou rapidamente pra Jane, e de volta pra mim, e o rosto dele relaxou de alívio. Eu olhei pra Jane também, e ela não estava mais sorrindo. Ela estava me encarando, a sua mandíbula apertada com a intensidade da sua concentração. Nada aconteceu.
Edward estava ao meu lado de novo. Aro começou a rir.
— Ha, ha, há - ele gargalhou. - Isso é maravilhoso!
Jane bufou de frustração, se inclinando pra frente como se ela estivesse pronta pra atacar.
— Não fique chateada, querida - Aro disse num tom reconfortante, colocando uma mão branca como talco no ombro dela. - Ela confunde todos nós.
O lábio superior de Jane se curvou por cima de todos os seus dentes enquanto ela continuava a me encarar.
— Ha, ha, há - Aro gargalhou de novo. Ele balançou a cabeça com admiração. Edward encarou, enojado. - Então o que fazemos com vocês? - Aro suspirou.
Edward e Alice enrijeceram. Essa era a parte pela qual eles estávamos esperando.
— Eu não acho que exista alguma chance de você ter mudado de idéia? - Aro perguntou a Edward esperançosamente. - O seu talento seria uma grande adição para a nossa pequena companhia.
Edward hesitou. Do canto do meu olho, eu vi Felix e Jane fazendo careta. Edward pareceu pesar cada palavra antes de falar.
— Eu... prefiro... não.
— Alice? - Aro perguntou, ainda esperançoso. - Será que você poderia estar interessada em se juntar a nós?
— Não, obrigada - Alice disse.
— E você, bella? - Aro ergueu as sobrancelhas.
Edward assobiou, baixinho no meu ouvido. Eu olhei pra Aro como uma página em branco.
Ele estava fazendo piada? Ou será que ele realmente estava me perguntando se eu queria ficar para o jantar?
Foi o Caiu de cabelo branco quem quebrou o silêncio.
— O que? - ele quis saber de Aro; a voz dele, apesar de não ser mais que um sussurro, era plana.
— Caius, você certamente vê o potencial - Aro o repreendeu afetivamente. - Eu não vejo um talento tão promissor desde que encontramos Jane e Alec. Você pode imaginar as possibilidades se ela se transformar em uma de nós?
Caius desviou o olhar com uma expressão cáustica. Os olhos de Jane brilharam de indignação pela comparação.
Edward fumaçou ao meu lado. Eu podia ouvir o estrondo no peito dele, se transformando em um rosnado. Eu não podia deixar que o seu temperamento acabasse o machucando.
— Não, obrigada - eu falei numa voz . Aro suspirou.
— Isso é uma pena. Tanto desperdício.
Edward assobiou. - Se juntar ou morrer, não é isso? Eu já suspeitava quando nós fomos trazidos a essa sala. Tanto por suas leis.
O tom de voz dele me surpreendeu. Ele parecia irado, mas havia alguma coisa deliberada na sua fala, como se ele houvesse escolhido as palavras com grande cuidado.
— É claro que não - Aro piscou, abismado. - Nós já estávamos reunidos aqui, Edward, esperando pelo retorno de Heidi. Não por você.
— Aro - Caius assobiou. - A lei clama por eles.
Edward olhou pra Caius. - Como é isso? - ele quis saber. Ele já devia saber o que Caius estava pensando, mas ele parecia determinado a fazê-lo falar em voz alta. Caius apontou um dedo esquelético pra mim.
— Ela sabe demais. Você expôs os nossos segredos. - A voz dele era fina como papel, assim como a pele dele.
— Tem alguns humanos nessa sua piadinha aqui, também - Edward lembrou ele, eu pensei na recepcionista bonita lá embaixo.
O rosto de Caius se transformou em outra expressão. Era pra ele estar sorrindo.
— Sim - ele concordou. - Mas quando eles já não forem mais úteis para nós, eles vão servir pra nos sustentar. Esse não é o seu plano pra essa aí. Se ela trair o nosso segredo, você estaria preparado pra destruí-la? Eu acho que não - ele fez escárnio. - Você também não tem a intenção de torná-la uma de nós - Caius continuou. - Portanto, ela é uma vulnerabilidade. Apesar disso ser verdade, por isso, só a vida dela deve ser penalizada. Vocês podem ir embora se quiserem.
Edward mostrou os dentes.
— Foi isso que eu pensei - Caius disse, agradado com alguma coisa. Felix se inclinou para a frente, ansioso.
— A não ser... - Aro interrompeu. Ele não parecia contente com o rumo que a conversa havia tomado. - A não ser que você tenha a intenção de dá-la a imortalidade. Edward torceu os lábios, hesitando por um momento antes de responder.
— E se eu tiver?
Aro sorriu, feliz de novo.
— Ora, então você pode ir pra casa e dar as minhas lembranças ao meu amigo Carlisle. - A expressão dele se tornou mais hesitante. - Mas eu temo que você tenha que ser sincero.
Aro ergueu a mão na frente dele. De repente a atmosfera pesou, eu sabia que Edward não queria que eu me tornasse uma deles, não que isso fosse meramente possível, mas convenhamos que na mente dele, é!
Eu sabia o que Aro estava propondo, e minha mente não queria aceitar tal afronta
Alice se aproximou de nós.
—Edward seja sincero!- Edward exitava em se aproximar de Aro então o mesmo se aproximava cauteloso, era como em uma novela mexicana com um enredo muito ruim! Minha paciência checando ao limite, e só quando percebi que logo,logo teríamos mais um nessa conversa ridícula de frios e teatrinhos banais que a ultima gota de minha paciência foi derramada.
— Ah, pelo amor de Deus!- Falei exasperada. Bati na mão de Aro tomando a frente de Alice e Edward e encarando Aro de frente, pude ver uma movimentação na guarda... nada muito agressivo- Ele não vai me transformar em uma fria; não farei parte desse enredo monótono e chato. Não nasci para divertir a sua existência. - Vi os olhos de Aro ir de espantado para irritado. Ele se afastou alguns passos e Percebi pelo canto dos olhos Felix se preparando para a ordem de execução de Aro.
— Bella, o que você fez?- Ouvi Alice atrás de mim.
— Dei um ponto final nessa palhaçada!- Vi a expressão de desagrado no rosto de Aro, a raiva no de Caius, a guarda estava em alerta, esperando um ordem.
— Sendo assim...- Aro começou a falar!
— Tome muito cuidado com suas próximas palavras, Aro - ele me olhou intrigado- Elas podem ser as últimas!
Por um instante tudo ficou em silêncio até os volturis, começarem a gargalhar. Logo Aro levantou um dedo em direção a um dos membros de sua guarda, o frio não parecia um lutador de anos, provavelmente um dos mais novos. Não sei dizer o que mais me irritou, se foi o sorriso presunçoso no rosto dele ou o fato deles não terem percebido a desvantagem ainda, está certo que sou uma ótima atriz, mas quanto tempo mais eles precisam para perceber?
Edward tentou tomar a minha frente em sua velocidade normal, mas ele não esperava que eu desviasse na mesma velocidade e alcançasse o frio e arrancasse a cabeça dele com um golpe.
Todos estavam me olhando pasmos! Eu conseguia ouvir os passos atras da porta grossa, tamanho o silencio que se instaurou naquela sala.
Logo o barulho de estrondo e da porta sendo aberta abruptamente, todos se viraram para ver o mais novo chegado. Os olhos antes pasmos com minha breve demonstração, agora estavam surpresos e temerosos, como se não esperassem tal visita. Não precisei me virar para saber quem era o mais novo chegado! não impedi o meu sorriso presunçoso de aparecer, seus passos estavam cada vez mais próximos até parar perto o suficiente e um pouco mais a frente.
—Atrapalho?- Ali, estava o único rei daquelas terras, naquele momento eu o admirei como nunca antes, o respeito imposto era nítido, todos naquela sala o temiam e eu não podia estar mais orgulhosa do meu irmão! Me aproximei, polidamente dele, o mesmo desviou sua atenção para mim.
— Bom revê-lo, irmão!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi galera, devo desculpas pela demora, eu sei! Então me desculpe!
Mas entendam, como devem ter reparado esse é um capitulo um tanto delicado! Devo admitir, que é muito difícil escrever um capitulo com Bella vampira original e os volturi, e esse capitulo faz parte da transição de bella humana para a bela vampira, então a delicadeza desse capitulo é enorme!
Então o próximo capitulo está sendo escrito, mas recomendo paciência! essa parte é muito delicada e tento não força uma cena!

Mas, problemas a parte!
Espero que tenham gostado, continuem comentando! Vcs são 10!
Obrigado pelo carinho meus anjos, beijundas e até a próxima!